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William Jhones 19/04/2020 22:15
    Cicloviagem aos Campos Gerais do Paraná (451 kms)

    Cicloviagem aos Campos Gerais do Paraná (451 kms)

    Cicloviagem de feriado do Carnaval de 2020, passei 6 dias pelas estradas do Paraná, com a Bike Mágica e o Mundo... Confiraaa!!!!!

    Cachoeira Cicloviagem Longa Distância

    Viagem de bicicleta pela região dos Campos Gerais do Paraná

    A região dos Campos Gerais do Paraná é um local do centro-leste do Paraná cheio de fatos históricos, culturais e econômicos, ou seja, faz parte da história do Brasil. Foi um local de grande relevância econômica, pois os tropeiros utilizavam da região para transportes do Rio Grande do Sul a São Paulo e também faziam do local uma área de repouso e para esperar o nível dos rios abaixarem, possibilando a travessia dos mesmos com seus cavalos e gados, através de acampamentos que mais tarde se tornaram vilarejos e por fim cidade. Contudo, além de carregar situações históricas do nosso Paraná e Brasil, é um local extremamente magnífico, com as mais lindas e diversas paisagens, rios, cachoeiras, morros, canyons, construções históricas e mais... Fazem parte dessa região.

    Além de estar relativamente perto da cidade em que vivo, a ideia de viajar de bicicleta para a região dos Campos Gerais do Paraná surgiu simplesmente porque estava com muita vontade de viajar e meu espírito de aventureiro estava necessitando de novos estímulos, juntamente com a coragem, vou em busca daquilo que me traz sentido para viver... Viajar, ter uma alma aventureira, as sensações são únicas e obtidas por meio desse simples, mas inovador meio de transporte, a bicicleta, mais especificamente a Bike Mágica! Eu já estava no piloto automático, precisando vivenciar novos ares, culturas e lugares, contudo decidi viajar no feriado de carnaval. E na mesma semana comecei a idealizar os lugares e planejei viajar 6 dias, assim fui... No primeiro dia eu estava sem bem um destino idealizado, iria pedalar rumo àquela região, mas não sabia aonde iria parar para dormir, comer, descansar, etc. Apenas arrumei toda a bagagem, barraca, fogareiro, colchonete, algumas comidas e simplesmente fui!

    O trajeto que percorri comtemplou cachoeiras, morros, Canyons (Guartelá, o 6º maior do mundo), Pico Agudo do Paraná, a cidade deTibagi. Enfim, é uma região linda, com vistas em horizontes e muita tranquilidade nas lindas estradas.

    Mapa do percurso realizado: a linha azul significa o trajeto pedalado, a preta, de ônibus.

    Como em cicloviagens anteriores, conheci muita gente massa, já no primeiro dia de viagem, tive o prazer de conhecer o Marcelo, graças ao Universo dos cicloviajantes (Warmshowers), passei uma noite em sua casa de família e de manhãzinha, tomamos um cafézão e parti para mais um grande dia de pedal.

    Com meu novo amigo Marcelo, em Londrina-PR.

    Logo após sair de sua casa, pego uma estrada de terra e a percorro em torno de 7 kms rumo a Sapopema. Ao decorrer dessa via, presenciei vários cachorros abandonados, fato que me traz reflexões desagradáveis, ofereço água, mas a maioria dos animais estão super assustados e nem chegam perto, com uma dor no coração, sigo a viagem. Infelizmente essa é uma realidade triste que também presenciei em outras estradas de terra e rodovias por onde percorri. Estrada de Terra em Londrina-Pr.

    A primeira chuva que enfrentei em cicloviagens aconteceu exatamente nessa, veio acompanhada de uma motivação: a fome. As estradas por onde percorri, de maneira geral, eram bem desertas. Em vários momentos, pedalava e pedalava, mas não via carros ou comunidades, somente matas e plantações. Fato que me traz uma paz maior ainda, sem barulhos e sem trânsito, oportunidade boa para reflexões.

    Enfim, pedalei a manhã inteira e algumas horas pelo início da tarde, parei quando por fim encontrei um restaurante, a 60 kms depois de ter tomado o café da manhã. Os últimos kms foram rápidos, pois de longe eu já via a chuva vindo ao meu encontro, juntando com a fome, só fui!!!! Rsrs

    Parada pra registrar a primeira experiência com chuvas, mas com equipamentos certos, segui a viagem assim mesmo.

    Comi meu almoço, descansei um pouco e sai para a etapa de pedal vespertino. Nessa etapa, presenciei várias situações da nossa Mãe Natureza: sol, chuva, ventos, frio e calor.

    Simplesmente lindo!

    Paisagens mudando a todo momento!

    Ao fim do dia chego ao meu destino: Sapopema. A estrada para se chegar até ela é fantástica, muito desafiadora por conta de tantas subidas, mas a recompensa são as mais lindas e diversas paisagens!
    Chegando ao camping Salto das Orquídeas, logo agilizo para arrumar minha barraca e descansar. Porém, ainda conversei um pouco com o pessoal que administra o espaço e com outro colega chamado Arilto que em breve se tornaria mais um amigo que a viagem me deu.

    Camping

    Amanhece o dia e logo preparo meu café da manhã, em seguida reflito a respeito dos lugares que irei visitar. Nesse meio tempo, vejo o Arilto vindo em minha direção, o pude conhecer melhor. É um jovem senhor com espírito aventureiro, conhece grande parte do nosso Brasil de moto, as vezes vai sozinho ou acompanhado, mas sempre está viajando.
    Após conversarmos, decidimos ir conhecer ao do Pico Agudo, dessa vez fui de carro. Chegamos lá e nos deparamos com uma certa "recepção" e com uma taxa de R$ 20,00, pagamos. Pessoas maiores de 60 anos não pagam, mas infelizmente a pessoa que nos cobrou não perguntou a idade do meu amigo e não vimos nenhuma plaquinha explícita. Além disso, a infraestrutura é ruim, ao decorrer do percurso há apenas uma bica de água (sem sinalização) que passa despercebida por muitas pessoas. Fica aqui o questionamento, quanto vale a Natureza?
    Enfim, o percurso para se chegar ao pico é desafiador, mas subimos tranquilamente em 1 hora. E como sempre, todo sacrifício tem a sua recompensa...

    A imagem por si só diz tudo. E ainda há pessoas que perguntam umas às outras: ''você sabe com quem está falando?"


    A viagem me presenteou com essa amizade, Arilto!Recompensa!

    Mais uma linda Cachoeira no Camping das Orquídeas.


    Caminho para se chegar ao Canyon Guartelá.

    Cachoeira da Ponte com uma água cristalinana região do Canyon Guartela.
    Aqui o Canyon Guartelá, o 6º maior do mundo!

    Mais cachoeiras...
    Esse rio tem várias cachoeiras, uma mais linda que a outra.
    Camping da dona Maria, próximo ao Canyon Guartelá.

    Rio dentro do Parque Estadual Guartelá.

    Lindo!!!

    Mais amizades !!!

    Horizonte...
    Famosos Panelões dentro do Parque.

    Magnífico.Lugar de muita paz!!!

    Pertinho do camping.

    Aqui um fato curioso, quando estava indo para o camping da dona Maria, a 3 dias antes dessa foto, acabei perdendo o um pé do meu tênis, a partir disso, tive que fazer todas as trilhas do Guartelá de chinelo. Entretanto, decidi voltar pelo mesmo caminho, apesar da grande chuva e barro, para recuperar o meu tênis, hehe. E ali ele estava, intacto.Pequeno córrego que atravessa a estrada e deságua aí. Aproveitei para lavar a bici...

    Bom, meu planejamento para o dia era pedalar 20 kms até a rodoviária da cidade de Tibagi e retornar de ônibus para Maringá, mas, infelizmente, não tinha ônibus direto, eu teria que ir para uma cidade maior chamada Telemâco Borba, em torno de 47 kms do local que eu estava. Não esperava por essa, mas parei, respirei e refleti sobre o melhor a fazer, então fiz uma pesquisa rápida e vi no primeiro site pesquisado que haveria um ônibus de Telemâco B. a Maringá às 19 horas, olhei para o relógio e vi que daria tempo para pedalar até lá. Enfim, cheguei faltando em torno de 30 minutos para esse tal ônibus chegar, apesar da fome, fui direto comprar a passagem, mas infelizmente aquele site estava desatualizado, ou seja, não tinha ônibus as 19 horas, só teria às 7 horas da do dia seguinte para uma cidade próxima a Maringá.

    Eu já estava cansado e mais essa... Respirei fundo, fui comer algumas coisas que tinha no meu alforge e descansei. Nesse meio tempo, coloquei a bicicleta dentro da rodoviária e pensei comigo: ''Vou dormir aqui mesmo no segundo piso e amanhã acordo cedinho, arrumo tudo e vou pra casa''... Triste ilusão!

    Arrumei as coisas, inflei o colchonete para descansar, tranquei a bike e deitei na rodoviária. Em torno das 0h30min, supreso, acordo assustado com guardas me expulsando da rodoviária!!! Naquele momento, senti algo ruim, nunca passei por uma situação assim, pelo local ser público e por eu já ter passado a noite em outras rodoviárias esperando ônibus, imaginei que seria normal eu passar a noite ali e pegar meu ônibus pela manhã. Enfim, fui tratado com grande estupidez, falaram algumas coisas, mas eu tinha acabado de despertar, então não prestei muita atenção, somente em um momento que recordo muito bem: ''Você saia daqui e não fique rondando por perto com essa bicicleta, porque os caras podem te roubar e nem sabe se vão te deixar vivo''. Pronto...
    Respirei e pedi a eles mesmo uma indicação para passar a noite, falaram que havia um hotel do lado da rodoviária. Apesar de descartar as possibilidades de ficar em hotel, fui flexível e não pensei mais, logo fui ao hotel e descansei.

    Pois é, nem tudo são flores... hahaha! Acordo pouco antes das 07 horas da manhã e vou comprar a minha passagem. Mais um entrave: só transportam a bicicleta desmontada e embalada. Paciência, acabei perdendo o ônibus porque ele sairia as 07h30min e não tinha como conseguir desmontar e embalar até o horário de saída do mesmo. Enfim, paro, respiro e penso no caminho a seguir.

    Chego a conclusão de ir a uma cidade próxima (cerca de 30 kms), pois segundo informações dos funcionários, teria um ônibus as 11h50min saindo de Imbaú para Maringá, então pedalo em torno de 30 kms. Chegando por lá vou procurar papelão e fita para embalar a bike, consigo nas primeiras lojas que procuro, gratidão! Foi trabalhoso embalar tudo e deixar pronto, mas consegui e esperei meu ônibus, enfim, depois de 4 horas chego a minha querida Maringá!

    Já na Rodoviária de Maringá com a Bike Mágica.
    Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado (Roberto Shinyashiki).

    Aquele que retorna de uma viagem, não é o mesmo que partiu, volto recarregado de energias boas!!! Liberdade é o sentimento mais intenso durante o meu percurso, a sentia em todo o momento. Viajar de bicicleta é mais do que ir a um lugar, é conquistar o lugar!

    Fim...

    William Jhones
    William Jhones

    Publicado em 19/04/2020 22:15

    Realizada de 21/02/2020 até 27/02/2020

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    Maringá - Paraná

    Rox
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    Um sonhador... Apaixonado pela vida e a natureza.

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