Fogo, Terra, Ar e Água. Sol, areia, vento e lagoas cristalinas. Os 4 elementos nos acompanharam durante toda a travessia pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Chamar de deserto essa rara formação é simplificar demais, mas não vejo outro termo mais apropriado. E por mais que eu use palavras como encanto, assombro, surreal, pra tentar descrever o que experimentamos nestes 4 dias, só estando lá pra entender. É um deserto vivo, no sentido literal da palavra. Ele se move e às vezes fala contigo.

Iniciamos a travessia no centro de Barreirinhas, cruzamos o rio Preguiças e seguimos por uns 10 km até as dunas. Esse trecho talvez tenha sido o mais duro, a areia quente e fofa, somada ao calor e à falta de vento (que era barrado pela vegetação), tornavam a caminhada bem difícil. Mas tudo compensa quando se chega às dunas. No primeiro dia atravessamos de Barreirinhas a Canto dos Atins, onde chegamos no escuro. No segundo dia seguimos até a Baixa Grande. No terceiro dia até a Queimada dos Britos. E no quarto dia até Sto Amaro do Maranhão.

No total foram 109 km de deserto percorridos integralmente a pé, e um desnível positivo acumulado de pouco mais de 3600 metros, um total de 30 horas de caminhada divididas em 4 dias. Fomos sem guia, como sempre, dormimos em redes e conhecemos pessoas que vivem longe do conforto (e também da loucura) de uma suposta civilização. Aprendemos muito e voltamos mais leves de corpo e de espírito. Tracklog em http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=8138799.