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Travessia 4 Refúgios, Bariloche
Trekking de 4 dias no Parque Nacional Nahuel Huapi
Aqui está o relato de uma das travessias que fiz em Bariloche, mas nem todas as fotos do livro estãoa qui. Para ver mais fotos que fazem parte da publicação, mapas e outras dicas, clique aqui.
Dia 1 – Centro de esqui Cerro Catedral a Refugio Frey/Laguna Toncek (13,5 km – Elevação acumulada de 1.020 m)
A trilha desde o estacionamento do centro de esqui Cerro Catedral até o Refugio Frey está bem marcada pois é bastante usada. Aliás, por causa do grande movimento, esse é o único acampamento que exige reserva antecipada.
Com relação à caminhada, é o dia mais fácil de todos, tendo menos de 10 km sendo que a primeira metade é em uma subida bem leve e a segunda metade tem inclinação média. Caso esteja estranhando o motivo de, na primeira linha, eu ter escrito 13,5 km, é que a distância total inclui uma subida na Torre Frey e a volta no lago.
No começo do dia haviam muitas nuvens, mas mesmo assim, a vista para o Lago Gutiérrez é linda. Por sorte, depois que cheguei na Laguna Toncek, em frente ao Refugio Frey, as nuvens começaram a se dissipar e tive uma vista incrível a partir da Torre Frey.
No fim do dia, fiquei lendo na barraca até a hora do pôr do sol, que não foi muito bonito. Como em todas as noites, acordei para olhar o céu e, dessa vez, ele estava estrelado e com a lua iluminando o lago e as montanhas. Saí para fotografar e fiz a foto que, mais tarde, se tornaria a capa do livro As Mais Belas Trilhas da Patagônia.
Dia 2 – Refugio Frey/Laguna Toncek a Laguna/Refugio Jakob (14,2 km – Elevação acumulada de 889 m)
O amanhecer foi um dos mais bonitos que tive durante os 6 meses na Patagônia, com o sol pintando de laranja as escarpadas montanhas do Cerro Catedral.
A trilha do segundo dia é ainda mais curta que o primeiro, mas as subidas são íngremes e a caminhada muitas vezes é sobre pedras que deslizavam um pouco e me faziam perder terreno, então foi bem mais cansativo que o dia anterior.
O dia todo teve sol, céu azul e lindas vistas para as montanhas, finalizando com o visual incrível para a Laguna Jakob e uma caminhada bate-volta para a Laguna de los Témpanos. Por fim, para finalizar bem um dia incrível, passei umas horas na beira do lago, lendo e aproveitando o sol.
Dia 3 – Laguna/Refugio Jakob a Laguna Negra/Refugio Italia (10,7 km – Elevação acumulada de 1.060 m)
Há dois caminhos para ir da Laguna Jakob até a Laguna Negra: o mais seguro e mais longo segue pelo vale até a estrada, onde é preciso dormir para, no dia seguinte, subir a trilha da Colonia Suiza para a Laguna Negra. A outra opção, que foi a que escolhi, é seguir direto pelas montanhas, passando por um curto trecho que o parque nacional classifica como uma escalada grau 4. Não sei dizer se essa classificação está certa, mas posso garantir que a exposição é grande, uma queda certamente resultaria em ferimentos graves ou morte.
Eu olhei bem, avaliei o caminho e errei a primeira tentativa, parando em um ponto em que não seria possível subir mais. Descer foi tenso, já que a mochila cargueira altera demais o centro de gravidade e as botas de trekking são péssimas para escalada, mas como eu estou aqui escrevendo, você já sabe que deu tudo certo. A segunda tentativa foi a boa, o caminho escolhido não apresentou muita dificuldade e logo eu estava novamente em segurança.
O dia foi todo com subidas e descidas íngremes até o Refugio Italia, que fica junto da Laguna Negra, onde haviam dezenas de pessoas pegando sol e nadando.
Dia 4 – Laguna Negra/Refugio Italia a Refugio López e estrada (12,5 km – Elevação acumulada de 860 m)
A previsão havia dito que a janela de bom tempo duraria até ontem e, infelizmente, estavam certos. Hoje acordei, vi que estava bem nublado, mas fui para o Refugio Lopez mesmo assim, pois esse trecho não faria parte do livro As Mais Belas Trilhas da Patagônia, já que o roteiro descrito no livro segue da Laguna Negra na direção do Cerro Tronador, em uma trilha descrita nesse artigo, clique para abrir.
Mais um dia de trilha curta, mas difícil, já que as subidas e descidas são íngremes.
A vista a partir do Refugio Lopez em um dia de sol deve ser incrível, mas eu apenas consegui ver os lagos entre as nuvens em um momento ou outro. Felizmente, à medida que eu descia para a estrada, comecei a ter visão melhor pois as nuvens passaram a estar acima de mim, então pude aproveitar um pouco o visual enquanto saboreava a felicidade de ter completado as fotos que eu precisava para o livro.
