Lendas Serra da Canastra

• Serra da Canastra

A Canastra um lugar de resistência da cultura caipira, conta com biodiversidade do Cerrado, riqueza cultural, exuberância de paisagens, e ainda é o berço do rio São Francisco, nosso querido e Velho Chico.

A Serra da Canastra é muito antiga. Os geólogos estimam que ela tenha mais ou menos 1 bilhão de anos e que teria surgido da colisão de duas grandes placas tectônicas – um movimento surgido do interior da Terra que teria feito as rochas se assentarem na superfície, da forma como as conhecemos ainda hoje.

Como a natureza tem seus caprichos, achou por bem dar à serra a forma que lembra um grande baú, que antigamente era chamado canastra, daí a origem do nome que batiza o nosso lugar.

• Onde nasce o velho Chico

A Canastra é um imenso depósito de água com milhares de nascentes e pequenos cursos d’água que formam as bacias do rio São Francisco e alguns tributários do rio Paraná. São 36 cachoeiras catalogadas na Serra da Canastra e arredores.

O velho Chico era chamado pelos indígenas de Opará (rio mar), e os portugueses deram o nome de São Francisco. A nascente do rio fica a 14km da Cachoeira Casca d’Anta e atravessa a Bahia, Pernambuco até encontrar o mar na divisa de Alagoas e Sergipe.

É em São José do Barreiro que se localiza a conhecida cachoeira Casca d’Anta, que despenca no paredão da Serra da Canastra com seus 186 metros de altura, formando a primeira grande queda d´água do rio São Francisco e a maior da bacia do Rio São Francisco.

O nome Casca d’Anta é por causa de uma árvore que tem folhas medicinais e as antas (e outros animais) se coçavam na árvore para se curar.

• São Francisco

Diz a lenda que em noites de lua cheia, São Francisco de Assis desce pessoalmente do céu e passeia pela imensa paisagem da Serra da Canastra.

Na sua longa caminhada, ele conta um a um os seus animais de estimação: lobo-guará, tamanduá-bandeira, onça, ema, veado campeiro, pato mergulhão, gavião, pássaros. Recolhe os que se perderam. Cura os feridos com os ramos de arnica e carqueja, que são remédios naturais ali do Chapadão.

Quando o sol nasce, o protetor peregrino, exausto, bebe água da nascente. Colhe um ramo de lírios para Maria, mãe de Deus e ascende aos céus abençoando o Rio e seu povo. Pedindo que não destruam a natureza. Viva São Francisco! Viva ao Velho Chico!

• Conto da Fazenda Zagaia

Durante o período de extração de ouro e diamantes, a população aumentou e começou a faltar alimento. Os tropeiros eram os responsáveis em levar estes produtos para a venda nos comércios de grande distância e estavam sempre com muita mercadoria e dinheiro.

Tinha uma fazenda chamada Zagaia que era pousada para os caixeiros-viajantes. Eles passavam por ela quando iam vender mercadoria e depois voltavam com dinheiro. Na ida não acontecia nada, mas na volta eles eram assassinados durante o sono.

O dono da fazenda era um bandido e queria matar os tropeiros enquanto eles dormiam usando uma armadilha de zagaia que caia em suas camas.

Zagaia é uma peça de madeira com pregos por toda a parte que ficava escondida no teto sendo segurada por uma corda que poderia ser controlada pelos donos da fazenda.

Certa noite, um tropeiro se hospedou na fazenda para vingar a morte de seu pai. A escrava encantada pelo tropeiro pediu para ele dormir debaixo da cama, e então, ele se livrou de ser morto e conseguiu matar o fazendeiro, terminando assim, uma série de assassinatos e desaparecimentos documentados no Chapadão da Canastra.

O tropeiro se apaixonou pela escrava e viveram felizes para sempre.

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