Cerro Pintor - Lo Barnechea – Chile

Às vezes temos de parar, desistir se for preciso, respeitar a montanha e o clima.

Cerro Pintor – 4215m

O Cerro Pintor encontra-se nas Cordilheiras dos Andes, que é uma vasta cadeia montanhosa de oito mil quilômetros de extensão, passando por diversos países, tais como: Peru, Chile, Colômbia, Argentina, Equador, Venezuela e Bolívia. A alusão ao “Pintor” se dá pela quantidade de cores presentes nos minerais que formam a montanha. Com seus 4.250 metros de altitude, fica no caminho para quem vai ao seu vizinho, Cerro El Plomo.

Hotéis e pousadas no entorno da estação de esqui

Saímos bem cedo da cidade de Santiago. São aproximadamente 40km até a estação de esqui La Parva, que é a única estação de onde se consegue observar o vale de Santiago. Ela está a 3 mil metros de altura em relação ao nível do mar. O caminho é basicamente o mesmo para ir até as estações Farellones e El Colorado, mas La Parva está um pouca à frente, na Ruta G-21. Só é permitido subir até a estação entre 08 e 14hrs.

Estação de esqui La Parva á 3100m de altitude.

Paramos o carro a 2.750 metros de altitude. Andamos até a estação de esqui a 3.100 metros e teríamos de chegar em algumas horas a 4.250 metros, praticamente sem aclimatação. O plano era subir pelo teleférico e depois continuar andando por uma trilha relativamente fácil, sem pontos técnicos. Mas, a partir daí, tivemos 2 pequenos problemas. O primeiro foi que nevou na noite anterior, e não foi pouco. Segundo, era feriado e estava tudo fechado! Lojas de aluguel de roupa de neve e, o principal, o teleférico. A estação de esqui estava completamente abandonada, só havia nós 3 e um cachorro que começou a nos guiar, sentido ao Cerro Pintor.

A altitude começando a pesar...

Alguns pontos da subida, sem tanta neve

A princípio, gostamos da ideia de não ter ninguém na estação. Ao menos não tinha toda aquela bagunça e agitação. Então começamos a subida. Trilha bem larga, de terra batida e ainda sem muita neve no caminho.

Quanto mais alto ficava, mais neve tinha na trilha

Conforme íamos subindo, mais neve cobria a trilha. A dificuldade aumentava, porém o céu estava limpo e o sol ajudava a espantar o frio.

Trilha totalmente submersa pela neve

Por volta dos 4 mil metros de altitude, não dava mais para ver a trilha, então começamos a nos orientar apenas pelas montanhas.

Como não conseguimos alugar os calçados para neve, os pés começaram a congelar. Paramos por um tempo em uma pedra para tomar sol, secar um pouco o tênis e fazer um lanchinho.

Embalagem de Brownie cheia de ar por conta da altitude

Quando estamos numa região muito alta, as embalagens vedadas inflam. Isso acontece, pois segundo o físico André Henriques da Universidade de São Paulo, à medida que se sobe, a pressão atmosférica diminui e as moléculas do ar passam a ficar mais afastadas umas das outras.

Por fim, chegamos a um ponto onde a neve já chegava à altura da cintura. Não havia sinal de trilhas. Estava bem difícil continuar. Ficamos com medo de cair em buracos ou escorregar em algum abismo. Às vezes temos de parar, desistir se for preciso, respeitar a montanha e o clima.

A trilha que leva ao Cerro Pintor é uma trilha leve, pois o teleférico já deixa a pessoa muito próxima à montanha. Pensando em um bate e volta, erramos em não nos preparar para eventuais imprevistos.

Quando decidimos subir uma montanha, é preciso, em primeiro lugar, pesquisar o clima. Isso determinará se será possível prosseguir com a aventura, quais roupas usar e quais equipamentos levar.

Descendo a montanha

Temperaturas abaixo de zero, mesmo com sol

Nosso guia, Feijão

Toda magnitude das Cordilheiras do Andes

Informações da trilha:

• Local: Lo Barnechea – Chile
• Custo: Grátis
• Dificuldade: Moderado
• Início da trilha: 40km do centro de Santiago - Chile
• Extensão da trilha: 15km (ida e volta)
• Altitude: 4.215m
• Subida: 1.309 m
• Descida: 1.309 m
• Ponto de água: Não