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Bruno Negreiros 31/01/2021 22:04 com 2 participantes
    Pico do Perdido | Parque Estadual do Grajaú - RJ

    Pico do Perdido | Parque Estadual do Grajaú - RJ

    Trilha (hiking) de um dia realizada no Parque Estadual do Grajaú e Parque Nacional da Tijuca, entre a solidão da pandemia.

    Montanhismo Hiking

    Pico do Perdido/ Parque Estadual do Grajaú - RJ

    Trilha realizada em 19.07.2020.

    Tipo de Aventura: Trilha (hiking) de um dia realizada no Parque Estadual do Grajaú e Parque Nacional da Tijuca, entre a solidão da pandemia.

    Ponto de Início: Rua Mariópolis, Grajaú: https://goo.gl/maps/BeKa2SHAGu4LRMRbA

    Ponto Final: Pico do Perdido - https://goo.gl/maps/Gx3maHcZEDZProZQ9

    Tracklog utilizado Leo Gusmão
    https://www.wikiloc.com/mountaineering-trails/pico-do-perdido-grajau-38441661

    Informações Importantes

    • Nessa trilha eu fui guiado pelo Gabriel Torres (Spiro), dono da Spiro Turismo, uma empresa de ecoturismo super legal e consciente. O cara é fera e conhece muito bem todos os cantos do Rio de Janeiro. Além disso, ele é especialista no Pico do Perdido. Contato: 21 98157-5232
    • Se a região do Pico do Perdido hoje está limpa, é por causa do Gabriel. Ele, como morador do bairro do Grajaú, organiza coletivos de coleta de resíduos da trilha com frequência. Além disso, ele luta por uma maior consciência de todos os frequentadores.
    • O pico do Perdido é uma trilha relativamente fácil, mas conta com uma escalaminhada final um pouco técnica. Se você tem medo de altura e muito pouco conhecimento sobre movimentos de escalada, recomendo estar na companha de um amigo mais sagaz ou de um guia experiente.
    • Uma corda de 15 metros e um mosquetão podem ajudar bastante nesse lance.
    • Reforçando o pedido do Gabriel: CUIDE DO LOCAL E LEVE SEU LIXO DE VOLTA.
    • O Perdido possui uma das minhas vistas preferidas do Rio de Janeiro. Meu coração bate sempre sentido Zona Norte.

    RELATO

    Essa trilha nasceu do convite do meu grande irmão Renato Olmos. No meio de um dos períodos mais difíceis provocados pelo isolamento social do Covid-19, enquanto conversávamos sobre saúde mental e saudade da natureza, resolvemos encarar essa subida. Ele convidou o Gabriel e fomos. Nessa época eu não conhecia muito bem o Gabriel. Nós dois frequentávamos o mesmo clube de montanhismo (Centro Excursionista Brasileiro - CEB), mas de fato nunca tínhamos nos esbarrado e conversado direito. Hoje, se tem alguém que gosto muito, é desse mlk.

    Saí de casa (na época eu ainda morava em VG), peguei a Linha Vermelha boladona, resgatei a Josye, o Renato e partimos pro Grajaú. Chegando lá, foi só esperar uns 10 minutos que o Gabriel apareceu no pique. Coloquei a bota (tinha tempo que não fazia isso), arrumei as últimas coisas na mochila e começamos a subir pelo finzinho da rua Mariópolis. Entramos por um "portão" aberto, cercado por um grande muro branco e tocamos pra cima.

    A trilha se desenrola basicamente no sentido oeste, quase que paralela ao fundo do vale, sem muitas dificuldades técnicas, uns mini zig zags e alguns desvios não seguidos para quedas d’água. Eu tava “gordinho” e com uma cara ainda maior de biscoito trakinas. Os quilos a mais fizeram a diferença e, mesmo nessa caminhada fácil, tive uma suadeira que só. O destaque positivo desse início de trilha vai para as milhões de histórias do Gabriel. Mano, até fantasma ele já viu... diz ele que são as almas dos nossos ancestrais que cuidam do local. Porra, me amarrei. Na real, eu tava era me distraindo pra não ter que assumir pra geral a surra que eu tava tomando dessa trilha fácil.

    Logo mais pra cima, viramos pra norte, Gabriel me alertou quais caminhos não seguir e, mais ou menos 35 a 40 minutos depois de começarmos, chegamos no costão rochoso virando pra leste. Uma parada pra tomar uma água e subimos. A parte inicial é fácil e só um pouco de aderência na bota já é suficiente para subir sem problemas. Daí chega numa trilhinha com solo raso. Passa dela e chega no chefão final: a escalaminhada maneira. Olhei e fiquei amarradão: “vai ser irado”. Nós três já tínhamos um bom conhecimento de escalada e subimos sem muitos problemas ou a necessidade de uso de cordas. O Renatin deu uma rebolada no lance final? Deu...mas eu sabia que ele não me decepcionaria sem algum momento glorioso...

    Mas falando a real, esse pedaço da trilha é pra ser levado a sério, já que pessoas com pouca experiência podem se machucar. Se puder, leve uma corda de 15 metros e ajude os amigos com menos habilidade. A escalaminhada acontece numa espécie de corredor naturalmente cravado no meio da rocha, com pedras e boas agarras para os pés e para as mãos. No último lance, um passo largo pra direita e... é isso: CUME.

    Passamos do lance, andamos algo em torno de 47 segundos e chegamos no pico. MARAVILHOSO...QUE VISUAL. Ali eu me emocionei. Pow, me dá um crédito, eu tava afastadão do que tanto amava... merecia dar uma chorada. Mano, eu tava no alto de algum pico novamente... uhuuuuul. Do lado direito, o paredão do PNT (deixando os playboys do outro lado), pra frente, toda a região da Tijuca com Niterói ao fundo e, para a esquerda, minha querida Zona Norte (raiz) e o outro paredão distante da Serra do Mar.

    Comemos uns lanches e ficamos trocando muita ideia sobre a vida. Conversamos muito sobre tudo o que estava acontecendo e sobre o futuro. Lembro do sentimento bom de estar novamente entre amigos e das boas gargalhadas que rolaram. Esses caras são hilários. Como um todo, hoje eu sou eternamente grato a eles... Eles me tiraram do meu pior momento de solidão e me levaram à sentir novamente aquela sensação boa de viver. Tive aquela animação boa de que: “meu irmão, esse coloba vai passar e eu ainda vou subir muita montanha”. Valeu, Gabriel e Renato, foi irado!

    O RETORNO

    Não satisfeito com essa aventura, alguns dias depois eu retornei ao pico com uma companhia muito especial. Eu e Dani nos conhecemos no meio da pandemia em uma história muito doida que um dia eu ainda escrevo aqui uma matéria só pra contar. Entre tentativas e erros de quem tá se conhecendo, resolvemos nos ver e “sentar no meio fio pra conversar”. Mas sei lá, uma hora eu disse pra ela: “que meio fio que nada, vamos subir alguma coisa”. E lá fomos nós... Era o começo de muitas aventuras (e relatos) que viriam. Sim, o Perdido jogou dentro da gente muitas boas energias e muita vontade de viver... Hoje estamos aqui com 6 meses juntos e o Perdido, com certeza, tem uma enorme importância nisso.

    Visual do Pico do Perdido. Cara, nem tirei muita foto (só tenho essa). Só queria curtir mesmo.

    Eu não disse que estava com uns quilos a mais? Então como dizia jô Soares, lá vai: “beijo do gordinho, uooou”.

    Bruno Negreiros
    Bruno Negreiros

    Publicado em 31/01/2021 22:04

    Realizada em 19/07/2020

    2 Participantes

    Renato Olmos Danielle Hepner

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    5 Comentários
    Danielle Hepner 31/01/2021 22:16

    Ahhhh, que bonitinho! Certeza que o Perdido foi importante pra gente! (: eu subi tentando te impressionar hahahaha mas no fundo tava morrendo! ♡

    Bruno Negreiros 01/02/2021 08:52

    Hehehehehe (eu tb tava morrendo)

    Renato Olmos 01/02/2021 15:05

    Pooo sempre quis fazer essa união Spiro-CO! Foi muito irado!! Quando quiser repetir to aí!

    Bruno Negreiros 01/02/2021 16:20

    tmj, Renatin!

    Bruno Negreiros 05/08/2021 19:29

    Revitalizou nosso espírito!!!

    Bruno Negreiros

    Bruno Negreiros

    Rio de Janeiro

    Rox
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    Engenheiro ambiental e montanhista com o sonho de contribuir para a disseminação dos esportes ao ar livre e de aumentar a conscientização ambiental e social no mundo outdoor.

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