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Marcelo Baptista 28/04/2017 21:40
    Expedição Bolívia - Peru: Cusco (PER) - Set/10

    Expedição Bolívia - Peru: Cusco (PER) - Set/10

    Trecho 8: chegando em Cusco, "o umbigo do Mundo". Aqui fiquei 4 dias, explorando a cidade e seus arredores, antes de ir a Machu Pichu.

    Isla del Sol - Copacabana - Cusco (24/9)

    Acordei com a visão do Lago Titicaca ensolarado da minha janela. Meu barco de volta a Copacabana só sairia às 15h30, então teria que matar o tempo ali de alguma forma.

    Fui tomar o desayuno no mesmo lugar onde comi a trucha ontem: pão, geléia e mate de coca, por Bs. 10, mas só paguei Bs. 5, porque ela ficou me devendo. Logo sentei numa cadeira, que fica bem em frente ao hostal, aquela paisagem do Titicaca, a paz... dormi sentado. Acordei lá pelas 11h, sol na cara.Escolhi um outro lugar para comer, acabei ficando no Las Farolas, onde mandei ver mais uma truta, desta vez a la mantequilla, muito boa. Fiquei ali até a hora de descer para o cais, por volta das 14h15.No cais fiquei até as 15h30. Aproveitei e enchi uma garrafa de dois litros com água da Fuente del Inca, uma fonte secular de água. Na hora marcada, saímos do cais em direção à Copacabana. Vou sentir saudades desta ilha. Uma hora e meia depois, estávamos de novo na simpática cidade à beira do Titicaca.

    Meu ônibus para Cusco estava marcado para as 18h30, então tive tempo para uma ducha e pude arrumar um pouco as coisas. Tentei gastar todos os meus bolivianos que eu tinha, mas acabei com Bs. 7 no bolso, que tentaria trocar na fronteira com o Peru.

    Me surpreendi com a qualidade do ônibus para Cusco: poltronas confortáveis, banheiro interno... Flota Titicaca. Saímos no horário certo, bus quase lotado: alguns indo para Puno, outros para Cusco e alguns mais para Arequipa. Rapidamente chegamos à fronteira. Essa parte de documento, passaporte, visto é sempre um pouco tensa, mas me surpreendeu a rapidez: para sair da Bolívia, entrar no Peru e trocar moeda não levou nem 20 minutos. Foi bem prático. Cambiei os Bs. 7 que me restavam por s/ 2,50 (dois e cinqüenta soles) e US$ 50 por s/ 137,50. O câmbio já não é mais aquela baba que é na Bolívia, vamos ver se perde poder de compra também.

    Seguimos viagem, mas com um diferença: menos uma hora no relógio. Andamos por cerca de três horas, e começou uma chuva média a medida que nos aproximávamos de Puno. Parecia o cartão de visitas do Peru, depois de dias secos e céu azul da Bolívia. Na rodoviária de Puno, deixamos o confortável micro e passamos para um ônibus maior, confortável também, mas sem banheiro. A saída estava marcada para as 21h, mas sem chance: por causa da confusão na hora de guardar as bagagens, saímos às 21h30. Pelo que eu pude ver do caminho, vale a pena fazer de dia este trecho, a paisagem com a luz do luar já parecia bem interessante, imagine de dia. Cheguei em Cusco as 5h da manha.

    Dicas: Se agasalhe bem se for viajar a noite para Cusco, faz um frio absurdo de madrugada!!!

    Cusco - 1º dia (25/9)

    Fui abordado por um monte de gente na rodoviária,mas me safei de todos e fui sentar um pouco para pensar no que fazer. Tinha uma indicação de hotel dada pelo Paulo e a Elza, mas conferindo no mapa percebi que ficava bem distante da Plaza de Armas. Daí então que "permiti" a aproximação de uma senhora que representava um hostal chamado Hospedaje Conquista (calle Saphy 726. Tel.: 253929 / 984 693041) que fica a duas quadras da Plaza de Armas, cobrando s/20 por um quarto com baño privado. Fechei. Dividi o táxi com dois espanhóis que também iam para lá, e a corrida saiu a s/2 por cabeça.

    Eram umas 6h30 e eu tranqüilo, sem sono. Resolvi caminhar. Foi a melhor escolha. Cusco é uma cidade de difícil descrição e uma dezena de adjetivos positivos. O impacto que causam as ruas de Cusco com seu casario, a atmosfera do lugar, tudo é muito forte. Quando cheguei à Plaza de Armas, não sabia nem para onde olhar. Fui circulando a Plaza, quando percebi que a Catedral estava aberta e não estava cobrando entrada (todas as igrejas de Cusco cobram entrada). Entrei. O que eu vi foi de me deixar paralisado. Difícil descrever, e as fotografias não são permitidas, então para quem não conhece, cabe só a imaginação. E vai ser pouco: a Catedral conta com 10 pequenas capelas dentro, cada uma dedicada a um santo. Enormes altares, entalhados em madeira ou pedra, cobertos com ouro. A beleza deste lugar é inacreditável. Já visitei inúmeras basílicas e catedrais, mas a de Cusco está na minha lista top cinco, top três até!

    Saí dali meio bobo, mas continuei a caminhar pela Plaza, até que a pilha da máquina acabou. Eram umas 8h30 e já estava com fome. Resolvi comprar queijo, presunto e pão em um mercado para fazer uns sandubas e assim economizar uma grana. Depois desse desayuno não agüentei e fui dormir. Acordei por voltas das 12h30, e resolvi tomar uma ducha e ir para a internet, atualizar um pouco o diário de viagem. Isso levou um tempo, devido ao tempo que eu fiquei "fora do ar" em Copacabana e na Isla del Sol.

    Dando um rolê, entrei em uma agência o comprei o tour para o Valle Sagrado por s/30 (só o transporte), mas amanhã tenho de comprar o Boleto Turístico, que é uma espécie de passe que te dá direito a visitar 16 atrações em Cusco e na região em volta. Custa s/130, e sai bem mais em conta do que pagar por cada atração. Baita idéia. Vou comprar o Boleto em Pisaq. Alguns passeios perto da cidade vou fazer a pé, nada de tour.

    Fui mais uma vez para a Plaza de Armas, e fui abordado por umas meninas oferecendo massagem. O folheto mostrava uma paciente com pedras quentes, reike, tudo certo, mas o feeling dizia outra coisa. Agradeci e segui caminhando. Minhas suspeitas se confirmaram quando fui abordado por umas quinze meninas mais ao longo da Plaza, todas oferecendo massagem. Depois confirmei com um pessoal local, era sexo mesmo. As meninas não passavam de 15 anos. Outro lado meio chato de Cusco: as crianças quase te obrigam a dar uma moeda, ou comprar algo. Fui literalmente perseguido por uma menininha que queria vender um gorro, depois queria uma moeda, e finalmente pediu um hambúrguer, dizia que estava com fome. Este velho coração se apertou, mas resisti e não dei nada. Acabei escutando que eu era "malo". Putz...(rs). Comprei dois títeres de dedo (fantochinhos de dedo) mais pela simpatia de duas menininhas do que por outra coisa. Saí meio correndo, senão elas iriam me vender a Catedral...(rs).

    Tive de comprar um protetor solar, os dias na Isla del Sol me ensinaram uma dura lição: não se brinca com o sol na altitude. Quando estava na farmácia, começou uma chuva muito forte, deu até granizo! Fiquei abrigado esperando a chuva passar, e acabei me metendo em um restaurante pequeno e simpático chamado Mia Pizza (calle Procuradores 379). Comida boa, preço econômico. Como era sábado e Cusco tem uma vida noturna bem agitada, resolvi ir a um bar chamado La Chupiteria (calle Teqseccocha), um boteco pequeno mas divertido, para quem quer tomar umas e jogar conversa fora. Tomei dois pisco sour, mas não sei o que aconteceu, a coisa não bateu legal. Fui embora para o hostal e deu tempo de chegar ao quarto, onde fui obrigado a chamar meu amigo Raúúúl...(rs). Bom, só me restava dormir, amanha tenho o tour pelo Valle Sagrado.

    Dicas: Cusco é uma cidade ideal para quem gosta de andar, observar e perceber o cotidiano. Andei muito, e ainda não cobri 20% de tudo do que há para ver. Para os passeios ao redor de Cusco (Valle Sagrado) os preços são praticamente fixos, até porque esse monte de agências acabam formando um pool, onde você descobre que todo mundo faz o tour juntos. Turismo no Peru é quase uma máfia...(rsrs). Vida noturna, essa é a outra face de Cusco. Tem bar e restaurante para todo gosto e bolso, mas não espere ser atendido personalmente. Aqui você é só um cara que tem alguns soles, que eles querem. Mas rolam bastante promoções, uma delas é o 2x15, ou 2x18, você compra um drink (tem vários...) e ganha outro pagando só s/15 ou s/18. Vale a pena. Ruas calientes: Suécia, Teqseccocha e Procuradores. Sem contar, claro, a Plaza de Armas.

    Cusco (Valle Sagrado) - (26/9)

    7h da manhã de pé, 8h45 na porta da agência esperando alguém para me pegar. Chegou um cara, nem bom dia deu, falou sigame e aí começou minha aventura pelo Valle Sagrado, região importante de sítios arqueológicos perto de Cusco. Em dois dias aqui, já percebi uma diferença básica entre Bolívia e Peru: a simpatia. Creio que por ser mais turístico, no Peru o tratamento também é na base do "atacado". Pegamos o micro na Plaza San Franscisco, de onde saem vários outros micros em direção ao mesmo lugar.

    Excursões não fazem parte da minha filosofia, era uma sensação estranha.

    Primeira parada: Ccorao, um poblado que vive de vender artesanato para as excursões que param ali. A turistada desce alvoroçada, afinal são coisas para comprar... O pessoal da vila oferece mate de coca, poe umas lhamas com crianças para os turistas fotografarem. Eu só observo. Seguimos. Paramos em um mirante para ver uma parte do Valle Sagrado do alto. Bonito mesmo. E entre uma foto e outra, vou driblando os vendedores de artesanato.

    Próxima parada: cidade de Pisaq. Também vivem de artesanato, coisas boas aliás. Aqui há um mercado, a comunidade se juntou para oferecer um melhor serviço. Temos vinte minutos, e o guia Vladimir (depois falo mais dele...) nos comunica que quem quiser ficar comprando, tudo bem. Os que quiserem ver as ruínas, entrem no ônibus. Voltaríamos a cidade de Pisaq em uma hora e quarenta minutos. Legal. Segui para as ruínas, não sem antes comprar o Boleto Turístico (falei dele antes acima), o que me dá o direito de visitar 16 atrações em Cusco e arredores. As Ruínas de Pisaq é um lugar especial. E devo me render aqui à presença do guia Vladimir: sem ele ali, explicando muito bem o que significava cada uma daquelas construções, seria somente mais um monte de pedras. Bonitas, históricas, mas sem sentido lógico. Dizemos ruínas por força do hábito, estas construções estão aí a milhares de anos, e muitas continuam intactas. Pisaq se divide em alguns setores, como as terrazas enormes onde se testavam o plantio de novas espécies de batatas e milho, mais acima havia a "escola" onde eram passados os ensinamentos, e ao outro lado da montanha era o "cemitério", onde há cerca de dois mil buracos na montanha que foram usados como receptáculo mortuário. Não deu para ver tudo, tínhamos só uma hora para explorar tudo (impossível). Fala sério...

    Na sequência fomos a Urubamba: uma parada de quarenta minutos para almoço. Posso dizer que não conheci Urubamba. Nota engraçada: conversava com um suíço, e ele me falava (mal) de Lima. Assim que ele saiu para pegar uma sobremesa, levantou-se um senhor de certa idade já, provavelmente limeño, e me deu uma "bronca", dizendo para não escutar aquele muchacho, que Lima era linda e coisa e tal... foi engraçado.

    Adiante, seguimos para Ollantaytambo. De todos os lugares, o mais incrível!! Apesar da lotação (e estamos na baixa temporada!), é um lugar realmente de impressionar os mais chatos. As montanhas, as terrazas, o suposto Templo do Sol, a maneira como eles tiravam pedras de uma montanhas a oito quilômetros, e traziam para baixo. Tudo impressiona e mistifica ainda mais os incas. Como faziam isso? Agradeci a Pachamama por estar ali. Uma hora e meia de visita. Pouquíssimo tempo. Mesmo assim foi mais do que inicialmente seria o normal. O Vladimir teve o feeling de que todos estavam curtindo. Mais uma vez, as explicações dele complementaram a vista de forma maravilhosa. As construções, a História e sobretudo a energia de lá é marcante. Tentando sair de Ollanta, ficamos presos em uma carreata política, todo mundo gritando somos rechazados, mas no retrasados. Algo como somos excluídos, mas não atrasados. Dei minha contribuição também, gritei um pouco, afinal, somos todos sudamericanos, né...(rsrs).

    Conseguimos sair daquele bloqueio e seguimos para o ultimo lugar do tour, Chinchero. No caminho, já escuro, pegamos chuva. Chinchero é um lugar para lá de agradável, e a apresentação das mulheres que trabalham com tecelagem (o forte do povoado) é bem divertida, elas dominam o show. Depois vendem os tecidos. Não tava a fim de comprar nada, mas deixei umas moedas como propina pela apresentação e pela simpatia.

    Voltamos para Cusco, umas 19h estávamos de volta a Plaza San Francisco. Ainda passei num mercado, comprei umas coisas para comer. Mas me sentia muito cansado e fui para o hostal. Banho e comer alguma coisa. Amanhã tem mais.

    Dicas: Não tem jeito, é meio "obrigatório" fazer o Valle Sagrado. Você pode fazer por conta própria pegando umas vans de cidade em cidade, mas sai mais caro e a presença de um guia legal é fundamental.

    Cusco - 3º dia perdido por inteiro (27/9)

    Levantei muito mal, o corpo doía e tive uma diarreia bem forte logo cedo. Não tomei café, nem comi nada. Mesmo mal, fui atrás da oficina da Peru Rail comprar os tickets do trem de Ollantaytambo para Águas Calientes e vice-versa. Acho que escolhi o esquema mais caro, mas a idéia de caminhar, na situação em que eu me encontrava, não era nada animadora. Fiquei preocupado quando além de diarréia, comecei a ter ânsia de vômito. Não me lembro de ter comido nada fora do normal, mas sei que a situação estava drástica. Tentei um remédio caseiro, receita de mãe (maizena com limão) que ajudou um pouco, mas o mal estar permanecia. Dormi até umas 16h e resolvi fazer uma vista a farmácia. A moça me passou dois remédios e sugeriu que eu tomasse com chá de anis ou manzanilla, que são mais digestivos. Fiz isso e parece que a situação deu uma aliviada, em partes. Mas foi um dia perdido, entre idas e vindas ao banheiro.

    Dicas: Remédio contra diarréia (descobri depois que era um antibiótico): Cifram 500mg. Remédio para a dor intestinal: Espasmodin. Remédio caseiro da mãe: duas colheres de maizena, sumo de dois limões, água potável, tudo em um copo de 200 ml. Oração de São Judas, o padroeiro das causas impossíveis: http://viveramarsonhar.loveblog.com.br/25503/ORACAO-A-SAO-JUDAS-TADEU/

    Cusco - 4º dia (28/9)

    Levantei melhor que ontem. Os remédios ajudaram, mas ainda não me sentia totalmente bem. Mas eu estava disposto a conhecer algumas coisas na cidade que constavam no Boleto Turístico, e me preparei. Comi pão pita, uma banana, e tomei chá de manzanilla junto com os comprimidos para diárreia (que eu fui descobrir depois que se tratavam de antibióticos). Eram 9h15, e eu me sentia bem naquele momento. Mochila nas costas, fui ver o Museo Municipal de Arte Moderno (Plaza Cusipata). Não gastei nem quinze minutos lá, eram somente duas salas com telas e uma exposição de esculturas.

    Olho no Boleto: próximo local, foi o Museo Histórico Regional (Calle Garcilaso). Um museu interessante, que aborda os períodos pré- históricos, pré-incaicos, influência Inca e depois espanhola. No segundo piso, só telas e móveis da época em que o Peru era Virreynado (uma condição que conferia certa autonomia em relação a Espanha, ainda que pequena). A casa onde está instalado o museu pertenceu a um cronista e historiador do século 17, bem conhecido da cultura peruana, chamado Inca Garcilaso de la Vega.

    Depois da Casa Garcilaso, passei em frente ao Templo de la Merced (calle Manta). Estava fechado, mas ao lado estava aberto o Museo del Convento de la Merced. Entrada a s/6. Pensei se seria desperdício investir uma grana ali, mas esta dúvida foi só até o momento em que entrei no secular edifício. Seguramente, é um dos lugares mais bonitos de Cusco, quesito templos. O edifício é simplesmente espetacular, cheio de detalhes riquíssimos. Essa irmandade (mercedários) foi criada em Barcelona no ano de 1200, e chegou a Cusco em 1540. No museu tem uma infinidade de salas, mas me impressionou muito as "galerias", túneis abaixo do nível do piso, onde se dividia em duas câmaras: céu e inferno. As pinturas em cada sala estão firmes até hoje, e falam de pecado e redenção. Nestas duas câmaras há duas janelas pequenas, onde o povo podia chegar a fazer confissões ao sacerdote que ali encontrava-se enclausurado.

    Mas o melhor do museu é uma peca em ouro maciço, com pérolas e pedras preciosas, chama Custodia de la Merced. Difícil descrever a beleza dos detalhes, e fotos são proibidas.

    Ok, seguindo para o Museo de Arte Popular (Av. del Sol). Telas , esculturas e outras manifestações artísticas do século 20, interessantes. Me chamou muito atenção a coleção de fotos das três primeiras décadas do século 20, mostrando Cusco e algumas cenas do dia-a-dia. Bem legal.Segui pela Av. del Sol, e o Boleto me indicava o Museo del Sitio Qoricancha. Antes de entrar nele, desviei um pouco o caminho para ver o Templo de Santo Domingo, muito bonito. Mas só olhei, vou visitar quando voltar de Machu Pichu. Desci e entrei em Qoricancha. Uma guia chamada Nieves se ofereceu (por s/15...) para me mostrar o museu. Topei. Sem dúvida, sem aquelas explicações a visita seria incompleta.

    Qoricancha foi o maior templo inca devotado as deidades (deuses). Os incas adoravam aos seres da natureza, ao Sol, Lua, estrelas...Qoricancha concentrava todos estes templos. Seus muros eram ornados com ouro. Com a chegada dos espanhóis, tudo foi destruído e saqueado, e construídas novas edificações sobre as antigas. Destruição sistemática mesmo.

    Na saída do museu não me senti bem. Tipo uma fraqueza. Tomei uma Coca-Cola, mas não adiantou. Segui mesmo assim.

    Próxima parada: Monumento Pachacuteq. Fui caminhando até ele, debaixo de uma puta sol. O lugar é interessante, uma torre com quatro andares, contando a história dos Incas (os "eleitos", governantes, não o povo). Pachacuteq foi um deles, dos incas que mais trouxeram progresso ao império antes dos espanhóis chegarem e acabarem com tudo. Por isso a homenagem. Eram 14h e eu tinha zerado o Boleto Turístico com as atrações de Cusco. Dei uma olhada no mapa e resolvi ver outras coisas que também valiam a pena. Visitei o Teatro Municipal, a Plaza San Franscisco, o Arco de Santa Clara, a Iglesia de Santa Clara, a Iglesia de San Pedro...ufa! Na Plaza San Francisco resolvi entrar em uma farmácia e explicar o que eu sentia. O carinha da farmácia foi bem legal, me receitou sais para a reidratarão oral (perdi muita água, e com ela os tais sais). Por isso me sentia fraco. Fiz a solução ali, na hora, numa garrafa de um litro de água mineral. Valeu, amigo! Me ajudou de verdade.

    Segui um pouco mais revigorado. Entrei no mercado de Santa Clara, um mercadão público que tem de tudo um pouco. Fiquei ali um tempo, andando e papeando um pouco, muitas histórias boas. Adiante segui, passei em algumas lojas, comprei umas coisinhas, e fui ver a Iglesia de la Compañia de Jesus, feita pelos jesuítas. Paguei s/10, é bonita, rica em detalhes, mas a Catedral é muito mais bonita, e foi de graça para mim...Continuei caminhando, fim de tarde já chegando, e com ele o friozinho. Na parte de trás da Plaza de Armas só encontrei surpresas: calle 7 Culebras, Plaza de las Nazarenas, Templo de San Antonio Abad, calle Huaynapata, calle Suécia e finalmente calle Procuradores.

    Voltei ao hostel, quase 19h. Deixei a mochila e saí de novo para comprar repelente e os benditos sais de reposição oral. Não tinha almoçado por medo da reação, mas tinha que jantar alguma coisa. Acabei indo ao mercado e comprei Miojo mesmo, o bom e prático macarrão instantâneo. Seguindo, aliás, recomendação daquele amigo farmacêutico lá da Plaza San Francisco. Comi e me senti bem. Não estou recuperado, mas já estou 80%. Antes de ir definitivamente para o hostel arrumar as coisas para amanhã, rolou um lance bem legal: tinha uma roda de música em uma praça perto do hostal. Cheguei junto e logo puxei papo com uma moça. Ela é de Portugal, chamada Mafalda. Tocava uma maraca. Papo vai, papo vem, descubro que ela é amiga de uma parceiro de trabalho, dono de um hostal na 13 de Maio, em São Paulo. Eita mundo pequeno esse, meu!

    Dicas: Fazer todas as atrações de Cusco que constam no Boleto Turístico é bem divertido, tudo é perto. Algumas coisas são meio micadas...No Sitio de Qoricancha, eu recomendo a contratação de um guia. s/15 não é nada, e você fica sabendo de vários detalhes bem legais do lugar. Vale e muito! A guia que me acompanhou é a Nieves Flores, cel.: 984 625788

    Marcelo Baptista
    Marcelo Baptista

    Publicado em 28/04/2017 21:40

    Realizada de 05/09/2010 até 10/10/2010

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    Marcelo Baptista

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