Lendas Cananeia
Primeira cidade do Brasil
Fundada em 12 de agosto de 1531 por Martim Afonso de Souza, Cananeia é a primeira cidade do Brasil.
Existe uma polêmica sobre qual seria a cidade mais antiga do Brasil, título “disputado” entre Cananeia e São Vicente.
Nessa região passava a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas que dividia o mundo entre Portugal e Espanha.
Cananeia foi tombada pela Unesco como patrimônio natural da humanidade.
O município é formado por diversas ilhas, como Cardoso, Bom Abrigo, Filhote, Cambriú, Castilho, Figueira, Casca e Pai do Mato.
Sambaquis
Paraíso ecológico, histórico e cultural, além de ser recheada de muitas lendas de piratas, tesouros enterrados e batalhas.
Possui inúmeros sítios arqueológicos, os sambaquis, datados entre seis e quatro mil anos.
Sambaquis são montes de conchas que foram acumuladas por muitos anos, não pela natureza, mas por antigos habitantes do local; provavelmente grupo de nômades.
Índia Caniné
No ano de 1531 uma expedição veio de Portugal sob o comando de Martim Afonso à, então chamada, Maratayama (atual Cananeia)
Maratayama significa lugar onde a terra encontra o mar ou terra do mar (Mara= mar e Tayama= terra).
Já o nome Cananeia, tem origem em uma lenda antiga da região sobre a índia a índia Caniné, filha do Cacique Ariró e esposa do bacharel Mestre Cosme Fernandez.
Segundo a lenda, quando o bacharel chegou a Maratayama (atual Cananeia), a índia Caniné se apaixonou por ele e o cacique Ariró permitiu o casamento deles e uma festa estrondosa se realizou.
Dois anos depois, o bacharel foi para Guaiaó (atual São Vicente), para conquistar terras e prometeu à Canine que voltaria.
Entretanto, o bacharel fez aliança com o cacique de Guaiaó e casou-se com sua filha.
Todos os dias Caniné subia no alto de uma árvore à espera de enxergar as velas do navio que traria seu marido de volta.
Um tempo depois ela descobriu o casamento do bacharel, muito triste ela vê o mar pela última vez.
Seu pai, o cacique Ariró, enviou índios à procura de sua filha, mas os índios não a encontram.
No alto de um penhasco, encontram uma bela arara com penas azuis e vermelhas.
Depois de 20 anos, o Bacharel voltou expulso de Guaiaó e lhe mostraram a linda arara e seus caçadores portugueses desavisados mataram a arara que deu nome a ilha.
A Figueira
Ela está ali, bem próxima aos transeuntes que cruza o centro da cidade.
Mas a Figueira guarda um mistério.
Dizem que seu coração é pedra, pois germinou em meio a ruínas.
Porém, há muitos e muitos anos uma mulher que vestia sete saias de veludo morava no local da árvore.
Essa mulher tinha poderes mágicos e seu destino era proteger um tesouro.
Quando morreu continuou em sua sina. Abraçou a ruína protegendo o tesouro da ganância humana.
Sereia Encantada
No século XVIII, alguns pescadores e humildes dos sítios contam que na baía Trapandé, em uma noite de luar, uma linda Sereia de cabelos longos e loiros foi vista no costão do Morro do São João, na Baía Trapandé por um pescador que havia ido pescar sozinho.
Para espanto do pescador a “Sereia Encantada” fez dois pedidos a ele: que trouxesse um pente e uma fita da Vila. E assim o fez. O pescador foi para a Vila na casa de um amigo e contou-lhe o ocorrido.
Resoluto, seu amigo o aconselhou ofereceu uma espingarda para matar a Sereia, pois a mesma é feita de ouro e o pescador iria ficar podre de rico.
Dito isso, juntos, voltaram ao costão. Para desconcerto do pescador a bela figura não estava mais lá. Então, os dois resolveram esperar. Não demorou muito e a Sereia, de dentro do mar surgiu toda brilhando em ouro com reflexos do luar da madrugada e perguntou se o pente e a fita estavam com eles.
Capciosos, os dois disseram que sim. De imediato um deles pegou a espingarda e atirou em direção a moça. Esta levantou os braços e gritou a maldição: Cananeia acabou! E sumiu misteriosamente nas águas do mar.
Desencantados com a fuga da Sereia, os dois amigos contaram o acontecido aos demais e até hoje essa fantástica figura continua aparecendo no costão do Morro do São João.
O Pau da Onça
Era o ano de 1795, uma época em que animais de grande porte eram abundantes e uma grande catástrofe aconteceu: o Dilúvio do Mandira.
Com a fúria das águas da chuva arrasando o povoado, veio na enxurrada uma grande árvore descendo com a correnteza do rio.
Agarrada a ela uma onça pintava tentava fervorosamente não se afogar, porém quis o destino que esta se afogasse no encontro do mar…