Guia - Mãe D'Água
Linda montanha no Parque Nacional da Serra dos Orgãos, acessada por uma caminhada exigente mas com visual recompensador.
Montanhismo Hiking TrekkingMãe D’Água
Classificação (*)
Duração: 2h30 a 3h30
Percurso: 3,2km (ida, a partir do Sítio Ughetto)
Altitude inicial: 1070m
Altitude máxima: 1632m
Altitude final: 1615m
Desnível: 652m (+) e 110m (-)
Esforço: Moderado
Exposição ao Risco: Pequeno
Orientação: Moderado
Insolação: Média-Alta
O Mãe D’Água é uma bonita montanha que está localizada no bairro do Bonfim, e assim como o seu vizinho mais famoso, o Alcobaça, também passou a fazer parte do Parque Nacional da Serra dos Orgãos depois de sua última ampliação, em 2008. Embora menor e menos imponente que o seu vizinho, a caminhada para chegar ao seu cume é mais exigente, por conta da orientação e das subidas íngremes.
Essa trilha pode ser feita durante todo o ano, mas é pouco frequentada e, justamente por isso, nem sempre bem definida. Apresenta alguns trechos de forte desnível, o que exige determinação e bom preparo físico do montanhista. É importante se proteger contra o sol e levar bastante água, pois dependendo da época o riacho que cruza a trilha pode estar seco.
Diferentemente das trilhas mais conhecidas do Parnaso, o Mãe D'Agua e o Alcobaça não passam pela portaria do Bonfim. O ponto de partida para essas trilhas, é o Sítio Ughetto, acessado por uma estrada de terra, com entrada a direita, logo após passar o restaurante do Tourinho. A estrada vai passando por várias casas de lavradores da região. O carro pode ser deixado em um recuo ao lado do portão do sítio.
O acesso à trilha do Mãe D'Água começa do lado direito do Ughetto, subindo a estrada de terra por cerca de 10 a 15 minutos até encontrar uma casa de alvenaria a direita da estrada, com um portão e uma rampa de concreto. Suba essa rampa até chegar a um largo com duas casas, sendo uma de tijolos aparentes, mais simples.
A trilha começa à direita nos fundos dessa casa, e logo entra na mata. Na primeira bifurcação devemos pegar a esquerda e continuar subindo em um trecho de zigue-zague, com a trilha bem marcada. Depois de um bom trecho dentro da mata, chegamos a uma laje de pedra com um riacho. Nesse ponto é preciso ter muito cuidado, pois a trilha exige que você desça alguns metros por essa laje para retomá-la na outra margem. A laje é BASTANTE escorregadia.
A partir desse ponto, a trilha fica bem mais fechada e confusa, e a navegação mais difícil. Pouco depois de atravessar o riacho, a trilha sai da mata e começa a subir reto em direção a uma laje de pedra. Antes de começar a subir, é importante marcar esse ponto para facilitar a visualização na volta. Uma vez na laje, faça uma pausa para um lanche, pois a pior parte da subida está por vir.
Retomando a caminhada, olhe para cima e observe uma sequência de lajes que devem ser vencidas. Quando alcançar uma laje mais íngreme, fique atento pois existe uma trilha saindo para o lado esquerdo. A trilha continua subindo bem forte, e mesmo um pouco fechada pelo capim não deve ser difícil de seguir, pois é bastante óbvia e sem bifurcações. O objetivo é chegar no alto do ombro direito do Alcobaça e ir margeando sua encosta seguindo para a direita. Nesse ponto, já avistamos a crista do Mãe D'Água mais abaixo.
Em um determinado ponto, quase paralelo a essa crista, a trilha começa a descer. Cuidado nessa descida, pois o capim esconde algumas armadilhas do caminho. No final da descida, a trilha entra na mata até a base da pedra, onde começa a subir suas encostas em um trecho mais íngreme. Quando chegar na crista, marque também esse ponto para facilitar o seu retorno. Uma vez na crista, é só tocar em frente até o cume da montanha. A trilha ainda passa por um pequeno trecho dentro da floresta que é muito bonito. O trecho final é feito com vegetação bem rasteira.
A vista do cume é marcada pela beleza impressionante da face leste do Alcobaça. Também é possível avistar a Maria Comprida, a Serra das Araras e algumas montanhas da Serra dos Órgãos, como os Castelitos, Pico do Glória e o Mamute.
Pelo conjunto de suas características, é uma trilha onde é recomendável a presença de um montanhista mais experiente. Atenção redobrada na volta nos trechos mais confusos da trilha e principalmente para atravessar o leito do riacho.
CURIOSIDADE: a parede norte do Mãe D'Água possui muitas vias de escalada clássicas de Petrópolis, algumas com quase 400m de extensão.
OBSERVAÇÃO: no tracklog desse guia, paramos o carro um pouco acima do Ughetto. Mas geralmente esse trecho da estrada está bem ruim, sendo recomendável subir de 4x4.
* Dados de acordo com a metodologia de classificação de trilhas desenvolvida pela Femerj (Federação de Esportes de Montanha do Rio de Janeiro).