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André Deberdt 28/07/2024 13:05
    MONOLITOS DE QUIXADÁ - CE

    MONOLITOS DE QUIXADÁ - CE

    Visita à Pedra da Galinha Choca, cartão postal do município cearense de Quixadá, imortalizado no filme "O Cangaceiro Trapalhão".

    Escalada Hiking Trekking

    Pedra da Galinha Choca, cartão postal da cidade de Quixadá – CE

    Quixadá é um município no sertão do Ceará famoso pelos monolitos ou “inselbergs” que se destacam na paisagem, sendo a Pedra da Galinha Choca o mais famoso deles. Quem teve a oportunidade de assistir os filmes dos Trapalhões na década de 80 deve se lembrar de um com o título “O Cangaceiro Trapalhão”, no qual o quarteto escala o monolito em forma de galinha em busca de um tesouro, na realidade um gigantesco ovo de ouro.

    Foi em mais uma temporada com um primo e sua família na praia de Uruaú, município de Beberibe, que tivemos a ideia de visitar Quixadá. Na viagem de ida observei da janela do avião o belo conjunto de inselbergs entre as cidades de Quixeramobim e Quixadá que, de imediato, despertou minha curiosidade. Foi então que decidimos visitar esta última, distante 180 km de onde estávamos, em uma terça-feira com sol e céu limpo. Partimos às 6:30 da manhã de Uruaú e chegamos ao nosso destino por volta das 10:00, depois de alguma lentidão em um trecho esburacado e com muitas interrupções na estrada (BR-122), já próximo a Quixadá.

    Deixamos o carro sob uma árvore no estacionamento do Açude do Cedro, primeiro grande reservatório do Brasil, cujas obras foram iniciadas em 1890 e concluídas em 1906[1]. Passamos pela portaria do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), ao largo dos antigos galpões centenários tombados pelo IPHAN e seguimos pela barragem sul até o início da trilha.

    Apesar de curta, com aproximadamente 650 metros, a trilha até o alto da Pedra da Galinha Choca é íngreme e com alguns trechos escorregadios de solo seco e arenoso. Após uma grande projeção de rocha em forma de abrigo nos deparamos com uma colméia de marimbondos no meio da trilha. Passamos ilesos fazendo silêncio e continuamos a ascensão. Descobrimos mais tarde que outras pessoas que passaram por lá naquele dia não tiveram a mesma sorte.

    Em cerca de meia hora chegamos ao dorso da galinha, que nos deu uma vista espetacular de toda a região, tomada por enormes monolitos e pelo Açude do Cedro. No local há vias de escalada sinalizadas com placas de madeira, que dão acesso à cabeça e à cauda[2].

    Permanecemos no dorso da Pedra da Galinha Choca por cerca de meia hora e iniciamos a descida, depois de apreciar a vista e tirar muitas fotos. Aproveitamos para almoçar em um dos restaurantes próximos à barragem principal do Açude do Cedro, aos pés da Pedra da Faladeira, que não nos agradou muito, uma vez que o sabor e a aparência era de comida requentada.

    Em seguida caminhamos pela barragem principal do Açude do Cedro, uma belíssima obra de engenharia em arco, com um guarda-corpo trabalhado em ferro e pilares em cantaria, de onde se tem uma das melhores vistas da Pedra da Galinha Choca e dos monolitos no entorno, dentre eles a Pedra da Faladeira, a Pedra Cabeça de Leão e a Pedra do Pombo.

    Há uma infinidade de atrativos naturais para serem visitados em Quixadá, entre monolitos, vias de escalada, trilhas, cavernas. A região também é conhecida pela prática do voo livre (parapente). Porém, o objetivo do dia foi a visita à Pedra da Galinha Choca, cujo maior tesouro atualmente são as incríveis paisagens que este local nos proporciona.


    [1] DNOCS. Cedro, o primeiro açude do Brasil. Disponível em https://www.gov.br/dnocs/pt-br/assuntos/nossas-historias/cedro-o-primeiro-acude-do-brasil Acesso em 28/07/2024.

    [2] Guia de escalada de Quixadá. Disponível em https://companhiadaescalada.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Guia-de-Escalada-de-Quixada-.pdf Acesso em 28/07/2024.

    Caminho até o início da trilha, passando pela barragem sul.

    Ao longo da trilha que leva ao topo da Pedra da Galinha Choca, uma paisagem pontuada por monolitos (inselbergs) e o Açude do Cedro, um dos mais antigos do Brasil.

    No dorso da Pedra da Galinha Choca, com a cauda ao fundo.

    Além dos monolitos, a região é repleta de atrativos, como trilhas, cavernas, vias de escalada e prática de voo livre.

    Barragem principal do Açude do Cedro.

    Pedra Cabeça de Leão, avistada da barragem principal do Açude do Cedro.

    A Pedra da Faladeira, a Pedra da Galinha Choca e a Pedra do Pombo ao fundo.

    De volta à praia do Uruaú, após a visita à Quixadá.

    André Deberdt
    André Deberdt

    Publicado en 28/07/2024 13:05

    Realizada en 23/07/2024

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    2 Comentarios
    Marcelo Lemos 29/07/2024 18:08

    Muito bom ver um relato daquelas bandas, André. Sou suspeito para falar das belezas do interior nordestino, apesar de não conhecer este seu destino. As formações rochosas são bem peculiares, belíssimas. Que você traga mais relatos daqueles lados. Abraço.

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    André Deberdt 31/07/2024 16:26

    Concordo com você Marcelo. Quando falamos em Nordeste, a maioria das pessoas só lembra das praias. O Agreste e o Sertão possuem atrativos surpreendentes e belíssimas paisagens. Muita coisa a ser explorada!

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    André Deberdt

    André Deberdt

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    Biólogo e montanhista filiado ao Centro Excursionista Mineiro.

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