No único fiorde brasileiro!

Além da natureza que é bela, o lindo de trilhar e viajar é aprender coisas novas, seja com o lugar, com os nativos da região ou com quem está ao seu lado, sempre aprendemos e eu aprendi, conheci sobre esse lugar.

"Um fiorde ocorre quando o mar entra para o continente e esse braço do oceano se localiza entre montanhas altas.

Essa paisagem é comum em países próximos da Antártida ou Ártico. Porém, no Brasil, o fiorde de Paraty é o único existente e ele se chama Saco de Mamanguá."

Cruzamos de barco saindo e Paraty Mirim, a praia do Cruzeiro foi o primeiro dia da travessia, chegando direto no camping do Seu Orlando, é o mais próximo da entrada do Pico Pão de Açúcar, não agendamos nada, chegamos e tinha vaga.

Vista do cume do Pico Pão de Açúcar, 435 metros a nivel do mar.

A trilha tem 2km de ascensão e tudo bem sinalizado.

Adando pela costa

Nosso trajeto começou cedo passando pela praia do Crepúsculo, sim lá tem uma praia particular onde foi filmada algumas cenas do filme, tem uma casa chiquérrima que por sinal estava reservada por uns gringos. Passamos por ela, não íamos perder essa visão.

Seguimos a trilha e assim vamos conhecendo o estilo de trilha por esses lados, tudo tem placa e é bem sinalizado, alguns momentos você passa pelas comunidades locais e avista casa, lanchas e escuta barulho de helicópteros. Até a praia do Engenho é tudo bem maravilhoso em trilha.

O lado bom da trilha é você chegar antes de todo mundo, antes dos barcos com turistas e barulhos sonoros. A praia do Engenho é encantadora, tem uma cachoeira bem próxima onde atrai muito turista também. Passamos só pra olhar já que curtimos mais a praia.

Seguimos a trilha em condições que eu considerei uma das piores subidas.

Literalmente suadeira o tempo todo haha.

No nosso destino tinha Praia Grande de Cajaíba e o presente de cada praia é o cenário que você encontra ao descer nessas praias.

É uma das praias bem badaladas mas com um público muito diferenciado. A galera que visita essa praia vem de barco das praias vizinhas (Itaoca e Itanema). A praia também tem uma área bem legal tipo um riozinho.

Ficamos um bom tempo curtindo essa praia até porque fomos numa cachoeira próxima também, que um rapaz que conhecemos em Cruzeiro comentou de passarmos.

Como estávamos perto do fim do dia e ouvimos bons comentários da praia de Itanema, resolvemos dormir por lá ao invés de ir para Pouso de Cajaíba (até então seria o local onde deveríamos dormir para encontrar com nossos amigos que chegariam). Detalhe que quem tirou essa foto nossa na cachoeira foi um casal de trilheiros que conhecemos também no primeiro dia da travessia.

Cada vista é única, cada vilarejo é único, aqui uma paisagem do fim de tarde na praia do Calhaus, um pouco mais estruturada que as demais praias, os campings é bem pra dentro, não na beira da praia como as demais. Passamos pela praia Itaoca, também bem pequenininha porém linda e reservada.

Praias com acesso muito comum por barco, as trilhas são bem ajeitadinhas para turistas transitarem até Praia Grande de Cajaíba por exemplo, de onde viemos.

Não tirei tantas fotos de Itanema, o nascer do dia foi lindo. Um outro casal Rayssa e Renan mais seu amigo Henrique também estavam acampados lá, conhecemos eles também no primeiro dia.

Da Sumaca à Ponta da Juatinga

A caminhada começou cedo até Pouso de Cajaíba, la encontramos com nosso amigos: Cláudia, Vanderson, Estevão e a amiga dele Ana.

Eles chegaram de lancha pra fazer a travessia também, lá no fundo por união do destino nosso recém amigos que comentei lá em cima. Depois descobrimos que eles andaram juntos o tempo todo até Ponta Negra.

Depois de um café e uma carga de batería em Pouso de Cajaíba seguimos com destino a Sumaca. Muitas pessoas fazem de Pouso até Martins de Sá direto.

Foto na bifurcação com o casal que também decidiu ir até Sumaca.

Paraíso chamado Praia da Sumaca, a mais linda de toda a reserva da Juatinga, também é a praia mais próxima com acesso por trilha para ir até a Ponta da Juatinga.

Foi um "desvio" da tradicional travessia da Juatinga que a Letícia deu a ideia de fazer e não nos arrependemos. Dormimos por lá, tem uma área de camping bem organizada pelo Manequinho, que também serve comida e café da manhã.

Acordar nessa praia é fantástico pra observar a natureza. É um lugar muito bem reservado e intocável, águas mais puras e belas.

Esse é o dono do camping, Sr Manequinho, ele cuida da praia quando está na temporada junto dos filhos.

Nos contou que mora sozinho e os filhos vão embora quando não é temporada. Que adora o lugar. Não é difícil entender né? Perfeição de lugar.

Praia da Sumaca vista do Mirante.

Farol da Juatinga, lugar intocável e calmo, passaria horas observando o mar e o horizonte sem fim.

Muito bem recebida pelos nativos da Ponta da Juatinga, a primeira casa é da dona só Instagram @juatingaoficial que nos deu água, que inclusive vem por cano da Sumaca. Seu Maneco também direciona turistas para dormir no camping dela.

Imagem de Satélite bem da parte que ficamos com a vista do dos dois lados.

Imagens de Satélite da trilha extraída através do SpotGen4 @brasilspot

A trilha foi feita à partir da Praia da Sumaca de ataque, mas tem o pessoal que começa da própria comunidade da Ponta da Juatinga por barco.

A foto clássica do Farol, e olha como o dia tava lindo, foi longo, desde de Itanema até a Ponta.

Letícia me disse ao contemplar essas vista: "Pensa que isso aqui é a única vista que temos que ainda permanece a mesma sem ser modificada" muito feliz de ainda poder contemplar algo assim.

Martins de Sá à Cairuçu das Pedras

Depois de se despedir da Sumaca, fizemos o percurso de volta pra trilha original até dar na bifurcação que nos leva a praia "cristã" Martins de Sá. Eu não entrei nessa praia, ela é muito boa pra quem gosta de levar onda, tem internet pagando 40 reais, tava bem lotada de barracas, a área de camping é antes da praia e os nativos não toleram som na área de camping e nem se vende bebida alcoólica, bom mas isto todo mundo já sabe haha. Não são hospitaleiros, não gostam de te ver andando no camping e ainda querem cobrar de você.p

Essa parte da travessia considerei a mais linda em percurso de visual, não se fica o tempo todo em mata fechada. Seguindo as dicas ficamos no camping se cima do Sr Aprígio com essa vista em Cairuçu.

Embora o tempo estivesse nublado e depois veio a chuva aguardada da previsão, a praia do Cairuçu permanece linda.

Lá ficamos um bom tempo, foi onde eu consegui carregar meu celular na tomada do Sr. Aprígio que gentilmente fez um ponto de energia elétrica na varanda da sua casa para atender os campistas.

Sr Aprígio é um caiçara que conhecemos por conta do seu filho que estava na Praia da Sumaca trabalhando com Seu Maneco que nos indicou a casa do seu pai. O camping é bem no topo onde pode ser controlado a praia como na segunda foto.

Quem chega por trilha, merece uma parada especial. No momento que estive lá as únicas chegada de barco era dos próprios caiçaras com mantimentos, nas sabemos que turistas também visitam lá por barco.

Este dia foi marcado com por fortes chuvas, nosso camping não tinha cobertura como o de baixo mas como só tinham duas barracas, minha e de mais uma Trilheiro, Sr. Aprígio deixou q gente colocar a barraca na área de cozinha coletiva. Depois chegaram um casal com um guia, que por sinal era conhecido da Letícia, o Julião. Eles ficaram conversando com gente depois do banho, que aliás considerei o melhor banheiro de camping.

Réveillon Ponta Negra

Depois de esperar a chuva passar pela manhã seguimos pra Ponta Negra ainda com chuva mas rasa nas costas. A pior subida nós aguardava, de só ponto mais alto de toda travessia. Quando chegamos na praia foi a maior alegria reencontrar a galera rudo junta, almoçar um PF do bom e curtir, mas curtir muito a praiaz afinal era já a véspera da virada.

Ponta Negra foi nossa melhor escolha por ter estrutura e principalmente pouca gente. Fora que mais uma vez tivemos onde ficar por pura conexão. Lá em Cairuçu o mesmo dono do camping também tinha casa em Ponta Negra, ele literalmente nos deixou dormir na sua área de quintal, coberta e com acesso a banheiro, cozinha, tomada e wi-fi. Tivemos muita sorte porque o Sono estava uma loteria para achar lugar pra dormir.

Após a virada eu segui a trilha dia seguinte finalizando na Praia do Sono - Laranjeiras, passei por Galhetas, Antiguinhos e Antigos. Não tem mais como carregar fotos aqui pelo limite. Mas na aba de fotos tem tudo.

Logística:

🦐 Comida

Levamos tudo de casa, usamos nosso fogareiro apenas em Cairuçu que não tem cozinha coletiva. E em Cruzeiro porque tinha acabado o gás do camping.

Gastamos com comida e bebidas no Réveillon apenas.

🏕️ Camping & Barco 🥾

Saindo de Mamangua têm muito barco, dependendo do rolê se estiver em número menor, compensa dividir na hora com quem tiver atravessando. Tem muitos barcos em Paraty Mirin, mas isso pode depender da temporada.

1° Saco Mamangua R$35,00

Seu Orlando - (24) 99916 3532

2° Praia de Itanema R$40,00

Sem contato por Whats, camping de uma úncia família de nativos.

3° Praia da Sumaca R$ 30,00

Seu Maneco @praiadasumaca (camping/barco)

4° Cairuçu das Pedras R$ 25,00

Sr. Aprígio (camping de cima/barco) 24

Joelma (camping da praia) 24 99948-3572

5° Ponta Negra R$ 35,00

Casa dos parentes do Sr Aprígio.