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CACHOEIRA FAROFA DE CIMA
Atrativo interessante para quem visita o Parque Nacional da Serra do Cipó pela primeira vez e quer fugir dos roteiros mais batidos.
HikingCachoeira Farofa de Cima, PARNA da Serra do Cipó.
A cachoeira Farofa de Cima é sempre uma ótima opção de prancheta. Ainda é pouco conhecida pelo grande público que visita o Parque Nacional da Serra do Cipó, possui uma queda d’água principal e outras secundárias menores, com várias opções de poços para banho, além de uma bela vista do vale do ribeirão Mascates. A trilha possui cerca de 9km (18km considerando a ida e a volta) e exige certo preparo físico do excursionista, que precisa vencer um desnível de 400m pela “Subida do Caramba”. Por estes atributos, este roteiro foi considerado ideal para uma prancheta inicial com os novos e quase novos associados do Centro Excursionista Mineiro - CEM.
Partimos cedo de BH, em uma manhã de sábado nublada, rumo à portaria do Retiro, onde nos encontramos às 8 horas. A trilha, bem marcada e já bastante conhecida, exige logo de início a travessia do ribeirão Bocaina, na região conhecida como Bambuzal. Enquanto a maior parte do grupo optou por cruzá-lo descalço, eu e Helinho botamos em prática nossas habilidades construtivas e improvisamos uma precária pinguela, por onde passamos ilesos, sem molhar os pés.
O maior desafio, porém, seriam os carrapatos, muito comuns nessa região, conforme relatado pelos nossos colegas do CEM que realizaram essa caminhada em julho. A turma que fez uma travessia circular no Cipó durante o feriado de sete de setembro também havia passado por essa trilha no último domingo, porém, sem registros de assedio por parte dos temíveis aracnídeos sanguessugas.
Subimos direto para a Farofa de Cima, apenas com algumas breves paradas para retomar o fôlego e reunir o grupo, aonde chegamos por volta das 11h e 30min, depois de cerca de três horas de caminhada. Apenas alguns intrépidos arriscaram um banho no poço de águas geladas da cachoeira, enquanto os demais aproveitaram o tempo para fazer um lanche e recobrar as energias. Eu e Dênio relembramos uma prancheta em 2014, quando o Xaxá nos surpreendeu com deliciosas brusquetas feitas ali mesmo, com um novo sistema de fogareiro e panelas que ele havia adquirido.
Depois de cerca de uma hora por lá, seguimos até a sequência de pequenas quedas e pocinhos córrego abaixo, para aproveitar o Sol que resolveu aparecer, ainda que timidamente, ente as nuvens. Enquanto parte do grupo deu continuidade ao banho em uma água um pouco menos gelada, outros aproveitaram para explorar o local, que oferece alguns atrativos interessantes, como mais algumas cachoeiras e poços escondidos, além de uma vista espetacular do vale do ribeirão Mascates, a partir das escarpas da serra.
Por volta das 14 horas iniciamos a descida, na tentativa de conseguir chegar a tempo para o tradicional almoço no restaurante do César. Afinal, prancheta que se preze tem que ser completa.Travessia do ribeirão Bocaina, no início da caminhada. Sim, não aparece ninguém do CEM, mas eu gostei dessa foto. O contexto é o mesmo!
Cachoeira Farofa de Cima, nos altiplanos da Serra do Cipó.
Turma reunida no poço da cachoeira Farofa de Cima.
Poço de águas gélidas na base da cachoeira Farofa de Cima. Convidativo depois de 9km de trilha, mas não para todos.
Sequência de saltos e poços na farofa de cima. Praticamente um parque aquático rupestre!
Enquanto alguns aproveitam para nadar nos pocinhos ao sol, outros contempam as belas paisagens da serra.
Hora de seguir pela trilha até as escarpas da serra.
Nas escarpas da serra, onde tem início a sequência de saltos da parte baixa da cachoeira da Farofa.
De onde se tem uma bela vista do Vale dos Mascates.
O caminho de volta foi bastante tranquilo e realizado por todos sem maiores dificuldades. O Sol da tarde nos proporcionou um belo cenário ao iluminar as escarpas da serra, marcando o encerramento de mais uma prancheta bem-sucedida do CEM. Nem mesmo os carrapatos causaram muito incômodo. Aparentemente eu que peguei todos os oito que estavam de “plantão” na trilha, devidamente exterminados, é claro.
Abro agora um espaço para confabular sobre a performance dos colegas de caminhada, especialmente daqueles que estão iniciando no montanhismo:
Fernando Ottoni: posso jurar que ele participou da caminhada, já que estava presente no início e no final, mas poucos o viram na trilha. Quando chegamos na Farofa de Cima, ele já tinha tomado banho de cachoeira e estava vestindo novamente as roupas! Teletransporte? Superpoderes?... Mistério...
Helinho e Vera: “como assim só 18 km???” No final ainda avaliaram a possibilidade de retornar caminhando para BH, para manter a média das últimas caminhadas, mas alguém teria que voltar com o veículo...
Sônia: foi desmascarada. Com certeza uma montanhista de longa data que estava escondendo o jogo. Subiu e desceu a trilha lépida e saltitante, sem pingar uma gota de suor. Com certeza já fez o cume do Aconcágua.
Ivana: achou que não iria aguentar, mas concluiu a trilha sem problemas. Quando contamos que a média de caminhada em montanha são 20km, achou pouco ter andado apenas 18. Pronta para o próximo desafio.
Tiago: só lembra do almoço no César. Tudo que aconteceu antes foi deletado. “Trilha,... que trilha?... alguém passa a couve?”
Dênio e Leila: dessa vez ela ditou o ritmo da caminhada. Ele convalescendo de um mal-estar passageiro, foi em slow motion, mas não desanimou.
Fernanda: estava como criança no Beach Park. Foi difícil convencê-la a sair da água.
Gisa: o de sempre. Conduziu a tropa, incentivou quem ficou mais para trás e nos fez cumprir o cronograma à risca. Posso jurar que em alguns momentos ouvi um chicote estalando no ar!
André: cumpriu o papel de isca de carrapato, fotógrafo e relator. Falou pouco, como de costume. Mas dizem que compensa na escrita. Cara esquisito...
Brincadeiras à parte, todo o grupo está de parabéns por ter concluído a caminhada sem maiores dificuldades. Que venha o próximo desafio!
Caminho da volta no trecho final da “Descida do Caramba”, com o vale do ribeirão Bocaina ao Fundo.
Nosso ilustre "Crocodênio Dundee", sempre presente nas caminhadas do CEM.
Trecho final da trilha no vale do ribeirão Bocaina, com a Leila ditando o rimo da caminhada.
Turma animada na travessia do ribeirão Bocaina, mesmo depois 18km de trilha, com muita subida de descida.
Belo lugar! Deve ser uma pernada bacana combinada com um banho de cachoeira. P.S.: Eu me identifiquei com o rapaz que disse "alguém passa a couve?"
Pois é Edson, a Serra do Cipó guarda lugares com paisagens encantadoras, que pouca gente conhece. Quando passar novamente por aqui, faça contato comigo ou com o CEM e combinamos uma pernada!