Em 1981, foi criado o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Além das lagoas, dois rios com vegetação de mangue cortam Lençóis: o rio Alegre, que passa pela cidade de Santo Amaro, e o rio Preguiça.
As lagoas ficam quase secas durante o estio, mas no inverno, as lagoas surgem.
Aves migratórias vindas do pólo Norte se aquecem por ali e as tartarugas marinhas fazem a desova.
Dom Sebastião e o Touro Encantado
Na Ilha dos Lençóis, em Cururupu, existe uma lenda pra lá de curiosa. Dizem os nativos que entre as dunas mora um touro negro, com uma estrela na testa, cujas aparições ocorrem nas noites de lua cheia.
O animal é ninguém mais, ninguém menos, que o rei português Dom Sebastião. Mas como esta figura da realeza foi parar logo no interior do Maranhão?
É que os montes de areia da ilha se assemelham às dunas do campo de Alcácer Quibir, onde o personagem da história morreu em combate com os mouros.
Desde sua derrota, ele vaga por terras maranhenses, esperando que algum corajoso o liberte, ocasionando a submersão da ilha de São Luís.
Jipe Fantasma
Entre Barreirinhas e Rio Novo, na região de Lençóis Maranhenses, há um jipe que surge à noite sem fazer barulho algum. Ele aparece sempre no mesmo lugar e acompanha os viajantes da região, silenciosamente, apenas com os faróis acesos.
Quando o medo começa a superar a razão, ele desaparece no meio das dunas. O fantasma do jipe resolveu morar em Lençóis depois de um acidente fatal com dois funcionários da Petrobras, há cerca de 20 anos.
Essa história pode ser contada em Lençóis tanto por um matuto quanto por um "doutor". Acredite se quiser, mas todos já viram. Como não acredito em bruxas, resolvi passar por ali de dia mesmo.
A Petrobras bem que tentou um resgate, mas as dunas engoliram o equipamento de prospecção petrolífera e a soberba dos técnicos. O que restou foram um pouco de lata velha espalhada pelas areias, lendas bem contadas e prejuízo mal contado.
Praia do Olho D'água
Outra lenda bastante conhecida em São Luís conta que a Praia do Olho d’Água surgiu por conta das lágrimas de um amor perdido.
A índia filha de Itaporama apaixonou-se por um jovem da tribo, que, por ser muito belo, provocou a paixão da Mãe d’água.
O índio acabou sendo seduzido e levado ao palácio encantado da entidade nas profundezas do oceano.
Sem o amor do rapaz, a jovem índia foi para a beira do mar e chorou até morrer: das lágrimas, surgiram duas nascentes que correm até hoje para o mar.
Toda vez que banhar na praia do Olho d’Água, lembre-se: você está mergulhando nas lágrimas da filha de Itaporama!
Aldeia soterrada
Segundo a lenda, os valentes índios caetés tiveram sua aldeia soterrada pela areia, há 150 anos
A área definida pelo parque corre o risco de ser ultrapassada, porque as dunas se movimentam.
O deserto avança pelo interior, cobrindo casas e alterando constantemente a paisagem.
Em 1979, a areia cobriu a pista de pouso em Tutóia.
Bela moça da Praia de Carimã
Reza a lenda que uma mulher mudou-se com o marido para Raposa, buscando recomeçar a vida longe do irmão gêmeo do amado, que por ela era obcecado.
O casal, apaixonado e longe dos problemas, ia bem: a bela moça sempre esperava o homem voltar da pesca, sentada numa duna, para juntos voltarem para casa.
Certo dia, no entanto, o irmão gêmeo descobriu onde o casal estava, e fingiu ser o marido da jovem voltando da pescaria. Após terem adormecido, o homem fugiu sem deixar rastros. O verdadeiro esposo, ao retornar à casa, deparou-se com a situação, e imaginando o que acontecera, foi em busca de matar o irmão, mas sem sucesso. Então, ele partiu em direção à Praia de Carimã, onde desapareceu entre as ondas.
Desolada, a bela jovem passou a procurar todos os dias o corpo do marido pela praia, durante anos. Há quem diga que a moça é vista até hoje vagando pela praia, a espera do amor perdido.