AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Edson Maia 29/06/2018 09:52
    Trilha do Rio Moll - Parque Estadual Serra do Tabuleiro SC

    Trilha do Rio Moll - Parque Estadual Serra do Tabuleiro SC

    Um mergulho na mata atlântica para celebrar o inverno: Trilha, acampamento selvagem e a brothagem de sempre da trupe Suricatos Hiperativos.

    Trekking Acampamento

    Desde 2015, quando fizemos a épica travessia da Serra do Tabuleiro - SC pela primeira e única vez, fiquei com uma vontade muito grande de voltar lá para repetir a aventura ou ao menos poder curtir algum dos trechos desta, que para mim, foi uma das mais desafiadoras e divertidas investidas da trupe.

    Sempre que a nossa turma se reunia, a Serra do Tabuleiro entrava nos assuntos, como algo para ser repetido pelos que foram, e também, como um lugar para aqueles que ainda não conhecem o lugar, irem para verem e sentirem tudo o que falamos daquela natureza linda e praticamente intocada.

    Recentemente, numa conversa com meu brother Ricardo Taveres, decidimos marcar um final de semana para voltar até lá. Desta vez porém, não para fazer a travessia, e sim, fazer trecho correspondente ao primeiro dia da mesma. Subindo o belíssimo Rio Moll, que corre entre pedras, sempre coberto de sombras de um fantástico trecho de Mata Atlântica, e por fim, após um trecho que subida com alguns rasga mato no meio de um bambuzal, acampar junto ao morro das Pedras.

    Saímos cedo de Floripa e com pouco menos de duas horas de estrada, já estávamos na porteira do sítio do casal Inês e Gilson.

    Após um bate papo sem pressa com o Sr. Gilson, aproveitamos para comprar alguns biscoitos da produção altesanal de sua família, ajustarmos as cargueiras nas costas e então começar nosso passeio tendo por guia, o Rio Moll.

    Já de início, a trilha que é sinalizada, mergulha na mata fechada, onde apenas a trilha que em alguns momentos fica bem fechada, é a única alternativa para avançar. Seguindo em frente e escutando o som das águas nas pedras, não demora muito para que a trilha encontre com o rio.

    Deste momento em diante, a trilha cruza o rio aproximandamente 14 vezes ( sempre me perco nesta conta), e segue ora pela margem direita, ora pela esquerda. Durante estas muitas cruzadas de uma margem para outra, entre as pedras, ter um bastão de caminhada faz toda a diferença para apoiar-se e com mais segurança, evitar algum escorregão que pode significar um banho gelado ou até mesmo uma torção de pé ou joelho.

    O clima estava nos ajudando, sol e temperatura bastante agradável. Dentro da mata, com zero vento, os únicos sons eram do rio, dos pássaros e das botas pisando na terra e galhos pelo chão.

    Sem pressa alguma, e não tendo que cumprir metas de distâncias, desta vez foi possível contemplar com mais atenção os detalhes e a beleza da trilha e do rio quem ganhavam um toque especial sempre que algum raio de sol conseguia penetrar pelas árvores e descer até a superfície.

    Depois de um tempo razoável andando dentro da mata, finalmente se alcança o primeiro pastinho. Um campinho aberto cercado pela mata e onde o rio corre do lado esquerdo. Ali também se encontra o apiário, e por conta deste, é prudente seguir o mais distante possível das colméias de abelhas e sem fazer barulho. Obervando estes cuidados, não há risco em passar por ali.

    Assim que se passa pelo terceiro pastinho, a trilha volta a fechar e começa a ficar ingrime, indicando que estamos no pé da subida. Aqui as coisas ficam um pouco complicadas por conta de não haver mais a sinalização da trilha e com o início da presença das taquarinhas ou bambuzinhos (como preferir), a trilha perde suas características e deste momento em diante, para prosseguir, só conhecendo bem a região ou com o auxilio do GPS e do mapa de curvas de nível para poder seguir com segurança na direção que se deseja. O Sr. Gilson, durante nossa conversa, comentou que algumas vezes, já aconteceu de pessoas se perdendo na mata e tendo que chamar os bombeiros que contam sempre com a experiência do sr. Gilson para localizar os desafortunados que não encontram mais o caminho.

    Depois de aproximandamente duas horas de rasga mato, morro acima, novamente encontramos a trilha que se abrindo e dando lugar a um campo de altitude e seus charcos. Como nossa intenção era apenas chegar o mais próximo do cume do Morro das Pedras, e já sendo praticamente fim de tarde, tratamos de localizar um local mais elevado e com o solo seco para montarmos acampamento curtir a vibe do pôr do sol e passar a noite.

    Tão logo escureceu, um vento nordeste começou a soprar com uma intensidade que se fazia notar, e em alguns momentos, com algumas rajadas mais fortes que serviram para testar na prática se nossas habilidades de montagem e ancoragem das barracas estavam de acordo com aquilo que se espera de um bom escoteiro. kkk Acho que mais uma vez, passamos no teste.

    Durante a madrugada o vento parou e o céu, estava bastante claro com a proximidade da fase da lua cheia. Por volta das 5 horas da manhã, ainda muito escuro, o vento voltou, só que desta vez, de SE e com ele uma neblina bastante densa e úmida que permaneceu por praticamente toda a manhã.

    Sete da manhã, com os primeiros sinais de claridade e entre essa bruma molhada, tratamos de tomar coragem de sair das barracas, desmontar o acampamento e descer a trilha ao encontro do rio, para lá tomar um café da manhã e depois seguir de volta até o nosso ponto de partida.

    Ao retornarmos no pastinho, tratamos de fazer nosso café e curtir um pouco de toda a tranquilidade, silêncio e é claro, o visual do lugar.

    Com a cafeína correndo no sangue, tratamos de seguir nosso rumo e finalizar logo nossa pequena aventura de final de semana pois a previsão era que no período da tarde chovesse.

    Para saber como foi a travessia da Serra do Tabuleiro, clique aqui.

    O lugar:

    O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ocupa cerca de 1% do território catarinense. O Parque está localizado entre os municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes. Ocupa uma área de aproximadamente 84 mil hectares em zona de domínio da Mata Atlântica junto com campos de altitude.

    Edson Maia
    Edson Maia

    Publicado em 29/06/2018 09:52

    Realizada de 23/06/2018 até 24/06/2018

    Visualizações

    3577

    6 Comentários
    Renan Cavichi 02/07/2018 10:16

    Boaaa meu amigo! Cara, vamos fazer Tucum e Camapuã 14/15 - jul! Simbora?

    Edson Maia 02/07/2018 15:10

    Fala mestre Renan! Assim tu quebra minhas pernas...kkkk... Trilha bem nos dias em que vou receber um cicloturista que me contatou no warmshowers...Deixa eu ver a minha agenda e confirmar com o carinha se ele vem mesmo nestas datas... se não vier, a chance é boa de eu colar junto nessa.

    Renan Cavichi 03/07/2018 10:02

    Hahaha uma hora tem que bater essas agendas! Só dar um toque se der certo que alinhamos a logística!

    Aislan Mendes 30/07/2018 17:47

    Que massa cara! Deu saudade desse lugar kkk Voce acabou de despertar uma vontade de fazer esse trecho de novo, nem que seja pra acampar no pastinho kkk

    Aislan Mendes 30/07/2018 17:49

    O Gilson e a dona Ines comentaram alguma coisa a respeito de nao autorizar mais a entrada do pessoal? Quando eu fiz a travessia eles nao estavam em casa, mas adentrei a propriedade com autorização do vizinho deles. Este falou que eles não estavam muito felizes com o pessoal que fazia a trilha devido aos lixos que deixam pelo caminho.

    Edson Maia 30/07/2018 19:07

    Sim. Quando estivemos por lá este última vez, conversamos bastante com o sr. Giilson, que nos falou de várias situações que o aborreceram sim. Coisa de gente despreparada e mal educada. Acredito que chegando com educação e respeito, conversando e informando claramente o que se pretende fazer. Não vai haver problemas de ser barrado na porteira.

    Edson Maia

    Edson Maia

    Imbituba - SC

    Rox
    2002

    Um pouco cigarra. Um pouco formiga. Não necessariamente nesta ordem. Instagram: @ciclotrekking

    Mapa de Aventuras
    www.trekkingrs.com/ciclotrekking


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Peter Tofte, Renan Cavichi e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.