Partindo de Puerto Montt pela Carretera Austral, a mais ou menos 40 km em direçao ao sul chegamos ao Parque Nacional Alerce Andino, na província de Lhanquihue localizada na parte montanhosa da região dos lagos, às margens do estuario de Reloncavi. Apenas com essa descrição já se percebe a riqueza dessa trilha, que reúne em um mesmo local diversos dos elementos que tanto fascinam os trekkers: floresta fechada de coníferas, montanha, lagos gelados, mar, rios e cachoeiras. Com essa perspectiva alugamos um carro (de preferencia alto e traçado) e saímos bem cedo na expectativa de retornar no início da noite. A carretera austral é de uma beleza cênica inesquecíve, com suas maravilhosas curvas à beira mar e as montanhas à esquerda, passando por vilas de pescadores e pequenas fazendas. Não espere encontrar facilmente locais para comprar itens p a trilha, especialmente no fim de semana (saímos sem comprar alimentos por causa do horário e tivemos que contar com a hospitalidade de uma moradora que tinha uma mercearia onde compramos pão, queijo e choritos). No povoado de Lenca, ao entrar na estrada de terra que dá acesso ao parque (cerca de 7 km) percebemos a vantagem de um carro alto, principalmente porque demos carona para um casal argentino (gente fina) e suas mochilas e o carro pesou. O parque é uma floresta montanhosa de "alerces", árvore gigantescas e milenares, sendo seu principal habitante um venerável Alerce de 1500 anos de idade. A partir de uma série de pequenas trilhas, é possível acampar no parque no período do verão e fazer mergulho no grande lago no coração da montanha, desde que com uma dificil autorização prévia do guarda parque. A parte inicial da trilha que leva ao Alerce milenar tem cerca de 7 km ida e volta e é relativamente plana, passando pelo rio e pela parte baixa da cachoeira. A partir daí o terreno começa a se tornar mais íngreme dando início à chamada trilha da montanha, com subidas em pedras, baldeação do rio, passagem por pontes de troncos gigantescos caídos e picadas estreitas no meio da vegetação densa. Mais 5 km e chegamos ao lago, que é parada obrigatória. A volta foi beeem corrida pois o parque fechava inexoravelmente às 18:00