AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Claudio Luiz Dias 10/09/2017 21:24
    Caminhada à Serra da Piraoca em Alter do Chão, Santarém-PA

    Caminhada à Serra da Piraoca em Alter do Chão, Santarém-PA

    Uma visão privilegiada do rio Tapajós e suas praias de areias brancas

    Alter do Chão é um distrito de Santarém, no Pará. Com uma população de cerca de 6 mil pessoas, a vila surgiu da missão jesuítica de Nossa Senhora da Purificação, recebendo seu nome atual em 6 de março de 1758. Mas a região já era densamente habitada por indígenas, conhecidos pela produção de cerâmica, cujos vestigios são encontrados até os dias de hoje.

    A partir de agosto, as águas quentes do rio Tapajós, afluente do Amazonas começam a baixar, revelando infindáveis praias de areias brancas.

    Algumas praias possuem quiosques que, enquanto você relaxa com os pés na água, lhe servem cerveja e porções de variados peixes.

    A praia mais famosa é a do Amor, que tem esse nome por causa do seu formato de coração. enquanto as águas ainda estão elevadas o suficiente para não permitir caminhar até a praia, as pessoas chegam lá pegando uma canoa a remo, chamada Catraia.

    Um dos catraeiros, o Sr Climério (tel 093 991 288 534) nos ofereceu ser guia para subir a Serra da Piraoca (ou Piroca, como também é conhecida), ao preço de R$ 50,00. A trilha é facil e não necessariamente precisa-se de guia, mas a vivência com o ribeirinho, suas histórias, causos e conhecimento das plantas locais utilizadas na medicina caseira, fazem valer a pena a trilha guiada.

    Pela manhã cedo do dia combinado, estava seu Climério a postos nos esperando às margens do rio. Subimos na catraia e atravessamos o canal que separa Alter-do-Chão da Praia do Amor, tendo sempre a Piraoca em vista.

    Depois já deserbarcados, começamos a trilha.

    Não precisa calça comprida ou manga longa. nem repelente. Mas, água, protetor solar e boné são fundamentais. Recomendo também usar tenis ou bota, pois a areia na trilha é fofa e quente, e na subida há pedregulhos soltos. Evite fazer a caminhada nas horas mais quentes do dia, pois o calor é intenso.

    A vegetação é de cerrado, apesar de estarmos na amazônia. Troncos retorcidos e casca grossa são característicos. Também é possível comer algumas frutas nativas, coo a Piranga, dependendo da época.

    A trilha segue praticamente plana até chegar a uma nascente límpida. Com cuidado é possível abastecer o cantil.

    Então começa a subida e forma de zig-zag. Há uma forte erosão cruzando essa trilha, que pode confundir o viajante. A terra solta nesta erosão pode gerar certo perigo de escorregamento.

    A vista durante a subida já indica a expecativa que se terá do topo.

    Ao chegar no topo. marcado por uma grande cruz de ferro, após cerca de 40 minutos de caminhada, a visão é fantástica. o majestoso rio Tapajos, que chega a ter quase 20km de largura, praias, lagos e vegetação exuberante, alé de visão geral de Alter-do-chão e da praia do Amor.

    Este monte de 110m de altura, apesar do nome, não é uma serra, mas um testemunho remanescente de uma formação geológica sedimentar de idade cretácea superior terciária. É composta basicamente por arenitos intercalados com conglomerados.

    A tendência é que essa elevação desapareça por ação dos ventos e chuvas. Além disso, no passado houve tentativa de mineração em busca de ouro, nunca encontrado, que deixou grande erosão em outra encosta.

    Em outro dia, fizemos um passeio de barco com um amigo de Santarém pelo rio Tapajós, sendo possível contemplar o Piraoca por outros ângulos.

    2 Comentários
    Renan Cavichi 10/09/2017 22:10

    Que massa Claudio! Não conhecia esse lugar! Lindo demais!

    Claudio Luiz Dias 12/09/2017 19:39

    Vale muito a pena conhecer Renan. A partir de setembro, com as águas mais baixas, é possível caminhar quilômetros e quilômetros sem fim em praias desertas de areias brancas.

    Claudio Luiz Dias

    Claudio Luiz Dias

    Caraguatatuba

    Rox
    345

    Agrônomo pela ESALQ USP.Trabalha na CETESB (Agência Ambiental do Estado de São Paulo) desde 1990. Interesse por meio ambiente, historia e cultura (foco em cerâmica indígena)

    Mapa de Aventuras


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Fabio Fliess, Bruno Negreiros e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.