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Edésio Tolentino 13/04/2017 20:35
    Peru - Descobrindo o Principal Destino Inka

    Peru - Descobrindo o Principal Destino Inka

    Pedala pelas terras inkas, Lima, Cusco, Ollantaytambo e Machu Picchu

    Ao assistir um vídeo no site da GoPro, decidi minha próxima viagem: Peru era o destino. Parecia mentira, mas, dia 01 de abril, eu comigo mesmo, partia de Palmas(TO) para Lima (PER), com as terríveis conexões em Brasília, Rio e São Paulo.

    A aventura começa pela cidade, trânsito intenso, sem estrutura cicloviária, sem acostamentos e calçadas estreitas, mesmo assim, lá estava eu pedalando pelo centro histórico de Lima. Toda influência espanhola está presente na arquitetura. Por momentos me vinha lembrança das pedaladas pelo velho mundo, a culinária, então, excelente!

    Primeiro pedal de responsa seria uma descida de 56km, saindo de Santo Domingo de los Olleros, a 3700m de altitude, até a praia de Punta Negra, litoral a sul de Lima. Mas imprevistos acontecem. O guia que fazia esse roteiro não poderia ir e meu tempo era curto. Assim contratei um motorista para me levar no ponto da descida e me buscar na praia. Começamos a subir e o deserto de Pachacamac foi surgindo. O motorista se recusou a prosseguir por não conhecer o caminho e por estar sem nenhum movimento, sem celular e inexplicavelmente sem estepe.

    Meu pedal teve início a 846m de altitude na companhia de Raul, ciclista peruano que encontrei no caminho e que, depois de 15km, voltou para Lima e eu prossegui montanha acima em zig-zag infinito por 42km, 2690m de altitude, 13º de temperatura. Às 16h desisti de prosseguir porque ainda faltava 15km, 1000m de altitude e ficaria muito tarde para descer até a praia. All mountain à noite e em lugar que você não conhece, não dá.

    Meu retorno até Ceneguilla, povoado mais próximo de onde comecei a pedalar, demorou por volta de1h. Liguei para o motorista ir me resgatar. Ele disse que não iria porque estava na praia à minha espera e que onde eu estava era muito perigoso à noite e alegou não conhecer direito o local. Pensei comigo: “Se pra ele, que está de carro, é perigoso, imagina pra mim que estou de bicicleta e não conheço nada, como será?” Assim, tracei o caminho no GPS e voltei para meu hotel em Miraflores/Lima, depois de 115km e 11h45 de pedal no total.

    No dia seguinte, fui convidado pelo meu amigo Guillermo Roda (guia peruano de bikers) a ir pedalar pelas ruínas incas de Pachacamac na compania de mais 3 bikers locais. Subimos a montanha de caminhonete 4×4 e fizemos a primeira descida, conhecida como “El Clássico”, expressão usada para descida básica, em aproximadamente 15 minutos, sendo quase 3km em um desnível de 350m de altitude. Adrenalina pura!

    Na segunda descida já me avisaram que seria muito técnica, mesmo assim lá estava eu, com bike trail, onde o ideal seria all mountain no mínimo. Após ter tomado alguns sustos com descidas muito íngremes, sem contar os precipícios, cheguei no final de quase 3,5km inteiro.

    Assim, partimos para a terceira descida, bem mais suave, tirando as descidas que o biker passa atravessado, um escorregão, já era! Nela passamos por ruínas incas, onde pude observar vestígios humanos em tumbas preservadas.

    Hora de deixar Lima e ir para Cusco. Depois de 1h15 de vôo pela Peruvian, cheguei e percebi que a altitude faz mesmo muita diferença. Fiz contatos para contratar um guia e fiz check-in no hotel onde fui recebido com chá de coca, nada mal, não só por causa da altitude mas o frio estava pegando também, 6º era a temperatura. Aproveitei o mal estar e fui conhecer as incríveis ruínas incas de Saksaywaman e seus muros gigantes de pedras com várias toneladas sobrepostas à outras, com cortes e encaixes perfeitos, e depois outras ruínas também fantásticas.

    Roteiro acertado com o guia, subimos de carro para Abra de Lares, a 4.460m de altitude, 8º de temperatura, onde comecei uma descida de 74km, na companhia do Juan, o guia, pela selva dos Andes peruanos. Descida de beleza exuberante, várias cachoeiras e cascatas que desaguam na estrada por onde passávamos, campesinos sempre vestindo trajes típicos, cuidavam de seus animais e da agricultura.

    Seguimos sempre avistando vestígios dos povos incas, até chegar, as 16h, ao pequeno povoado de Ocobamba onde iríamos dormir. Ali paramos em um dos dois restaurantes locais para almoçar e fomos recepcionados pelas crianças admirando as bikes.

    Mais um dia começa e logo depois do “desayuno”, pegamos as bikes e seguimos para Santiago e 50km mais tarde almoçamos em Quellouno. Partimos de van para Santa Tereza com suas águas termais, não queria sair daquela água maravilhosa, a 20km de Machu Picchu, passando por Quillabamba e Santa Maria. Fiquei hospedado na casa da sogra do Juan, uma casa humilde de pessoas muito alegres, principalmente a Bianca, figurinha carismática, carinhosa e faladeira.

    Dia 10 de abril era o dia de conhecer Machu Picchu, queria ir de bike, já que estava a 20km de Santa Tereza, mas o governo, visando lucros, proibiu o trânsito de bicicleta e como não tem estradas, só se pode ir de trem ou a pé. Enfim, fui, conheci, me impressionei com tudo que vi. Incrível!

    Depois de mais um dia na casa da pequena Bianca, hora de deixar Santa Tereza. Assim foram 25km na minha “Scott on the Rocks” até Santa Maria e de lá voltamos para Cusco de ônibus.

    Andar de bike pelas ruas de Cusco, assim como Lima, não é pra qualquer um. Não resisti, entusiasmado com todas as sensações parecia que ainda não tivesse pedalado. Partimos para o Vale Sagrado, iniciando por Cruzpata.

    Descemos as bikes de cima do teto do ônibus (comum por lá transportá-las desse modo) e pedalamos para as ruínas de Moray, que tem forma de um teatro de arena, onde os arqueólogos divergem-se quanto à sua utilização. Para alguns um anfiteatro ou centro de devoção, assim como na Grécia antiga, já que o Incas também conheciam a acústica que esse desenho proporcionava, para outros, era usado para a agricultura e hoje, além do turismo, é um lugar de peregrinação para devotos de cultos andinos antigos.

    Seguimos por trilhas para a cidade de Maras e Urubamba, passando pelas Salineras, que são vários tanques na encosta da montanha. A água fica empoçada e aflora o sal, depois é só deixar a água evaporar e pronto. A trilha perto das Salineras é animal! Íngreme, técnica e divertida.

    Assim é o Peru. Me impressionei com a beleza dos lugares, com tradição cultural, com seu povo simples e acolhedor, a gastronomia rica e diversificada e sobretudo: pedalar por lá é simplesmente incrível! Simplesmente vá e faça! Simplesmente curta! Clique aqui e veja a galeria de fotos.

    Serviço
    O Social Pedal Clube promove esta e outras viagens como Via Claudia Augusta, Pirenópolis, Terra Ronca e Jalapão.

    Edésio Tolentino
    Edésio Tolentino

    Publicado em 13/04/2017 20:35

    Realizada de 02/04/2014 até 20/04/2014

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    1 Comentários
    Renan Cavichi 18/04/2017 11:01

    Demais!

    Edésio Tolentino

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    Rox
    11
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