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Olivia Ganaro 21/11/2015 20:06
    Cachoeira do Horizonte - Fechados MG

    Cachoeira do Horizonte - Fechados MG

    Cachoeira em Fechados Serra do Espinhaço

    Hiking Cachoeira

    Cachoeira do Horizonte, Fechados - MG

    Sempre tive uma vontade e curiosidade gigantesca de conhecer Fechados que fica no complexo da Serra do Cipó, já sabia que o acesso era um tanto quanto difícil, mas não sabia que era tanto!

    O vilarejo quase que inabitado fica à cerca de 180 km da capital mineira e possui dois acessos mais conhecidos, optei pela estrada que sai de Sete Lagoas passando por Jequitibá e mais adiante peguei uma estrada de chão de aproximadamente 50 km até o destino final.

    Estrada um pouco confusa mas nada que seja impossível com um GPS em mãos.

    Cerca de 20 minutos antes de chegar na vila já se pode notar o Espinhaço gritando à sua direita, toda vez que o vejo meu coração acelera, meus olhos brilham e meus pés coçam!

    Quem o ama sabe o que é sentir isso! Já o vi de vários ângulos, cidades e alturas e essa vista sem dúvidas está no Top 5 até agora.

    Cruzei o Rio Cipó e continuei estrada afora até finalmente chegar em Fechados, a primeira coisa avistada foi uma cena nada normal para meus olhos, duas meninas de no máximo 8 anos carregando um tronco de árvore rua afora, contrastando com alguns cachaceiros sentados na porta de um buteco. Fiquei abismada!

    Esse bar inclusive parece ser o único do lugar e funciona também como uma mercearia. É de suma importância levar seus lanches e bebes pois na vila não tem nada além desse bar, pelo menos que eu tenha visto.
    Não existe pousada no lugar, mas alguns moradores alugam seus quartos e oferecem refeições, coisa que eu nem cotei.
    Já estava um pouco tarde e eu precisava descobrir onde começava a trilha para a tão sonhada Cachoeira do Horizonte, bati uma prosa no buteco e logo descobri, a partir do ponto onde deixa o carro são cerca de 3 km de subida, (pesada para quem estiver de ressaca) com alguns pontos para captação de água limpa e uma vista sem igual.

    O início da trilha parece uma escada de pedras para quem está pagando todos seus pecados mas logo ela fica mais tranquila.
    Com cerca de 1 hora cheguei na única casa que existe pelo caminho, conversei com o dono, super simpático, criando seus cavalos e potrinhos, numa casinha de roça com cheirinho de fogão a lenha rodeada por árvores, flores e redes, onde mora com sua esposa e uma filha.

    Conversamos um pouco, quis saber do movimento do lugar e das cachoeiras que ali haviam além da Horizonte, esse é o mesmo caminho inclusive para montanhistas que vão para fazer as travessias até Lapinha, Inhames ou Cemitério do Peixe. (Estão na minha agenda 2016 com certeza).
    Terminei a prosa e segui a trilha por mais uns 8 minutos até chegar à tão esperada Horizonte.
    Eu já sabia que ela era bonita, mas tinha uma noção totalmente distinta de como ela era, a primeira impressão realmente foi a que ficou, dei um grito, peguei logo o celular e fiz um vídeo, quanta beleza para um lugar só.

    E o melhor estava por vir, como cheguei pela lateral, me adentrei na cachoeira e quando estava no meio, olhei pra tudo que a envolvia e o que tinha em sua frente era realmente um horizonte de água de frente a um abismo com um fundo de montanhas a milhas dali.

    Foi difícil cair a ficha, não sabia se gritava, chorava, entrava na água ou se tirava foto.

    Momento que merece uma trilha sonora daquelas que fazem rasgar o peito e se entregar, pular de cabeça, terminar o casamento e largar tudo pra trás!

    Parece exagero mas era uma cachoeira com várias peculiaridades unidas e uma paz única, por ser pouco conhecida e não ter muito turismo na cidade, ela é praticamente intocada, totalmente preservada, sem lixo algum.

    Nadei no poço de frente ao abismo, água cristalina e doce, cercado de árvores muito verdes e pedras que energizam todo o lugar.

    Não contente, tive que escalar a queda da cachoeira até chegar em seu topo e como o dia já estava caindo, resolvi ficar para ver o pôr do sol, esse é o momento que mais me toca sinceramente.

    Ver o pôr do sol daquele lugar foi inesquecível, a tonalidade era diferenciada, bem avermelhada e o sol brilhava na água refletindo em todos aqueles paredões.

    Se eu pudesse teria acampado ali mesmo para ver o sol nascer e passar mais um dia, mas infelizmente não estava equipada e precisava ir embora pois desceria a trilha sem lanterna.

    Com certeza é um destino certeiro para amantes de cachoeiras pouco conhecidas.
    Voltarei para conhecer as outras que ficam acima, sentido Inhames e também o Canion. Certeza!

    Quanto mais conheço o Espinhaço mais me apaixono e vicio! Que venham as próximas!

    Olivia Ganaro
    Olivia Ganaro

    Publicado em 21/11/2015 20:06

    Realizada em 21/11/2015

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    Olivia Ganaro

    Olivia Ganaro

    Lagoa Santa -MG

    Rox
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    Montanhista. Tatuadora, Designer e Colunista sobre esportes radicais, travessias, trilhas e cachoeiras.

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