Nós da leveza

Um conhecimento que tenho por fundamental em qualquer aventura é saber dar bons nós. Quem sabe atá-los e desatá-los em qualquer tipo de material leva vantagem no dia a dia das aventuras. Leva mais vantagem ainda quando a situação exige improviso.

Em regra, um bom nó é fácil de atar, fácil de desatar, não corre e não enfraquece a corda excessivamente. Também não deve ser volumoso. No entanto, toda regra tem exceção. Há casos em que queremos nós que sejam volumosos, assim como há casos em que queremos que o nó seja corrediço. Há também situações em que queremos um nós que seja permanente e não possa ser desatado. É o famoso nó górdio.

Mas não se pode confundir nó górdio com nó cego, que também não pode ser desatado. A diferença entre eles está na intenção. Nó cego é aquele que não pode ser desatado porque quem o atou não sabia o que estava fazendo. Já o nó górdio não pode ser desatado porque quem o atou, tinha o propósito de torná-lo indesatável.

Não existe um nó universal, que possa ser aplicado em todas as situações, em todos os materiais. Basta ver que a mais conhecida enciclopédia de nós, o livro The Ashley Book of Knots”, de Clifford W. Ashley, lista 3.854 nós diferentes. E ele cuida apenas de nós típicos de marinha.

Na prática, porém, estaremos muito bem servidos se soubermos atar e usar bem cerca de uma dúzia de nós. Eles devem ser capazes e suficientes para resolvermos 100% dos problemas que encontraremos em nossas trilhas.

Mas, dentre os 12 nós que considero mais úteis, há um que se destaca por sua simplicidade, rapidez para se atar e desatar, firmeza e preservação da resistência da corda. É o lais de guia, também conhecido como bolina – forma aportuguesada do nome inglês bowline.

Se você só tiver tempo, paciência e disposição para aprender um só nó, que seja o lais de guia.

Como atar o lais de guia.

Na sequência pode-se perceber a facilidade de atar o lais de guia. Ele funciona bem em cordas grossas e também em cabos mais finos. Pode ser facilmente desatado e não machuca a corda nem a enfraquece demasidamente. Não corre (no entanto, pode exigir cuidados especiais em cordas sintéticas muito escorregadias). Funciona bem debaixo d'água (útil para mergulhadores e outras atividades em ambiente molhado).

Como todo nó, ao final, e antes de usar, é preciso acochar bem puxando as pontas e dando-lhe sua forma definitiva (imagem mais da direita).

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