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Não conheço pessoalmente Marcelo Vieira, porém o marquei nesta aventura afetiva, porque foi lendo seu relato, aqui no Adventure Box, que fiquei pensando o seguinte:
Minha avó, toda vez que saíamos de carro pra qualquer lugar, a certa altura da viagem, geralmente faltando ainda muitos e muitos quilômetros pela frente perguntava, "oh, minha filha, faltam quantas léguas?".
A gente achava graça, porque a medida parecia incompatível com a distância a ser percorrida. A questão é que minha avó cresceu viajando a pé.
Quem sabe não esteja vindo dessa ancestralidade esse meu desejo profundo de me jogar no mundo do Trekking.
Sempre que me pedem um porquê, minhas explicações são tão imprecisas. Eu não sei qual é o motivo. Não sei de onde está vindo isso.
Mas essa coisa é certa... de alguma forma, nós, mulheres, continuamos a história das mulheres fortes que ficaram para trás. Essas deusas, santas, feiticeiras. Nossas raízes, nossas ancestrais.
E eu sempre amei demais aquela velha Trekkeira...
Trilha do topo do mundo?
... até Moeda Velha...
Tallu, acredito que somos criaturas de movimento. Podem ser nossas raízes nômades, que se rebelam contra a domesticação imposta pelos confortos da vida moderna, e nos fazem lembrar de um tempo que a vida era mais simples. Mesmo antes de me reconhecer como montanhista, eu caminhava pra colocar minhas ideias em ordem. Quando um problema parecia maior que eu, eu saía caminhando pelas ruas da cidade, e as pessoas sumiam, os carros sumiam, era uma meditação em movimento. E quando finalmente parava, tudo parecia mais fácil de resolver. Hoje, quando sigo por uma trilha, independente de sua extensão, é como um caminho pra dentro de mim mesmo, é uma forma de me conhecer melhor. Acredito que pra todos nós, só há uma forma de encontrar essa resposta: caminhando.
Realmente... A resposta está no caminhar... Obrigada por seu relato! Foi inspirador para mim e me trouxe lindas lembranças! Um abraço!