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Arie Kuglovitz 21/06/2017 10:58
    Travessia da Serra Fina - Junho/17

    Travessia da Serra Fina - Junho/17

    Travessia da Serra Fina em junho de 2017. Sofri uma contusão no joelho na metade da travessia, levando a dificuldade de difícil à EXTREMA.

    Esse relato poderia ser um pedido de DESCULPAS para a turma que estava comigo: ELIEL, FÚLVIO, RONALDO, JÚNIOR, FRANK, ADILSON, ROBINHO, CAIQUE, KABLOC, DONI, FURTADO, GIOVANNA, MILENA E ISA (da esquerda para a direita na foto abaixo)

    Mas essa turma não aceita desculpas, pois tudo que fizeram por mim foi de coração!!! Então vai o meu MUITO OBRIGADO! VOCÊS SÃO RESPONSÁVEIS POR EU CONSEGUIR REALIZAR MAIS UM SONHO!

    Fim de travessia e nós ainda na adrenalina. Detalhe para meu joelho ainda "remendado". Rsrs

    Então vamos ao relato:

    Sempre senti aquele friozinho na barriga quando as pessoas me contavam sobre os quatro dias trilhando por montanhas em ambiente selvagem, as vezes inóspitos, sem disponibilidade de água, com muito peso nas costas, passando frio, calor, dor, medo, camping selvagem…. Pensei: "Putz, é tudo que eu sempre busco nas minhas aventuras!!! EU PRECISO REALIZAR A SERRA FINA!!!"

    E esse desejo me perseguiu por mais de dois anos. Durante todo esse tempo, eu subi mais de 30 picos em 4 países. Sempre voltava das minhas aventuras pensando que eu já tinha feito tanta coisa, mas ainda faltava a bendita Serra Fina que não estava em meu "currículo aventureiro".

    Em outubro de 2016 eu tive uma torção no meu joelho em uma brincadeira com meu cão e como estava nas vésperas do meu mochilão pela América do Sul, acabei deixando para realizar exames depois da minha trip... ERRO NÚMERO 1.

    Subindo uma montanha de 5.200m no Peru, forcei muito o bendito joelho e mesmo conseguindo completar a trip, tive de cancelar a Salkantay Trail (trekking de 4 dias para Machu Picchu) e a Huayna Potosi (montanha de mais de 6.000m na Bolívia).

    ERRO NÚMERO 2: na volta da minha viagem, meu joelho já tinha melhorado e eu não fui ao médico....

    Já dá para imaginar o que aconteceria na Serra Fina, mas eu não iria deixar passar mais um ano sem conhecer meu amor platônico "Serafina".... Eis que surge a oportunidade e eu topei apenas 5 dias antes da data de partida.

    DIA 1: Começamos a trilhar aproximadamente 4:30 da manhã. Logo que atingimos a famosa crista da Serra Fina, um espírito iluminado chamado Wagner,Washington ou Wellington surgiu quando me viu reclamando do joelho e mancando: ele me ofereceu ajuda e colocou uma fita de compressão, passou dorflex em spray e me deu algumas dicas sobre como amenizar o impacto no joelho.

    Na maldita subida para o Alto do Capim Amarelo, eu já estava começando a sentir muita dor e tratei de começar a tomar anti-inflamatório e passar cataflam. Nada adiantou e o grupo que ficou para trás comigo (Milena, Giovana, Fúlvio e Eliel) demorou 13 horas e meia (!!) para atingir o nosso local do primeiro pernoite (Lajeado após o Capim Amarelo). Giovana e Milena foram na frente e avisaram que eu estava com dificuldades para prosseguir por causa do joelho, por isso o Furtado desceu até o fim do Capim Elefante e levou a minha mochila até chegarmos ao camping (foi a primeira vez que eu me surpreendi com o grupo que eu mal conhecia).... Montada as barracas, janta feita e fomos deitar. Meu psicológico estava me torturando, mas eu ainda não tinha falado nada para ninguém.

    Assinando o livro do cume do Alto do Capim Amarelo.

    DIA 2: Amanheceu e eu sentia mais dor ainda no meu joelho e por isso decidi segurar o choro e compartilhar com meu companheiro de barraca Eliel: "amigo, preciso desistir". Ele disse que me acompanharia se essa fosse a minha decisão final, mas insistiu que eu compartilhasse com o grupo.

    Quando compartilhei com o grupo sobre a minha decisão, todos foram contrários e se disponibilizaram a dividir o peso da minha mochila para que eu continuasse.

    Aquilo me tocou profundamente e eu decidi aceitar. O orgulho ainda era grande naquele ponto e eu só deixei que levassem uma pequena sacola de comida (Frank) e minha barraca (Doni, que era sua primeira travessia e a levou até o fim).

    Aquele ato de solidariedade em que todos se mobilizaram me afetou profundamente e eu estava com energia e força de vontade para subir o Capim Amarelo mais duas vezes no mesmo dia (mentirinha, rsrs).

    Começamos a andar em torno das 8h da manhã e neste dia eu andei como tinha de ser: rápido, sem muitas paradas e sem muita dor no joelho.

    Chegamos ao nosso camping da segunda noite antes das 16:30h.

    Montamos as barracas, fizemos um banquete comandado pelo Adilson e Ronaldo: sopão com arroz, sopão com macarrão, pipoca, bacon e catuaba para esquentar mais ainda. Pra finalizar, a Gi fez um chá de capim cidreira natural que deu o toque final para ir dormir....

    Minha energia e moral estavam à milhão!!

    DIA 3 (O DIA DO PIOR PESADELO): começamos a nossa pernada as 4:30h da manhã rumo ao topo do quarto ponto mais alto do Brasil: PEDRA DA MINA.

    Assistimos o nascer do sol lá de cima e assinamos o livro do cume. Tiramos lindas fotos e apreciamos as nuvens láááááááááááá embaixo... realmente apaixonante!!!Eu assinando o livro do cume da Pedra da Mina e o Fuuuuuuulvioooooo fazendo gracinha lá atrás. Hahaha

    Galera reunida no Pico da Pedra da Mina

    O PESADELO COMEÇANDO: Na descida da Pedra da Mina, antes de entrar para o Vale do Ruah, sinto um estouro dentro do meu joelho e simplesmente não conseguia mais mover minha perna sem sentir uma dor insuportável. Sim, eu chorei de dor, de medo, de desespero, de decepção... um turbilhão de sentimentos ruins.

    Era hora do SUPERMAN que existe dentro do Adilson surgir e me carregar ladeira abaixo. Ladeira cheia de barro, desníveis, buracos, pedras soltas e areia escorregadia.

    Peso 76kg e tenho 1,84m; O CARA me carregou como se eu fosse uma mochila de pic-nic no parque.

    Vou parafrasear o meu sábio e puro amigo Eliel: “O Adilson tem uma força fora do comum, mas seu maior músculo é o coração! ” Perfeita definição!

    Adilson, o extraterrestre que me carregou e cuidou de mim como se eu fosse seu filho por toda a travessia.

    Eu estava atordoado por causa da dor e não me lembro quem fez a tala em mim, mas lembro que foi com um bastão de caminhada por dentro da calça e amarrado com uma faixa que eu tinha no meu kit de primeiros socorros.

    Chamem de destino, coincidência, do que quiserem....... mas eu acredito na força dos espíritos que me guiam e me protegem... e que comece a onda de “sorte”:

    O primeiro espírito iluminado (Wagner, Washington ou Wellington) apareceu de novo e me deu os mesmos cuidados da primeira aparição no dia 1.

    Infelizmente, nada estava funcionando para passar a minha dor e decidi tomar a morfina que eu tinha guardado para emergências.

    Decidimos descer até o Vale do Ruah para chamar o Helicóptero dos bombeiros para o resgate. Eu não queria isso... e nem meus colegas...

    Lembra que eu disse dos meus espíritos guardiões? Pois é.....

    Chegando ao Ruah, tinha um grupo da Pisa Trekking se alongando e mais uma alma iluminada chamada Andréia que é ORTOPEDISTA fazia parte deste grupo.

    Ela tirou a tala da minha perna e me examinou: não era ligamento (UFA!!!). Ela disse que aconselharia eu ir embora, mas que se eu realmente quisesse continuar, poderia, caso a minha dor passasse.... Ela refez a tala em minha perna com os suportes de metal da mochila do Adilson, a minha faixa e o tensor da Giovanna.

    Momentos de desespero. Ronaldo dando um auxílio para a Ortopedista terminar a tala.

    Eu disse que queria continuar e então sem nem me questionar, os meus companheiros tiraram totalmente o peso da minha mochila e distribuíram entre todos os integrantes. Eu estava sem mochila nas costas.... Eles levavam minha comida, meu saco de dormir, meu isolante, minha barraca, minhas roupas, minha água e até o meu lixo!

    “Cancela o pedido de resgate e PAU NA MÁQUINA!!! Eu vou terminar essa travessia!!!”

    1.200mg de ibuprofeno + 10mg de morfina por dia... essa seria minha dieta complementar pelos próximos dois dias.

    Continuamos a pernada até atingir nosso último pernoite numa clareira em meio ao bambuzal um pouco antes do início da subida para o Pico dos Três Estados.

    Foi um dia muito difícil para mim, tanto psicologicamente quanto fisicamente.... não é nada fácil enfrentar subidas e descidas escorregadias, com barro e com pedras soltas com apenas uma perna.... Foi então que me lembrei do multi atleta Eberton Aparecido Santos, amputado de uma perna que realizou a Serra Fina no fim do ano passado. Pensei comigo: se este guerreiro consegue, eu também consigo!

    Uma coisa que me incomodava muito era o fato de todos estarem carregando meu peso, então antes de dormir consegui convencer o grupo de que eu levaria a minha água e o lixo de todo mundo (o que dava no máximo 7kg).

    O Júnior, filho do Superman Adilson, se propôs a carregar minha mochila até o fim da travessia - se a mochila estava pesada para mim que peso 76kg, imagina para ele que deve pesar uns 60kg!!!! VALEU GUERREIRO!!!!!!!!!!!!!

    Júnior carregando a minha mochila. Esse tem pra quem puxar!!!

    Galera toda reunida no Ivo.

    DIA 4: Acordamos as 4h da manhã, tomamos café e o Adilson e o Ronaldo mais uma vez fizeram a tala em mim à luz de headlamps.... Começamos a nossa caminhada rumo à nossa cerveja gelada e pastel no fim de trilha em torno de 4:45h da manhã. Todos estavam animados e empolgados para terminar logo a travessia.

    Enfrentamos uma subida que foi extremamente cruel comigo: muito íngreme, com MUITO barro e lamaçal.... Escorreguei várias vezes e estava apavorado com a ideia de me machucar mais ainda. Infelizmente não conseguimos avançar muito rápido e tivemos de assistir o nascer do sol antes do Pico dos Três Estados (o que não foi NADA FEIO rsrs).

    A silhueta do Pico das Agulhas Negras e Vênus ali em cima. Emocionante!!

    Subida ao Pico dos Três Estados após o nascer do Sol

    Nem preciso dizer que estava um frio de rachar e tinha muito gelo pelo caminho.

    E foi assim que de passo a passo, fomos conquistando a Serra Fina.

    Chegamos ao Pico dos Três Estados, assinamos o livro, comemos alguns snaks e continuamos a andar... a partir dali, já era caminho para casa, o gosto do pastel de queijo com carne e da cerveja gelada já estava em nossas mentes.

    Assinando o livro do cume no Pico dos Três Estados.

    Depois de andarmos cerca de 7 horas, paramos para almoçar: miojo com mandioquinha e sopa vono, patê de sardinha com atum no rap10. Para sobremesa tínhamos leite condensado com coco ralado e BIS. Nada de suco ou água (todos estavam com pouca água naquele momento).

    Juntamos as tralhas e continuamos a andar... já na primeira descida, eu senti uma dor tão intensa quanto antes e me joguei ao chão exatamente como no dia anterior, mas os sentimentos eram diferentes.... eu já sabia que uma hora aquela dor iria voltar e eu precisaria ser forte e continuar... desistir não era uma opção. E para me ajudar a continuar, era hora da morfina e mais anti-inflamatórios!

    Com a tala imobilizando a minha perna, entupido de remédios e com MUITA força de vontade de terminar a travessia, continuei segurando o choro e tentando me recompor psicologicamente. Alguns minutos calado, apenas descendo aquelas pedras infernais que se eu não estivesse machucado, iria deslizar sobre elas como sempre gosto de fazer....

    Paciência e muita cautela, algum tempo depois a dor foi desaparecendo e eu criei mais forças e mais confiança para caminhar cada vez mais rápido... Sempre com o auxílio e os cuidados do Ronaldo, Adilson, Eliel, Giovana e Doni.

    Todos estávamos com MUITA sede e sem água. Chegamos a considerar em beber a água da chuva que fica entre as pétalas das bromélias.... Este trecho foi bem tenso principalmente pra mim, pois não estava com firmeza no joelho e caí diversas vezes... Mais uma vez, agradeço ao Ronaldo pelo cuidado e auxílio neste trecho.

    Já nos quilômetros finais, adentramos em uma mata que é o meu tipo preferido de trilha: mata fechada, ar fresco, um mix aromático de várias árvores e plantas, flores coloridas que brotam de bromélias e outras plantas que eu nunca havia antes observado.

    Fico perplexo pela riqueza e variedade de plantas. Passo a reparar nas relações interespecíficas dos organismos ali presentes – coisa que amo fazer quando estou no meio do mato - observar a harmonia, equilíbrio e perfeição da natureza... Harmonia, equilíbrio e paz: tudo que eu busco quando vou trilhar.

    Finalmente eu me sentia em harmonia, equilíbrio e em paz depois de 4 dias de sofrimento. Eu me sentia com muita dor no joelho, nas panturrilhas, nas coxas, nos ombros, nos braços, nos cortes que estavam espalhados por todo o corpo por causa dos bambus e Capins Elefante, alguns hematomas nas canelas e braços.... e ali eu percebi o preço que a natureza nos cobra para sentir toda aquela paz que só ela nos dá: sentir e passar por coisas que poucas pessoas estão disposta à passar.

    Todo o sofrimento, dor, frio, incômodo, fome e sede se tornam insignificantes perto da PAZ que eu sentia naqueles poucos momentos finais da trilha. Agradeci à minha saúde, aos meus novos amigos, à minha família por tentar entender minhas loucuras, aos meus espíritos guardiões, ao corpo que estou usando nesta vida para evoluir cada vez mais, penso no meu cachorro filho e penso que sou privilegiado em conseguir sentir esta conexão com os animais e a natureza que poucas pessoas terão o prazer de sentir alguma vez na vida.

    Alguns quilômetros abaixo e chegamos ao fim da travessia!!! Adivinha? já tinha cerveja, coca-cola e suco nos aguardando na van (valeu, FUUUUULLLLVIIOOOOOOOOOO kkkkk).

    Fomos até a Garganta do Registro e nos esbaldamos em pastéis, pães com linguiça e bons papos....

    Quero também ressaltar as nobres pessoas que reencontrei e outras que finalmente conheci pessoalmente: Agatha, Boney, Alexandra, Araguacy, Diogo, William, Danilo, Franco, Rafa, Márcia, Sebastião entre outros que eu posso ter esquecido... (perdão! Rsrs)

    Todas estas pessoas citadas se preocuparam comigo e sempre queriam saber se eu precisava de alguma coisa e se eu tinha melhorado... algumas me deram remédios (Araguacy, Giovana e Adilson, por exemplo)... outras me deram apoio para subir e descer as ladeiras.... mas TODAS, sem exceção me deram APOIO MORAL que foi o que me fez sentir que aquela dor que eu sentia, seria amparada por todos eles. TODOS VOCÊS SÃO RESPONSÁVEIS POR ESTE SONHO REALIZADO!

    Agradeço também ao grupo Trilhadeiros por ter aproximado tanta gente boa e que compartilham de ideologias e filosofias de vida muito parecidas.

    Por fim, estou em casa me alimentando bem, sem sede, sem fome, sem frio e confortável........mas já estou doido para passar perrengues de novo. Rsrs

    E que venham as próximas!!

    Joelho "remendado" e o sentimento de ter descoberto uma força interior inacreditável! Detalhe para a minha queridinha e imponente Agulhas Negras lá atrás.

    Será que sou só eu que amo caminhar entre o Capim Elefante? Rsrs

    Arie Kuglovitz
    Arie Kuglovitz

    Publicado em 21/06/2017 10:58

    Realizada de 15/06/2017 até 18/06/2017

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    10 Comentários
    Giovana Zanettin 21/06/2017 12:56

    Amigo querido.....eu estava presente participei de tudo mas lendo esse seu relato vc me fez chorar....um choro de alívio por vc estar bem, de ter pessoas maravilhosas ao meu lado sempre e ganhar essa família linda de aventureiros com gana de montanha picos trips. Ari vc foi um guerreiro vencendo essa Serrafina valeu pela cia desses 4 dias intensamente felizes e de grande realização. Bjkas em seu ❤

    Marcia Prado 21/06/2017 13:51

    Arie parabens pela garra e confesso que te admiro por ter continuado, quanto ao que vc viveu com a galera so posso dizer que é por isso que me orgulho de fazer parte da galera do esporte outdoor, pois é isso que sempre vejo , muita solidariedade, muito amor, companherismo...isso nao vemos mais na sociedade, mas no nosso meio, e o que mais vejo e o que é melhor todos fazem isso de coração, não querem holofortes nem parabenização, querem apenas construir um mundo melhor sendo pessoas bacaninhas....Feliz por ti !!!!!

    Eu sou a mãe do Júnior. Parabéns pela sua força de vontade e pela conquista. Não é a primeira vez que o Adilson carrega alguém machucado. Por isso eu o admiro como pai e como amigo. Ele já tem força normalmente mas quando precisa ele parece ter a força de dez dele. Tô muito orgulhosa do filho tendo o pai que tem não podia agir diferente 😍

    Adilson Junior 21/06/2017 14:28

    Valeu por ter conseguido essa aventura comigo.....muito bom participar dessa travessia e foi muito bom essas experiencia....parabens por ter superado suas dor porque nao é nada facil....parabens por nao ter desistido........parabens tudo de bom.....que relato demais

    1

    Belo relato jovem !!!! Conseguiu destacar a felicidade em meio a tanto perrengue e dor !!! tu foi guerreiro, e sua equipe tbm !!!!!

    Odair Behn 21/06/2017 22:57

    lindo

    Pedro Braga 04/09/2023 21:13

    FOI VALENTE!! Meus parabéns!!

    Pedro Braga 04/09/2023 21:19

    Não acredito que li esse relato... é simplesmente emocionante! O trecho que fala do músculo mais forte, que é o coração do seu amigo foi inspirador!! Muito bom mesmo!!

    Arie Kuglovitz

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    Aventureiro e mochileiro. Música, animais, natureza e viajar.

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