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TRILHA MILHO VERDE - CAPIVARI
Trecho da Transespinhaço entre Milho Verde e Capivari, distritos de Serro - MG.
HikingGiselle no início da muito bem sinalizada "Trilha Milho Verde - Capivari".
Criada oficialmente em junho de 2018, a trilha de longo curso Transespinhaço já possui alguns trechos implantados e sinalizados: na Serra do Cipó, na região do Pico do Itambé e entre Milho Verde e Capivari, distritos de Serro, onde estivemos no final de semana de 23 e 24/07/2022, para participar de um Seminário e Oficina de Sinalização. No mesmo período também estava ocorrendo o 22 Encontro Cultural de Milho Verde, motivo pelo qual o povoado estava bastante movimentado.
Eu (André), Giselle e nosso colega Fernado Ottoni, partimos de carro às 20 horas da sexta-feira, rumo ao distrito de Milho Verde, via BR-040 e Curvelo, aonde chegamos por volta da 1h e 30min da madrugada. Ficamos hospedados na pousada Flor do Milho, reservada previamente.
Na manhã de sábado, fomos atrás de um local para tomar café da manhã, antes do início do seminário da Transespinhaço, previsto para às 9 horas. O único que encontramos aberto foi o bar, mercearia e padaria G Barroso, no Beco do Chafariz, lugar aprazível e limpo, com cara de boteco antigo de cidade do interior, caracterizado pela típica fachada com quatro portas.
O seminário foi realizado nas dependências da pousada Cassule, com palestras proferidas pelo Diego Firmato, presidente da Associação de Escaladores da Serra do Espinhaço (AESE), pelo Antônio Godoy, da APA Águas das Vertentes e, é claro, pela Giselle Melo, uma das coordenadoras da Trilha Transespinhaço. No final da manhã foi realizada uma oficina de sinalização onde os participantes puderam praticar com os moldes e a tinta spray. Depois do almoço demos continuidade à prática de sinalização em um trecho em implantação da Transespinhaço, entre Milho Verde e a comunidade quilombola Santa Cruz.
No início da noite seguimos para a praça no entorno da capela do Rosário, onde acontecia o Encontro Cultural de Milho Verde. Demos uma volta pelo local e depois nos sentamos em um boteco para tomar cerveja e petiscar, junto com o Adão e a Thais, colegas da Transespinhaço responsáveis pela implantação da trilha no Parque Estadual do Pico do Itambé. Por volta das 22h eu e Gisele fomos dormir, pois tínhamos uma caminhada marcada para às 7h da manhã do domingo, enquanto o Fernando deu prosseguimento às atividades noturnas, já sinalizando que talvez não estaria em condições satisfatórias para nos acompanhar no dia seguinte.
Domingo de manhã, depois de um rápido café no bar G Barroso, eu e Giselle seguimos até a sede da APA Águas das Vertentes, onde nos encontramos com o restante dos participantes que fariam a travessia de Milho Verde até Capivari, pelo trecho que cruza duas unidades de conservação estaduais: o Monumento Natural Estadual Várzea do Lajeado e Serra do Raio, que preserva sítios naturais raros e de grande beleza cênica, situada no interior da APA Águas das Vertentes, região considerada como vertedouro natural de água para os rios Jequitinhonha e Doce, e que também abrange o Parque Estadual do Pico do Itambé.
Iniciamos a caminhada pela região do Lajeado, planície que abriga as drenagens do córrego homônimo, subindo em seguida a Serra do Ouro, onde fizemos uma rápida parada na lapa do Garimpeiro e nas pinturas rupestres ao lado. Depois, seguimos até o cume do pico do Raio (1.409m), elevação que se destaca na paisagem e de onde se tem uma vista privilegiada de toda a região, especialmente dos distritos de Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras e Capivari, este com o imponente pico do Itambé (2.052m) ao fundo. Apesar de algumas subidas mais íngremes, a caminhada foi relativamente fácil, em meio a belos campos rupestres e com a trilha toda sinalizada.
Depois de descer o pico do Raio, a trilha segue margeando o ribeirão Capivari, que ainda guarda as cicatrizes do garimpo em suas margens e leito. Passa pela casa do Zé Barriga e da dona Maria, caseiros e criadores de gado, e por uma pequena cachoeira no córrego, onde é possível se refrescar do calor, terminando na igreja de São Geraldo, já no distrito de Capivari, onde almoçamos na casa da Dona Noêmia (Pousada Domiciliar Pôr do Sol), com a comida preparada e servida no fogão a lenha.
Aqui cabe um parêntese para falar um pouco do Turismo de Base Comunitária em Capivari, local onde, aparentemente, esta prática deu certo. Em fevereiro de 2015, tivemos uma experiência muito boa com o pernoite e o café da manhã na casa da Dona Maria, moradora do distrito. Implantado desde 1999 a partir de uma parceria da agência de turismo Andarilho da Luz com a comunidade local , a iniciativa parece ter prosperado.
O Fernando fez a travessia solo de Milho Verde – Capivari, porém, de carro, depois de acordar da noitada concluída por volta das 5h da manhã. Quando chegamos na casa da Dona Noêmia, ele já estava lá, batendo um animado papo com ela.
Almoçamos, compramos de um morador dois litros de gasolina para o carro, que já estava com o tanque na reserva, nos despedimos da turma e seguimos viagem para BH, desta vez via Conceição do Mato Dentro e Serra do Cipó, por um caminho um caminho mais sinuoso, porém, bem mais curto. Apesar do já tradicional trânsito dominical em Lagoa Santa, chegamos em casa no início da noite, depois de uma viagem tranquila e sem maiores incidentes.
Atividade prática durante o Seminário e Oficina de Sinalização da Transespinhaço, realizado no distrito de Milho Verde.
Sinalização do trecho entre Milho Verde e Santa Cruz, na tarde do sábado.
Igreja de Nossa Sra. dos Prazeres, em Milho Verde, onde Chica da Silva foi batizada.
Caminhada de Milho Verde (ao fundo) até Capivari, realizada no domingo.
Rumo ao pico do Raio (1.409m), que se destaca na paisagem.
Ataque final ao cume do pico do Raio.
Participantes da caminhada, no cume do pico do Raio (1.409m).
Descida do pico do Raio, com o pico do Itambé e a serra da Bicha ao fundo.
Trecho final da descida, no rumo para o distrito de Capivari.
Todo o trajeto sinalizado com a pegada da Transepinhaço.
Trecho final da caminhada, já próximo ao distrito de Capivari.
Algumas pinguelas ao longo da trilha, para facilitar a passagem sobre os pequenos córregos .
Em fevereiro de 2015 eu a convidei para observar as estrelas dessa igrejinha no alto de um morro. Sete anos e meio depois, estamos de volta!
