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Caminhos do Capivary
Pedal pelo Caminhos do Capivary na zona rural de SBC
Há muitos anos eu pedalo ou caminho (ou arrisco uma carona de trem) pelas bandas divisórias entre São Bernardo do Campo, São Paulo, Itanhaém, Embu Guaçu, Juquitiba, São Vicente, etc. Seja em trilhas, pelos rios ou mesmo pelas estradinhas. Sempre tive uma certa paixão pelas matas e histórias da região, e quando o Marcos Padilha me chamou para ajudá-lo a aplicar o treinamento básico de sobrevivência na região do Capivary eu não pensei duas vezes, fui de bike.
Caminhos do Capivary se situa na mesma latitude que o Polo de Ecoturismo de São Paulo, e possuem realidades, história e necessidades muito semelhantes entre si, pois são uma região com muito potencial e vocação para o ecoturismo, piscicultura , agricultura familiar e sustentável, além de serem zonas rurais de duas grandes cidades que historicamente carecem de políticas públicas perenes e eficientes para consolidar essa vocação e serem sustentáveis economicamente.
Desconhecidas ou ignoradas pelos seus vizinhos mais urbanizados, mas capazes de encantar olhos e os corações de quem vem de longe para conhecer as riquezas desse elo esquecido entre o planalto e o litoral, a região é marcada por um contraste entre os que desejam preservar e valorizar e os que continuam com o velho rumo em direção a exploração danosa e infinita.
A criação do Roteiro Caminhos do Capivary surgiu do coração de pessoas que querem mostrar que há outras formas de promover a economia mas de forma não agressiva, respeitando a vocação natural dessa região que é o ecoturismo e a agroecologia, uma tentativa de valorizar e direcionar a luz a aqueles que embora estejam em uma região desassistida e sem iniciativas socioeconômicas de grande escala, preservam seu modos culturais, e a criação do caminho é uma tentativa de fazer toda essa cultura aparecer no mapa e ainda criar uma oportunidade econômica a esta comunidade.
Roteiros indígenas, passeios a cavalo, trilhas de bicicleta, turismo educacional, pesca turística e esportiva, padaria comunitária, alambique, esportes aquáticos, passeios de barco, hospedagens e eventos em chácaras e sítios, atividades promovidas por ongs e institutos ambientais, retiros, arte e artesanato, e claro, a Rota Cicloturística Márcia Prado cortando parte deste roteiro levando centenas de ciclistas ao mar...enfim, centenas de atrativos esperando uma política pública de desenvolvimento econômico que costure todas essa oportunidades de desenvolvimento sustentável.
Voltando ao nosso pedal, foram mais de 60 km em dois dias arrastando a Michelle Engi (tadinha, sofreu neste que foi o primeiro ciclotour dela), e ainda fizemos um bivak no mato em meio ao curso de sobrevivência do Padilha, aonde fiz a parte de comunicação, orientação e navegação para os alunos.
No fundo estava com vontade mesmo de ir pra Santos pela estrada de manutenção, mas depois eu volto, é outra paixão.
Excelente relato! Boney esse caminho feito de bike é por terra ou asfalto? Obrigado
misto dos dois, mas maioria terra.