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Camila Moura 01/05/2020 16:02
    Carnaval na Montanha  2020

    Carnaval na Montanha 2020

    Acampamento no Refúgio Paraíso em Monteiro Lobato.

    Acampamento Cachoeira Hiking

    Eu e minha companheira, Tamiris, estávamos perdidas sem definir um destino para o feriado de Carnaval, no entanto, vi um anúncio no Instagram que salvou nosso feriado. "CarnaMontanha", esse seria nosso destino. Um abrigo em cima da montanha em Monteiro Lobato, com campamento, trilhas e cachoeira.

    Pegamos um ônibus no sabádo de manhã de Caçapava para São José dos Campos, e lá encontramos o Juarez que também iria para o refúgio e nos ofereceu uma carona. Já na estrada, subindo a serra, vimos alguns pontos de desabamentos de terra, mas nada que interferisse nossa ida. O tempo não estava dos melhores, tinha chovido nos dias anteriores. E apesar do dia nublado, não pegamos chuva no caminho.

    Chegamos em Monteiro Lobato por volta das 14:00h, fomos direto para o restaurante Beira do Riacho no qual seria nosso ponto de encontro onde esperaríamos dois rapazes que nos levaria até o refúgio. Enquanto esperávamos, aproveitamos pra almoçar e conhecer o restaurante.

    O ambiente do restaurante é uma graça, rodeada de natureza, tem um riacho que passa por ali, você almoça com som de água caindo, é um ótimo lugar para se passar um tempo. A comida é boa, mas acho que tem poucas opções para um buffet.

    Seguimos adiante assim que os rapazes chegaram. Começou um chuvisco antes de sairmos do restaurante e a estrada pra chegar no refúgio é de terra e praticamente só tem subidas. Estavámos acompanhando os rapazes, que estavam à frente em um carro 4x4, até chegar um ponto em que estava deslizando muito e o carro do Juarez não conseguia mais subir. Seria perigoso se continuássemos tentando, estava muito escorregadio. Em vista disso, descemos do carro e subiríamos o restante do caminho a pé. Um dos rapazes ficou com o Juarez pra ajudar ele encostar o carro que ficaria lá em baixo mesmo, e o outro, pegou nossas mochilas pra colocar no carro dele. Eis que quando ele abriu o porta malas uma surpresa... saiu uma cachorra de lá! Kira, uma Border Collie linda! Ficamos responsáveis por levar ela até o refúgio, enquanto ele subiria com o carro levando as coisas.

    O chuvisco não parou e assim seguimos em meio ao lamassal. Embora isso, eu estava gostando da aventura e do lugar logo de cara. Ao chegar vimos que o clima estava mesmo ruim, um nevoeiro cobria tudo ao redor do refúgio. Porém, não tirava o encanto do lugar e eu particulamente até gosto. Soltamos a Kira e ela saiu toda feliz correndo pelo acampamento, e nós fomos escolher um lugar para montar nossa barraca.

    Então arrumamos nossas coisas e durante o anoitecer chegaram mais pessoas. E adivinham? Um casal trouxe mais uma cachorra! Weiss, uma Golden linda de bonita também! Enquanto isso lá fora a chuva caia praticamente o tempo todo, portanto ficamos dentro do abrigo, jantamos e conversamos até cada um se dispar pra sua barraca.

    Choveu durante a noite toda e amanheceu com o dia nublado. Mas mesmo assim hoje seria o dia que íamos até a Cachoeira da Paciência. Após o almoço um dos condutores nos levou até lá, não é muito longe do abrigo. Deve ser 1km, por aí. Só tínhamos que ter cuidado pra não escorregar por causa do lamassal. Você chega nela depois de passar por um pequeno portal e descer alguns degraus. Uma coisa legal de apontar é que a cachoeira geralmente não tem a queda muito forte, não costuma formar poço. E por causa das chuvas na região, no dia que fomos a cachoeira estava com uma queda sensacional. Uma caida bem forte e um poço para se banhar.

    Apenas uma desbravadora teve coragem de se banhar na aguá gelada, o restante ficou só apreciando essa belezura. Não permanecemos muito tempo por lá, o tempo não estava propício. Voltamos para o refúgio e o guia, Priante, que ainda não estava entre a gente tinha chego e logo nos levou para uma pequena trilha ali mesmo no refúgio, onde a mesma fez parte de um projeto, para conhecermos.

    A noite nos reunimos novamente dentro do abrigo. O pessoal já estava todo entrozado desde a primeira noite, foram só risadas.

    Amanheceu-se o terceiro dia no refúgio, e esse seria o dia que íamos fazer trilha. Havia pelo menos três trilhas ali na região, optamos por fazer a trilha da Pedra do Porquinho, ou conhecida também por Mirante Pedra de São Francisco. Saímos depois do almoço em torno das 14h. E de novo estava um dia nublado e a hora que saímos estava garoando. Seguimos o mesmo caminho da cachoeira, mas ao chegar no portal contínuamos ao invés de passar por ele. Subimos pela estrada até chegar numa casa amarela que se chama Recanto das Araucárias, apartir daí começamos a subir um morro eterno dentre mato alto. Durante a trilha a chuva ia e voltava a cair. As vezes forte, as vezes uma garoa.

    Depois atingimos um ponto em que ingressamos em mata fechada, e dá-lhe chuva, e dá-lhe lama. Prosseguimos com o Priante sempre à frente, sempre atento com possíveis animais e as vezes tendo que abrir melhor a trilha. Há um outro trajeto muito mais fácil de chegar no mirante, acho até que poucas pessoas vão pelo caminho que fizemos. Eu já estava cansada desde o "morro eterno", uma verdadeira sedentária. Tamiris era outra sedentária, aí tinha mais um casal que nunca tinha acampado antes, o Juarez na faixa dos 50 anos e com cirurgia na coluna, Lili que é uma aventureira nata, e mais dois rapazes que já frequentava o refúgio que são amigos do Priante. Numa subida constante em meio a mata fechada finalmente chegamos no mirante. E não surpreendeu o fato de estar totalmente coberto de neblina.

    As pedras são o espetáculo, com muito cuidado subimos pra tirar algumas fotos em cima dela. No decorrer do tempo que permanecemos lá o tempo foi abrindo um pouco o que nos rendeu um cenário bonito. Aproveitamos pra tirar mais fotos.

    O Priante depois nos questionou se preferíamos voltar por estrada, que seria um pouquinho mais longe, ou pela trilha mesmo. Decidimos voltar pela trilha, então começamos a descer. Você acha que na descida todo santo ajuda? As vezes não, visto que quase todos cairam de bunda no chão hahaha, acho que só a Lili e o Priante saíram ilesos. Tinha trechos especifícos que estavam escorregadios demais por conta da chuva e da lama, tanto na ida quanto na volta.

    Em derteminado momento percebi que não era o mesmo caminho que fizemos anteriormente, e sinceramente eu não sei em qual instante mudados a rota. Entramos numa parte em extensão que andamos numa beirada no qual um passo errado pro lado você rolava ladeira abaixo. Posteriormente entramos em mata fechada de novo, tinha um lamassal ferrado e foi o ápice dos escorregões, e seguidamente abriu-se a mata mais uma vez onde havia um grande declinio. Adquirindo alguns espinhos na mão e mais escorregões, descemos o morro que deu direto pro refúgio. Ao todo levamos umas 4 horas pra fazer todo o percusso. Eu amei demais a experiência, não mudaria nada!

    De banhos tomados jantamos e ficamos dentro do abrigo como de praxe conversando até cada um ir para sua barraca.

    E vamos para o último dia no refúgio. Despertei 5:54, olhei por fora da barraca e fiquei feliz. O céu estava parcialmente limpo, daria pra ver o sol nascendo. Eba!

    Fiquei sentadinha na barraca esperando o sol nascer, e depois mais tarde tomamos café da manhã. O pessoal começou a ir embora depois do almoço, eu e a Tamiris iriamos voltar de carona novamente com o Juarez. Determinamos que íamos mais tarde, e aproveitando que o dia estava quente o Priante deu a ideia de darmos uma última passada na cachoeira. Prontamente aceitamos! Pudemos aproveitar melhor desta vez, nos banhar. E depois de curtir um tempo por lá voltamos pra ajeitar as nossas coisas e partir. Na minha percepção o sol apareceu só para nos agraciar mesmo já que enquanto tomavamos um rápido banho começou a chover mais uma vez. Pegamos nossas mochilas e descemos a estrada de terra acompanhados do Priante e do Pedro até o ponto em que o carro do Juarez ficou. Nos despedimos e partimos rumo a São José do Campos, com direito a bastante chuva. De lá eu e a Tamiris pegamos nosso ônibus pra ir para casa.

    E foi isso. Acho que o primeiro relato que eu consegui estender mais, talvez por ser o mais recente e consequentemente lembrar melhor. Fora que a viagem foi incrivel, só tenho agradecer, galera show e o lugar é um verdadeiro refúgio. Mal posso esperar essa fase que todos estamos passando e ir pro meio do mato, subir minha primeira montanha. Enquanto isso, ficar em casa.

    Camila Moura
    Camila Moura

    Publicado em 01/05/2020 16:02

    Realizada de 22/02/2020 até 25/02/2020

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    1 Comentários
    Douglas Dessotti 05/05/2020 13:17

    👏🏼👏🏼👏🏼

    Camila Moura

    Camila Moura

    Caçapava - SP

    Rox
    845

    Sonhadora, apaixonada pela natureza e montanhas. 25y @caamilamouraa

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    www.instagram.com/caamilamouraa/


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