Trekking Monte Roraima - 7 dias
Uma viagem ao topo da deusa das águas.
Trekking Montanhismo AcampamentoMonte Roraima
Representa um espaço em que quase não há intervenção humana. Situado entre Brasil (5%), Guiana (10%) e Venezuela (85%).
Ponto mais alto 2.880m
Lá em cima, existem 34km² de área
Foi formado pela sedimentação da areia do mar.
Foi lapidado ao longo tempo pela ação dos ventos e da chuva.
Faz parte uma cadeia de montanhas com as mesmas características.
É um tepuy
"Tepuy" é um monte com formato de mesa, tendo paredes verticais e topo plano.
É considerada a maior montanha plana do mundo.
Mas não se engane com o "plano". kkkk
É sim uma trilha difícil (mas não impossível)! Hahah
É tão complicado o acesso ao topo que só existe uma desde que foi descoberto.
Eu fico imaginado o tal do britânico Everard Thurn (1º explorador) subindo com sua equipe. Cara, não foi nada fácil! Rsrsrs
A caminho de entrada é somente pela Venezuela. A não ser que você queira subir pelo lado brasileiro, só um paredão de mil metros de altura.
Está no Monte Roraima é sentir que você está em um outro planeta.
Se você leu o livro “O mundo perdido” de Arthur Conan, imaginou esse mundo ai das fotos. O livro foi inspirado no Monte Roraima.
Existem histórias de que o Monte Roraima é lar de uma civilização. Que somente pessoas “espiritualmente” preparadas conseguem ver.
Bom! Eu não vi nada. hahah
Também existe histórias de “portais” que levam a outros lugares. Sendo o motivo de muitos exploradores desaparecidos.
É impressionante o “negócio” que existe lá. Hahah
O clima contribui para esse mistério em todo do monte, a mudança da condição climática é muito comum e rápida.
Sol, chuva, neblina e Sol é normal.
“Roraima” que dizer “Madre de las Águas”, então água não vai faltar. Hahah
Existem lindos mananciais e belas cachoeiras lá em cima.
Sua vegetação é de plantas de pequeno porte, plantas carnívoras, bromélias e árvores endêmicas (só existe lá)
Se prepara para o frio, é normal a temperatura cair. Principalmente quando chove.
Imaginem um manauara no modo frio! Hahah
Honrei a cultura de no MÍNIMO um banho por dia. Kkkkk
Eu já tomava banho com AS roupas do frio do lado. Hahah
Mas o que mata é o vento! PTM kkkk
Chuvas deixam mais frio, mas incrivelmente mais lindo o cenário. Cachoeiras caem do Roraima e do Kukenan.
Essa foi a razão do meu êxtase em subir na chuva.
O monte Kukenan é o contraste do Roraima.
Além de deixar mais deslumbrante o horizonte.
Existe um respeito muito forte na cultura local aos montes que estão nessa região.
Principalmente ao Kukenan, chegando a um temor
Alguns dizem que o Kukenan é mais difícil subir e outros dizem ser mais fácil.
Mas é evidente o medo que muitos nativos têm por ele. Por isso existem poucas explorações no ano.
Clima
O clima no monte pode mudar muito rápido.
O Monte nos foi suficiente no clima no tempo em que estiva lá.
Quando precisávamos de céu aberto, havia.
A subida no 3º dia com Chuva foi esplendida.
O último dia no monte foi sensacional, saímos do acampamento com dia aberto, e voltamos em baixo de chuva e nevoa.
Deu pra perceber o quanto é perigoso andar sozinho lá em cima, mesmo com noções de orientação.
A descida do monte foi em tempo aberto.
Acampamento
Ou melhor, hospedagem. Você não vai dormir em pousada.
Fique tranquilo! Existe uma diversidade de “hotéis” Todos com jacuzzi...
Algumas possuem cachoeiras privativas.
Vista privilegiada
Área nobre, uma fauna e flora endêmica.
Culinária venezuelana e brasileira
Todos classificados em milhares de estrelas.
1º Acampamento Tek
- 1 pernoite na ida
- 1 pernoite na volta
2º Acampamento Base
- 1 pernoite na ida
3º Hotel Jacuzzi
- 3 pernoites lá em cima
Como chegar ao Monte Roraima?
Como falado anteriormente, o acesso ao monte é somente pela Venezuela
Saímos de táxi da cidade Boa Vista/RR na madrugada (4h)
Parada rápida para tomar café
O taxi (cooperativa) nos leva até fronteira do Brasil e Venezuela, na cidade de Pacaraima. Onde trocamos para carros 4 x 4. Resolvemos questões de permisso e etc (8h)
Mochilas são amarradas no teto das 4x4’s
São algumas horas de viagem de estrada
Seguimos para a cidade de Santa Helena de Uairén
Até chegar na aldeia de Paraitepuy, bem próximo ao monte Roraima e ponto de partida do trekking
No Paratepuy os “jogos” começam, quero dizer, o trekking começa.
Trekking
A melhor ideia é que existem objetivos por dia, pontos onde precisamos chegar.
Os caminhos são bem “intuitivos” para aqueles que já possuem alguma noção de orientação.
Afinal o seu Grande Objetivo está na sua vista o tempo todo.
No trekking não existe competição e nem disputa com “concorrentes”, cada um faz o seu tempo de caminhada e suas pausas de descanso.
Geralmente formam-se grupos com o mesmo ritmo de caminhada.
Não falta assunto e novas amizades.
Se curtir uma introspecção, uma conversa franca consigo, não vai faltar tempo. Kkk
E ainda pode curtir a paisagem.
Objetivo
0° - Paratepuy
1° dia – Chegar ao Acampamento Tek (dia 22) - 12 km andados nesse dia
2° dia – Chegar ao Acampamento Base (dia 23) - 09 km andados nesse dia
3° dia (dia 24) – Subir o Monte e estabelecer novo Acampamento, no caso no hotel Jacuzzi
Roteiros lá em cima
4° dia (25) – 16 km andados nesse dia
manhã
- El abismo
- La Ventana
- jacuzzi
Tarde
- maverick
- Vale dos Cristais
5° dia (26) – 14 km andados
- El fosco
- Ponto Tríplice
6° dia (27) – (23km andados) Descer o Monte e chegar ao Acampamento Tek
7º dia (28) - (12 km andados) Chegar na entrada do Parque (Paretepuy e finish)
1° Dia
Nosso ponto de partida do trekking começa na comunidade de Paraitepuy onde há um check-in de visitantes ao Parque.
Saímos por volta das 13h00
1º Dia de Trekking
Objetivo: Chegar no Acampamento Tek
Distância Aprox.: 12km
A gente sempre gosta de número (mesmo que eu seja suspeito pra falar kkk), mas ai é meramente informativo. A intenção é que você possa ver que é possível sim fazer muita coisa que achamos que não podemos. No assunto “número” é bem relativo. Então, curta a viagem e se divirta.
Existe subidas e descidas, mas abertas. Isso ajuda você não sentir tanto a diferença do relevo.
Caminhada sempre em campo aberto com caminho bem marcado
O tempo estava aberto e quente no início da caminhada
Mas ainda deu pra usar anorak (capa de chuva e proteção contra ventos) no primeiro dia.
Senti um pouco o meu pé direito e o bastão (de trekking) ajudou nesse momento.
Machuquei ele na semana que ia para o Monte
Chegamos por volta das 17h00
Cuidado com o puri-puri(pequeníssimo inseto), um tipo de mucuim (galera do Norte deve saber kkk) só que dói e coça mais. E deixa uns pontinhos de sangue.
Chegando no Acampamento, existe uma equipe da agência responsável por montar as barracas.
Dormir em uma bivack individual (barraca pequena), mas outros colegas dormiram em barracas para duas pessoas.
Claro que eu ia tomar banho no Rio Tek. Kkk
A noite do primeiro dia é o momento de conhecer a galera.
Nessa noite, estamos que em um “acampamento coletivo”. Todas as agências estão acampadas juntas/próximas.
O negócio é ir dormir cedo. Kkk
Nossos horários geralmente eram:
6h30 – Desjejum
8h – Saídas
2° Dia
Ponto de partida: Acampamento Tek
Objetivo: Chegar no Acampamento Base
Saímos por volta das 8h00
Distância Aprox.: 9km
Nesse dia, a diferença de relevo será um pouco mais sentida que no dia anterior. Haverá umas subidas umas pouco mais íngremes. Valendo como um “treino” para o dia de "ataque" ao monte de fato.
O primeiro desafio do dia era cruzar dois rios.
O primeiro rio é o Tek, rio que dá o nome do acampamento em que pernoitamos. Tivemos vantagem por não está chovendo, quando as corredeiras ficam com um volume mais alto. A travessia em si não é tão longa, menos de 20 metros.
Mas é muito escorregadio, cheio de limo. Então é muito importante impermeabilizar (pode colocar em saco plástico) os kits que estão na sua mochila. Nesse dia optei por não atravessar de bota. Como era apenas o início e ainda teria mais um rio na frente. Optei por sapatilhas e bermuda. Conservei as botas secas para o resto da caminhada.
O segundo rio à ser cruzado é o rio Kukenan, agora com um diâmetro maior. Nesse ponto, tive que me molhar. Como estava quente, foi uma “desculpa” perfeita.
A caminhada continua em campo aberto e com um ganho de elevação maior. Nesse dia, ficou claro o lema “poco a poco”. Era comum quando parava cansado, algum carregador nos motivar com o “poco a poco” ou “dale”. Achei isso incrível. Pessoas com cargas maiores que a minha, nos dando uma palavra de ânimo.
Almoçamos na trilha
Chegamos por volta das 14h, na minha opinião um tempo muito bom. Mas como disse, trekking não é corrida. Objetivo do dia é chegar no outro acampamento, chamado Acampamento Base.
Estava louco pra tomar banho e com o corpo muito cansado. Falaram que tinha uma cachoeira lá ou algo do tipo. Kkkk
Quando a gente chega lá, era só um córrego muiiiiiiiiiiito gelado. “Briguei” pelo meu espaço e fiquei deitado lá por um bom tempo. O corpo ficou dormente de tão gelado, mas as dores sumiram. kkk
Ainda deu pra aproveitar o final da tarde em um mirante.
Conhece os novos amigos e conversar os assuntos mais variados kkk
3° Dia
Ponto de partida: Acampamento Base
Objetivo: Subir o Monte e estabelecer acampamento
Saímos por volta das 8h00
Distância Aprox.: ??? km
Chegamos ao tão esperado dia, o dia do ataque ao monte.
O dia amanheceu chuvoso
Hoje o relevo será “subidona” em alguns pontos, com trechos de escalaminhada (ou seja, será necessário usar as mãos para se apoiar). Caminhada próxima a mata mais fechada que os outros dias. Com trilha bem marcada. Atenção nas pedras escorregadias e claro, uma vista sensacional ao subir o monte.
O trecho já abre com um barranco quase vertical.
Subir com uma mochila pesada em um terreno molhado e íngreme exige muita atenção. Uma queda “boba” pode tirar você da aventura.
Claro que eu não podia filmar todos os pontos para não perder a atenção. Algumas vezes me arrisquei. Kkk
Existe o costume de pedir autorização ao monte para subir
Falta adjetivo pra dizer o quanto achei lindo em subir na chuva. Claro que exige mais atenção para não escorregar.
Cachoeiras jorram no topo do monte
O último trecho antes de chegar ao topo, se chama El Paso de Las Lagrimas. Você sobe com água caindo em vc, com água no caminho.
Chegamos ao topo!
Chegamos a um novo planeta!
Descansamos um pouco, tiramos fotos e o dia está nublado. Muito diferente do dia da saída.
Descansados, agora era hora de encontrar o “hotel”
Muita gente de diversos lugares do mundo sobem o Monte Roraima. Existem diversos “hotéis” lá em cima.
Andamos um pouco mais, porque trocamos de “hotel”. Acabamos por ficar no “hotel” Jacuzzi. Tinha piscina nele (um corrego próximo). Hahah
4° Dia
Ponto de partida/retorno: Hotel Jacuzzi
Objetivo:
- El abismo
- La Ventana
- jacuzzi
- maverick
- Vale dos Cristais
Saímos por volta das 8h00
Distância Aprox.: 16 km
Primeiro dia no novo Mundo kkk
Um pouco de caminhada e conhecemos El Abismo e La Ventana.
Só um abismo de mais de 2.000 metros de altura.
Aqui você está em cima das nuvens, a orientação é não gritar. Dizem que fazer barulho “atrai” neblina.
Pra quem assumidamente admite ter medo de altura, digo que “poco a poco” tô perdendo o medo. Kkk
Você consegue ver as cachoeiras descendo tanto do Roraima quanto do Kukenan, o monte do outro lado.
A caminhada continua e nesse dia o Sol bateu forte.
E teve o banho nos famosos jacuzzi.
Não se iluda com o sol e com a foto, tá muiiiiiiiiiiito frio essa água.
A próxima parada foi a pedra Maverick, o ponto mais alto (2.810m) do Monte.
E sim, o nome faz referência ao carro da Ford devido a silhueta da rocha.
Como falamos o Roraima é um tepuy, uma montanha com um topo plano (Exemplo: mesa). O Maverik seria o topo do topo. Kkk
A última parada do dia era o Vale dos Cristais
“O Roraima é um imenso bloco de arenito. Com o passar dos anos e mudanças de temperatura, parte desse arenito se cristalizou em alguns locais do monte.”
Ou seja, esses cristais “brotaram” do monte. Com certeza uma joia da natureza.
Esse lugar é mágico, de outro mundo. Fora as pedras que parecem com animais talhadas ao longos dos anos. Macacos, tartarugas e tantas outras formas.
5° dia (26) – 14 km andados
Ponto de partida/retorno: Hotel Jacuzzi
Objetivo:
- El fosco
- Ponto Tríplice
Saímos por volta das 8h00
Distância Aprox.: 14 km
Vamos para o relato do dia.
No quesito clima, esse foi o dia mais louco.
Era o dia mais aguardado por mim e o mais longo de caminhada no monte.
O dia abriu com um Sol batendo forte.
Pode parecer exagero usar o shemarg (o lenço árabe). Eu usei para testar e gostei muito da sua versatilidade em proteger no calor, proteger o pescoço do frio a noite, além de toalha e demais funções. Eu recomendo!
Existe um ponto no frio e calor que não costumamos perceber no dia-a-dia, o Sol e o frio ressecam os lábios. Então o recomendado é usar protetor labial e cobrir os lábios.
E molhava o lenço e andava com ele úmido e isso refrescava nos dias quentes.
Formado no Google hahah
Observem um outro ponto nas fotos, eu estou com uma mochila menor, chamada de "ataque". Ela serve pra uso em caminhadas curtas. A mochila cargueira ficava no acampamento e nos “bate e volta” era a de "ataque".
O El fosco e o Ponto Tríplice são lugares distantes do lugar em que estávamos acampados. Então foi uma boa caminhada.
Chegamos no El fosco por volta do meio-dia, um grupo optou por não parar para almoçar no El Fosco e ir logo no Ponto Tríplice. Que estava a 20 minutos. Claro que eu não ia deixar de conhecer o Ponto Tríplice.
Achei engraçado chegar lá e ver várias pessoas sentadas sem fazer nada, só olhando. Kkk
Eu cheguei tirei algumas fotos com a turma e pedi para alguém me ajudar a subir lá em cima.
Eu não vim de far far way pra ficar olhando, subi em cima do obelisco (marco da tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana) kkk
O Marco do Ponto Tríplice, marca a fronteira entre Venezuela, Brasil e Guiana.
O grupo que foi ao Ponto Tríplice retornar a El fosco onde almoçamos.
Ainda deu tempo de conhecer o El fosco por dentro.
Deve uma galera que entrou nessa piscina do El fosco, eu não. Kkk
Tava muito fria
Lembra do sol do ponto tríplice, agora olha a neblina e chuva (fotos)
Atenção redobrada, o grupo não pode está dispersos. O risco que alguém se perder na neblina é real.
As pedras estão muito escorregadias. Eu mesmo cai. Claro que o fato de está andando com uma câmera não mão não influenciou em nada. Kkk
Em alguns pontos são precipícios, escorregar e cair neles não seria nada legal.
Em caso de acidente e você precisa de resgate, o custo do helicóptero é seu. O pagamento é em dólar. Imagina com essa taxa maluca kkkk
Essa volta deixou o pé bem dolorido a vantagem da água gelada
A última noite fez muito frio, tanto que não conseguimos ficar muito tempo fora da barraca.
Esse foi o último dia, no outro dia. Iniciamos a descida do monte.
6° dia (27) – (23km andados) Descer o Monte e chegar ao Acampamento Tek
Ponto de partida/retorno: Hotel Jacuzzi
Objetivo:
- chegar ao Acampamento Tek
Saímos por volta das 8h00
Distância Aprox.: 23 km
Esse seria o dia mais “pesado”, iriamos descer o monte e não iriamos pernoitar no Acampamento Base. Mas seguir até o Acampamento Tek.
Estaríamos com a carga toda nas costas
Igualmente a situações anteriores, muita atenção nas descidas devido a mochila pesada. Eu recomendo o bastão. Sabendo utilizá-lo, ajuda muito.
Quando a gente fala de mochila pesada, também vale falar que são mochilas próprias para trekking. Mochilas que distribuem o peso nas costas.
Perto do final da descida do monte, o solado da minha bota soltou. Segui com santa “sapatilha”. Pedir aderência, mas compensei com luva e o bastão.
Dica: Leve um sapato extra
Rio Kukenan
Banho tomado agora é aproveitar a última noite
7º dia (28) - (12 km andados) Chegar na entrada do Parque (Paretepuy e finish)
Ponto de partida/retorno: Acampamento Tek
Objetivo:
- chegar a entrada do parque
Saímos por volta das 8h00
Distância Aprox.: 12 km
O último dia é o mais nostálgico para mim em uma viagem.
O objetivo é ver que sim, se você gosta de natureza, conhecer pessoas vários lugares, aguentar alguns perregues (esses que são relativos e próprios de cada pessoa), fazer esforço físico. Monte Roraima é sim um trekking possível.
Alex, muito legal. Lembrei dos meus momentos lá em cima!!
Nossa grande viagem de 2020 (antes do período de isolamento). Grande relato!