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André Deberdt 11/12/2021 14:33
    SALAR DE UYUNI E LAGUNAS ALTIPLÂNICAS

    SALAR DE UYUNI E LAGUNAS ALTIPLÂNICAS

    Três dias passeando pelo Salar de Uyuni e pelo Altiplano Boliviano.

    4 x 4 Desert

    Monumento de sal do Rali Paris Dakar no início do passeio pelo Salar de Uyuni.

    Chegamos em Uyuni por volta das 11 horas da manhã, em um voo da Boliviana de Aviación (Boa) vindo de La Paz. Pegamos um taxi até o centro e nos hospedamos em um hotel poeirento na avenida principal da cidade, que fica no meio de uma planície desértica isolada, junto ao Salar de mesmo nome.

    Caminhamos um pouco pela região central em busca de uma agência com preço e condições adequados para o tour que faríamos no Salar de Uyuni e pelas lagunas altiplânicas nos próximos três dias. Optamos pela Uturunku Tours, onde compramos o pacote por US$ 120 cada.

    O roteiro para os três dias de viagem pelo Salar e pelas lagunas altiplânicas foi o seguinte:

    • 15/02/19: partida por volta das 11h da manhã de Uyuni, em uma Land Cruiser, rumo ao Salar, com uma parada rápida no cemitério de trens. Tarde toda passeando no Salar e pernoite em um hotel de sal no vilarejo de Colchani (altitude 3.664m);
    • 16/02/19: deslocamento rumo ao Sul pela Ruta 701, passando por desertos e lagunas altiplânicas;
    • 17/02/19: visita ao gêiser Sol de Mañana, termas de Polques, lagunas Verde e Blanca, até a divisa com o Chile.

    Cemitério de Trens em Uyuni

    Assim que concluímos os trâmites necessários para a aquisição do tour no Salar e nas lagunas altiplânicas, decidimos caminhar até o cemitério de trens, situado não muito distante do centro da cidade (cerca de 2 km), aproveitando a geografia plana e desértica da região e o período de menor visitação durante a tarde.

    O Cemitério de Trens de Uyuni foi o ponto final de um surto de progresso que tomou a Bolívia entre o final do século XIX e início do século XX. De 1888 a 1892, a Bolívia estava no ápice de sua produção mineral, com foco em estanho, cobre e prata, retirados principalmente da região de Potosí. Aproveitando a localização privilegiada de Uyuni, ponto de chegada de quatro linhas, sendo elas: La Paz (via Oruro), Calama (Chile), Potosí e Villazón, o governo boliviano decidiu investir na construção de uma ferrovia, que sairia do polo de extração para descarregar minérios em Antofagasta (Chile), antiga saída da Bolívia para o Oceano Pacífico.

    O declínio da ferrovia ocorreu por volta por volta das décadas de 1920 e 1930, possivelmente em decorrência da grande crise de 1929 (que impactou a economia de todo o mundo), da perda de território (para o Chile), que dava saída para o mar e, principalmente, do encontro de novas áreas para exploração de minérios. Com isso, aos poucos os vagões e máquinas foram sendo desativados e descartados no meio do deserto.

    O contraste dos trens sucateados e enfileirados no meio do deserto, com as montanhas do entorno e o céu azul, cria um cenário belo e ao mesmo tempo desolador, especialmente no final da tarde, quando quase não há pessoas no local.

    Uma das muitas locomotivas abandonadas no cemitério de trens de Uyuni.

    Locomotivas enfileiradas no Cemitério de trens de Uyuni.

    Ao longo dos anos muitas peças e partes foram levadas.

    Algumas delas já foram parcialmente desmontadas ao longo dos anos.

    Outras ainda estão relativamente completas.

    Na manhã do dia seguinte a quantidade de turistas que visitam o Cemitério de Trens antes da partida para o Salar é grande e o local perde um pouco da magia.

    Salar de Uyuni
    No dia seguinte, chegamos às 10 horas da manhã na agência de turismo, onde conhecemos nossos colegas de viagem: Tânia, oriunda das Ilhas Canárias, Lena, da Alemanha e o casal de namorados Alexandra e Linus, de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia e da Alemanha, respectivamente. Ao todo éramos seis pessoas , mais o nosso guia/condutor Michael, todos a bordo de uma Land Cruiser 4x4, veículo padrão utilizado nesse tipo de aventura.

    Saímos por volta das 11h da manhã para mais uma rápida passada no Cemitério de Trens onde eu e a Giselle havíamos estado na tarde anterior. Dessa vez o local estava lotado de turistas apinhados em cima das locomotivas e composições sucateadas no deserto, o que acabou um pouco com a magia do lugar. Felizmente havíamos feito um passeio exclusivo na tarde do dia anterior, já que poucas pessoas se dão conta da proximidade do local ou sequer sabem da existência dele.

    Em seguida retornamos para o centro de Uyuni e seguimos para o Salar, passando inicialmente pelo povoado de Colchani, onde fizemos uma rápida parada na feirinha de artesanato para cumprir com o cronograma turístico. Entramos no Salar todo coberto por uma lâmina de água de mais ou menos 20 cm e seguimos até o monumento de sal construído para o Rali Paris Dakar, evento que passou a ser realizado na América do Sul desde 2009, devido a problemas de segurança em versões anteriores realizadas na África.

    De lá caminhamos até a praça das bandeiras e depois almoçamos no interior do antigo hotel de sal Playa Blanca, atualmente desativado. Até então, aquele mundaréu de turistas e veículos causou certa decepção, contrariando a expectativa de um passeio por áreas remotas do Salar, longe de tudo e de todos. Com a lâmina d’água decorrente das chuvas no período de dezembro a março, o deslocamento pelo Salar fica um tanto limitado, concentrando os grupos em uma mesma região. Alguns atrativos como a ilha Incahuasi, com os seus cactos gigantes, fica inacessível nesta época do ano. Por outro lado, o reflexo do céu na lâmina d’água produz um efeito surreal e indescritível.

    Há cerca de 40 mil anos a área atual do Salar fazia parte de um gigantesco lago pré-histórico chamado Michin, que secou, deixando como remanescentes os atuais lagos Poopó e Uru Uru, e dois grandes desertos salgados: Coipasa (o menor) e o extenso Uyuni. Localizado nos departamentos de Potosí e Oruro, no sudoeste da Bolívia, o Salar de Uyuni (ou Salar de Tunupa) é o maior e mais alto (3.656 m) deserto de sal do mundo, com 10.582 km2 (maior que o lago Titicaca) e que contém de 50 a 70% das reservas mundiais de lítio. Segundo consta, quando os astronautas da Apollo 11 viram do espaço a planície branca pela primeira vez, chegaram a pensar que fosse uma geleira.

    Depois do almoço, felizmente nos deslocamos com o veículo para um ponto isolado do Salar, onde pudemos aproveitar a tarde toda para caminhar e fotografar o impressionante horizonte espelhado que a cada momento se modificava, na medida em que as grandes nuvens cumulus passavam.

    Permanecemos no Salar até o final da tarde, com um lindo pôr do sol encerrando o dia. De lá seguimos para um hotel de sal no povoado de Colchani, primorosamente construído e decorado com blocos de sal, onde ficamos confortavelmente instalados. Eu e Giselle ainda tivemos a sorte de ficar em um quarto único, enquanto o restante do grupo dividiu uma acomodação coletiva.
    O banho controlado teve que ser rápido, não apenas devido à escassez de água na região, mas também por conta da fila de hóspedes dispostos a garantir o último banho civilizado ao longo dos próximos dias.

    Depois de uma boa conversa com os novos colegas durante o jantar, alternando inglês, espanhol e alemão, nos recolhemos aos nossos aposentos para uma agradável noite de sono em camas feitas de blocos de sal.

    Turma reunida no Salar de Uyuni.

    Com as chuvas, uma lâmina d’água cobre o Salar de dezembro a março.

    Paisagens de uma beleza indescritível.

    Onde o céu e a terra se confundem.

    O horizonte se pede na vastidão do Salar.

    Formando imagens surreais.

    Imagens que mexem com a nossa imaginação.

    Na vida real é mais ou menos assim!

    Hotel de sal em Colchani. O chão não é de areia, mas sim de sal, que não gruda nos pés.

    Lagunas Altiplânicas
    Depois de uma noite confortável e bem dormida em um quarto exclusivo no hotel de sal em Colchani, retornamos para a cidade de Uyuni e tomamos a Ruta 701, com uma parada em San Cristobal de Lipez, onde compramos biscoitos e folhas de coca em uma feirinha ao lado do Mercado Central. Abastecemos no posto de gasolina local e retomamos para a estrada por volta das 10 horas, passando pelos povoados de Culpina K e Allota.

    Às 12h paramos na região conhecida como Valle de las Rocas, com belas e curiosas formações rochosas em meio ao deserto, cercado de cumes nevados de vulcões. Retomamos a estrada até um dos braços da Laguna Turquiri, onde paramos para o almoço. Aproveitamos para explorar um pouco o local, subindo um morro próximo com uma bela vista da região.

    Após o almoço, rumamos sentido Sul, com mais uma parada para observar os cumes nevados a nossa volta, dentre eles os cerros Chuhulla (5.431m), Caquella (5.965m) e Chulluncani (5.486m). Às 16h chegamos na Laguna Chulluncani, na base do pico de mesmo nome, onde permanecemos por um tempo apreciando a vista e tirando fotos. Um pouco mais à frente paramos em uma planície de inundação, repleta de flamingos. Permanecemos por lá por cerca de meia hora contemplando as belas paisagens do entorno, além de fotografar um casal de alfaiates-andinos (Recurvirostra andina), ave aquática típica dos Andes, que nadava tranquilamente em uma pequena lagoa.

    Aparentemente o roteiro pelas lagoas altiplânicas, que são muitas, é definido na hora pelo guia/motorista, possivelmente com base no afluxo de turistas para cada uma delas, do tempo de viagem disponível e do humor do próprio condutor. O caminho que fizemos, embora repleto de paisagens deslumbrantes, não passou pelas lagunas mais famosas, como a Hedionda, Charcota, Honda e Ramaditas, anunciadas nos panfletos das agências. É óbvio que na hora não tivemos conhecimento disso.

    Fizemos mais uma parada rápida na Laguna Q’ara para fotografar flamingos e seguimos pelo deserto de Siloli, rumo à Árbol de Piedra, famosa escultura rupestre da região. O deserto Siloli, situado a sudoeste do departamento de Potosí, na Bolívia, é caracterizado pelas formações rochosas erodidas pelos fortes ventos que sopram na região. É considerado como um dos mais áridos do mundo, além de porta de entrada para a Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa. Tiramos a tradicional foto ao lado da escultura e fomos caminhar em meio às formações rupestres espalhadas pelo deserto. Os tons e o contraste das cores na paisagem pareciam ter sido editados com Photoshop!

    Chegamos à portaria da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa ao final da tarde, ainda a tempo de visitar a Laguna Colorada. Pagamos a taxa de entrada e fomos caminhar pela margem da lagoa, passando antes pelo centro de visitantes e mirante. Com a pouca luz no final do dia a coloração avermelhada que dá nome à lagoa já não era tão visível. Conseguimos caminhar um pouco pela margem para fotografar os flamingos, até sermos expulsos pelos guardas, sem maiores explicações. Um pouco decepcionados, retornamos para nossa Land Cruiser e seguimos viagem até nosso local de pernoite.

    Com o cair da noite fomos em busca de um local para o pernoite em um conjunto de edificações rústicas ao Sul da Laguna Colorada, que já estava quase todo ocupado. Depois de algumas tentativas e muita falta de organização, conseguimos dois quartos grandes onde pudemos nos hospedar. Mas sem banho. Esperamos um pouco por uma mesa para jantar e fomos dormir em seguida, pois teríamos que acordar de madrugada para visitar os Geisers no dia seguinte.

    De maneira geral o dia foi espetacular, com paisagens incríveis em locais de rara beleza. A falta de conforto, tanto no veículo quanto nos locais de pernoite não foram problema, uma vez que isso era previsto. O que incomodou, como de costume, foi ter que se sujeitar ao trajeto e aos horários impostos pelo condutor, que, apesar de simpático e solícito, nunca nos permite o tempo suficiente para apreciar com calma e tranquilidade os muitos atrativos nas regiões percorridas, já que o seu objetivo é concluir com rapidez e segurança o cronograma da agência. Ainda assim, foi um dia inesquecível, com paisagens espetaculares e uma turma bastante animada.

    Formações rochosas no Valle de las Rocas, às margens da Ruta 701.

    Laguna Chulluncani, a primeira lagoa altiplânica visitada neste dia. As cores variam de acordo com o vento e as condições da água.

    Na base do cerro Chulluncani (5.486m) e ao lado da lagoa de mesmo nome, com o maciço Aguas Calientes / Tapaquillcha (5.815m) ao fundo.

    Flamingos (Phoenicopterus spp) na lagoa formada em uma planície de inundação.

    Cumes nevados por todo o altiplano em meio a um deserto com tons e texturas variados. Ao fundo o maciço Aguas Calientes / Tapaquillcha (5.815m).

    Árbol de Piedra, esculpida pelos fortes ventos que assolam a região.

    Formações rupestres no Deserto Siloli. O contraste das cores é impressionante na medida em que o final da tarde se aproxima.

    Laguna Colorada com a sua cor característica. Ao fundo o cerro Pabellón (5.490m).

    Gêiser Sol da Mañana, Termas de Polques e Lagunas
    No último dia de nosso tour pelas lagunas altiplânicas acordamos às 4h da madrugada para visitar o Gêiser Sol de Mañana. Levamos cerca de 50 minutos para chegar ainda no escuro ao local, com um frio gélido e cortante, que nos pegou desprevenidos, salvo a Giselle, que já havia visitado a região em outra ocasião e foi toda encapotada.

    Antes do amanhecer é o melhor horário para ver os jatos de vapor, motivo pelo qual toda a área fica tomada por turistas que disputam os melhores pontos para fotografias. Caminhamos pelo local em meio ao frio e ao escuro, inicialmente passando pelas fumarolas de vapor e depois pelos tanques de lama branca borbulhante. Assim que começou a amanhecer e o local foi se tornando visível, tivemos que seguir nossa viagem. Uma pena. Queria ter permanecido mais um tempo por lá para acompanhar com a luz do dia este interessante fenômeno geotérmico.

    De lá seguimos para as termas de Polques, às margens do Salar de Chalviri. Trata-se de um balneário com duas piscinas termais que ficam lotadas de turistas pela manhã. Ao chegar não me senti confortável para frequentar de imediato aquela sopa humana, mediante o pagamento de taxas para entrada e uso do vestiário. A Giselle ficou irritada com a minha atitude e, quando me convenci a tomar um banho, ela não quis mais saber de nada e o mau humor foi geral. Teria percebido o grave engano que cometi se tivesse noção que tomaria banho só dali a três dias, em San Pedro de Atacama. Sem ânimo para entrar nas piscinas, fui caminhar pelas margens do salar para espairecer um pouco e apreciar as belas paisagens.

    Depois de tomar um café da manhã nas instalações das termas, retomamos o nosso roteiro, agora com uma parada no Deserto Salvador Dali, nome atribuído ao local por conta das belas paisagens surreais, onde tons pasteis contrastam com um límpido céu azul. Contemplamos o local por alguns minutos da beira da estrada onde nos aquecemos um pouco ao Sol e seguimos para as lagunas Verde e Blanca, aos pés do vulcão Licancabur.

    Às margens da Laguna Verde, com o vulcão Licancabur (5.916m) ao fundo e o vulcão Sairecabur (5.971m) à nossa direita, tiramos a última foto da turma reunida, antes de seguir para a Laguna Blanca e terminar nosso passeio próximo à divisa com o Chile, junto a uma das portarias da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa e do abrigo “altiplânico” a 4.340 metros, utilizado por quem pretende fazer a ascensão ao cume do vulcão Licancabur, neste caso, apenas eu e a Giselle. Os demais seguiram para o Chile ou retornaram para Uyuni.

    Por volta do meio-dia nos despedimos dos nossos colegas, depois de rodar cerca de 500km em uma Land Cruiser, ao longo de três dias e duas noites inesquecíveis, em meio a uma região belíssima, desértica e isolada, com paisagens que jamais sairão da nossa memória.

    Visita aos Gêiseres na madrugada.

    Turma se aquecendo ao sol no Deserto de Dali. O cume nevado ao fundo é do cerro Amarillo (5.661m).

    Última foto com a turma antes da despedida, às margens da Laguna Verde, com o vulcão Licancabur ao fundo. Da esquerda para a direita: Giselle, Tania, Michael, André, Alexandra, Linus e Lena.

    André Deberdt
    André Deberdt

    Published on 11/12/2021 14:33

    Performed from 02/14/2019 to 02/17/2019

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    4 Comments
    Marcelo A Ferreira 09/14/2022 08:25

    Um dos melhores relatos que já li/vi sobre este local. Parabéns André. fev2023 estou indo pra lá, se Deus quiser. Uma pergunta: na caminhada até o cemitério de trens, achou o caminho tranquilo? pergunto no quesito segurança (assalto e/ou perigo de ser atropelado por carros).

    André Deberdt 09/15/2022 06:55

    Obrigado Marcelo! Visitei o local no final da tarde, quando quase não tem ninguém por lá. É muito perto da cidade e pelo caminho foi bem tranquilo. No cemitério de trens nos deparamos com 3 ou 4 rapazes, um tanto suspeitos, mas que não tentaram nenhuma abordagem. Não eram turistas e ficaram nos rodeando. De maneira geral, achei a Bolívia bem mais segura que as capitais brasileiras, mesmo em La Paz, onde caminhamos pelos bairros periféricos tranquilamente. A maioria das pessoas nos cumprimentava cordialmente. Mas todo cuidado é pouco, em qualquer região turística.

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    Marcelo A Ferreira 09/14/2022 08:27

    Outra pergunta: em suas fotos consigo ver uma camera fotográfica... acha mais interessante levar uma lente mais teleobjetiva ou uma grande angular?

    André Deberdt 09/15/2022 06:55

    Sem dúvida. Apesar da praticidade do celular, você vai se deparar com paisagens inimagináveis e uma câmera fotográfica vai fazer falta. Não sou um exímio fotógrafo e levei apenas a lente 18 - 200mm que acompanha minha câmera, relativamente versátil e que me atendeu bem. Se a sua ideia é fotografar os flamingos e a fauna de uma maneira geral, uma teleobjetiva mais potente será necessária.

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    André Deberdt

    André Deberdt

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    Biólogo e montanhista filiado ao Centro Excursionista Mineiro.

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