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André Jean Deberdt 02/08/2021 10:43
    SERRA DO LOPO, EXTREMA - MG

    SERRA DO LOPO, EXTREMA - MG

    Caminhada curta e fácil, porém extremamente agradável, pela crista da Serra do Lopo, no município de Extrema - MG.

    Hiking

    Serra do Lopo, com a Pedra do Cume (1.700m) ao fundo.

    A Serra do Lopo faz parte da Serra da Mantiqueira e está localizada na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo, entre as cidades de Extrema - MG e Joanópolis – SP. Trata-se de um belo maciço montanhoso que pode ser avistado da rodovia Fernão Dias (BR-381).

    Visitei esta serra em 1984, quando tinha 16 anos, em uma excursão realizada pela empresa Freeway, numa época em que ainda não se falava de ecoturismo no Brasil. Na ocasião, lembro que o passeio quase foi cancelado por conta da chuva e que fizemos a ascensão por uma trilha estreita, passando por vários trechos cobertos por “túneis” de bambu. Do alto, não foi possível enxergar nada devido ao forte nevoeiro, motivo pelo qual sempre tive vontade de retornar para uma nova visita com céu aberto. Num domingo de Sol, retornando de carro de SP para BH, decidi refazer essa caminhada. Obviamente, passados 37 anos, muita coisa havia mudado por lá.

    Para subir a serra de carro a partir de Extrema, marquei no Google Maps a plataforma de voo livre, que me levou até lá por uma estradinha sinuosa e estreita, que alterna trechos calçados com paralelepípedo e outros de terra. Pouco depois da plataforma chega-se a uma guarita, onde uma pessoa controla a entrada e entrega uma comanda. O acesso à trilha é feito a partir da pousada Céu da Mantiqueira, cerca de 800m à frente, que cobra uma taxa de R$ 20,00 para entrada, estacionamento e uso da infraestrutura local (banheiros, lanchonete etc.).

    Com tantas facilidades, não me surpreendi ao deparar com o local cheio de gente e quase sem vagas nos dois estacionamentos. Ainda assim, resolvi arriscar e parti para a caminhada.

    A trilha, com cerca de 4 km de extensão, tem início a partir de uma pequena escadaria de pedra junto ao estacionamento, devidamente sinalizada, que leva até uma estradinha no alto da serra, e que também dá acesso à Joanópolis, no lado paulista.

    Depois da Pedra do Altar, um dos primeiros mirantes pelo caminho, tem início uma agradável e bem marcada trilha pela mata, em meio a muitas bromélias, orquídeas, bambuzinhos e demais espécies típicas desse tipo de mata altimontana. Não há grandes desníveis e a orientação é bastante fácil, apesar de algumas bifurcações e atalhos. Basta seguir pelo caminho com o chão mais batido.

    A Pedra dos Cabritos, um pouco mais à frente, possibilita uma bela vista da região de Joanópolis, que no folclore popular costumava ser conhecida como o local habitado pelo lobisomem. Seguindo o caminho, sempre em meio à mata, chega-se à Pedra das Flores, formada por uma extensa e ondulada laje de pedra, de onde se tem uma bela vista da Pedra do Cume e da represa do Jaguari, que integra o Complexo Cantareira e abastece a capital paulista.

    Há diversos pontos (clareiras) de acampamento ao longo da trilha, prática permitida no local. Porém, encontrei um maior número de barracas na Pedra das Flores. Salvo um minguado córrego, já quase seco, não encontrei pontos de água potável pelo caminho.

    Por fim, depois de um pequeno e fácil trecho de “escalaminhada”, cheguei na Pedra do Cume, ponto mais elevado da serra que se destaca na paisagem, com 1.700m. Na realidade, cheguei cerca de 2,5 m dele. O ponto mais alto, de fato, fica no topo de uma rocha, onde está o livro de cume. O acesso seguro precisa ser feito por meio de escalada, por uma via curtíssima, com duas chapeletas e um ponto de ancoragem. É possível e até simples fazer uma mini escalada em solo. O problema maior é a descida, já que a rocha é bastante exposta e inclinada. Confesso que fiquei tentado a ariscar, mas fui desencorajado pela chegada de pessoas ao local. Afinal, não seria muito sensato dar um mau exemplo e induzir outros a cometer a mesma imprudência.

    Depois de apreciar a bela vista por um tempo e com o local ficando cada vez mais cheio de pessoas, retornei pela trilha até a pousada, paguei a taxa e peguei a estrada para BH, aonde cheguei depois de uma viagem cansativa, com muitos caminhões, acidentes e congestionamentos. Mas a visita à Serra do Lopo valeu muito à pena!

    Trilha fácil e agradável em meio à mata, sem grandes desníveis e maiores dificuldades de navegação.

    A crista da Serra do Lopo e a Pedra do Cume avistados a partir da Pedra do Altar.

    Gente acampada e muitos grupos de caminhada na Pedra das Flores.

    A Pedra do Cume e, à esquerda ao fundo, parte do reservatório do Jaguari, que integra o Sistema Cantareira e abastece de água a capital paulista.

    Pedra do Cume, com 1.700m. Ponto culminante da Serra do Lopo.

    Placa fixada na base da Pedra do Cume.

    Quase no cume! Faltou uma corda para garantir uma subida (e descida) segura da rocha onde está o livro de cume. Na foto parece fácil, mas não era não!

    Tão longe e tão perto. A inclinação da rocha e as partes expostas no seu entorno dificultam o acesso ao livro de cume, a cerca de 2,5m de distância. Subir até lá não é difícil. O complicado é descer!

    André Jean Deberdt

    André Jean Deberdt

    Belo Horizonte - MG

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    651

    Biólogo e montanhista filiado ao Centro Excursionista Mineiro.

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