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Alexsander Araujo 14/08/2018 22:32
    Primeiro Mochilão, Porto Alegre - Uruguai

    Primeiro Mochilão, Porto Alegre - Uruguai

    A historia mais marcante da minha vida, meu primeiro mochilão com meus melhores amigos. De POA á Cabo Polônio, Uruguai.

    Chegamos em POA só eu e Vitor, vindo do ES. Lá pela noite encontramos Ricardo, vindo do Rio Grande. Meus melhores amigos ali, desde a infância. Ali em POA aproveitamos a noite, o parque, o centro historico, e o famoso pôr do sol do lago Guaíba. Dali fomos para o municipio de Rio Grande, divisa com Uruguai. Lá, um lugar pacato que meu amigo fora apenas pra estudar, demonstrava-se um lugar totalmente expecional aos meus olhos, não era apenas o gostinho de estar viajando e conhecendo lugares, mas ali havia dunas, lagos tão enormes que não se via as margens. Dali já tivemos uma primeira aventura, um trilha pelas dunas para um lugar chamado Oasis. Apesar do tempo não estar com uma boa cara, fomos. Saimos de madrugada? sim, pois é, quem vai fazer trilha de madrugada?. Pela manhã caminhando chegamos ao Oasis, uma arvore imponente nos aguardava pra nos esconder da chuva. Toda essa sensação de que tudo estava dando certo era um bom pressagio pra nosso 'se jogar' ao Uruguai. Então fomos, após um dia nos aprontamos e fomos á estrada, no dedo. Carona no Brasil? eu nunca imaginava!

    Após duas horas pegamos a primeira carona da minha vida, em cima de um curral de cavalo, á 120km/h. Mas que felicidade! chegamos no Chuy, divisa. De lá fomos de onibus á Punta del Diablo, quase barrados na fronteira, mas tudo bem. Em punta havia um lugar, que nao sabiamos ainda que nos daria uma sensaçao de quase segunda casa, uma casinha de madeira verde, escrito NO HAY LUGAR, mas que tinha lugar para todos os malucos que acampavam por ali. Pedro, o dono um pescador, anarquista, de coraçao grande, nos recebeu ali também. Tendo Punta como nosso ponto seguro fomos ao que interessava, explorar as praias. Ali subindo ao norte sentido de volta a fronteira há o parque Santa Tereza, nunca imaginara um lugar assim. Adentro muita mata e campings, até zoologico. E muitos quilometros de praia. Era possivel apenas ficar lá que estaria de bom tamanho. Mas fomos descendo, a baixo de punta, Valizas. Diziam ''se punta é roots, valizas é mais roots ainda, vocês precisam ir.'' Chegamos em Valizas de carona, perdi as contas de quantas, nao eram exatas pro lugar que queriamos ir mas eram muitas, de pouquinho em pouquinhos chegamos. Lá era uma noite linda, com musicos pra todo lado e havia uma praça, e lá que nós moramos. A praça era uma vivencia incrivel onde havia gente de todo canto á vontade. Foi em Valiza que conheci a Cumbia, dança tradicional que me lembra o carnaval. Lá também que comprei vinho em caixa de leite.

    Em Valizas nos falaram, ''se aqui é roots, Cabo Polonio é o roots do roots''. Curiosos, fomos. Andando com maluco e artesões, formamos um verdadeiro grupo de amigos do Brasil, cada figura que nos parecem hoje personagens tipo Jack Sparrow.

    Para Cabo Polonio, fomos caminhando pelas dunas. Nao imaginavamos a distancia, hoje chuto uns 15 km em areia fofa. Dunas estas maiores que ja havia visto, as Dunas de Itaunas era apenas uma ilusão enganosa de dunas na minha cabeça, ali sim eu vi. Mas valera a pena, chegando em Cabo Polonio, um farol e as poucas casas ao redor, bem na ponta de uma costa, era lindo e extremamente extasiante para minhas pernas cansadas e boca seca.

    Lá vi lobos marinhos, mestres da procastinaçao, da vida boa. As casas não tinham agua encanada, as luzes dos bares e restaurantes eram de geradores ou placas solares. Incrivel. E ainda assim uma noite agitada, com muita musica e dança. De dia pegavamos os melhores jacarés nas onda enormes que entravamos. Comiamos com comida compartilhada e dada por alguém que magicamente surgia. Interagiamos com pessoas como magica, sem saber a lingua, mas ainda assim entendendo a gentileza e a simpatia. Faziamos rodas de violões e arrumavamos lugares pra dormir sem sequer alguém pedir.

    Nao havia hora de comer, roupas pra escolher, preguiça de algo a fazer. Desconfiança ou intolerancia. Nenhuma preocupaçao se não com a vontade de ir pra praia e arrumar uma bola, e a noite, um violão. A harmonia das interações em uma boa energia, é tudo o que uma viagem pode nos fornecer.

    Alexsander Araujo
    Alexsander Araujo

    Publicado em 14/08/2018 22:32

    Realizada de 02/01/2016 até 20/01/2016

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    Alexsander Araujo

    Alexsander Araujo

    Vila Velha - ES

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    Cientista social e aventureiro outdoor nas horas vagas.

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