AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Bruno Negreiros 23/09/2020 13:54 com 4 participantes
    Travessia Catas Altas x Morro D’água Quente | MG

    Travessia Catas Altas x Morro D’água Quente | MG

    Trekking autossuficiente de 3 dias realizado na parte leste da Serra do Caraça, de Catas Altas até o distrito de Morro D’água Quente, em MG.

    Montanhismo Trekking

    Travessia Catas Altas x Morro D’água Quente | MG

    Tipo de Aventura: Trekking autossuficiente de 3 dias realizado na parte leste da Serra do Caraça, de Catas Altas até o distrito de Morro D’água Quente, em MG.

    Ponto de Início: Catas Altas - https://goo.gl/maps/tYQD23zoHG1UNwr5A

    Ponto Final: Morro D’água Quente - https://goo.gl/maps/SzYrGKBt7qmgnhZ99

    Roteiro:
    Dia 1: Catas Altas x Camping da Mancha

    Dia 2: Pico dos Horizontes + Camping da Mancha x Camping do Pico do Baianinho + Córrego Brumadinho

    Dia 3: Camping do Pico do Baianinho x Morro D’água Quente

    DICAS:

    • A subida da Serra do Caraça via Catas Altas e a consequente realização de trilhas ou travessias de forma autossuficiente é recomendada para esportistas experientes. Por motivos de segurança e de preservação local, contrate guias especializados. Recomendo a contratação da operadora VARA-MATO: contato@varamato.com.br - (31) 971256083 - www.varamato.com.br. Eles são especialistas em trekkings e travessias por toda a região.
    • A descida do terceiro dia é perigosa e está em acelerado processo erosivo. Existem muitos pontos expostos e mal protegidos. A degradação é evidente. Se puder, evite-a ou vá com grupos pequenos e bem guiados. NÃO REALIZE ESSA TRAVESSIA EM GRUPOS GRANDES.
    • Os Picos do Baiano, dos Horizontes, Baianinho e Tamanduá estão fora dos limites da Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário Caraça. Apesar disso, reforço a recomendação por contratação de guias experientes.
    • As subidas e descidas são repletas de trepa-pedras, lances de aderência e pirambeiras. Esteja preparado psicologicamente para o desafio e tenha um mínimo de conhecimento sobre movimentos e equilíbrio do seu corpo. Lembre-se, você provavelmente estará com uma mochila cargueira nas costas.
    • Apesar da necessidade de se levar tudo que for preciso (autossuficiência), planeje-se para que o peso da mochila não seja o maior vilão da sua experiência.
    • Se você quer atingir o Pico dos Horizontes ainda no primeiro dia, comece a caminhada o mais cedo possível.
    • Os ataques aos picos do Baiano ou Tamanduá precisam estar bem planejados em seu roteiro.
    • Tenha conhecimento dos pontos de água perenes (que correm o ano todo) e intermitentes (somente na cheia) para não passar sufoco em uma possível pane seca.
    • A exposição ao sol é constante. Tenha chapéus, viseiras e camisas com proteção UV a disposição para uso em conjunto de bons bloqueadores solares.
    • O solo da região é raso e frágil. Por isso, recomenda-se a utilização de shit tube ou qualquer equipamento semelhante para trazer todos os dejetos de volta.
    • Siga as regras de mínimo impacto e evite fazer fogueiras. Encontrarmos muitas apagadas pelo caminho.
    • Faça sua parte. Traga seu lixo de volta.
    • Prepare-se para visuais que combinam a beleza do horizonte mineiro e os Picos do Caraça com a degradação humana das atividades de mineração. Isso vai te impactar e fazer refletir.
    • Tracklog da travessia utilizado: https://www.wikiloc.com/hiking-trails/travessia-catas-altas-x-morro-dagua-quente-pico-do-baiano-baianinho-tamandua-agulhinha-53937675

    Recomendo fortemente a leitura do relato da Danielle Hepner sobre a mesma aventura. Suas reflexões impressionam pelo nível de consciência e sinceridade.

    O relato aqui apresentado foi escrito após dias de reflexão, boas memórias de perrengues e horas de conversas com a Dani sobre tudo que foi vivido.

    PLANEJAMENTO

    A ideia dessa travessia nasceu de um convite recebido do Adhemar e da Letícia para nos aventurarmos pela região do Caraça a partir da subida das vertentes voltadas para Catas Altas. Os mesmos tiveram lá há algum tempo atrás para fazer a subida do Pico dos Horizontes, se apaixonaram pelo local e ficaram com a vontade de retornar e melhor explorar. Convidado, aceitei de pronto.

    Tínhamos um feriado pela frente. Três dias pareciam suficiente para planejar algo bem divertido. Eu e Adhemar começamos a analisar relatos e tracklogs da região. Após muito tempo parados por conta da pandemia, uma travessia parecia a escolha óbvia. Foi assim que o Adhemar apresentou a ideia de atravessarmos a Serra, indo de Catas Altas até Morro D’água Quente. Analisei a logística, pensei por alguns dias, avaliei a minha forma física, conversei com a Dani e topamos. No fundo, topei de cara, eu sabia que seria muito irado.

    Depois da ideia principal estar bem definida e analisando toda a logística, Adhemar convidou o André Leopoldino (Dino) para se juntar a nós. Ele veio cheio de empolgação e conhecimentos técnicos. Criamos um grupo no aplicativo do Whatsapp e começamos a debater as melhores opções de tracklogs, chegando então à escolha destacada no início desse relato. Faríamos a travessia com ataques aos Pico do Horizonte, Baianinho, Baiano e Tamanduá.

    Avaliação do trajeto no software Google Earth

    Com o roteiro escolhido, fizemos algumas últimas consultas na Carta Topográfica com escala de 1:50.000 do IBGE da cidade de Catas Altas. A ideia era mapear os fundos de vale, altimetria dos picos e possíveis canais de drenagem perenes para abastecimento. O caminho para download da carta pode ser acessado em:

    ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/folhas_topograficas/editoradas/escala_50mil/catas_altas25741.pdf

    Parte da Carta Topográfica (1:50.000) de Catas Altas (Fonte: IBGE).

    Grande parte das características técnicas foi observada e planejada, mas algumas dúvidas permaneciam: em qual local pegar água no segundo dia? Como seria a descida do terceiro dia por conta do acentuado desnível altimétrico apresentado no gpx? Situações bacanas de serem observadas em campo, mas incertas e desafiantes.

    LOGÍSTICA

    Para facilitar toda a logística de ida e volta, resolvemos nos dividir em dois carros. Eu saí do Rio de Janeiro rumo a Caxambu, para de lá ir com a Dani, enquanto que Adhemar, Letícia e Dino partiriam do Rio de Janeiro. Cheguei em Caxambu na quinta feira de noite já com a mochila arrumada. A Dani terminou de fechar as suas coisas e fomos descansar. Na sexta-feira, rotina normal de trabalho home office até o meio da tarde, quando partimos rumo à casa do meu irmão em São João Del Rei (164 km). A ideia era parar por lá, dormir um pouco e fazer o segundo trecho na madrugada do dia 05/09. Antes disso, passamos no mercado para comprar as últimas coisas. Uma coisa não faltava: QUEIJO. Essa seria nossa primeira caminhada autossuficientes juntos. Estávamos animados e cheios de expectativas. Após uma noite bem legal no meu irmão, acordamos às 4:00 e partimos para Morro D’água Quente, onde encontraríamos o resto do pessoal (215km).

    No caminho para a travessia, adentramos por regiões repletas de atividades de mineração. Cidades como Ouro Preto, Mariana e Catas Altas estão cercadas por zonas de extração de minério. De certo modo, isso faz parte do somatório histórico de fenômenos que compõem as suas dinâmicas e arquitetura, mas não deixa de ser impactante e preocupante aos olhos de quem vê.

    Na estrada, por exemplo, é possível avistar diversas barragens de rejeitos com o método de alteamento a montante, no qual se constroem degraus (acima) com o próprio material de rejeito, sendo necessário o constante monitoramento e auditoria de suas condições hidráulicas. Porém, por conta de ações não adequadas (compra de laudos) e do pouco poder de fiscalização da esfera pública, o histórico recente (Mariana e Brumadinho) vêm provando o quanto essa técnica é falha e insegura. Em Brumadinho, por exemplo, a má gestão dos sistemas de drenagem da barragem fez com que o material sólido de contenção atingisse o estado de liquefação, assim rompendo a estrutura. Os impactos desse tipo de desastre são imensos, indo desde a perda de centenas de vidas e impactos sociais, até a larga degradação ambiental a jusante de toda a bacia hidrográfica.

    No caminho, o destaque negativo (pela sua imensidão) foi a Barragem Campo Grande, usada para contenção da mina de Alegria (que nome irônico). Além disso, por toda a estrada e nas proximidades de perímetros urbanos, era fácil de se observar diversas placas indicando rotas de fuga ou pontos de encontro em caso de um grande rompimento. Como viver dessa forma? Como colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo?

    Chegamos em Morro D’água Quente por volta das 8:00, estacionamos o carro no ponto final da travessia, bem ao lado da Igreja do Senhor do Bonfim e esperamos até que nossos amigos chegaram. A ideia era deixar um dos carros lá e seguir todos juntos até o início da travessia em Catas Altas, para então facilitar o procedimento do resgate, retornando para buscar o outro veículo, já que a distância era de somente 8km. E assim fizemos, entramos no carro do Adhemar e partimos.

    Por volta das 9:00 fizemos uma pequena parada na Praça Monsenhor Mendes, onde fica a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Tiramos uma foto do paredão da Serra do Caraça (cartão postal da cidade), nos enchemos de coragem, tomamos café da manhã, fizemos os últimos acertos em equipamentos e fomos para o início de três dias bem intensos.

    Paredão da parte leste da Serra do Caraça.

    RELATO

    Dia 1 – 5.9.2020: Catas Altas x Camping da Mancha

    Saindo do centro histórico de Catas Altas, entramos na Rua Maquiné, até passar do campo de futebol Francisco Pedro Ribeiro, onde viramos à direita em uma estrada de terra e cascalho. Seguimos até atingirmos a linha do trem de transporte de minério. Seguimos o trilho na direção sul até encontrarmos um ponto descampado onde estacionamos o carro. Próximo desse ponto está a Cachoeira do Maquiné, bem visitada por moradores e turistas na região.

    Saímos do carro, arrumamos os últimos detalhes, colocamos as mochilas nas costas, passamos protetor solar e iniciamos a caminhada seguindo o trilho na direção norte. Logo no início já fomos surpreendidos pela passagem de um imenso trem. Sua extensão era tão grande que perdíamos o seu fim de vista. Para ter ideia, ele demorou tanto a passar que, distraídos e empolgados com tudo, perdemos o ponto onde deveríamos cruzar o trilho e adentrar na trilha rumo à subida. Por sorte, depois de cerca de 800 metros de caminhada errada, percebemos o erro e retornamos. Já no ponto certo, não tivemos que cruzar o trilho, mas sim sair da ferrovia à leste, descer um pequeno barranco e cruzar um túnel por baixo, já na estrada de terra batida que daria início a caminhada. Passada a porteira, iniciávamos então a subida das vertentes do Caraça.

    O início de tudo.

    Seguimos a estrada de terra batida, avermelhada e com cascalhos, característica do Latossolo vermelho da região por aproximadamente 700 metros até um bambuzal. De lá, viramos uma pequena crista do canal de drenagem, saímos da estrada e entramos na trilha. Mais 500 metros de caminhada e encontramos o primeiro ponto de água (860 m de altitude). Estávamos abastecidos, vimos que o córrego estava perene, assegurando bons pontos de água acima e não necessitando o abastecimento naquele momento.

    Neste ponto a trilha progride ainda pela mata fechada e com pouca visibilidade do entorno. Degraus de raízes e pequenos apoios rochosos ajudam a vencer os obstáculos que surgem no caminho. Em um dos pontos mais íngremes, lembro de o Adhemar comentar: “Vocês ainda vão ver o que vem pela frente”. Subimos aproximadamente 1,5 km até um bom ponto de água próximo a cachoeira do Meio. Ali sim, já cientes de que esse seria o último da subida, nos abastecemos, molhamos a cabeça e voltamos à subida.

    Desse ponto (1000 metros de altitude) em diante a trilha se transforma numa sequência de pontos fechados com obstáculos que misturam rochas e vegetação, até trechos mais expostos. O mantra seguido foi colar a sola da bota na pedra, confiar no equipamento e subir. O Adhemar estava certo, verdadeiras pirambeiras surgem no caminho. Subíamos uma, respirávamos aliviados, pulávamos umas raízes e lá vinha outra. O segredo era olhar, avaliar as boas agarras e os pontos de melhor aderência, alinhar o eixo do corpo e ter atenção aos pontos de equilíbrio, piscar e subir. Esse foi o nosso ritual por aproximadamente 3 ou quatro horas.

    Numa dessas subidas difíceis, eu estava fechando o grupo junto com a Dani, quando percebi uma pequena dificuldade de respirar e pequenos pontos voando pelo ar: eram cinzas de um incêndio próximo. O sinal de atenção ligou, dei um pulo, acelerei o passo e cheguei até o Dino, que andava ligeiramente à frente liderando o nosso grupo. Como nos conhecemos há muitos anos, bastava a comunicação pelo olhar. Ele sabia o que eu estava pensando. Verbalizei para todo o grupo: “vamos apertar o passo, sair de qualquer parte mais fechada, chegar em um ponto com boa visualização e avaliar o que está acontecendo”. E assim fizemos, mais 20 minutos de caminhada em um cenário que combinava os mesmos desafios técnicos mencionados anteriormente com pedaços de mata queimada voando pelo ar. Além de atrapalhar um pouco a respiração, o medo começava a aparecer em nossas mentes.

    Ao chegarmos em ponto de boa visualização, observamos que as cinzas vinham de um incêndio iniciado em um dos picos mais baixos, localizado ao sul. O fogo subia o morro na mesma direção, mas o vento forte acima e rebatido nas cristas traziam as cinzas para a nossa posição. Observamos que os riscos existiam, mas que não eram altos. Decidimos continuar.

    A caminhada seguiu, mas a tristeza começava a pesar no olhar. Antes dessa travessia, notícias de queimadas espalhadas pelas regiões sudeste e norte do Brasil eram frequentes no noticiário diário. Lugares lindos e de muito apego emocional, como a Serra Fina ou a Travessia Petrópolis x Teresópolis, tinham sido atingidos por enormes incêndios recentes. Os meus pensamentos estavam tomados pelo receio do que pudesse acontecer conosco, caso o incêndio viesse em nossa direção, e do sentimento de impotência por pouco poder fazer diante de todos esses cenários. A única decisão certa que tinha era dar o próximo passo.

    Subimos unidos pelos sentimentos descritos e pelo desejo de superar cada obstáculo. Todos se ajudavam. Uma mãozinha aqui, um suporte alí. Aquela parada pra respirar e partiu. Se as câimbras apareciam, rolava aquela parada maior para que tudo se normalizasse e íamos. Todos se esforçaram pelo grupo. Aproximadamente às 16:00 chegamos à gruta (um bom ponto de bivaque). Essa parte mais técnica nos proporcionou uma subida de aproximadamente 530 metros de desnível em 1,2 km. Dalí, pelo avançar da hora, resolvemos virar à esquerda (sul) rumo ao Camping da Mancha, que já estava próximo, e deixar a subida ao Picos dos Horizontes para o dia seguinte. Mais 30 minutos e lá chegamos.

    Na subida, a visão da cidade de Catas Altas.

    O Camping da mancha tem esse nome por conta de seu destaque na paisagem se avistado da cidade de Catas Altas. De lá, não é difícil ver uma gigante mancha branca provocada pela erosão da água nos períodos chuvosos nas rochas granito-gnáissicas do local. Logo acima dessa mancha, está a área rochosa de acampamento, a aproximadamente 1.600 metros de altitude.

    No total do primeiro dia, caminhamos aproximadamente 8km, saindo de uma altitude de 750 metros (cidade) até os 1.600 do camping.

    Chegamos e vimos algumas outras pessoas e grupos acampados. Escolhemos o nosso local, montamos nossas barracas sobre o solo rochoso, as amarramos com pedaços de pedras e descansamos um pouco. Eu e Adhemar seguimos para o córrego/nascente encaixada sobre algumas formações rochosas mais ao sul para recolher água para o grupo e voltamos. No fim da tarde, conversamos sobre o roteiro do dia seguinte: a prioridade era subir o Pico dos Horizontes e seguir para o próximo acampamento. De lá, planejar os próximos passos de acordo com o horário. Depois disso, claramente os papos estavam relacionados a tudo que tínhamos vivido.

    Caiu a noite, eu e Dani cozinhamos um risoto de arroz, sopão e queijo delicioso e ficamos olhando as estrelas. Lembro bem de ter visto a maior estrela cadente da minha vida. Ela cruzou o céu de sul para norte, cortando toda a nossa visão e causando uma grande impressão. Por alguns segundos, aquele pedaço do universo parecia não se render à força da atmosfera. Sua luta se transformava em um rastro brilhante de sonhos e desejos, até desaparecer em nossas vistas. Olhei para o Dino e ele estava tão impressionado quanto eu: “Caralho, o que foi isso?”.

    Mas nem tudo foi tão positivo assim. No camping nos deparamos com vários pontos de fogueiras antigas. Além disso, não tínhamos um bom campo de visão para concluir se o incêndio da tarde estava realmente extinto. Também vimos um rapaz recolhendo gravetos para acender um ponto de fogo. O mesmo foi inibido pelos nossos olhares fulminantes de reprovação. Aqui vale ressaltar: NÃO FAÇAM FOGUEIRAS. Eu não tinha como afirmar a real causa do incêndio do dia, mas isso me fez mergulhar em uma série de reflexões.

    Sabe-se que a combustão espontânea é possível em um cenário que combina a baixa umidade do ar (épocas secas) e possíveis fontes naturais como a radiação solar, descargas atmosféricas ou situações de atrito provocadas no meio natural. Apesar disso, na grande maioria das vezes a ação humana acaba sendo a maior responsável pelos incêndios em ambientes naturais.

    O fogo é usado como ferramenta pelo homem em seu desejo por algum tipo alteração de uso e ocupação do solo, geralmente sedento por facilidades, dinheiro ou poder. A natureza queima para atender objetivos que são reflexos da forma como nos organizamos em sociedade: individualista, consumista e escrava do capital. A Amazônia e o Cerrado, por exemplo, convivem com diversos conflitos (incêndios) provocados pelo avanço da fronteira agrícola e pelo desejo sanguinário por novas fontes de minério. Além disso, temos incêndios iniciados pela falta de educação dos frequentadores desses ambientes. Pessoas que, seja por pura desinformação, por ignorarem as práticas de mínimo impacto ou pela extrema valorização de culturas locais, preferem acender fogueiras para o seu bem estar não preparado. Se mal manejada, o fogo pode sair do controle e atingir todo o entorno.

    Convivemos também com a falta de fiscalização e com as poucas estruturas de combate aos focos de incêndios já iniciados. As verbas para órgãos ambientais e consequentes formações de brigadas diminuem ano a ano. De 2019 para 2020, a queda foi de aproximadamente 58%. Estamos vivendo um período difícil no Brasil. A devastação virou um projeto de poder estimulada e não combatida. O meio ambiente é visto apenas como um obstáculo ao crescimento do PIB e para a incessante busca pelo acúmulo de capital. Nossos representantes não se importam, provocam e estimulam maus exemplos. O sentimento de impunidade abre as portas para o que tem de pior no homem. Nossas matas queimam e, com elas, nosso amor pelos lugares que caminhamos.

    Enfim, fomos dormir.

    Dia 2 – 6.9.2020: Pico dos Horizontes + Camping da Mancha x Camping do Pico do Baianinho + Córrego Brumadinho

    Levantamos pouco antes do amanhecer para ver o nascer do sol. Sentamos nos isolantes, miramos nossos olhos e assistimos a noite virar dia. Fotos, brincadeiras e filosofias pelo ar.

    O nascer do sol do Camping da Mancha.

    Despertamos o sono, tomamos café e, por volta das 8:00, começamos a caminhada rumo ao Pico dos Horizontes. O caminho começa pelo fim da trilha do dia anterior. Depois de 30 minutos, chegamos no Cupinzeiro que marca a encruzilhada entre as trilhas da descida, do cume e do camping, daí viramos à esquerda (oeste) rumo ao paredão. Dalí a trilha saí de 1.530 metros de altitude e entra na subida de mais uma série de pirambeiras.

    O Pico dos Horizontes visto do Camping da Mancha.

    O ritual do primeiro dia se repetia, mas agora facilitado pelo pouco peso nas costas, já que se tratava de um ataque com mochilas leves. No começo o tempo estava coberto por muitas nuvens, afastando o sol intenso e favorecendo o rendimento. Coloca a perna, agarra um bom ponto de apoio e sobe. “Pra onde é a trilha? Pra cima!”. Esse trecho possui alguns lances até mais técnicos e difíceis do que subida do dia 1, mas nada impossível de ser feito. É só avaliar bem e tomar um certo cuidado para não escorregar.

    Subimos por aproximadamente 1 hora desde a bifurcação até que, quase perto do cume, o céu se abriu azul acima de nós. Chegamos ao Picos dos Horizontes e seus 1.820 metros de altitude depois de 1km de caminhada em 1:30 (vindo do camping). Para um lado, o tapete de nuvens cobria parte da paisagem, para o outro, as montanhas da Serra do Caraça. Eu não poderia ter desejado paisagem mais incrível. Ficamos deslumbrados com o que vimos. Eu, Dino e Adhemar só pensávamos na quantidade de subidas iradas na região. Como estávamos parados há alguns meses, a sensação foi de total reencontro com as montanhas que tanto amamos. Eu e Dani comemoramos muito. Era um dos nossos primeiros cumes difíceis juntos. Muitos ainda virão.

    Pico dos Horizontes.

    Muitos ainda virão.

    Mais uns minutos no cume e o tempo se abriu totalmente, mostrando tudo que estava no entorno. As cidades de Minas Gerais apareciam na paisagem, mas com elas as várias áreas de mineração da região. Um “putz” no olhar.

    Permanecemos no local conversando, admirando e tirando muitas fotos até aproximadamente 10:20. Começamos a nossa descida com muito cuidado para que não houvessem quedas. A “desescalada” foi até tranquila e, aproximadamente 11:40 estávamos de volta ao camping.

    Descida do Pico dos Horizontes.

    Eu e Adhemar seguimos para pegar mais água. Retornamos, fizemos o almoço, determinamos o horário de saída, arrumamos tudo e saímos por volta das 13:00. Desse ponto traçamos uma perpendicular para oeste rumo a linha de cumeada. Cruzamos o fundo do vale e começamos uma pequena escalada de cargueira. Uma subida com intensa inclinação. Daquelas na qual a mochila parecia te jogar para trás. Precisamos vencer todos os lances com bastante atenção e cuidado. Algumas vezes, eram necessários uns minutos para respirar. Saímos dos 1.600 metros de altitude até aproximadamente 1.750 em aproximadamente 500 metros de subida. FOI INSANO.

    Chegamos no chapadão lá em cima por volta das 14:30. Respiramos e começamos a debater sobre o resto do dia. Após uma breve reunião, decidimos que o Dino iria na frente por caminhar mais rápido. A ideia era que ele mapeasse um bom ponto de camping para o grupo. Naquele ponto ainda encontramos dois rapazes que caminhavam rumo à travessia. Mas eles estavam arrasados e com pouca água. Dani deu um pouco de nossa água para eles, demos um certo apoio e partimos por volta das 15:15. Não vimos mais eles.

    O Pico dos Horizontes visto da crista.

    A caminhada seguiu pela crista norte-sul do cume, subíamos, descíamos, subíamos de novo, chegando até aproximadamente 1870 metros no cume do Baianinho. Passamos ele e logo encontramos a barraca do Dino montada em uma pequena área de camping com capacidade para 4 barracas. Era 16:30 e estávamos aliviados que o dia tinha terminado.

    Na tarde do segundo dia, caminhamos aproximadamente 2,5km, saindo de uma altitude de 1.600 metros do camping da mancha até os 1.850 do camping do Baianinho.

    Eu e Adhemar seguimos para o Córrego Brumadinho, que corre no fundo do vale da vertente oeste. Nosso objetivo era buscar água e tomar um bom banho de cachoeira. Descemos por volta das 17:00 enquanto as meninas montavam as barracas. Descemos o vale na direção sul e viramos à oeste no colo do Pico do Baiano. Descendo o vale, foram aproximadamente 20 minutos de caminhada total. Chegando no córrego, encontrarmos o Dino e conversamos bastante. Aproveitamos para zoar e tomar um banho de crocs, já que o córrego estava com pouca água. Nos abastecemos e voltamos.

    Chegando no camping, trocamos de roupa e cozinhamos um macarrão com queijo. Durante o período pós-jantar, onde ficamos conversando a admirando o céu. Começamos a escutar intensos barulhos de explosões. A primeira pergunta foi: “são fogos de artifício?” Infelizmente eu tive que ser o portador da notícia negativa: "não, eram explosões provocadas pelas mineradoras da região". Lá estava novamente a sensação de “putz” do cume da manhã.

    Durante o primeiro e o segundo dia, era possível ver o processo de desmonte de morros e montanhas próximas pelos avançados processos minerários. Também foi possível escutar durante todo o dia (inclusive de madrugada) o barulho dos trens de minério passando na ferrovia. A região do Caraça é repleta de áreas de mineração de minério de ferro, bauxita e de minério de alumínio. A bela paisagem dos morros mineiros contrasta com mais uma demonstração de ganância humana.

    Recentemente, estudando sobre fluxos ambientais durante o período de pandemia, me surpreendi com alguns fatos. Segundo o nosso atual ministro de Minas e Energia (NEM QUERO FALAR O NOME DESSE FDP), a receita advinda da produção mineral brasileira no 1º semestre de 2020 foi 1% superior à do 1º semestre de 2019, já com a crise da covid-19 instalada.

    Segundo o mesmo, isso foi resultado de diversas ações governamentais, como a oferta de mais áreas para a mineração; a minimização de barreiras e discussão da mineração em áreas restritas e a ampliação dos esforços para a desburocratização do processo minerário. Ou seja, A POLÍTICA DA DEVASTAÇÃO. Provas do que representa o nosso projeto político no poder e de que nossos padrões de consumo e de esgotamento de recursos naturais não se alteraram durante esse período de alteração nas relações sociais vigentes.

    A boa notícia vem do recente sucesso da luta protagonizada pela população de Catas Altas contra a expansão de um empreendimento da mineradora Vale, revogada por unanimidade pelos integrantes do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Codema). Isso ocorreu após uma forte pressão social do importante Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). Como sempre, a luta é diária e contínua. A luta nunca termina. Veja em:

    https://www.brasildefato.com.br/2020/02/19/populacao-de-catas-altas-mg-consegue-revogar-expansao-da-vale-no-municipio

    Saiba mais sobre o MAM:

    https://mamnacional.org.br

    Dia 3 – 7.9.2020: Camping do Pico do Baianinho x Morro D’água Quente

    Acordamos mais uma vez para assistir ao nascer do sol. Curtimos, batemos fotos e começamos a arrumar as coisas. Por conta do longo deslocamento de retorno e do cansaço acumulado dos dois primeiros dias, resolvemos não fazer nenhum ataque nesse terceiro dia de travessia, abortando assim o Pico do Baiano e o Tamanduá. Nosso objetivo do dia seria somente descer para Morro D’água Quente e dirigir muitas horas para casa. Nossa inocência foi achar que faríamos isso rápido.

    Mais um nascer do sol visto do camping do Cume do Baianinho.

    Tomamos café da manhã, arrumamos as coisas e saímos por volta das 8:00. Retornamos um pouco na trilha e descemos na direção leste para o encontro entre o vale leste e a colo entre os Picos do Baianinho e do Tamanduá. Foi uma descida em laje de pedra com guiamento via totens que necessitou de um pouco de atenção, mas sem muitos problemas. Ao fim da descida/ chegada no colo (1.740 de altitude) , nos deparamos com o que seria o resto do dia: UMA DESCIDA INTENSA NO SENTIDO SUL.

    O início da descida final.

    De cara já vimos uma ancoragem mal feita com um pedaço de fita de slackline que alguém deixou para apoiar. Percebemos que o caminho descrito em nossos aparelhos de GPS passava por lá. Aceitamos, margeamos a parede esquerda e chegamos na ancoragem. Ali olhamos pra baixo, conversamos entre o grupo, explicamos que a descida seria repleta de desescaladas e pirambeiras e que, por isso, seria necessária uma atenção redobrada.

    Passamos o primeiro trecho e já veio outro. Depois outro e mais outro. Pareciam infinitos. O solo em acelerado processo de desagregação de grãos estava escorregadio e só nos restava apoiar em raízes expostas e em tufos de mata. Eu tentava não transparecer tensão, mas a cada 10 metros só pensava por dentro: “puta que pariu, lá vem outra descida sinistra”. Era agarrar em algum lugar “seguro”, jogar um pé, tentar estabilizar, jogar o outro e tentar descer. Em alguns pontos de rochas, a parada era realmente sentar e passar. SINISTRO DEMAIS. Confesso que tive muitas microquedas e até um erro de procedimento ao jogar a mochila e uma passagem difícil. Foi uma das descidas mais adrenalizantes que já vivi na vida. Nos lances frontais, o lance era descer tentando fazer com que a bota não surfasse no solo.

    Descendo as pirambas.

    Ao virarmos para leste e contornarmos a curva de nível, tivemos alguns metros de tranquilidade. Mas foram literalmente alguns, já que as pirambeiras voltavam e voltavam. Aos poucos elas iam se transformando dos solos expostos para pontas de rochas e galhos mais firmes, mas ainda bem verticais. E essa foi a nossa sequência de desafios por aproximadamente 2 km e incríveis quase 700 metros de desnível. Vale ressaltar a parceria do grupo. Todos se ajudavam, tinham enorme paciência com os lances mais difíceis, passavam mochilas quando era necessário, davam uma mão, um empurrão ou um “você consegue”.

    A parceria do grupo.

    Queria aqui destacar o companheirismo Dani Hepner. Eu e ela caminhamos quase que todo o tempo juntos. Um olhava para o outro, passava o maior perrengue...sorríamos. Apesar de tudo, era o que nos restava, encarar tudo de frente sem perder a felicidade e o bom humor. Piadas e risadas a cada descida...

    As trilhas abertas em descidas bem inclinadas, que literalmente rasgam as vertentes e possuem solos bem expostos estão claramente acelerando os processos erosivos. Além das pisadas dos montanhistas no local e das puxadas na vegetação, elas acabam por criar caminhos preferenciais e desprotegidos para a água em dias de chuva, além de facilitar a exposição ao tempo e aos ventos. Isso tudo combinado acaba por agilizar o processo de desagregação dos grãos do solo e o seu consequente desmonte. Com o passar do tempo, de pessoas e dos agentes erosivos, a tendência é que se inicie um processo de afundamento desses caminhos, criando sulcos e ravinas. Como o solo ali é raso e frágil, pode ser que a erosão superficial um dia encontre processos internos, provocando verdadeiros desabamentos. Torcemos para que o nível de consciência e o cuidado local evolua para que a situação não chegue nesse ponto.

    Na descida, a vista direta para mais um ponto de mineração. Aqui voltava a revolta e a reflexão.

    Mineração na região...putz.

    Além da problemática ambiental, em muitos momentos o sentimento era de total insegurança. Descidas bem íngremes e com lances bem técnicos. Aqui confesso que não conhecia bem o que enfrentaríamos nesse terceiro dia. Um erro que pretendo nunca mais cometer. Por conta de todos os fatores aqui expostos, NÃO REALIZEM ESSA DESCIDA COM GRUPOS GRANDES. Considero isso uma total irresponsabilidade, além de um grande risco para todos os envolvidos. Diria que, no máximo 5 pessoas bem experientes e com equipamentos de apoio. Em certos momentos, a situação estava tão feia que me via refletindo sobre a possibilidade urgente desse trecho não ser mais realizado por ninguém. Reforço a recomendação para a contratação de um guia/empresa especializada em práticas de mínimo impacto em ambientes naturais e em procedimentos técnicos como a VARA-MATO. Ao retornar para a região, não farei mais essa descida.

    Como mencionado no início do texto do Dia 3, nossa ideia era chegar cedo. Doce engano. Chegamos ao Poço encantado por volta das 15:00 depois de tudo que enfrentamos e de uma parada mais longa na caverna. Lá, A Dani sugeriu que eu e Adhemar fôssemos na frente, chegando no meu carro mais rápido e acelerando o processo de resgate, já que ela, Dino e Letícia andariam o final da travessia mais devagar.

    Dalí a trilha ficava bem mais suave e eu e Adhemar disparamos. Pulamos raízes e desviamos de galhos num ritmo intenso. Pulamos todas as pedras das cachoeiras que passamos e continuamos descendo. Errávamos, mas voltávamos. Fizemos os dois últimos quilômetros em aproximadamente 30 minutos. Encontramos os trilhos, viramos novamente para o sul e continuamos andando por aproximadamente 1 km até a descida para a estradinha de terra da Rua da Mineração, já em Morro D’água Quente. Alguns minutos mais e chegamos ao carro. Era 15:50 quando entramos no meu carro e dirigimos de volta para Catas Altas. Voltamos ao início de tudo, pegamos o carro do Adhemar, paramos na padaria, compramos algo para todos comerem e voltamos para Morro D’água Quente. Chegamos lá de volta por volta de 16:45. Esperamos um pouco até que todos chegaram por volta das 17:00.

    No terceiro dia caminhamos aproximadamente 6,5km, saindo de uma altitude de 1.850 metros do camping do Baianinho até 750 metros em Morro D’água Quente.

    Comemoramos muito. Tudo tinha sido muito incrível e intenso. Comemos os salgados que compramos, tomamos umas coquinhas e trocamos de roupa. Por volta de 18 horas todos se despediram e se separaram mais uma vez em dois carros. Eu e Dani seguimos para Caxambu, enquanto que os outros foram para o Rio de Janeiro.

    A viagem de retorno foi tranquila. Eu e Dani optamos por voltar direto e nos revezamos na direção. Fizemos somente uma parada em Ouro Branco para comer algo: um belo hamburguer de frango com muito, mas muito recheio. Voltamos ao carro e dirigimos por mais ou menos 8 horas, entre buracos, cidades mineiras e um pouco de sono até Caxambu. Destruídos, porém repletos de felicidade e com um enorme sentimento de conquista.

    CONCLUSÃO

    Pensei por muitos dias se escrevia ou não este relato. Após muitos debates com a Dani, com os demais participantes e com o Mestre Luiz Gadetto, resolvi publicar. Decidi por escrever um texto carregado de senso crítico. Além disso, repleto de alertas e dicas para que os aventureiros do futuro não cometessem os mesmos erros que eu. O total conhecimento do terreno e dos desafios que virão é parte essencial de qualquer aventura.

    Nós, como montanhistas, temos sim o dever de cuidar do ambiente como um todo, seja ele social ou natural. Práticas individuais, de mínimo impacto, organização coletiva e a atuação política são de suma importância para que possamos cuidar dos lugares que amamos e do planeta em que vivemos. A prática de trekking ou os esportes ao ar livre não podem ser vistos somente como atividades puramente físicas e de superação. Também são isso, mas devem ser grandes experiências de humildade, companheirismo, convivência harmoniosa e conexão com a natureza.

    Apesar de tudo, carrego comigo os ótimos sentimentos do que foi visto e vivido. Carrego a amizade de meus amigos, o companheirismo por todos os três dias, as paradas para conversar, planejar e enfrentar o que viria, a satisfação de ter vencido todas as pirambeiras e a certeza de que a minha forma de olhar o mundo me faz ser quem eu sou. Lembro bem de todas as belas e imponentes montanhas da Serra do Caraça que se ergueram na minha frente. Ah, o meu sorriso no Picos dos Horizontes... Ah, o meu olhar pra trás antes da descida do Baianinho e o pensamento de: “eu volto”. E vou voltar ainda melhor preparado e disposto para viver tudo que aquelas vertentes têm para oferecer.

    Também fico com o sorriso mais lindo do mundo, seja ele no nascer do sol ou na frente de um grande perrengue. Fico dentro do melhor abraço de todos...

    Bruno Negreiros
    Bruno Negreiros

    Publicado em 23/09/2020 13:54

    Realizada de 05/09/2020 até 07/09/2020

    4 Participantes

    Danielle Hepner Marias Aventureiras André Leopoldino (Dino) Adhemar

    Visualizações

    5045

    13 Comentários
    Bruno Negreiros 23/09/2020 16:30

    Janner, fico feliz demais em ler isso. Tento escrever como se tivesse lá novamente. Obrigado por sempre apoiar. Seguimos fortes no AB!

    Bruno Negreiros 23/09/2020 16:31

    Mestre Fliess...tem nada de meritíssimo...hahahahahaha seguimos na luta! Méritos também de todos que me ajudaram, como a Dani e o Gadetto.

    Adhemar 28/09/2020 15:39

    Relato foda, realmente o sentimento é um misto de amor pela montanha e revolta e a vontade louca de voltar e explorar tudo que tem.

    Bruno Negreiros 28/09/2020 15:45

    Adhemar, obrigado pela leitura crítica e por me ajudar a revisar o relato. Sei que esse texto ficou longo e denso, mas escrevi o que estava dentro de mim. Vamos continuar sempre assim: apaixonados pela natureza e extremamente conscientes.

    Bruno Negreiros 28/09/2020 15:45

    ah, e obrigado novamente pelo convite.

    Luiz Gadetto 14/04/2021 14:30

    Grande Bruno, que relato! Aquela região é maravilhosa e um legado natural que deve mesmo ser preservado e bem cuidado por quem almeja subir aquelas serras, e cabe a nós, montamhistas fazermos nossa parte e repassar essa cultura de zelo e respeito pelos lugares que caminhamos. Fico feliz em de alguma forma contribuir com sua evolução no Montanhismo, grande abraço meu irmão.

    Caroline de Jesus 28/07/2021 20:49

    Bruno, qual pico vc achou mais de boa de chegar? Horizontes ou baianinho?

    Bruno Negreiros 28/07/2021 20:51

    Olá Caroline... Então, lembra do meu comentário? Eu não consegui chegar no Baianinho!!! Preciso voltar lá pra atingir esse objetivo... Somos 2 pessoas loucas por essas conquistas. Os Horizontes eu cheguei e TB quero muito voltarrrr

    Bruno Negreiros

    Bruno Negreiros

    Rio de Janeiro

    Rox
    3751

    Engenheiro ambiental e montanhista com o sonho de contribuir para a disseminação dos esportes ao ar livre e de aumentar a conscientização ambiental e social no mundo outdoor.

    Mapa de Aventuras
    www.instagram.com/brunobnegreiros?r=nametag


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Dri @Drilify, Bruno Negreiros e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.