Meia-volta à Ilha Grande
Aventureiro – Provetá – Araçatiba – Matariz – Abraão – Pico do Papagaio
Trekking AcampamentoRealizei no final de 2012 uma viagem para a Ilha Grande com meu amigo Jonas. Iniciamos na Praia de Aventureiro e caminhamos pelas trilhas até a vila de Abraão, que utilizamos como base para conhecer o Pico do Papagaio e a praia de Lopes Mendes
Dia 1 – Praia de Aventureiro
Dia 2 – Trekking até Araçatiba
Dia 3 – Trekking até Matariz
Dia 4 – Trekking até Abraão
Dia 5 – Subida ao Pico do Papagaio
Dia 6 – Praia de Lopes Mendes
A maior parte das trilhas foi realizada sem grande dificuldade, pois o trajeto quase sempre era bem definido. Muitas vezes o caminho passa pela areia das praias, subindo por caminhos entre residências: nestes locais tivemos pequenas dificuldades para encontrar o início da próxima trilha, gastando alguns minutos antes de localizarmos. Os locais na maioria das vezes puderam nos indicar o caminho a seguir.
Dia 1 – 26/12/2012
Chegamos a Angra dos Reis pouco depois das 10:00 horas do dia 26/12/2012. Após estacionar o carro no estacionamento da rodoviária da cidade (R$20,00 a diária) nos dirigimos até o prédio da Turisangra, na Praia do Anil, onde retiramos a autorização para pernoite em Aventureiro. Às 14:00 horas, formos até o cais de barcos pequenos, onde embarcamos direto para Aventureiro (R$55,00). Depois de 3 horas, atracamos para descer no cais de madeira, seguindo para o camping do Luís, onde passamos esta noite.
Dia 2 – 27/12/2012
Na manhã do segundo dia, desmontamos o acampamento e colocamos tudo nas mochilas. Às 08:20 seguimos para a praia de Provetá, onde chegamos por volta das 10:00 horas. A trilha é bastante ingrime neste trecho, subindo um morro de 338 metros de altitude antes de descer para a baía que protege a vila. Ficamos pouco por lá, seguindo então por uma trilha um pouco mais tranquila até a praia de Araçatibinha, onde chegamos às 12:30.
Esta pequena praia tem areia escura e grossa, um mar muito tranquilo e um velho cais de concreto perto de algumas construções que parecem abandonadas.
Uma pequena trilha leva até a praia grande de Araçatiba, e neste caminho fica o camping Bem Natural, que escolhemos para passar a noite. Nesta época do ano trabalham apenas com pacotes, mas abrem exceções para trilheiros que vão ficar apenas um dia (R$25,00 a diária). O camping estava cheio, mas ainda havia alguns lugares que ainda não estavam ocupados
Dia 3 – 28/12/2012
Deixamos Araçatiba às 08:30, e neste dia seguimos por trilhas bem demarcadas que uniam as várias pequenas praias e vilas de pescadores, muitas vezes caminhando pela areia. Caminhamos até as 14:00 horas, quando chegamos à praia de Matariz, onde existia uma fábrica de sardinhas construída por japoneses e abandonada há alguns anos.
Contornamos as construções em ruínas e tomadas de mato até chegarmos à areia da praia, onde seguimos um pavimento junto ao mar até o pier de concreto.
Perguntamos a um dos locais por um lugar onde fosse possível acampar naquela noite. Fomos conduzidos até o camping do Lídio, que nos recebeu muito bem, apresentando uma área coberta onde poderíamos acampar. O local é recomendado – o Sr. Lídio nos cobrou R$20,00 pelo pernoite, além de nos servir uma ótima refeição por justos R$15,00. O contato pode ser feito antecipadamente pelo telefone (24) 9849-8806.
Dia 4 – 29/12/2012
Saímos às 07:50 da praia de Matariz, seguindo o que seria o maior trecho percorrido em um dia da viagem. Após uma pequena trilha, chegamos à praia de Bananal. Subindo bastante por um morro que separa as vilas pesqueiras da Enseada das Estrelas. Na descida, a trilha se tornou bem fechada e andamos em alguns momentos com mato até os ombros. Durante cerca de 40 minutos seguimos reconhecendo a trilha pela vegetação pisada abaixo do mato, que poucas vezes deixou dúvida sobre o caminho correto.
Chegamos finalmente ao Saco do Céu, que é uma baía tranquila com alguns cais e vários barcos atracados. Ali nos reabastecemos de água em uma das residências e seguimos por uma trilha mais aberta, ignorando os acessos às praias do caminho e seguindo reto até a vila de Abraão.
No caminho nos desviamos para visitar a Cachoeira da Feiticeira, que é acessível através de uma bifurcação na trilha. Foi necessário subir em zigue-zague por muitos minutos sob sol aberto, antes de descer até o pequeno poço da cachoeira. O local estava cheio de pessoas vindas da vila de Abraão, e foi necessário até pegar fila para ficar sob a queda d’água, que era escassa devido ao clima seco.
Seguimos até o primeiro sinal de proximidade da vila, um enorme aqueduto de pedra com 11 metros de altura, construído em 1893 para suprir de água as instalações do Lazareto (antigo hospital e prisão). Um pouco adiante, chegamos às ruínas do Lazareto no acesso à praia Preta.
Finalmente em Abraão, gastamos muito tempo procurando por um local onde acampar nos próximos dias. Infelizmente a maioria dos campings trabalha apenas com pacotes nesta época do ano, e os preços para 3 noites beiravam o absurdo.
Para nossa sorte, encontramos um francês (William) que nos levou à pousada que seu amigo (Claude) estava montando na vila. O local estava sendo reformado, mas nos ofereceu abrigo confortável por metade do que os campings haviam nos cobrado (R$120,00 a diária de um quarto, que dividimos).
Dia 5 – 30/12/2012
Para este dia havíamos planejado subir o Pico do Papagaio, uma montanha com 982 metros de altitude facilmente visível da vila de Abraão.
No dia anterior, William havia nos advertido sobre a presença de cobras corais na trilha, nas áreas de bambuzais. Havíamos também nos informado com a polícia ambiental, que confirmou a informação e nos recomendou a contratação de um guia. Não tínhamos a inteção de contratar ninguém, e decidimos subir sozinhos tomando cuidado com a trilha e as cobras.
Começamos a caminhar por volta das 07:10 da manhã, quando as ruas da vila ainda estavam vazias. O início da trilha é acessível através da estrada que une Abraão a Dois Rios, sinalizado por uma placa no lado direito. O caminho é bem definido neste trecho inicial, subindo entre grandes árvores, às vezes cruzando troncos caídos, sempre sob as folhas das copas que deixam pouco sol atingir a vegetação mais baixa. Levamos galhos quebrados para servir de bastões, usando-os para mexer na vegetação à frente, esperando com isso espantar as cobras.
A trilha nos levou a um local onde haviam muitas pedras úmidas, todas cobertas de musgo, que tornava o caminhar arriscado. Contornamos este ponto passando à direita de uma grande pedra e seguimos subindo, atravessando dois pequenos córregos quase sem água.
Chegamos então ao primeiro bambuzal, pisando cuidadosamente e revirando com o bastão as folhas caídas à frente. Já nos primeiros minutos, surgiu uma pequena cobra coral no meio da trilha, que logo correu para o mato. Isso fez com que redobrássemos o cuidado nestes trechos entre bambus, e andávamos mais lentamente do que nosso fôlego permitia.
Depois de muitos trechos fechados de mata chegamos à base da montanha, formada por uma grande parede de pedra, que contornamos pela esquerda até chegar à via final de acesso ao cume.
De cima da pedra cumeeira, é possível avistar quase a totalidade da ilha, porém a neblina limitou a visão a apenas algumas das praias e ao mar de árvores das matas abaixo. Voltamos à vila de Abraão, chegando por volta das 14:00 horas.
Dia 6 – 31/12/2012
Após todas as caminhadas dos dias anteriores, fizemos um dia mais tranquilo com uma visita à praia de Lopes Mendes. Tomamos um barco (R$30,00 ida e volta) até a praia de Pouso, no lado norte da Ilha, voltado para o continente. De lá seguimos por uma trilha de 20 minutos até Lopes Mendes, que fica voltada para o mar aberto.
A visita a esta praia de areia branca é extremamente recomendada. Atrás da faixa de areia, uma grande área com árvores esparsas fornece muitos lugares à sombra. O mar produz ondas volumosas e frequentes, que agradam até quem não está lá para surfar.
De volta a Abraão, participamos das comemorações de Réveillon na pousada e depois nas ruas próximas à praia. No dia seguinte, pegamos pegamos a barca (R$4,50) às 10:00 horas, e após 01:30 horas chegamos a Angra dos Reis.