A Ferrovia do Trigo é um dos trekkings mais clássicos do Rio Grande do Sul. São pouco mais de 40km, feitos em 2 ou 3 dias. O caminho é praticamente plano e o problema fica por conta do solo: ou você terá que caminhar por sobre as britas, que "afundam" com o passo, ou terá que pisar nos dormentes dos trilhos, que vão forçá-lo a fazer um passo maior ou menor que o seu habitual.

Outro desafio são os três viadutos vazados. Neles, os dormentes são conectados diretamente com a estrutura metálica, não havendo "chão". Se você tiver medo de altura, esse não é o melhor trekking para você.

Importante levar uma lanterna, pois se caminha por diversos túneis, incluindo um com mais de 2km de distância.

Dia 1 - de Guaporé ao Mula Preta

Optei por fazer a travessia em três dias por ter iniciado um tanto tarde a caminhada nesse primeiro dia. A estação Guaporé fica logo na entrada da cidade e ingressamos nos trilhos pelas 13h. Os primeiros quilômetros são por campo, sem muita coisa para ver. Uma estrada acompanha, por boa parte, a ferrovia, e há algumas fazendas.

Como essa parte é mais plana, o que não faltam são locais para acampar. Chegamos no Mula Preta passado das 17h30, com o sol se pondo, quase sem luz.

Dia 2 - Do Mula Preta ao V13

O trêm passou de manhã, pelas 9h, de forma que nos sentimos muito mais seguros para atravessar o Mula Preta. Caso o trem apareça quando você estiver na ponte, precisa ir em um dos recuos (aquelas casinhas que estão projetadas para fora do viaduto). Por mais que não haja "chão", não há real perigo de cair se caminhar pelo meio.

Nesse trecho, atravessa-se o maior túnel de todo trajeto, com quase 2km de distância. Você fica, literalmente, 30 minutos caminhando no escuro.

Depois de quase duas horas, chega-se ao viaduto Pesseguinho, outro vazado. Do lado, funciona o camping Recanto da Ferrovia. O conselho, para quem pretende fazer o trajeto em dois dias, é parar nesse camping. Ele é organizado, tem uma boa estrutura e há uma bela cachoeira próxima, ideal para se refrescar.

Nós seguimos em direção ao V13, com ideia de acampar lá. O trecho entre o pesseguinho e o V13 é o mais bonito de toda a região.

Dia 3 - Do V13 a Muçum

Despertamos bem cedo, com uma tempestade caindo. Mesmo assim, encaramos a subida até o V13 e seguimos em direção a Muçum. Caminhamos quase sem descansar esse dia. Às 13h30, estávamos em Muçum.

Mais informações em https://apenomundo.com/brasil/ferrovia-do-trigo