AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Reinaldo Figueiredo 07/02/2017 12:49
    Trilha Honório Bicalho à Rio Acima - Março/2014

    Trilha Honório Bicalho à Rio Acima - Março/2014

    Trilha de bike que fizemos onde tudo deu errado neste dia...rs

    Na segunda de carnaval, dia 03 de março, eu e a Pri fizemos a trilha Honório Bicalho – Rio Acima, considerada fácil e de pouca inclinação. A trilha é ótima e faz parte do “Caminho de Sabarabuçu” da Estrada Real. Como pretendemos fazer mais trilhas da “ER”, resolvemos começar por uma mais simples, até para testar os roteiros planilhados e ver até onde elas são confiáveis.

    Há também a trilha Honório Bicalho – Raposos e resolvemos fazê-la no domingo. Esta já é uma trilha mais difícil e a gente estava animado.

    Tudo começou no sábado. Era quase meia-noite, o tempo estava chuvoso e eu estava colocando a minha bicicleta no transbike do carro da Pri para ir à casa dela quando sinto algo molhado e quente atingindo as minhas costas. Achei que estava muito “pesado” para ser chuva. Olho pra cima...estava embaixo de uma árvore! Ao perguntar a Pri se era chuva, ela me responde: “Não!”. Massa, um passarinho achou que eu tinha cara de privada...Volto, troco de camisa, saio de novo...

    Enfim, fomos para a casa dela descansar para a esperada trilha de domingo. Acordamos, saímos e fomos à Honório Bicalho, distrito de Nova Lima. Chegamos tarde, 10hrs da manhã.

    Antes de começar de fato, resolvemos nos informar sobre o caminho, já que as planilhas deixam muita margem à dúvida, como verificamos na trilha de segunda-feira. Perguntamos à uma pessoa que tinha muita boa vontade mas explicou de forma meio atrapalhada. Achamos que entendemos e fomos ver no que dava.

    Sol rachando e umas subidinhas pra começar...de repente, lama, muita lama! Uma pitbull grávida veio conferir o que fazíamos ali (desta vez não estou sendo irônico, ela veio na boa).

    Passamos o lamaçal e mais subida...tudo certo...até que veio a primeira bifurcação. Esquerda ou direita? Pelo que lembramos do gente-boa-da-boa-vontade explicando, era para seguirmos à esquerda, mas, por via das dúvidas, resolvemos voltar até a primeira alma viva que encontrássemos para perguntar...isso significou descer uns 500m ou mais...e voltar subindo...

    Perguntei a um morador para qual lado deveria seguir para ir à Raposos e ele confirmou, era pela esquerda. Ufa! Pela esquerda significava descer!

    Seguimos uns dois km até que chegamos ao final da trilha! Mas eram uns 13km até Raposos...como pode? Havia casas, mas ninguém nelas para pedirmos informação...a não ser cães latindo, ninguém mais.

    Bem, a descida pela qual viemos virou uma subida para voltar. Dois km num sol de 11hrs. No meio do caminho encontramos um carinha de moto e perguntamos sobre o caminho para Raposos. “Vocês tinham que ter entrado à direita na bifurcação.”, ele disse. Beleza...

    Num certo ponto da subida eu parei para esperar pela Pri. Ela se recupera de um pequeno problema no joelho e, por ordem médica, não deve pedalar em subidas fortes. Parei ao lado de um pequeno monte e, ao olhar para baixo, vejo uma folha de macaúba. Quando a Pri chegou perto, eu comentei: “Olha em cima do quê eu fui parar!”. A macaúba é uma plalmeira que dá pequenos côcos, mas enormes espinhos!

    Ao chegar novamente na bifurcação já estávamos um pouco cansados. Era para a gente estar quase na metade do caminho se tivéssemos ido pela direção certa. Como a trilha para Raposos é pesada, resolvemos ir novamente à Rio Acima, que já conhecemos a trilha e sabemos que é mais fácil. Passamos novamente o lamaçal, voltamos à Honório Bicalho...

    Demos um tempo para alimentar e beber água e pé na trilha novamente! Muito calor naquele domigo (sim, passamos protetor). São 9km até Rio Acima.

    Numa subida, em certo ponto do caminho, acho que uns 4 km pra chegar, sinto meu pneu traseiro estranho. Olho para baixo e...murchou! Sorte que sou precavido. Sempre levo câmara reserva e ferramentas para a troca. Minha câmara reserva era recauchutada e eu não estava seguro sobre ela. Não tinha escolha.

    Troquei a câmara e pé na trilha novamente.

    Uns dois km à frente, novamente numa subida, meu pneu murcha outra vez. Paro, bombeio ar, sigo. Repito o processo a cada 500 ou 800m até chegar na cidade.

    Chegamos e fomos almoçar. Pelo caminho fui perguntando se alguém sabia de alguma loja ou pessoa que pudesse ter uma câmara para vender. Ninguém sabia...

    No restaurante, um pouco de descanso...comidinha mineira, Coca-cola gelada, sombra...Nos informaram de um senhor que conserta bicicletas e costuma ter câmara para vender. Aproveitei para voltar com a primeira câmara furada para o pneu pensando que ela poderia segurar mais o ar do que a recauchutada. Não adiantou. As duas estavam muito ruins.

    Barriga cheia, era hora de procurar o Seu Orenito, um senhor muito solícito e que tinha a PE-26, exatamente a câmara que uso. Ele fez o mesmo preço das lojas de BH. Aproveitei para comprar duas para ter uma de reserva.

    Enquanto eu trocava a câmara ele aproveitou para inspecionar o pneu e, de cara, achou dois espinhos cravados. A Pri disse na hora: “Rei, lembra da macaúba que você parou em cima?!”. Achamos a explicação para a segunda câmara que murchou. Ela não estava mal recauchutada, e sim furou nos espinhos cravados. Seu Orenito buscou uma pinça e tiramos os dois. Agora sim, nossa volta estava garantida...ou não...

    Pagamos as câmaras e ele não nos cobrou a ajuda. Agradecemos e seguimos.

    Uma tempestade começou a se formar ao longe...raios e muita chuva despontavam no horizonte. Ainda tínhamos 9km pela frente e precisávamos nos apressar. Muito cansados, mas dispostos.

    Subindo um morro puxado eu me desequilibrei e a bicicleta ameaçou voltar. Freei e apoiei o pé no meio-fio para equilibrar, mas não vi que estava com muito limo por causa das chuvas. Meu pé deslizou igual quiabo e pumba! Caí! Daqueles tombos que te deixam mais espertos. Mas, como a Pri bem observou, ao meu lado havia esterco! Bom, lá vem chuva das brabas..não há tempo para pensar nisso.

    Subimos e subimos...ao sair da cidade vem uma descida enorme. Eba! Vai dar para agilizar e refrescar com um ventinho no rosto! Descemos, descemos e psssssssssssssssssss! A câmara nova furou também!

    Não havia muito tempo para pensar. A tempestade anunciava sua chegada. Eram uns 7km para Honório Bicalho, onde estava o carro, ou 2km pra trás, para o abrigo e a segurança de Rio Acima. Sem chance de colocar a segunda câmara comprada...ela ia furar também e nos faria perder tempo para chegar até um abrigo. Ir até Honório Bicalho seria perigoso...raios, árvores e a bicicleta toda de metal...nem pensar!

    Voltamos empurrando a bicicleta a pé pensando se conseguiríamos achar um ônibus até Honório Bicalho que nos permitisse entrar com as bicicletas. Depois de voltar os 2km, achamos um ponto de ônibus. A chuva veio, fraca.

    Por fim surge o ônibus e o motorista foi gente boa, nos permitindo entrar com as bicicletas. Mas o ônibus só passava no trevo de Honório Bicalho. Descemos e fomos o resto a pé. Mais 1km até o centro, onde estava o carro. Fim!

    Com tudo isto, duas coisas ficaram de lição:

    1- Cocô de passarinho não é chuva

    2- Sempre confira o pneu antes de colocar uma câmara nova.

    Reinaldo Figueiredo

    Reinaldo Figueiredo

    Belo Horizonte - MG

    Rox
    40

    Músico, fotógrafo, aventureiro...membro do Entre Trilhas e Aventuras e Equipe Léo Rocha do Desafio em Dose Dupla Brasil do Discovery Channel!

    Mapa de Aventuras
    entretrilhaseaventuras.com