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Dani Garbiatti 07/03/2021 18:52
    Trekking na Canastra

    Trekking na Canastra

    As vezes é preciso mudar a rota! Delfinópolis/MG

    Acampamento Cachoeira Trekking

    Pra quem é fan de Podcast, segue o link para o episódio em que falamos sobre essa aventura!

    #08 - Canastra 01| Nosso primeiro trekking

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    26 de setembro de 2020

    Eu começo o relato dessa aventura afirmando: ser feliz é simples!

    A Canastra está no meu coração há alguns anos, porém nunca havia feito um trekking por lá, na verdade, nem eu nem o Rafa havíamos feito trekking antes dessa viagem!

    Imaginem o nível da nossa ansiedade!

    Dia 25 de setembro de 2020 lá fomos nós!

    Saímos daqui de Rio Preto por volta das 17 horas, e seguimos para Delfinópolis por uma viagem que seria de aproximadamente 3 horas. Bom, seria né, porque não foi exatamente isso que aconteceu, pois tivemos que ficar mais de uma hora parados na fila da balsa!

    Chegamos na Pousada do Zelito, onde acamparíamos aquela noite, por volta das 23 horas e já fomos logo jantando. E a propósito, a comida da Cleide é uma delícia!!!

    Jantados, barraca montada e já descansados, sentamos pra trocar uma idéia com o Zelito!

    Só quem conhece sabe, a figura que é o Zelito! Eu amo conversar com ele! Ficaria dias ali, só ouvindo o que ele tem pra ensinar a respeito da serra!

    Contamos a ele sobre o nosso plano de trilhar e acampar no mirante e ele, como conhece a serra como a palma da mão, nos deu mais uma possibilidade: acampar no Seu Lazinho!

    Eu já conhecia a fazenda do Seu Lazinho e amei de cara a ideia!

    Ali teríamos um lugar tanquilo para acampar e o que é melhor, teríamos lindas piscinas naturais bem pertinho!

    Pra chegar ao Seu Lazinho tínhamos três possibilidades de caminho:

    • direto pelo estradão (mais longo e sofrido);
    • pelo estradão e depois cortar por dentro da serra (ainda assim sofrido) ou,
    • pelo complexo do Paraíso (tínhamos dúvidas se conseguiriamos por conta das restrições do parque).

    Bom, com essas três possibilidades em mãos, ou melhor, no mapa que ele desenhou a mão, lá fomos nós!

    Saímos da pousada por volta das nove horas da manhã (nosso primeiro erro!). O sol já estava escaldante!!! Senhor!

    Penamos para chegar ao Complexo do Claro, onde paramos para se refrescar numa bica!

    Até então estávamos decididos a ficar ali no Claro por um tempo, curtindo algumas cachoeiras, mas o Flavio, que cuida da portaria, nos alertou a respeito da distância, e achamos melhor seguir nossa trilha o quanto antes!

    Chegamos ao Paraíso e resolvemos, então, seguir por ali.

    A trilha é toda demarcada, super fácil e acessível, fora que tem várias cachoeiras pelo caminho!

    Resolvemos parar logo no começo da trilha para almoçar. Ficamos ali um tempo descansando, comemos um lanche rápido e seguimos adiante.

    Eu sou apaixonada pela Canastra (acho que eu já disse isso antes), e quantas vezes eu for pra lá, em todas elas eu vou me apaixonar mais e mais!

    A vegetação do cerrado, as pedrinhas pelo caminho, as cachoeiras de águas cristalinas, os cheiros, os sons, tudo ali me encanta infinitamente!

    Estava super quente, mas estar ali, embrenhada naquela trilha, vivendo tudo isso que tanto me encanta, me fazia esquecer o sol quente na nuca e o peso da mochila nas costas!

    Levamos um peso considerável, já que não tínhamos muita noção sobre as condições da água ao longo do caminho. Embora estívessemos preparados com purificador de água, levamos em torno de 2,5 l de água cada um.

    Também levamos barraca e alimentos para aqueles dois dias.

    Conforme íamos subindo a trilha, aproveitávamos das cachoeiras para nos refrescar, e eu, claro me esquecida do tempo com minha camêra em mãos!

    Àquela altura do dia, por volta das 13 horas, caminhar molhados parecia a melhor estratégia!

    Em partes foi mesmo! A roupa molhada aliviava o calor e a baixa umidade do ar, porém, eu (em particular) cometi mais um erro: andar com a bota molhada, o que mais tarde me renderia algumas bolhas no pé!

    Estávamos animados, e embora exaustos, superamos as piores partes da trilha (quase uma escalaminhada), e enfim, chegamos a cachoeira do Triângulo, que seria a última cachoeira antes do nosso destino.

    Até ali a trilha estava linda, demarcada, super fácil de seguir!!!

    Eis que aí nos deparamos com um grande desafio!

    Como a partir dali não havia mais trilha demarcada, resolvemos seguir o tracklog do Wickloc.

    Fomos seguindo o tracklog e quando percebemos já estavamos caminhando por um terreno de mato extremamente alto, sem visão de onde estávamos pisando, e aquilo foi nos deixando apreensivos. O aplicativo, então, nos enviou para a margem de um riacho, dentro de uma mata fechada, com um terreno que conforme pisávamos afundava, parecendo um charco!

    Começamos a ficar apreensivos, afinal já era mais de 16 horas e parecíamos estar perdidos! Eu nem consegui registrar nada daquele momento, porque realmente foi bem tenso!

    Foi aí que nos demos conta de que cometemos mais um erro: não observamos a data do tracklog, que era de 2016. Sim, descobrimos como isso é importante da pior maneira possível!

    Resolvemos não insistir e voltar para a portaria do parque. O que foi uma decisão muito acertada!!

    Chegamos à portaria do parque exaustos, após percorrer aproximadamente 16 km, e ainda teríamos que percorrer mais 5 km até o mirante, onde teríamos que acampar após abandonarmos os planos de ir até o Seu Lazinho!

    Sem muita opção, pegamos o estradão e lá fomos nós novamente.

    Além do cansaço físico estávamos bem chateados pois ao longo do caminho encontramos muito lixo, inclusive um saco de gelo, abandonado no meio da trilha!

    Eu não sonsigo entender como as pessoas tem a capacidade de deixar um saco plástico jogado pelo caminho!

    Enfim, revolta a parte, acabamos coletando o saco de gelo e o levamos para gelar nossa água.

    Seguimos pelo estradão extremamente cansados, e com receio de não conseguir chegar ao mirante antes do por do sol, então resolvemos pedir carona.

    E foi assim que surgiu um casal de ciclistas, a Rosi e o Euler, e nos resgatou naquele restinho de trilha.

    Enfim, chegamos ao mirante!!

    Montamos acampamento rapidinho e tomamos um vinho com nossos novos amigos, enquanto o sol descia, num lindo e inesquecível por do sol!

    E que pôr do sol!!

    Que dia meus amigo, que dia!!

    Quantas lições!!

    Aprendi que sair com o sol quente não é legal, que andar com os pés molhados é uma péssima idéia e que é importante olhar a data do tracklog antes de começar a seguir uma trilha desconhecida!

    Estávamos realmente muito felizes por tudo o que vivemos naquele dia!

    E assim a noite foi caindo, nossos amigos voltaram pra cidade e nós, exaustos, fizemos nossa janta e dormimos cedo!

    Pra falar a verdade eu demorei a pegar no sono! Fiquei olhando aquele céu lindo, todo estrelado. Ainda estava anestesiada com o dia incrível que tivemos!

    Quando finalmente peguei no sono, acordei assustada com o barulho do vento que soprava forte naquela noite!

    Apesar do barulho do vento, acabei capotando, afinal, estava esgotada!

    Dia 27 de setembro de 2020

    Acordamos cedo, e aos poucos o sol foi dando suas caras e começou a revelar a beleza daquele lugar!

    Ainda me lembro dos tons de lilás no céu, do canto dos pássaros e do cheiro daquela linda manhã!

    Fazia um friozinho delicioso, mas a luz dourada dos primeiros raios de sol que banhava a serra, nos aquecia e revelava um show de cores e texturas!

    Preparamos nosso café naquele cenário incrível antes de começar a nossa descida.

    Que manhã linda!! Eu que já estava anestesiada com o dia anterior, não cabia em mim de tanta felicidade por estar ali, vendo e vivendo aqueles incríveis!!

    E principalmente por estar ali com uma pessoa tão especial!

    infelizmente o que vimos depois desses momentos tão especiais, não foi tão agradável, e na real, nos deixou muito tristes.

    Presenciamos um inicio de incêndio na serra, ali, bem perto de onde estávamos, e por onde teríamos que passar na volta.

    Foi realmente muito triste, principalmente porque temos quase certeza de termos visto a pessoa que causou o estrago.

    Felizmente passamos pelo foco de incêndio sem correr nenhum risco e conseguimos avisar o pessoal do complexo do Claro que logo acionou os brigadistas e correram para o combate.

    Ficamos chocados, pois quando já estávamos na balsa, conseguimos ter a real noção das proporções daquele incêndio!

    Realmente foi muito triste!

    Voltamos pra casa com o coração repleto de lindas memórias e aprendizado, mas infelizmente, com a lembrança desse momento triste!

    A serra da Canastra é um lugar incrível, assim como tantos outros que temos pelo nosso Brasil a fora!

    Como somos ricos por ter tantos lugares assim, no quintal de casa!

    Todo meu amor e gratidão a esse lugar, as pessoas que vivem ali, e tudo que aprendi por lá!

    Obrigada especialmente ao meu parceiro de aventura, o Rafa!

    Dani Garbiatti
    Dani Garbiatti

    Publicado em 07/03/2021 18:52

    Realizada de 26/09/2020 até 28/09/2020

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    4 Comentários
    Bruno Negreiros 08/03/2021 09:52

    Sejam bem-vindos a esse maravilhoso mundo de aventuras.

    Dani Garbiatti 08/03/2021 10:10

    Muito obrigada!!! Já amamos!!!

    Ana Retore 08/03/2021 12:00

    Que lindo!!! 😍😍😍

    Dani Garbiatti 09/03/2021 08:12

    Obrigada, Ana!!🧡🧡

    Dani Garbiatti

    Dani Garbiatti

    São José do Rio Preto, SP

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