/abcdn.aventurebox.com/production/uf/6123e2bfd29d7/adventure/62e666e8267f4/62e68803c3ead-2.jpg)
Essa mega travessia não estava nos meus planos para o dia 03 de Julho. Eu e Junior estávamos planejando atacar a Pedra do Capeta, que vai ficar para uma outra ocasião. Um dia antes, João que conhecia apenas pelas redes sociais me convidou para fazer essa travessia linda, como eu e Junior já estávamos com tudo esquematizado para o domingo, resolvemos aceitar o convite.
Nosso ponto de encontro foi às 03:40 da manhã na entrada do condomínio Rock Valley em Araras. Nossa ascensão começaria com um nascer do sol no cume do Palmares. Na subida, acabei levando uma queda feia e por ironia do destino torci meu tornozelo, dificultando bastante a minha ascensão. Pensei em desistir em alguns momentos, com medo de atrapalhar a caminhada dos amigos e de me prejudicar mais fisicamente. Descansei por uns 10 minutos, o amigo Jonathan (Jony) que conheci no dia através do João, me deu um salompas e emprestou o bastao para facilitar a caminhada. Estava bem complicado firmar o pé direito no chão, tinha perdido a confiança nos meus passos. Mas a vontade de conquistar essa travessia era mais forte que a dor, continuei a caminhada com algumas dificuldades. Chegamos ao cume por volta de 05:50 o céu estava rosa.
JUNIOR NO CUME DO PALMARES
Infelizmente não conseguimos ver com clareza o sol nascendo no horizonte, a Maria Comprida estava bem na nossa frente.
SOL NASCENDO POR TRÁS DA MARIA.
Ficamos cerca de duas horas e meia no cume do Palmares. Tomamos um café da manhã reforçado para continuar nossa ascensão.
EM DIREÇÃO À SERRA DAS ANTAS
Voltamos a caminhar por volta das 08: 30, sabia que a subida até a Serra das Antas não seria fácil. Começamos a descer um vale um pouco íngreme. Como João Pedro já tinha feito a travessia, ele levou uma corda para facilitar nossa ascensão.
JOÃO ARRUMANDO A CORDA PARA DESCIDA
( Ao lado esquerdo Serra das Antas Sudoeste)
Depois de descer o vale, começamos a subir a Serra das Antas. Andando cerca de uma hora, chegamos em um ponto de água, onde resolvemos fazer uma pausa para beber uma água e renovar as energias. É incrível como a vegetação muda até o cume.
PRIMEIRO CUME DA SERRA DAS ANTAS
Depois desse ponto, andamos mais uma hora para chegar até o cume principal da Serra das Antas. Chegando ao cume principal, você se depara com a colossal Maria Comprida. A paisagem é simplesmente incrível, podendo observar praticamente todas as montanhas da cidade de Petrópolis. Tivemos uma surpresa no cume, encontramos Marcelo de Figueiredo. O guia que levou João Pedro na sua primeira ascensão, além de ser super gente boa, conhece essas montanhas como a palma da sua mão.
GALERA REUNIDA NO CUME
Marcelo nessa ocasião estava guiando, batemos um papo e logo em seguida ele continuou seu caminho até a via ferrata para depois conquistar a Maria Comprida.
VISÂO DA MARIA COMPRIDA DO CUME
Já era quase hora do almoço, montamos uma pequena tenda para se esconder do sol e poder fazer nosso almoço. Apesar de ser inverno, o sol castigava um pouco. Começamos a preparar o almoço por volta de meio-dia. Como a caminhada era bem exigente, combinamos de cada um levar algo para o almoço e que almoço. O cardápio era, macarrão, linguiça calabresa, sardinha enlatada, ovos cozidos e milho, para dar aquela sustancia. Depois de almoçar, tiramos um tempinho para assinar o livro de cume e ainda deu tempo de tirar um cochilo, para depois seguir para a parte mais cautelosa, a via ferrata.
NOSSO ACAMPAMENTO
ALMOÇO DE SUSTANCIAS
Voltamos a caminhar 14:30, meu tornozelo ainda incomodava bastante. Mas a paisagem seguindo em direção a via ferrata era muito linda. A via ferrata é um ponto que exige bastante atenção. João levou todos os equipamentos necessários para descer a via ferrata em segurança. A sensação é simplesmente incrível. Fiquei pensando, como deve ter sido um trabalho árduo colocar aquelas escadas de ferro, para proporcionar essa caminhada linda aos montanhistas que por ali passam.
PAISAGEM DA DESCIDA ATÉ A VIA FERRATA
JUNIOR E JONY NA VIA FERRATA
EU NA VIA FERRATA
( João de verde bem abaixo de mim)
Depois de descer a via ferrata, chegamos na parte que sobe para ganhar os Camelos da Maria Comprida. Uma subida exigente mais bem rápida. Chegamos nos Camelos 16:40. Nosso intuito era ganhar a Maria Comprida, mas por conta do horário não seria uma boa ideia. Já tive o prazer de conquistar a Maria em novembro de 2020, mas esse circuito supera o caminho tradicional que é pelo condomínio Rock Valley. Já era tarde, ficamos por ali mesmo. Fizemos um café, admiramos a paisagem que era de tirar o fôlego, batemos umas fotos e descemos. A descida foi pelo caminho principal, do condomínio. Chegamos ao final da trilha por volta de 19h. Foi um dia inteiro na montanha, renovando as energias. Quando cheguei em casa meu tornozelo estava igual uma bola de beisebol. Na montanha exige bastante atenção e cautela, eu poderia ter abandonado a travessia e voltado para casa. Mas a sensação de superação e conquista, renovou ainda mais a minha paixão pelas montanhas.
Um agradecimento aos meus amigos de montanha João, Junior e Jony .
⛰️👊🏻
SE DESPEDINDO DA MONTANHA
Excelente relato meu amigo. Esse circuito é realmente exigente!! Parabéns pela força de vontade e perseverança. Abraços.
Xará, percurso incrível, parabéns!!! Ainda bem que não houve nada demais com seu tornozelo. Grande abraço.