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Detecção Automática de Cachoeiras - P.N Pico da Neblina

    Mapeando o Parque Nacional do Pico da Neblina

    Tempos atrás escrevemos uma matéria falando um pouco sobre a metodologia que estávamos utilizando para detectar cachoeiras de forma automática. Estando ela agora mais robusta, passamos a utilizá-la oficialmente para ajudar no mapeamento do projeto (www.trilhasabertas.com.br). Nesse artigo vamos discutir um pouco mais sobre o processo de detecção e ao final mostraremos alguns locais inacreditáveis que existem por lá.

    A detecção automática é útil justamente em regiões onde não temos resolução ou visibilidade boa nas imagens de satélite mais usuais, como Google Maps e Bing Maps. Por exemplo, em muitas regiões do Amazonas as imagens estão ou bloqueadas por nuvens ou em baixíssima resolução. Ou seja, não é possível dar zoom e verificar se ali existe ou não uma queda d'água.

    Então vamos falar do Parque Nacional do Pico da Neblina. Algumas regiões ali até possuem áreas com boa visibilidade, mas outras não. E fora do miolo da serra principal, temos uma floresta enorme, densa e uniforme, o que de certa forma dificulta o mapeamento de estruturas muitas vezes pequenas, como são as cachoeiras.

    Executando nosso algoritmo, chamado AWD, numa fração do parque obtivemos o seguinte resultado:

    Se você leu o ultimo artigo sobre esse tema, lembrará que as marcações recebem um número que varia entre 0 e 1. Quando mais próximo de 1, mais confiável a marcação. Traduzimos em cores esse modelo, conforme a imagem acima: quanto mais vermelho, mais confiável; quanto mais branco, menos confiável. Claro que sempre há os falsos-positivos e similares, de forma que algumas dessas marcações podem simplesmente estarem erradas.

    Para inserir essas marcações em nosso banco de dados, no entanto, precisamos sempre conferir visualmente se há realmente uma cachoeira sob uma marcação. Ocorre que várias detecções situam-se em áreas onde simplesmente não é possível averiguar pelas imagens do Google, Bing e outras. Nesses casos, adotamos a seguinte política: apenas os marcadores em vermelho (alta confiabilidade; a última das três imagens acima) entram para o mapeamento, acreditando que entre eles a taxa de erro é menor. Dessa forma garantimos certa qualidade ao nosso banco de dados.

    O QUE SE ESCONDE SOB A FLORESTA

    Vamos botar aqui imagens aéreas de algumas cachoeiras inacreditáveis que existem por lá. Todas podem ser localizadas via Bing Maps e, eventualmente, via Google Maps. Mas algumas delas são mais dificeis pois ficam perdidas na floresta. Perceba também que em todos os casos, a marcação de detecção (bolinha vermelha) está deslocada em relação à cachoeira: é assim mesmo, o ponto marcado sempre está nas redondezas da queda, quase nunca exatamente nela (mas pode acontecer também).

    As 3 próximas imagens são de cachoeiras volumosas e/ou bem altas.

    As próximas 2 imagens são de cachoeiras 'perdidas' nas vastas florestas que circundam o miolo da serra.

    E por último, uma potencial cachoeira escondida pelas nuvens. O que será que tem aí?

    3 Comentários
    gnomo do cerrado 04/10/2021 05:43

    Muito interessante esse sistema de detectar possíveis cachoeiras 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

    1
    Luiz Carlos Piccinin 05/10/2021 14:16

    Muito legal o projeto.. Acabei até achando algumas fotos de minha autoria, porém nós locais errados. Caso queiram entrar em contato podemos corrigir e incluir inúmeras outras que tenho catalogadas.

    1
    Trilhas Perdidas 06/10/2021 09:12

    Legal, Luiz! Manda teu email para gente trocar informações então! É bem possível que algumas cachoeiras (embora existam no local indicado) estejam com nomes errados (ou alternativos).

    Trilhas Perdidas

    Trilhas Perdidas

    Brasília - DF

    Rox
    299

    O projeto Trilhas Perdidas vem usando as tecnologias de imagens de satélite para mapear e catalogar atrativos naturais conhecidos ou desconhecidos Brasil afora.

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    www.trilhasperdidas.com.br