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Jose Antonio Seng 08/06/2023 09:54
    Serra Fina 2023

    Serra Fina 2023

    Travessia da Serra Fina, em 4 dias

    Acampamento Trekking Hiking

    A convite da Sabrina e do Sérgio que conheci na Transsincorá (Chapada Diamantina), resolvi acompanha-los neste que dizem ser o mais pesado trekking do Brasil (e é).

    Sergio, no Cupim do Boi


    Sabrina ainda animada

    Fomos com o Luiz, da Serra Fina Adventure.

    Sai cedo do Rio, pois o dia já tinha tido uma reunião e perigava ter a segunda. Então cheguei mais ou menos na hora do almoço em Cruzeiro, revi alguns amigos e fui para Passa Quatro, para o hostel marcado.

    Encontrei o Sergio e fui tomar um cafezim. Depois apanhamos a Sabrina, que veio de ônibus de SP, e fomos comprar o final dos mantimentos.

    Tentei ir o mais leve possível, deixando o resto do peso para a agua.

    Funcionou bem. Consegui ficar com 11kg. O que daria cerca de 13kg com as aguas.

    Estava testando uma mochila da Curthlo (35+5). Que aguentou bem.

    Não quis levar minha ultralight pq acredito que não conseguiria coloca-la na melhor configuração, e acabaria transferindo mais peso para minhas costas.

    O restante do pessoal tinha mochilas bem mais pesadas. Chegando ao cumulo, do outro grupo, ter um “sherpa” levando 40kg !!! (gente, para que ?)

    (obvio que a mochila não era a minha. Era de outro grupo).

    E pesava estes incriveis 40kg

    O grupo foi chegando e fomos em 7 + guia Luiz para o inicio, na portaria da Toca do Lobo.

    Confesso que gostei da ideia de pagar para andar na trilha, pois bem ou mal, limita o uso (para não virar um Marins-Itaguaré) e deve ajudar na conservação (a se observar...).

    Na Serra Fina, como em outras trilhas que se acampa no cume, é sempre importante saber quantas barracas estão previstas, pois há uma limitação física de espaço. Tive esse problema na Pedra do Frade de Angra (que inclusive dá para ser vista ao longo dessa trilha).

    Começamos um pouco mais tarde do que devia, devido as chuvas que caíram durante a noite e também a um problema com um dos carros de transporte.

    Enfim, as 8:40 saimos da portaria e fomos caminhando até a Toca do Lobo. E de lá iniciamos a longa subida até o Quartzito, via caminho dos anjos. Subidas não faltaram. Nem frio. O tempo, pouco a pouco começou a abrir (para manter assim até o fim da travessia, Graças a Deus).

    A turma era boa, com quase todo mundo no mesmo ritmo e aos poucos fomos encontrando a melhor formação.

    A noite e pela manhã a friagem imperava. No primeiro dia, gelo na barraca.

    Lembrando que minha barraca é uma gatewood cape (um poncho de nylon 10, muito fino) e com uma boa área de ventilação. Não que uma barraca vá manter o aquecimento, mas acho que tem alguma coisa na “alma” que faz com que pensemos isso. Entao, meu caso, era para assustar. Em todo caso, o que realmente te mantem quente é o isolante (o meu é um s2s de 10cm), saco de dormir adequado (spark 2, também da s2s), e segunda pele. Se mostraram adequados. Senti um pouco de frio ? Sim, mas nada extremo.

    onde passava metade do dia...

    barraca congelada...

    O rango não foi muito problema. Para dizer a verdade, nós três, Sabrina, Sergio e Eu, dividimos bem a comida e até sobrou um pouco.

    risoto de sicilinao com castanha do pará

    A agua é que sempre foi um problema. Principalmente no ultimo dia.


    Do acampamento Maracanã, onde ficamos a primeira noite fomos até a Pedra da Mina. 4º ponto mais alto do Brasil.

    Linda paisagem que compensou todo o esforço.

    De lá via também a Marambaia (Queluz), onde morei por 2 anos. Era engraçado ver olhando para baixo o que sempre via olhando para o alto.

    As noites estavam lindas, pois era quase Lua Cheia. Ceu muito azul !

    Aquela rotina de dormir as 19:30 e acordar as 07:00 sempre é bom. Acalma a alma. Dorme-se muito em trilhas. Com o frio, nem tinha “resenha” de fim de noite. Era cada um na sua barraca.

    Da Pedra da Mina, atravessamos o famoso vale do Ruah, e seu frio impressionante. Ele é mais baixo que os picos que enfrentamos, mas, devido ao vento e ao fato de ser um charco, acaba por ser mais frio. Pedras de gelo e lagos congelados são constantes ali.

    Pegamos agua e fomos até a Pico dos três Estados, divisa de MG, SP e RJ, onde acampamos a ultima noite.

    Logística de agua neste dia é a pior. Pois a agua é antes da subida, vc usa a agua a noite e faz comida com ela, e ainda tem que sobrar para todo o dia seguinte, já que a próxima fonte fica quase no final da travessia (Sitio do Pierre).

    Enfim, sobrevivi ! rsrs.

    Agora conclusões: É a mais difícil travessia que fiz no Brasil (no sentido de exaustão física). Quem não acha difícil provavelmente fez como o outro grupo e contratou um sherpa e não se preocupou com peso. Meu equipamento é muito minimalista (barraca de 500g, saco de dormir de 500g, isolante de 500g) e faço um “confere” depois de cada travessia para ver o que sobrou e o que faltou. Não vejo como levar menos do que levei. Usei tudo. No final, faltou até mais agua.

    Em termos de orientação é bem tranquilo. E tem poucos trechos técnicos (uma ou outra escalaminhada, algumas escadas, algumas cordas). Mas o desgaste físico é bem alto.

    Jose Antonio Seng
    Jose Antonio Seng

    Publicado em 08/06/2023 09:54

    Realizada de 01/06/2023 até 04/06/2023

    Visualizações

    387

    4 Comentários
    Tiago Mak 10/06/2023 23:55

    Show de bola einh

    1
    Peter Tofte 12/06/2023 22:35

    Parabéns! E aí, gostando da Gatewood Cape? O que vc usa como inner?

    1
    Jose Antonio Seng 14/06/2023 11:43

    Ola meu amigo. Gostando sim. Muito leve. Confesso que temi pelo frio. Mas é psicologico. A barraca tem pouca função termica. Confiei no Spark & Etherlight e funcionou bem. 

    James Polz 13/06/2023 08:52

    Dale!

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    Jose Antonio Seng

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