Trilha Morro Elefante
Trilha a partir de Catolés de Cima, subindo o morro Elefante por nordeste, seguindo ao sul até o cume, e descendo até a forquilha.
Acampamento Montanhismo TrekkingNossa ideia inicial para essa trilha era alcançar a mata do cigano, mas não conhecíamos a região e tínhamos pouco tempo. Partimos em 3 pessoas, de Catolés de Cima. Tenho um tracklog no Google Earth com todo o percurso, que vou disponibilizar no final do relato para quem se interessar. A visão 3D de satélite ajuda a visualizar a rota.
As 9:10 estacionamos o carro no terreno de um morador da região, Junior, e preparamos nossa mochila. Junior também ofereceu nos levar a uma trilha que ele usava quando era criança, que subiria em direção à mata do cigano, e nos levou até o começo da trilha. Partimos de sua casa as 10:50.
Andamos pela estrada de terra por uns 10 minutos, até que viramos a segunda esquerda, entrando na trilha que subiria o morro. Na primeira imagem, a estrada, a vista que ficou para trás da gente; na segunda, já estamos subindo a trilha:
Nesse momento de entrar na trilha, nossas coordenadas eram: 13º16'08''S e 41º53'54''W.
Na subida, o tempo começou a fechar e uma chuva começava a cair. Por sorte, quando a chuva engrossou, encontramos duas pequenas tocas, bem apertadas, e decidimos nos proteger da chuva e de possíveis raios. Nos abrigamos 12:30 até as 13:40, quando o céu abriu. Lá, conseguimos também um bom cajado.
Coordenadas das tocas: 13º16'01''S e 41º54'17''W.
Subimos em direção ao muro de pedra, que já estávamos esperando por conta da explicação de Junior. Foram 30 minutos de caminhada até la, com pausa para admirar a vista do vale de Catolés de Cima, e a Serra da Tromba quase desaparecendo no fundo, com seu "bico" coberto por nuvens (na metade esquerda da imagem).
As 14:30, logo depois de passar o muro de pedra, encontramos uma toca onde poderíamos ter almoçado. Mas tínhamos perdido muito tempo por conta da chuva, e estavamos procurando água, então decidimos seguir. Naquele momento perdemos a trilha, e fomos seguindo por onde parecia ter uma trilha intermitente, já apagada quase inteiramente. 15:10, ouvimos som de água e seguimos para nossa direita, onde encontramos uma corrente honesta para encher as garrafas.
Coordenadas da toca: 13°15'59''S e 41°54'26''W.
Coordenadas da água: 13°16'02''S e 41°54'33"W.
Depois de abastecidos, penamos em encontrar por onde a trilha continuava. Não sabíamos o quanto já tínhamos andado (nos enganamos achando que tínhamos andado muito mais). Seguimos em direção ao sul, por uma boa distância plana e descampada, que batizamos de "arrependimento". Lá a trilha era clara, mas depois pensamos que alí era uma trilha que talvez subisse da forquilha. A verdade ainda não é clara, mas o fato é que estávamos em um platô ainda a leste do Elefante, e queríamos atravessá-lo. Então decidimos volta e atravessar o mesmo córrego em que abastecemos de água, mas um pouco mais a oeste de onde nos abastecemos.
Na primeira imagem, na ida do "arrependimento", rumo sul, com o elefante à direita. Na segunda imagem, a vista do vale e do povoado a partir do tal "arrependimento".
Coordenadas: 13°16'22"S e 41°54'25"W.
Depois de atravessar a água, viramos para a esquerda (sentido oeste) e subimos para tentar passar por um passo que nos colocaria no eixo da crista do Morro Elefante. Na hora de passar, havia uma espécie de bifurcação, e seguimos a subida da esquerda, sentido sudoeste, que nos colocou na crista do Elefante, mas ainda em sua parte mais baixa.
Isso já era tarde. Depois de perder a trilha na água, as 15:10, chegamos ao "arrependimento" as 15:49, voltamos, atravessamos o rio seguindo oeste e nos deparamos com essa bifurcação as 16:57.
Escolhemos o local do acampamento as 17:05 e então montamos a barraca e cozinhamos nosso miojo com linguiça. Já as 19:00 deitamos pra dormir.
Na primeira imagem, a vista a partir da bifurcação para trás (sudoeste), com a Serra da Tromba novamente no fundo. Na segunda imagem, já depois do passo, a vista para o vale na face oeste do Elefante.
Coordenadas do acampamento: 13°16'06"S e 41°54'49"W.
A noite não foi nada tranquila. Acampamos em uma posição não muito boa, num descampado na parte mais alta, com risco de servir como para-raio. O problema é que choveu forte, com direito a raio e trovão perto de nós. Deitamos 19:00, mas eu só consegui dormir as 23:00. Depois do medo dos raios, com a chuva forte batendo na barraca (que ficou muito bem presa, por sinal), senti dor nas costas. Tomei um Tylenol e dormimos, com a lanterna acesa para disfarçar a luz dos raios.
Bom dia! Acordamos com essa linda vista do Morro Elefante. À sua esquerda, coberto pela parede da barraca, estaria o "arrependimento", já deixado para trás e para baixo.
Acordamos 5:55, tomamos café e passeamos pela área. Decidimos que iríamos mudar o destino, pois tínhamos andado pouco, e nosso objetivo era o cume do Morro Elefante, e depois descer para a forquilha.
As 9:20 nos abastecemos em uma poça de água formada numa pedra lisa com a chuva. O "sistema lacustre", como o batizamos, salvou bem. Depois de desmontar a barraca, por volta de 10:20, passamos por lá de novo para lavar os objetos e abastecer nossa garrafa para a caminha.
Coordenadas do "sistema lacustre": 13°16'13"S e 41°54'50"W.
Nesse meio tempo, nos perdemos do Osmar (o camarada de blusa laranja). Do nada, a neblina tomou conta e, além de tampar a visão completamente, abafava o som também. Acabamos nos encontrando depois de 30min, o esquema é não andar enquant a neblina tomou conta.
Seguindo ao sul, pela crista do Elefante, partimos 11:10. Depois de 2 horas, já estávamos em uma altura da Crista razoável, que à esquerda (leste) nos permitia olhar para baixo e enxergar já além do "arrependimento". Paramos para comer umas bolachinhas 13:10.
Tivemos a decisão errada de largar a crista e procurar já uma descida. Nos atrasamos e nos cansamos a toa por conta dessa decisão. Abandonamos a crista por volta de 13:30, e seguimos até perceber que não havia descida naquela altura por alí. Para alcançar a crista novamente, a subida era estreita e a vegetação alta. Foi péssimo, andávamos 10m e já precisava parar para descansar, eventualmente usávamos as pedras para uma leve escalada. Esse erro nos custou 1h45min. As 14:20, tiramos a foto abaixo (segue também as coordenadas) e alcançamos a crista cada um em seu tempo; eu cheguei 15:15, mas já com a ótima notícia de que Inácio (o outro camarada) havia encontrado a trilha para o cume, e este estava pertinho já.
Coordenadas da subida infernal: 13°16'50"S e 41°54'30"W.
Enfim, andamos por 15 minutos, alcançamos o cume do Morro Elefante 15:30 e anotamos nossos nomes no livro da conquista.
Acima, nossa visão para leste (destaco a Serra da Tromba, mais uma vez). Coordenadas: 13°16'57"S e 41°54'25"W.
A partir daí, a trilha era clara e bem marcada, descendo para o "falso cume" do Elefante. Esse trechl fizemos rápido, e aqui destaco que havia muito cristal no caminho (que chamávamos de "clandestino"). Encontramos a descida para a forquilha 16:35.
Já conseguíamos ver o Barbado na nossa frente há um tempo. Descemos para a forquilha por um caminho ingrime mas não muito longo. As 17:10 estávamos já na forquilha, e de lá seguimos até um terreno, onde acampamos. Na manhã seguinte, andamos até o carro.
Quando terminar de editar o tracklog, disponibilizo aqui
Legal o relato Ayla. No Carnaval de 2020 passamos acima do "arrependimento" rumando para o Elefante. Vínhamos do norte.
Obrigada! Lemos e relemos teu relato antes de fazer essa trilha, e recentemente revisitei minhas fotos e mapas. Quero voltar para essa região e explorar a mata do cigano.
Que bom. O lugar é bonito!
Ayla, da pra por o tracklog aqui?