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Oasis de Huacachina – ICA – Peru.
A cidade de Ica fica num vale verde à porta de uma grande deserto e aos pés da Cordilheira dos Andes, a uma altitude de 400 metros acima do nível do mar.
Bem próximo à cidade de Ica, fica o Oasis de Huacahina, em meio ao Deserto peruano.
É um dos únicos, senão o único, oásis existente na América.
Do terraço do Hotel, em Ica, a cerca de 3km do Oasis, já era possível observar as grandes dunas do deserto.
Como o Oasis fica a apenas 3km do Hotel, decidimos ir caminhando. Mas numa bifurcação pegamos a via errada e acabamos indo para a periferia de Ica. O jeito foi nos rendermos a um taxi Tuk-Tuk.
O Oasis é um lugar aprazível, cercado de palmeiras e uma bela orla e hoje conta com rede hoteleira e restaurantes.
Na água do lago há cardumes de pequenos peixes que sustentam várias espécies de aves aquáticas. Passei algum tempo fotografando estas aves pescadoras.
As imensas dunas de areia do entorno proporcionam diversão aos turistas, seja por caminhadas, passeios de carro 4x4 e até para esporte mais radicais como sandboard e paraglider.
Enquanto o Carlo se dedicava a pesquisa de culturas peruanas pré-colombianas na ótima Biblioteca local ou saboreava um café expresso na Pousada Bamboo, eu decidi subir uma duna com o objetivo de experimentar o deserto e na esperança de fotografar o pôr do Sol.
Há um lado do deserto que é Parque, cujo preço de entrada é simbólico de 3 Soles. Há carros 4x4 que fazem passeios pelo deserto, subindo e descendo dunas, “com ou sem emoção”!
Mas resolvi subir na duna mais alta, com acesso a partir da rua de chegada ao Oasis.
Como não sabia o tempo que levaria, iniciei a caminhada por volta das 14h00, com sol forte, apesar de ser outono. Imagino eu que no verão esse tipo de caminhada não seja possível nesse horário.
Estava vestindo camiseta de pescador, com proteção contra raios UV, com capuz e fechando o rosto, deixando apenas os olhos descobertos, quase uma burca!
Isso se mostrou mais importante, não pelo sol outonal, mas pelo vento que soprava areia fina constantemente. Importante também não esquecer de levar água para beber.
Os olhos estavam protegidos por óculos escuros. Talvez óculos de natação teriam sido mais apropriados para proteger os olhos da fina areia.
O vento trazia também muito lixo plástico do povoado vizinho, coisa que talvez no lado do Parque não tivesse.
A subida se deu por meio de uma “trilha” deixada por outros caminhantes, orientando o trajeto, meio em diagonal à duna.
À medida que subia, o vento aumentava e o Oasis ficava menor lá embaixo. Nas paradinhas para fotos percebia como o coração estava acelerado pelo esforço de subir na areia fofa e inclinada.
Lentamente consegui chegar ao topo dessa duna gigante.
Ao vencer o paredão de areia, a visão do horizonte foi fantástica. De um lado o deserto que se estendia a perder de vista, com dunas tão piramidais que pareciam estruturas feitas pelo homem, e do outro lado, a cidade de Ica, seus bairros afastados e o início da Cordilheira dos Andes, com suas montanhas áridas.
Na borda superior da duna, o vento se intensificava e a areia se desprendia da duna voando e caindo como uma cascata.
E a duna vai assim se deslocando, erodindo, mudando de forma e crescendo.
Como levei “apenas” uma hora para subir, teria que esperar muito tempo para ver o pôr-do-Sol, que ao contrário do que imaginava, não estava na direção do deserto, mas na direção da cidade.
Mesmo assim, fiquei lá curtindo a vista, a areia que se movia, o calor acumulado sob a areia ou brincando com minha própria sombra, que em certo momento me pareceu ser de um côndor ou então da chamada de um seriado de tv dos anos 1960 “Terra de gigantes”.
Para fotografar utilizei mais o celular do que a câmera digital, devido ao risco de danos causados pela areia e vento forte. Nos raros e curtos momentos de calmaria, sacava a máquina da case e clicava rapidamente, voltando a guardá-la imediatamente.
A tarde avançava e com o sol mais baixo, o vento prevalecia, fazendo a temperatura baixar bastante. O lado do Oasis já estava na sombra. Decidi então iniciar a descida, enquanto havia luz, já que o pôr-do-sol se daria depois ainda de algumas horas e o visual, sobre os bairros periféricos da cidade não seria dos melhores.
Desci então por uma outra vertente e cruzei com um grupo grande que estava subindo a duna para praticar o sandboard.
Os carros 4x4 partiam com seus turistas para o meio do deserto para uma vista do pôr-do-sol.
Cheguei então de volta à orla do Oasis e me encontrei com o Carlo que saboreava leitura de antropologia sobre Cabeças-troféu dos antigos indígenas peruanos.
A bota estava cheia de areia, assim como tudo em mim, bolsos, ouvidos, olhos, rosto...
Pegamos um tuk-tuk e voltamos ao Hotel.
E não é que do terraço do hotel consegui ver e finalmente fotografar um majestoso pôr-do-Sol?
Ou será que foi miragem?
Uau! Que lugar lindooo!!!