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Travessia 360º - Lapinha - Tabuleiro - Lapinha
Travessia na serra do Cipó, cerca de 55 km em 4 dias.
27/04/2018
Travessia na serra do Cipó, iniciada em Lapinha da Serra numa sexta a tarde. Eramos 3, eu João e Cleisson. O planejamento inicial era dormir em Lapinha e iniciar no sábado pela manhã, mas adiantamos e economizamos um dia de camping na cidade ;)
Sem lugar pra deixar o carro, rodamos uma meia hora até ver um canto de rua que achei q daria. Perguntei uma senhora, D Cecília, se poderia deixar lá. Ela disse q não, melhor deixar no quintal da casa dela! Dona humilde, casa bem simples, mas super receptivos. Deixei o carro e partimos.
Fim de tarde e inicio de travessia - vista para lapinha da serra
Acampamos na beira de um riacho depois de uns 5 km de trilha, 1h e pouco de caminhada com uma subida ajeitada. Noite de lua cheia, rolou um miojo com bacon e calabresa e depois fiz umas tentativas de fotos de longa exposição (faltou tripé e foco, mas registrou o momento). Noite com temperatura agradável, fui dormir e logo veio um rebanho nos fazer companhia, ficaram meio ressabiados mas dividimos o espaço tranquilamente.
28/04/2018
O sábado começou de madrugada com um outro grupo que chegou "tranquilamente" às 1:30h da manhã pra acampar ao nosso lado (as vacas já tinham ido embora), comunicando pelo rádio que já tinha gente acampando lá e apontando lanterna, numa incompreendida tentativa de chegar sem incomodar kkk, acordamos na hora mas dormimos rápido de novo.
Acordei com o sol nascendo, a galera da madruga já desmontando acampamento e seguindo trilha enquanto a gente fazia uma tapioca com ovo mexido e bacon (o que descobrir ser o melhor café da manhã de trilha possível)
Manhã nublada, temperatura boa pra caminhar, firmamos um ritmo bom de caminhada, muitas planicies e subidas tranquilas, rapidamente chegamos à uma prainha com vista pro pico do Breu
Um breve descanso e reabastecimento das garrafas d'água, e então um pouco mais de caminhada. Logo veio mais uma subida forte, porém curta e com uma vista incrível.
com cerca de 4h de caminhada chegamos a casa do Sr Zé Olinto, por volta do meio dia, o que nos deu tempo pra montar acampamento e ir curtir uma cachoeira próxima e descansar para o dia seguinte.
A cachoeira forma tipo uma borda infinita e a paisagem é incrível. O rapaz barbudo fica encolhido na agua fria, mas foi ótimo pra relaxar.
Mais tarde rolou outras tentativas de fotos noturnas, de qualidade duvidosa. Depois das fotos avaliamos a possibilidade de fazer um exuberante arroz pra janta ou ir pra casa do Sr Zé, claro que o macarrão com carne cozida e batadas no fogão de lenha ganharam. O camping já estava cheio, e ainda mais gente chegava da travessia a noite. Depois da janta, dormimos ao som do festival de Jazz de Tabuleiro (láaa embaixo da serra, mas que dava pra escutar um pouco).
29/04/2018
Dia seguinte, manhã com nevoeiro, mais um ovo com bacon e um café então partimos pra fazer um ataque à parte baixa da cachoeira do Tabuleiro e depois à parte alta.
Descida com o sol tímido entre as nuvens.
3 Fotogênicos no mirante da cachoeira
A descida foi super rápida, sem mochila o trem anda fácil. Chegando ao vale no pé da cachoeira, uma vista incrível, uma tranquilidade sem igual pra comer uns lanches antes de seguir. Fiquei ali nem sei qto tempo, o João foi até o poço.
Depois de alimentado e com o auxílio de um milagroso gel de carboidratos, começamos a subida até a parte alta da cachoeira, não pela trilha normal de acesso do parque, o Cleisson nos levou pelo outro lado - mais curto e beeeem mais íngreme. Nem foto animei tirar, o fôlego se foi.
Com umas 2 horas de subida, finalmente chegamos na sequência de quedas que vão até a esperada 3ª maior cachoeira do país. Água boa, já era pra lá do meio dia e o sol já tava daquele jeito. Arranquei a bota e fui descendo descalço, umas bolhas no pé já estavam anciosas pelo refresco.
Chegando na beira do Tabuleiro qual não foi a surpresa quando vi um maluco de paraquedas no meio do poço. Quando olho pro lado tinha outro preparando para o base jump e eu segurando a câmera pra filmar mais tenso que o próprio saltador. Que espetáculo um sujeito pula em queda livre na sua frente sem medo de morrer (ou não). Todos agitam com o cara, a galera la em baixo aplaude quando ele chega. Partimos dali depois dessa, perplexos com a coragem de pular ou a vergonha de arregar kkkkkk.
Bola pra frente, tinhamos a volta pra casa do sr Zé ainda. Fechamos quase 18 km de caminhada, com uns 1.300 m de desnível.
No link https://www.relive.cc/view/1540536510 tem o Relive do dia, registrado no Strava.
Chegamos e depois de um banho arrumamos as mochilas pra sair cedo no dia seguinte, então partimos pra mais uma deliciosa janta que o Sr Zé preparava no fogão de lenha.
Tirei mais umas fotos tentando capturar o momento na montanha, mas acho q não consigo representar toda a realidade, tem que viver aquilo pra entender o que realmente foi.
30/04/2018
Acordamos cedo no último dia, juntamos tudo e desarmamos acampamento pra seguir de volta pra Lapinha. Não teve ovo com bacon, tomamos o famoso café com cravo do Sr Zé (protagonista nessa história), colocamos as mochilas nas costas (bem mais leves agora o/ ) e partimos.
A volta começou com um ritmo bom, tempo fechado e temperaturas amenas. As nuvens foram abrindo espaço pro sol com o tempo.
Lá pelas 10 da manhã já estavamos passando novamente pela prainha, paramos pra fazer um lanche e finalizar a travessia.
Passamos de volta no local do 1º acampamento, e faltava apenas uma última subida pra avistarmos a Lapinha.
Com os pés já acabados, cheios de bolhas, a vista do pico da Lapinha e a cidade logo abaixo foi animador. Mas a descida final foi pauleira. Sempre me arrependo de não levar o bastão de caminhada.
Quase arrastando chegamos e na beira da lagoa tinha um gente boa vendendo picolés artesanais pelo preço da prosperidade que você desejasse pra ele (sujeriu R$ 5 como preço ideal). Peguei um de caldo de cana e limão e deitei na beira da lagoa enquanto João chegava.
Nesse outro link https://www.relive.cc/view/1541561469 tem o Relive da volta, registrado no Strava.
Chegando à casa da D. Cecília cerca de 1h da tarde, agradecemos demais pelo favor q nos fizera. Peguntei quanto ela ia me cobrar, e ela disse que não tinha necessidade, ofereci os R$ 20 que tinha na carteira como forma de gratidão, tive que deixar encima da mesa porque ela nem quis pegar. Agradecemos novamente e fomos embora pra casa.
Quebrados mas satisfeitos com a longa caminhada e as experiências vividas.
