A Noruega é um dos países mais bonitos do mundo. O litoral todo recortado por fjordes ajuda muita nisso. Mas o interior verde do país e uma predileção por esportes ao ar livre entre os noruegueses faz com que o lugar se torne um paraíso para qualquer amante da vida outdoor.

Estive em Tronheim, no centro do país, para visitar uma amiga e ela me levou para uma das populares cabin trips. A cabin trip é o equivalente ao descer para o litoral do paulistano ou ir para serra do carioca. Na sexta, final de tarde, a estrada saindo de Trondheim já estava bastante congestionada.

As cabins são abrigos de montanha, ao estilo alpino, espalhadas por toda a região. Várias delas são mantidas pela universidade local. É necessário reservar as cabins com antecedência (verão e inverno). Nós fomos para Nicokoya, classificada como um hiking de nível médio. Foram cerca de 8km de caminhada, sem trilha bem definida. Caminha-se, basicamente, em uma vegetação de turfa (fofa e molhada) e muito pântano.

Necessidade de experiência em navegação e a dificuldade física de caminhar em um terreno úmido (pense em caminhar 8km em areia fofa... é essa a idéia) explicam a classificação de dificuldade média.

Para se ter uma ideia de como pode ser complicado. Sabíamos que tínhamos que navegar para o norte, seguindo o curso de um rio. Em certo momento tínhamos que escolhar tomar o lado esquerdo ou direito do rio. Já sabíamos que o lado direito era o certo, mas o caminho parecia muito mais difícil (com uma floresta mais pesada). Assim, tomamos o lado esquerdo, mais limpo e reto. Assim, depois de um tempo, avistamos a cabin. Detalhe, um lago cheio de poços de lama nos separava. Gastamos um bom tempo tentando achar um caminho onde pudéssemos ao menos passar com água e lama até o joelho e não até o peito. =)

Depois de Trondheim, aproveitei para ir conhecer um dos ícones da Noruega, a Preikestolen, ou Pedra do Púlpito. Ela fica próxima à cidade de Stavanger (dali se toma uma balsa e depois um ônibus para chegar à trilha). Trilha super tranquila, com 4km, bem demarcada e preparada para receber turistas de todos os níveis. Mas a vista dali compensa a falta de aventura.

Para quem estiver na região também vale fazer as trilhas, um pouco mais pesadas, que levam ao Kjerag (aquela pedra que se equilibra entre duas rochas) e Trolltunga (língua do troll, uma pedra parecida com a da cena inicial do Reio Leão).