Olá amigos, desde que comecei a trilhar (final de 2015), tive conhecimento dessa "tal" Serra dos Órgãos! Daí pra frente foram vários vídeos, relatos, depoimentos e com isso a ansiedade e a vontade de fazer a travessia Petrô x Terê aumentava cada dia mais! Era um caminho sem volta! Fiz várias e várias trilhas porém o meu foco estava lá, quando eu entrava no mato o meu GPS só apontava para as duas cidades: Petrópolis e Teresópolis!

Então só de pensar em andar por 3 dias num lugar desconhecido, por mais de 30 km, dormindo na mata, com riscos inerentes às áreas remotas, frio, chuva, picada de cobra, raios e trovões, perrengues e mais perrengues - tá louco! E se eu não aguentasse? E se eu passasse mal, iria atrapalhar todo o "rolê", etc, etc. Claro que a gente não quer que nada dê errado e pra isso a gente se programa mas muitas vezes as coisas não saem como a gente quer, e daí temos que nos adaptar às diversas mudanças, sejam elas de clima, trajeto, percurso, acidentes ou outra adversidade! Mas só pra adiantar o final quero dizer que graças a Deus deu tudo certo.

Então vamos começar o rolê!

O grupo Petrô - Terê no "zapzap"

Dia 21 de Março de 2018, esse foi o dia que "a coisa começou a ficar séria", foi o dia que o amigo Edu Amaral (quem eu tinha conhecido há alguns meses no grupo dos Trilhadeiros, e também tivemos uma tentativa de fazer os 5 Cumes em Monte Verde, abortamos por causa da mudança drástica do tempo - aliás, precisamos voltar lá e concluir essa trilha!), criou o grupo no What´s App - Petrô x Terê 11 a 13/07. Neste dia senti que a coisa ia acontecer mesmo. Estávamos em período de férias, e surgiu a ideia de fazer a travessia no dia de semana, aceitei o desafio, e daí começaram as pesquisas sobre como ir, de carro ou ônibus, usar Uber, motorista do parque, ficar na cidade no final da trilha, dormir em Terê, e o mais preocupante pra mim: estar preparado fisicamente e tecnicamente! Ter todos os equipamentos que seriam usados, e também que poderiam ser usados caso tivéssemos mudanças de planos! Foram dias tensos e esperançosos!

A princípio eram 4 pessoas na trip: Edu e Malu, Rose e Eu. Mas não passou muito a Agostinha foi adicionada ao grupo. E mais pra frente o Renan Uchoas (homem Serra Fina) e a Sandrinha foram adicionados também, depois Erik de Paula de Campinas, e o grupo foi aumentando até a Gabriela Imamura (a conheci no Pico do Urubu em Mogi das Cruzes e após interesse dela também se interessou no embarque nessa viagem) até que no dia 25/06 a Agostinha se retirou do grupo pois teve um imprevisto orçamentário e não conseguiria ir com a gente, uma tremenda baixa pois sempre ouvi relatos ótimos dela sobre "andar bem". Baixamos o app Locus Map, assim como os mapas bases de SP, MG e RJ. No começo de julho a Gabi teve a excelente ideia de reservar através do site "www.airbnb.com.br" uma casa para nós ficarmos a tarde e começo da noite do último dia da trilha! Já tava pensando em descansar o corpo, tomar aquele banho relaxante e sair pra comer na noite de Terê! Que bela ideia a da Gabi hein!?! No dia 5, só tinha confirmado a nossa ida Edu e Malu, Rose e Eu, Gabi e Renan, os outros integrantes não responderam às mensagens então foram excluídos do grupo!

No dia 08 de julho, a previsão do tempo que o Edu nos mandou no grupo deu uma pequena brochada, 90% de chuva com 16 mm, mas como já sabemos a previsão é uma coisa, a realidade é outra então como diz o Renan: "toca pra cima"!

O dia "D" chegou!

Edu diz quase sem acreditar: "...Estou pasmo, sem fogareiro e minha cargueira pesa 17 kg porém tem comida nela!"

Renan diz: "Coloquei tudo na cargueira e deu só 10 kgs, estou muito feliz pois acabei de fazer a Serra Fina com 25 kgs..."

E eu envergonhado pela minha travessia estava com difíceis 21 kgs! Mas vamos lá!

Da esquerda para a direita: Edu, Malu, Gabi, Renan, eu e Rose

(continuo o relato amanhã dia 26/07)