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Flávia Ribeiro González 03/04/2017 18:08
    Relato Pedra da Macela e Trilha dos 7 Degraus

    Relato Pedra da Macela e Trilha dos 7 Degraus

    Um final de semana pernoitando na Pedra da Macela em Cunha - SP e no dia seguinte descendo pela trilha dos 7 degraus até Paraty.

    1ª dia: Pedra da Macela
    Seguimos de Volta Redonda-RJ no carro da Jacque em quatro pessoas (Flávia,
    Fernanda Jacque e Lucas) pela dutra até Guaratinguetá com destino a Cunha-SP.
    Combinamos de encontrar na Pedra da Macela com os amigos (Alan, Caren, Ricardo e
    Sean) de São Paulo que chegariam mais tarde, por volta das 22h.
    Chegamos em Cunha no final da tarde e fomos rumo a Pedra da Macela, que é bem
    sinalizada por placas, na estrada Cunha-Paraty. Seguimos e pouco depois do km 65,
    tinha uma placa que indicava a entrada para esquerda: Bairro da Grama/Pedra da
    Macela. Aqui já caímos numa estrada de chão de uns 6 km, com muitas casas e até
    uma Cervejaria que ficava do lado esquerdo, um pouco antes de onde estacionamos o
    carro. Demos de cara com um portão de ferro onde se inicia a subida a pé para a
    Pedra, por isso o Lucas passou a ré e estacionamos em um recuo à direita.
    Já com as mochilas a postos iniciamos a subida, que como vimos em alguns relatos é
    bem íngreme. O tempo estava bom e víamos a lua e algumas estrelas mas também
    relâmpagos ao longe. A subida durou cerca de 1h indo devagar com o equipo para
    montar acampamento. Quase toda a trilha é uma estrada cimentada, por onde
    provavelmente sobem os carros que dão manutenção nas antenas lá em cima na
    pedra.
    Chegamos num portão fechado e uma área cercada onde estão as antenas de Furnas.
    Deste portão para frente é proibido passar, é propriedade privada de Furnas. Tem
    uma entradinha do lado direito do portão com a plaquinha: “Proibido acender fogo”. É
    pela pequena trilha que seguimos. podendo acampar mais acima, perto da antena
    seguindo a direita ou ir para a esquerda, que foi onde escolhemos. Eu recomendo pois
    ali você ficará com a barraca de frente para o nascer do sol.
    A chuva caiu assim que chegamos ao cume e o vento muito forte atrapalhou a
    montagem da barraca. Tivemos bastante dificuldade com a barraca que, por ser
    grande (5 lugares) e alta, sofreu muito com o vento chegando a quebrar uma das
    varetas. Ficamos ali, de qualquer forma abrigados e já que o vento não nos deixava
    dormir, jogamos, de dentro da barraca, adedanha com os vizinhos da barraca ao lado!
    Por volta de meia noite, chegaram Alan, Caren, Ricardo e Sean, que vieram de São
    Paulo também pela Dutra até Guaratinguetá e desceram para Cunha, eles se atrasaram
    por causa da chuva que pegaram na estrada, e também pegaram a trilha molhada.
    Enfim com a trégua da chuva, conseguimos colocar a barraca um pouco mais de pé. E
    pelo adiantado da hora, dormimos os 8 na mesma barraca. É bom dar uma boa olhada
    para montar a barraca o mais abrigada possível. Pelos relatos de pessoas que já foram
    várias vezes, o vento sempre é muito forte lá em cima.


    Às 5h30 da manhã despertamos com o nascer do sol, um maravilhoso espetáculo com
    um visual incrível!

    2º dia: Trilha dos 7 degraus
    Por volta das 9:00 da manhã, já com o acampamento desmontado e café da manhã no
    papinho, descemos da Pedra da Macela para seguir a aventura na Trilha dos 7
    degraus. No final da descida, uns 200 metros após o portão onde deixamos os carros,
    entramos do lado esquerdo numa porteira de madeira, ao lado de um casa, onde se
    inicia a trilha. É na verdade a entrada de uma fazenda, onde nos deparamos com
    muita lama, por causa da chuva e esterco, por causa do gado que caminha por ali.
    Nossos amigos Jacque e Lucas decidiram não fazer a trilha e combinamos que eles
    desceriam a estrada nos dois carros em que estávamos, em busca do final da trilha
    que, conforme relatos na internet, terminava na Fazenda Murycana (bom, depois
    descobrimos que não existe mais esta fazenda, mudou de nome virou “fazenda
    bananal”e tão pouco a trilha termina nela).
    A trilha segue em terreno plano, passamos por uma área de bastante charco no início
    mas bem definida. Passamos uma segunda porteira e ao longe já avistamos a baía de
    Paraty, que nos acompanhou boa parte da trilha.

    A partir daí seguimos por áreas de pasto onde encontramos morangos silvestres.
    Seguimos ao lado do rio que corria a nossa esquerda, no fundo do vale e demos uma
    volta contornando o mesmo rio pelo outro lado. Por ali já encontramos além dos
    morangos, amoras silvestres.

    Depois de passar por um rancho à direita, com um curral para alimentar o gado,
    continuamos pela trilha e passamos por mais uma porteira onde vemos araucárias do
    lado direito e um grande descampado com uma pedra grande a esquerda da estrada.
    Subimos a pedra e dali demos uma última olhada na baía de Paraty.

    Há uma estrada que segue em frente, em direção a baía, mas não é a trilha. Neste
    momento o Alan e o Paiva conferiram no tracklog a localização da mesma. Com isso
    voltamos até a porteira e antes de atravessá-la subimos pela esquerda desta,
    acompanhando uma cerca. Neste momento começamos uma subida, é a parte mais
    íngreme da trilha. Já lá no alto desta subida, entramos a direita, por uma mata fechada
    que deu um grande refresco no calor, além de ser a Mata Atlântica, deslumbrante!
    Esta parte da trilha é pouco demarcada e o mato invadiu alguns trechos.

    Continuamos subindo por 1 hora mais ou menos, até pararmos numa parte plana com
    grande sombra para comer e descansar. Após o lanche continuamos a trilha, que
    começou a ficar descendente e a aparecer os primeiros indícios da estrada real que
    passava por ali, com o calçamento de pedra e pedaços do que foi um dia um longo
    muro para proteger a estrada.

    Esta parte estava muito escorregadia pela chuva do dia anterior e pelo musgo que se
    criou ali, então precisamos descer bem devagar, Como foi uma descida bem íngreme,
    deu uma boa forçada nos joelhos e pés. Em alguns momentos pegamos um pouco de
    chuva, que ajudou a refrescar o calor da mata fechada.
    Depois desta longa descida, onde a trilha fez uma curva pela direita, encontramos uma
    linda cachoeira a esquerda, tomamos um bom banho para recuperar e renovar as
    energias e continuamos. A partir deste ponto a trilha ainda desce por um bom trecho e
    depois fica plana já sugerindo que estávamos chegando ao seu final.

    Andamos ainda por uma hora até encontrar uma nova cachoeira em que avistamos do
    outro lado a continuação da trilha. Ali deveria haver uma antiga ponte, hoje só restam
    as armações de ferro, atravessamos pelas pedras para o outro lado e seguimos mais
    um pouco a frente, até nos depararmos com uma estrada, o que indicava o final da
    trilha.
    Seguindo a estrada pela esquerda, nos deparamos com uma ponte larga de madeira,
    onde vimos uma placa anunciando passeios e rapel. Abaixo da ponte uma linda
    cachoeira, com vários poções, que deu uma vontade enorme de mergulhar mais uma
    vez. Mas já estávamos preocupados, porque o tracklog ainda indicava 12 km de
    caminhada e a cachoeira da Pedra Branca, que indicava a metade da trilha, ainda

    estava bem a frente. Tínhamos combinado de encontrar com a Jacque e o Lucas por
    volta de 17h e já eram 16h30 e pelo que indicava ainda tínhamos muito que caminhar.
    Seguimos pela estrada para a direita, onde encontramos algumas pessoas que nos
    indicaram ali, como sendo a estrada para chegar a Paraty-Cunha. Descobrimos depois
    que ali é o bairro da Pedra Branca. Continuamos e paramos em frente a entrada da
    Cachoeira 7 quedas para aguardar todos se reunirem novamente, alguns tinham
    ficado para trás. Dali continuamos pela estrada, já bem movimentada por ser um
    caminho turístico cheio de cachoeiras. Andamos por um trecho, por cerca de uma
    hora mais ou menos, e desta vez a chuva não perdoou. Molhados, avistamos de longe
    a Jacque e o Lucas com os carros a postos nos esperando na entrada da Cachoeira da
    Pedra Branca! Que alívio (principalmente para Caren que estreou sua primeira trilha e
    estava bastante esgotada), achávamos que andaríamos mais uns 6 km para
    encontrá-los.
    Descobrimos que eles não encontraram a tal fazenda Murycana, que a mesma
    atualmente se chama Fazenda Bananal e que se eles não tivessem ido até ali para nos
    encontrar, teríamos mesmo que descer mais 6 km para chegar na rodovia
    Paraty-Cunha. E que lá embaixo não teríamos como subir de volta, para pegar os
    carros na Pedra da Macela, se os mesmos tivessem ficado lá em cima, pois não sobem
    mais ônibus por aquela rodovia, somente pela estrada que vai para Ubatuba. Ou seja,
    se eles não tivessem lá para fazer nosso resgate com certeza não chegaríamos ainda
    aquele dia na Pedra da Macela para pegar os carros.

    No final deu tudo certo, fomos resgatados e ali mesmo terminamos a trip comendo os
    últimos pedaços de brownie feitos pela Flavinha para adoçar e comemorar o final de
    uma trilha, que nos surpreendeu pela beleza de suas florestas, cachoeiras e vistas
    incríveis para da serra do mar!



    Flávia Ribeiro González

    Flávia Ribeiro González

    Volta Redonda - RJ

    Rox
    10

    Amo a natureza e com isso atividades em que ela está inserida como trekking, travessias e escalada!

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