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Danilo Fonseca 17/09/2022 17:02
    Capivari, Mixila e Poção

    Capivari, Mixila e Poção

    Trilha feita em 2 dias, passando pela cachoeira do Capivari, com dormida no poção, e ataque ao Mixila no dia seguinte, e retorno à Lençóis

    Acampamento Montanhismo Trekking

    Em duas pessoas, saímos de Lençóis por volta de 8 da manhã, a bordo de mototáxis, tomando o rumo da estrada que liga Lençóis à Andarai, pelo Rio Roncador, com destino ao início da trilha.

    Após cerca de 8km, em trecho que exige a travessia de rios e areais, chegamos à sombra de uma famosa mangueira, logo após um terreiro de candomblé, onde há a placa que indica o início da trilha rumo às Cachoeiras do Capivari e Mixila.

    Por volta de 09h, iniciamos a trilha, que em princípio é em área de mata, bastante sombreada, passando por casas de locais, e antigas estruturas/construções de garimpo.

    Após cerca de 20 min, a vegetação de mata sombreada começa a dar lugar à de cerrado/caatinga, ficando a trilha mais aberta e exposta ao sol.

    A partir daí começa de fato a subida da Serra do Bode, que é bastante extenuante, e leva cerca de 1:20h, com permanente inclinação, quase sempre de 45° ou mais.

    Paramos uma vez à sombra para hidratação e recuperar o fôlego, e mais acima, com 1h de subida, paramos numa casa de Garimpo, já quase no topo do percurso. A casa de garimpo somente registramos em vídeo, daí porque deixo de juntar a sua foto a este relato.

    A partir da meia altura da subida da serra, até o seu cume, há sinal de telefone celular! É neste ponto que geralmente os trilheiros mandam mesangens àqueles responsáveis pelo seu resgate na volta.

    A partir daí, vai se findando o trecho de subida, que dá lugar à uma trilha bem marcada, e sombreada, ladeada pelo Córrego Piçarras, sempre à direita.

    Seguimos até o ponto onde a trilha encontra o córrego, e nele reabastecemos nossas garrafas de água, e fizemos um pequeno lanche para seguir


    Após o lanche, retomamos a trilha, e em cerca de 20min chegamos a uma mureta de pedra, onde se dá a bifurcação das trilhas do Mixila/Poção, à esquerda, e Capivari/Palmital, à direita.

    Escondemos as mochilas na mata, e seguimos rumo à cachoeira do Capivari.

    Em 10 min a partir da bifurcação, chega-se ao leito do rio, de onde então se tem acesso ao topo da cachoeira do Capivari, com uma das vistas mais bonitas que pude testemunhar na chapada. As fotos simplesmente não dão conta de reproduzir a beleza do lugar:


    Aí encotramos 4 guias locais, todos muito simpáticos e solícitos, dentre eles o guia André Badega de Andaraí, que com mais um guia e 2 turistas havia dormido no acampamento do poção na noite anterior, e agora seguia para a Cachoeira do Palmital, e no dia seguinte à Fumaça por baixo.



    Proximo ao topo da cachoeira do Capivari, tomando-se o rumo à esquerda do rio, numa área de capim mais alto, é a trilha para a descida ao poço da cachoeira do Capivari.



    Trata-se de um trecho muitíssimo íngreme, que exige bastante preparo físico, e não raro o auxílio das mãos, tanto para descer quanto para subir.


    em 10 min chegamos ao leito do rio, e com mais 10 min de pula pedras, chegamos ao poço da cachoeira

    Após relaxarmos na cachoeira por cerca de 40 min.


    De volta ao topo do Capivari, em pouco mais de 10 min estavamos novamente na bifurcação onde havíamos deixado as nossas mochilas.

    Daí então, devidamente equipados e hidratados, tomamos o rumo do Poção, onde seria nosso acampamento.

    Nestre trecho há uma pequena descida, até um leito de córrego ou riacho, que contudo, estava seco quando passamos.

    Transposto ele, inicia-se uma subida, já próximo ao acampamento do poção.


    Por volta das 15h chegamos enfim ao acampamento do poção, onde pudemos curtir o banho e relaxar, para então preparar nosso almoço e montar nossas barracas.



    Menu do almoço: Feijoada pronta da Vapza, com linguiça fininha da sadia e tomate cereja, e arroz para acompanhar! Uma farofinha fez falta. De uma próxima, consideramos levá-la! Esta feijoada é vendida como servindo para 4 pessoas. Assim, mais tarde, por volta das 21h, aquecemos o que havia sobrado dela, mas, em condições de trilha, me pareceu que não alimenta satisfatoriamente 4 pessoas se necessário.

    Após o almoço, hora de armar as barracas!

    De início, pensei em dormir na margem oposta à de por onde se chega, por ser sobremaneira mais agradável, contudo, nessa outra margem, o local de acampamento fica ao nível do rio, e considerando as nuvens que começaram a se formar logo que o sol se pôs, temendo o risco de troma/cabeça d´agua, removi minha barraca, que é auto-portante, para a outra margem, e dormi no camping habitual do poção.


    Por volta de 20h, nasceu a Lua por detrás da Serra do Bode, clareando a tudo e todos! Espetáculo da natureza divina!



    Parafraseando o poeta, pude ficar deitado no leito do rio, contemplando a lua que nascia por detrás da verde mata, parecendo um sol de prata, prateando a solidao!

    Lá pelas 22h estavamos recolhidos em nossas respectivas barracas, prontos para dormir.

    De início fez bastante calor, mas na madrugada, o frio típico das serras da chapada chegou, tornando necessário o uso do cobertor que havia levado. (Desta vez optei pelo cobertor ao invés do saco de dormir, em razão do peso que acreditei ser menor. Mas a diferença de peso ao final foi bem pouca, em relação ao saco de dormir que pousso).


    Manhã do dia 13/09! Hora de atacar o Mixila!

    Acordamos mais tarde que o habitual, e após tomar-mos nosso cafe, que consistiu em:

    2 wraps com atum e tomate cereja para cada, e capuccino solúvel 3 corações. (Importante trazer queijo na proxima oportunidade! Pois apenas o atum e o tomate deixam muito seca nossa refeição! Mas enfim, era o que tínhamos!)

    Após o café, desarmamos nossas barracas, e deixamos prontas as nossas mochilas para o retorno à Lençõis. As escondemos na mata, e por volta das 10h partimos, somente com celulares, saco estanque e umas barrinhas de cereais rumo à Cachoeira do Mixila!


    A trilha continua pela margem esquerda do poção, a mesma por onde chegamos nele, e segue bastante fechada e sombreada, com aspectos mesmo de selva, e a todo o tempo margeando o rio, pela nossa direita.



    Mais à frente, a trilha nos conduz à alguns trechos por dentro do próprio rio (pula pedras), ora retornando às margens, ora novamente ao rio.

    Depois de cerca de 1h de trilha, já em meio a altos cânions, de um lado e de outro, chegamos ao ponto a partir do qual é preciso descalçar as botas, e seguir a nado! Trata-se do primeiro dos 2 poços que tem de se atravessar pra chegar na Cachoeira do Mixila!


    Agua bastante gelada, como de costume!

    Após o nado, chega-se a primeira de duas subidas finais. Há no local uma corda, para auxiliar aos que sobem, pois que a subida se dá em cima de pedras com limo, muito escorregadias, e muito próximo ao veio d´agua corrente que desce do rio.




    Transposta essa primeira subiada, caminhamos por um lajeado, até o ponto do segundo nado.

    Mais cerca de 20m de natação, chegamos à 2ª subida de pedras. Novamente há uma corda no local, para auxiliar aos que sobem, em razão das pedras altamente escorregadias!

    Estre trecho final sobretudo, requer bastante aptidão física, e atenção extrema! Qualquer deslize é sujeito à causar sério acidente. Também em razão deste trecho em particular, acredito que a trilha do Mixila seja considerada de elevada dificuldade ténica.


    Transposta a segunda subida, após 1:40h desde e saída do poção, chegamos enfim à Cachoeira do Mixila!





    Belíssima, farta de água, é realmente um privilégio poder aí chegar.


    Por conta do horário (cerca de 12:00 e alguma coisa), o sol somente batia em parte da cachoeira. O resto do poço estava extremamente frio, e é todo ele tomado por bastante umidade, e sensação de chuva, em razão do volume d´agua da cachoeira.

    Nessa ocasião, confesso que nos faltou coragem para o banho, pois molhados que já estavamos, tinhamos muito frio, tanto mais sem sol no local.

    Ficará para uma próxima investida o banho gelado na cachoeira do Mixila!

    Após a contemplação desta verdadeira maravilha da natureza, fizemos um lanche, com biscoitos e as barras de cereais que havíamos levado, fizemos algumas fotos, e nos aprumamos pra tomar o rumo de volta!



    A volta, sempre mais rápida que a ida, fez com que chegássemos de volta ao Poção lá pelas 14h.


    Nos apressamos, pois que havíamos agendado com os mototáxis que nos levaram ao início da trilha, de fazerem o nosso resgate no mesmo local, às 16h.

    Rapidamente, em não mais que 20 minutos, estavamos de volta á bifurcação das trilhas do Mixila e Capivari.

    Com mais um pouco de caminhada, chegamos novamente ao Córrego Piçarras, aonde paramos para lanche e hidratação.

    Já chegando ao início da descida da serra do Bode, aproveitamos o trecho onde há sinal de celular, para mandar mensagem aos mototáxis, confirmando o nosso horário e itinerário.


    A descida da serra do bode é tão extenuante quanto a subida, senão mais! Exige muito esforço físico, principalmente de joelhos e articulações.

    Enfim, por volta de 16:30h, chegamos ao ponto inicial de onde haviamos partido na vespera, e lá ja estavam nossos velozes mototáxis. (Não recomendo a experiência de andar de garupa de moto, vestindo mochila cargueira!)


    Com mais 20 min, estavamos de volta à Lençóis, aonde fomos ao restaurante Grisante, comer cuma bela carne do sol com pirão de aipim, por R$ 55,00.

    Retornamos ao hostel onde inicialmente haviamos nos hospedado anteriormente, para, com a permissão do proprietário, tomar um banho, pegar o resto de nossas coisas (roupas sujas em sua maioria) que havíamos pedido a ele que guardasse, e na sequência, retornamos à rua da Baderna, onde fizemos hora para esperar nosso ônibus, que somente partia para Salvador às 22:45h.

    Fim do relato.

    Danilo Fonseca
    Danilo Fonseca

    Publicado em 17/09/2022 17:02

    Realizada de 12/09/2022 até 13/09/2022

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