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CICLOVIAGEM NA VOLTA AO RECONCAVO BAIANO
O presente relato detalha a volta tradicional, de bicicleta, na região do Recôncavo Baiano, em três etapas, totalizando, quase, 250km.
Cicloturismo Road Trip Bikepacking1. GIRANDO O PEDIVELA: SALVADOR/BA - CACHOEIRA/BA.
A PARTIDA
20 de abril de 2023, dia da partida. Hoje a noite, a partir das 22:00, se inicia a primeira volta ao Recôncavo do grupo A Barca, liderada pela Tatty. Nessa Cicloviagem escalei, mais uma vez, a bicicleta “bikerover Metallica”, a mesma que realizou a Cicloviagem da Chapada Diamantina realizada por mim e Alex Machalcan no ano de 2022. O diferencial que a suspensão travada da bicicleta foi substituída por um garfo rígido de alumínio.
Imagem 01 - KSW-XLT - 29 - Bikerover Metallica.
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Mais uma vez adotei a bolsa de selim e uma pequena bolsa de quadro como suporte para levar os objetos nessa cicloviagem. Além disso, sempre carrego uma mochila de 10l que irei está levando uma bolsa de água, alimentação de reposição durante a viagem e pequenos objetos que sempre estou manuseando. Uma novidade é que vou testar um suporte de alumínio que comprei para estabilizar a bolsa de selim, evitando o balanço.
As 21:30 sair de casa, pedalando cerca de 5km e em poucos minutos cheguei no terminal metrô/ônibus do Acesso Norte. Na entrada Alex Machalcan já me esperava.
As 22:40 o grupo chegou e vieram nos cumprimentar. Algumas dessas pessoas já conheço, sendo que aproveitei para resenhar um pouco e manter o papo em dia. Nessa rápida parada Tatty delimitou os últimos ajustes e a organização para saída. Ficou acertado entre todos que a própria Tatty vai ser a puxadora, enquanto Alex Machalcan e Advaldo vão da o apoio na “vassoura”; Erickson e Adriano ficaram centrados no meio do grupo para replicar as informações ao pelotão, dando apoiando na comunicação.
Sendo assim, a formação final da equipe para a primeira Volta ao Recôncavo Baiano do grupo de ciclismo A Barca se concretizou com: Andrezão, Adamazio, Alex, Adriano, Advaldo, Ericksson, Everton, Fael, Jura, Mari, Nilton, Roseane, Tatty,e o rapaz que esqueci o nome, batizado de “sobrinho”.
Imagem 02 - Tatty e Alex Machalcan no ponto de encontro do terminal de ônibus Acesso Norte.
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A TENSA SAÍDA DE SALVADOR/BA PELA BR-324
As 23:15 iniciamos o pedal, subindo um trecho da Ladeira do Cabula e pegando a conversão, a esquerda, em direção a BR-324. O trecho estava bem tranqüilo devido ao horário, poucos veículos trafegando.
Seguimos pelo acostamento perigoso e ruim da BR-324, muitos buracos e vegetação. Em determinados trechos com sinalização precária. E olhe que a rodovia é possui dois pedágios, com concessão privada em sua administração.
Esse trecho final da BR-324, que é a saída e chegada ao município de Salvador/BA, é muito perigoso, mesmo pelo acostamento, pois existem muitas saídas de alta velocidade e com o fluxo de carros intenso. Umas das mais perigosas saídas, e que obrigou ao grupo a se desmembrar devido a falha na comunicação, foi o trecho de acesso a Estação Pirajá. Os ônibus e alguns carros não aliviavam na velocidade e nos obrigou a parar e quando avançamos um dos ônibus que tinha “aliviado” a velocidade começou a avançar e nos obrigou a fazer outra parada e esperar. Alex Machalcan passou o rádio reclamando da dispersão.
Imagem 03 - Componentes do grupo de ciclismo A Barca nos quilômetros iniciais da BR-324.
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Depois da ponte que está na margem direita do município de Simões Filho/BA a rodovia BR-324 fica totalmente nas escuras. Ligamos as lanternas e seguimos pelo acostamento. Poucos metros começaram a surgir os buracos no acostamento, requerendo a atenção e comunicação no pelotão a fim de se atentar pelas falhas em um trecho que está com a visibilidade baixa. O Advaldo começou a replicar e orientar ao grupo seguir no 1x1, pela faixa branca.
No limite entre os municípios de Simões Filho/BA e Candeias/BA o acostamento se tornou perigoso e a faixa branca da pista principal foi nosso guia. Comecei a me preocupar com a iluminação frontal, pois já estava com a carga baixa. Queria testar até o limite, mas nessa viagem tinha uma reserva em que Alex Machalcan me emprestou e que possui uma grande duração. Nesse trajeto aproveitava os poucos trechos iluminados da BR-324 para desligar.
Imagem 04 - Fael na praça de pedagio da BR-324 localizada no município de Simões Filho/BA.
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OS 14 KM DA BA-513 AO CENTRO DE SANTO AMARO/BA
Subindo a rotatória da saída 565 da BR-324 começa a rodovia estadual BA-513. Esse contorno exige um pouco de cautela devido a quantidade de buracos e não ter acostamento. A escuridão continuava, pois em todo o trecho não terá iluminação pública, requerendo do grupo atenção e coletividade no pelotão.
Logo nos primeiros km pegamos alguns leves aclives e declives, sendo que nas decidas tínhamos que ter cautela e sempre pedalando no 1x1, pois a rodovia estava totalmente escura e com formação de alguns buracos. Eu mesmo quase me acidentava quando passei em um buraco a quase 45 km/h, sendo que minha bicicleta possui um garfo rígido de alumínio. Pense em uma dor que sentir nas mãos.
Próximo do Km 05 da BA-513 o pneu do Adriano furou, bem em uma curva sinuosa, em declive e sem acostamento, obrigando a fazer uma parada no trecho escuro e bem perigoso. A troca dos pneus demorou um pouco, sendo que nesse intervalo passaram uns três carros, mas todos observaram as sinalizações feitas através do “jogo de luzes” que Alex e Advaldo faziam antes da curva. A baixa iluminosidade colaborou pela demora na troca dos pneus.
Imagem 05 - Reparo na troca de pneus da bicicleta do Adriano na margem da BA-513, no município de São Francisco do Conde/BA.
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O relógio notificava que passava das 03:30 da manhã quando demos seguimento a cicloviagem. Durante o trajeto pegamos um trecho em declive que fui obrigado a seguir pelo meio da rodovia, pois passava dos 50km/h e era o trecho mais visível e conservado, sem risco de grandes buracos. A linha amarela me ajudava e trafegava “por cima” dela. Todos começaram a rir e curtir esse trecho com o forte vento frio “batendo” no rosto.
Um fato interessante é o suporte que coloquei para estabilizar a bolsa de selim, Até o presente momento está se comportando muito bem. Não apresentou nenhum movimento (sem balanço), ficando bem fixo. Alguns dos membros estavam com a bolsa de selim parecendo um “rabo de cachorro”, balançando o tempo todo. As vezes observava e ficava com receio da bicicleta de alguns dos companheiros da cicloviagem que não fixaram corretamente a bolsa de selim desequilibrar, devido a desestabilidade do equipamento.
As primeiras luzes dos postes começavam a aparecer e em poucos metros visualizamos o “portal” do perímetro urbano do município de Santo Amaro/BA, penúltima Cidade antes do destino desta primeira parte.
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AS FORTES SUBIDAS NO CAMINHO DE CACHOEIRA/BA
O dia começava a clarear quando saímos do terminal rodoviário de Santo Amaro/BA. Adriano sentiu cansaço muscular e decidiu continuar o resto do trajeto de ônibus, tendo em vista que necessitava se recuperar para prosseguimento da cicloviagem no dia seguinte.
A partir dali a estrada se mescla entre a BA-513 e a BR-420 com trechos conservados, mas o acostamento precário. Passamos por uma grande fabrica que parece ser de plásticos, o barulho era insuportável. Poucos quilômetros de pedalada já se iniciam as fortes subidas, em destaque uma que foi batizada com o nome “subida da bica”, devido a uma pequena bica localizada bem no ponto mais aclive da ladeira. É claro que fizemos uma parada para nos refrescar.
Os fortes aclives fizeram o grupo se desmembrar. As vezes a distância de um para o outro era quase de 1km. Comecei a mesclar, ora pedalando mais forte e ora mais fraco, cumprindo um papel de vassoura. Apesar dessa escolha já sentia o cansaço e o peso do corpo, devido ao sono e frio.
Continuamos a subida e fizemos uma parada próximo ao trevo da BA-510. Quando estávamos bebendo água de coco o ônibus da Cidade Sol passa e Adriano estava lá, bem cansado. Alex subiu e foi perturbá-lo, arrancando risos de todos.
Imagem 06 - Parada na "subida da bica"., localizada na BR-420, município de Santo Amaro/BA.
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A estrada estava tranquila em relação ao fluxo de veículos. Nesse trecho a maioria dos carros respeitaram os ciclistas, mantendo a distancia e avisando que iria ultrapassar.
Depois de pedalar mais de 20 km chegamos ao limite dos municípios de Santo Amaro/BA - Cachoeira/BA, gerando animo para todos. Depois dos longos trechos aclives seguimos em um bom declive até o distrito de Murutiba, que pertence ao município de Cachoeira/BA. Já passava das 07:00 da manhã quando chegamos ao local. O grupo aproveitou para fazer uma parada a fim de reagrupar. Porém, essa parada levou alguns minutos e ai veio às cervejas, salgados e licores. Destaque para o licor de umbu, muito saboroso.
Imagem 07 - Fael Fepi, Alex Machalcan e Adamazio no Centro do distrito de Murutuba, que pertence ao município de Cachoeira/BA.
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A CHEGADA EM CACHOEIRA/BA
Saímos de Murutuba as 07:30 e continuamos o pedal em trechos mais planos e poucos aclives. As condições da pista estavam boas, apesar da falta de acostamento. O fluxo de carro não era intenso, gerando uma tranquilidade.
Meu corpo já estava sentido o peso do sono perdido durante o pedal da madrugada, estava torcendo para chegar logo. Além disso, comecei a sentir fome. Apesar desses fatores o ritmo do pedal não foi comprometido. Não demonstrava cansaço para o grupo.
Chegando a entrada de Belém de Chachoeira fiquei bem animado, pois poucos quilômetros dali está localizada a famosa descida de Cachoeira/BA. Seguir num ritmo mais forte e ao menos que percebo já estou descendo a ladeira. O grupo se animou na descida e “soltaram o freio”. Eu sou mais precavido e vou com mais prudência, tendo em vista que estou com sono e cansado. No “portal” da Cidade fizemos uma parada para reagrupar e comemorar o final desta primeira parte da cicloviagem.
Imagem 08 - Grupo a Barca chegando ao Centro do município de Cachoeira/BA, finalizando a 1° etapa da volta ao Recôncavo.
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Nessa primeira parte os 116,69 km foram pedalados em 9h de duração.
Imagem 09 - Itinerário da 1° Etapada da Volta ao Recôncavo Baiano
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2. NO GIRO DO PEDIVELA: CACHOEIRA/BA - SALINAS DA MARGARIDA/BA.
ATRAVESSANDO A PONTE PARA SÃO FELIX/BA
22 de abril de 2022, dia nublado e abafado. Acordei as 06:00 da manhã e comecei a agilizar para está pronto o mais cedo possível, tendo em vista que em uma viagem de grupo, o atrasado sempre ouve umas “indiretas” e é observado com “caras feias”. Tomei meu banho e me arrumei, preparando a bolsa de selim e finalizando os últimos ajustes na bicicleta.
Pedalamos pelo trecho de paralelelpipado que pavimenta o Centro do município de Cachoeira/BA e poucos minutos estávamos em frente a arcaica ponte de ferro D. Pedro I, que interliga ao município de São Felix/BA. Esse trecho da ponte se deve ter muita atenção devida ser mão única e passar a linha do trem, constituído duas “fendas” nos trilhos, que para quem anda de bicicleta é bastante perigoso e pode ocasionar um grave acidente. Eu mesmo sou suspeito de falar dessa ponte. Apesar de ser histórica é um equipamento atrasado, perigoso, e que já deveria ser extinto para a construção de uma estrutura mais moderna. Até o nome de batismo da ponte de ferro é de um indivíduo reacionário, “pombo sujo”.
BR-420: BURAQUEIRA ATÉ O TREVO DA SEDE DE MARAGOGIPE/BA
Seguindo em direção sul, a esquerda após a ponte, da o seguimento a BR-420, maior trecho desse trajeto dessa segunda parte. Logo na saída de São Felix/BA surgem os primeiros buracos, deixando o grupo em alerta.
Os aclives também surgem, acompanhado dos buracos, obrigando em alguns momentos pedalar no centro da rodovia. Fizemos isso pelo fato do pouco fluxo de veículos.
Os declives, em certos momentos, requeriam muita atenção e cuidado, devido aos buracos e animais na pista. Em um dos momentos passamos por alguns gados e caprinos.
Imagem 10 - Trecho da pavimentação da BR-420 com muitos buracos, sentido São Felix/BA - Maragogipe/BA.
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Um fato interessante é que a BR-420 está integrada com a BA-513, deixando-me na duvida se é de responsabilidade dos serviços de manutenção e conservação serem do Estado ou da União. Outro fator interessante são as grandes áreas pastadas que estão margeadas próximo ao leito do Rio Paraguaçu, exigindo atenção devido à circulação de animais. Um odor forte de bosta de gado era nítido e às vezes me incomodava.
Passamos em frente aos povoados de Coqueiros e Nagé, que pertence ao município de Maragogipe/BA. Destaque são as subidas que se interligam uma nas outras.
Imagem 11 - Fael Fepi e Alex Machalcan na BR-420, próximo ao trevo de acesso a Sede do município de Maragogipe/BA.
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Resolvemos seguir e aumentar o giro, aproveitando que a intensidade do sol forte diminuiu devido a uma grande nuvem carregada. Já comecei a cismar de que vem chuva forte. Uma das integrantes começou a sentir cansaço e com isso voltou a ficar com dois pelotões. As 11:00 chegamos na rotatória de acesso a sede do município de Maragogipe/BA.
Imagem 12 - Grupo a Barca na entrada para a Sede do município de Maragogipe/BA.
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TEMPESTADE ATÉ CAPANEMA
Saímos da rotatória e seguimos pela BR-420, que a partir desse trecho melhorou muito a condição da pavimentação do asfalto. Entretanto fortes subidas começaram a surgir e alguns membros do grupo começaram a “sentir”. Para complementar, a grande nuvem despenca uma forte chuva, com raios e trovões, ao ponto de comprometer a visibilidade da via e exigir mais atenção ainda durante o trajeto.
Esse trajeto se destaca muito pelas comunidades tradicionais, a exemplo dos quilombos. Outro fator interessante é a vegetação que margeiam na BR-420. Apesar de estar alta, os grandes galhos formam “túneis”, deixando uma vista belíssima.
Descemos uma ladeira da BR-420 que o velocímetro chegou a contabilizar 65km/h, sendo que Eu estava freando. Depois do declive veio o forte aclive e lá no topo observava Alex Machalcan, que vinha de “vassoura”, bem pequeno, iniciando a descida. A chuva era tão forte que fui no “meio da rodovia”, me baseando na faixa amarela.
Rosy, uma das ciclistas presentes no gurpo, afirmou que de tanta ladeira que estamos subindo ao ponto de chegar à porta do céu. Essa frase fizeram todos rirem.
De fato! Esse trecho do trevo da sede do município de Maragogipe/BA até Capanema é um dos que mais gostei. Não só pela paisagem, mas acredite! Dos aclives e declives (com direito a uma forte chuva).
Imagem 13 - Trecho bem conservado da BR-420, sentido Maragogipe/BA - Nazaré/BA.
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A FANTASMA LOCALIDADE DE SÃO ROQUE DO PARAGUAÇU.
Alguns quilômetros pedalando pude observar o marco zero da BR-242, que está localizada na margem da BR-420. Pensava que a BR-242 se iniciava no município de Castro Alves/BA, mas me enganei. Seu km-0 está no limite do município de Maragogipe/BA.
A partir daí o pedal foi tranquilo, com Rosy recuperada e possibilitando um ritmo que condicionasse a todos. Nesse ritmo limite de 20km/h seguimos até o distrito de São Roque do Paraguaçu, que ainda pertence ao município e Maragogipe/BA. Chegando ao local paramos em um mercadinho, na rotatória de acesso ao município de Nazaré/BA, para fazer um lanche, pois já passava das 14:00.
São Roque do Paraguaçu poucos anos atrás era a atração e o futuro dos baianos, pois com a instalação do estaleiro na Barra do Paraguaçu o distrito ia prosperar. Mas mero engano. A população investiu tudo, vendeu o que não tinha e tudo virou ruína, pois o estaleiro não progrediu e a empresa de engenharia Odebrecht "quebrou". Hoje o estaleiro está lá parado, funcionando poucas coisas. Muitas famílias “quebraram” e se afundaram em dividas. No local existem pousadas, hotéis e casas abandonadas. Hoje São Roque do Paraguaçu é um “distrito fantasma”.
Imagem 14 - BA-534. Fael e o Estaleiro ao fundo, localizado próximo ao foz do Rio Paraguaçu.
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Pedalamos pela ponte, de 525m, sobre o Rio Baetantã, que limita os municípios de Maragogipe/BA e Salinas da Margarida/BA. A partir dali pedalamos por um forte aclive esburacado e depois trechos planos. Passando do estaleiro a buraqueira melhora. O pouco fluxo de carros permite que o grupo pedale na via, já que a rodovia estadual BA-534 não tem acostamento.
Tatty fez um desvio, após pedalar 11km pela BA-534, depois do distrito de Conceição de Salinas, dando continuidade em uma estrada vicinal. Como tinha chovido, a pavimentação da estrada de terra estava com lama e poça d água, e ai foi àquela sujeira. A bicicleta estava até limpa, mas em poucos minutos ficou toda suja, parecendo que o grupo estava pedalando em alguma trilha.
O percurso foi curto, quase 3 km de estrada vicinal, finalizando no Centro da Cidade de Salinas da Margarida/BA. Por volta das 16:00 chegamos a orla e nos estabelecemos no bar chamado “a barca”, onde o grupo almoçou e resenhou até o final da tarde.
Essa segunda parte do pedal totalizou mais de 75km e durou em torno de 7h.
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Imagem 15 - Ciclistas do grupo A Barca na Orla do município de Salinas da Margarida/BA.
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Imagem 16 - Itinerário da 2° etapa da Volta ao Recôncavo do grupo de ciclismo A Barca.
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3. NO GIRO DO PEDIVELA: SALINAS DA MARGARIDA - BOM DESPACHO (ITAPARICA/BA).
PELA BA-534.
23 de abril de 2023. Mesmo com as fortes chuvas da madrugada a BA-534 estava seca, com uma boa drenagem. Com o pouco tráfego de veículos pudemos pedalar tranquilamente pela faixa da rodovia estadual, mesmo sem acostamento adequado. Quando um carro se aproximava os “vassouras” Alex Machalcan e Advaldo alertavam para a formação do 1x1; nos trechos planos mantínhamos o 2x2 e os carros faziam a ultrapassagem sem oferecer riscos.
A saída do perímetro urbano de Salinas é tranquilo, pois boa parte do seu trecho é plano. Os puxadores Tatty e Andrezão aproveitaram para acelerar o giro. Em poucos minutos estávamos passando pela localidade de Encarnação, que pertence ainda ao território do município de Salinas da Margarida/BA.
Tempo firme e sol forte. Pouco vento e muito calor. O ritmo começou a diminuir e o grupo começou a se dispersar. Começamos a manter o ritmo inicial de reduzir para agrupar. Os “falsos planos” colaboravam para diminuição do ritmo. No km-19 da BA-534 é o limite entre os municípios de Salinas da Margarida/BA e Jaguaripe/BA. A partir desse trecho, até a ponte do funil, o circuito será pelos distritos do extenso município de Jaguaripe/BA.
Chegando em Pirajuia viramos a direita, precisamente na Rua da Pista, estreita e pavimentada de paralelepípedo, chegando até uma pequena fonte conhecida como “Bica do Jacaré”.
Um pequeno córrego canalizado, de águas claras e cristalinas, com um pequeno poço raso, essa é a Bica do Jacaré que se tornou um atrativo na localidade. Fizemos uma parada e alguns dos membros aproveitaram para se banhar, amenizando o forte calor.
Imagem 17 - Bica do Jacaré. Da esquerda para a direita: Sobrinho, Everton, Fael, Rosy, Alex, Adriano, Ericksson, Tatty, Andrezão, Adamazio, Nilton, Advaldo.
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Passava das 09:00 quando regressamos para a BA-534 e seguimos o pedal. Passamos em frente do distrito de Mutá, Ourives e Taperá, totalizando quase 10km até o km-0 da BA-534, chegando ao trevo com a BA-001.
PRAINHA.
No trevo da BA-001, em seu km 35, aguardei por volta de 5 minutos o agrupamento. A partir daí a compactação do grupo é importante devido ao alto fluxo de veículos e o precário acostamento da mais longa rodovia estadual da Bahia.
Logo de inicio passou um carro e uma carreta, tirando o “fino”. Tatty tinha programado uma parada em uma localidade conhecida como Prainha, que fica próximo à ponte do funil. Pedalamos 2,5 km até visualizar o bar na margem oposta, chegando por volta das 11:00.
Atravessamos e nos acomodamos na prainha, que possui um bar construído dentro do mangue, acredite! A paisagem é bem atraente e bonita, mas as construções são graves danos ambientais. Paredes de alvenaria, esgoto sem tratamento e provavelmente despejado na praia em que as pessoas se banham e que muito dos pescados servidos vem dali. Fiz essa reflexão interna.
Imagem 18 - Prainha localizada na margem da BA-001, município de Jaguaripe/BA
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ILHA DE ITAPARICA.
As 13:10 voltamos para a rodovia e seguimos a viagem. Atravessamos a ponte do funil e visualizamos o belo Rio Jaguaripe, trecho bem próximo a sua foz. A ponte é o limite entre os municípios de Jaguaripe/BA e Vera Cruz/BA.
O trecho depois da ponte é a Ilha de Itaparica, que é formada por dois municípios: Vera Cruz/BA e Itaparica/BA. A partir daí vamos seguir por vários bairros do município de Vera Cruz/BA até o terminal hidroviário de Bom Despacho, totalizando 29 km.
Imagem 19 - Itinerário da 3° (e ultima) etapa da Volta ao Recôncavo Baiano.
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FERRY-BOAT.
Após pedalar 55km, entre o Centro de Salinas da Margarida/BA e Itaparica/BA, embarcamos no ferry-boat Rio Paraguaçu no terminal hidroviário de Bom Despacho. As bicicletas ficaram acomodadas nos cantos, sem atrapalhar os pedestres e veículos. Cada bicicleta custou R$ 12,00 (incluindo o ciclista). Finais de semana o valor é mais caro que os dias da semana (R$ 9,00).
A travessia foi tranquila, durando em torno de 1h.
Imagem 20 - Ciclistas da Barca embarcados no Ferry-boat Rio Paraguaçu.
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PARA CONCLUIR...
De acordo com o planejamento proposto por Tatty, a 1° Volta ao Recôncavo Baiano do grupo de ciclismo A Barca foi de acordo com o previsto. O pelotão se comportou bem e não ocorreu nenhuma gravidade que comprometesse a cicloviagem.
Esse roteiro poderá ser feito em menos dias, mas não compensa devido a não aproveitar as localidades e as paisagens. Em minha opinião, será uma escolha precipitada.
Imagem 21 - Trajeto finalizado da Volta ao Recôncavo Baiano realizado pelo grupo de Ciclismo A Barca, totalizando 267 km.
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Redes Sociais:
A Barca:
https://www.instagram.com/abarca.mtb/
Pedal Raiz Salvador:
Top demais! Parabéns, irmão!