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Isabelle Esnarriaga 01/31/2021 22:39
    Travessia Lumiar - Sana - Tirol

    Travessia Lumiar - Sana - Tirol

    Projeto Caminho da Mata Atlântica

    Trekking Mountaineering

    Embora não muito atuante por aqui, resolvi escrever esse relato com a finalidade de divulgar o Projeto Caminho da Mata Atlântica. Além de mostrar alguns registros dessa bela travessia que ocorreu em Julho de 2019.

    Fui convidada pelo Chico Schonnor para participar na sinalização desse trecho. O Caminho da Mata Atlântica é um projeto que busca engajar a sociedade na conservação e recuperação da mata atlântica por meio de atividades ao ar livre. Uma trilha com mais de 4000 km que percorre toda a Serra do Mar e um trecho da Serra Geral, entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul que conta com apoio de voluntários e parceiros para fazê-lo acontecer.

    Para saber mais: http://caminhodamataatlantica.org.br/

    Foi a minha primeira vez no caminho e de fato foi uma experiência que agregou em todos aspectos. Observar um Projeto que faz valer suas palavras na prática fez toda diferença.

    “Diga-me, e eu esquecerei. Mostre-me e me lembrarei. Envolva-me, e eu compreenderei”. Kolb

    No dia 12 /07 foi feita uma apresentação sobre o Projeto do Caminho da Mata Atlântica para os voluntários. Logo em seguida ocorreu uma oficina de trajeto e sinalização ministrada por Chico Schnoor e Ernesto V. Castro na sede APA Macaé de Cima.

    No dia 13/07 inciamos a caminhada com um grupo de 21 voluntários.

    Percorremos um total aproximado de 51 km no período de 13/07 a 15/07, passando pela região de Lumiar , Sana, Tirol ( municípios de Nova Friburgo, Macaé e Trajano de Moraes)

    Trecho 1 – Travessia Lumiar - Sana - 24 km ;

    Neste primeiro trecho saímos da base da Apa Macaé de Cima por volta de 8:30 e iniciamos a sinalização por Santa Margarida (Corrégo das Margaridas) e seguimos até a primeira parada, que foi no topo da Serra Queimada. Chegando lá nos deparamos com um visual incrível, abarcando a divisa de Macaé / Friburgo.

    Deste lado a região de Macaé - Serra Queimada - Foto: Verônica Reis

    Do outro lado do topo o visual para Nova Friburgo. Ao fundo, o Parque Estadual dos três Picos. Foto: Ernesto V. Castro

    Entre tantas coisas legais desse projeto, uma delas é envolver a comunidade local de forma participativa no planejamento dessas ações. Ter a informação de maneira precisa sobre os picos e os locais faz a gente perceber que eles possuem uma relação de pertencimento muito grande com a localidade. Dessa forma é impossível você não se contagiar e se relacionar mais intimamente com o espaço.

    Eu não conhecia nada dessa região!

    Serra Queimada- Ao fundo à esquerda o Pico do Frade de Macaé. Foto: Ernesto V. Castro

    Sinalização no topo da Serra queimada.

    Logo após todas as contemplações, seguimos rumo ao Sana.

    Foto: Isabelle

    A caminhada foi longa ! Embora tenha muitos trechos sofrendo desmatamento para pastos, a região é linda!

    Fotos: Isabelle

    Chegamos no Sana por volta das 19h, a caminhada fica um pouco mais lenta devido as paradas para sinalização e por se tratar de um grupo grande. Para este pernoite acampamos no Camping Jatobá - D. Leninha, que virou parceira do Projeto. O camping tem ótima infraestrutura, chuveiro quente, cozinha equipada e cafezinho à vontade. Após essa longa caminhada foi um presente todo esse acolhimento.

    Fomos muito bem recebidos por ela.

    Trecho 2 - Sana – Tirol 18,5 km;

    Acordamos tomamos um café da manhã compartilhando nossa comida, como se nos conhecessemos há tempos, como uma comunidade rs. Às vezes um grupo muito grande fica difícil todos se integrarem , mas esse estava especial.

    Parte do Grupo - Camping Jatobá

    Fizemos um Briefing para começar o dia e lá fomos nós, rumo ao Tirol. Inciamos a sinalização no caminho para quem vai para as cachoeiras e peito do Pombo.

    Trecho do Rio Peito do Pombo, Sana. Foto: Ernesto V. Castro

    Fizemos a sinalização próxima a entrada da subida do Peito do Pombo. Neste trecho deve ter atenção, porque logo após a nossa sinalização tiveram algumas pessoas que queriam subir o Peito do Pombo e começaram a nos seguir. Tivemos que alertá-los que nossa direção era outra.

    Hoje já possui uma sinalização para o peito do pombo ( bate - volta) mais a outra que é para a Trilha Sangrilá, que foi o que fizemos nessa primeira empreitada, agora já temos placas com as direções.

    No meio do caminho fizemos uma pausa na RPPN Sangrilá, que pertence a D. Lucia Jatobá. A trilha passa por dentro da RPPN, D. Lucia, muito simpática e acolhedora.

    Em sua RPPN é possível se hospedar, certamente vale uma pausa , seja para um café e prosa ou para uns dias de imersão por lá.

    Dona Lucia, tem muita história para contar sobre a RPPN e sua luta pela preservação ao meio ambiente. Ela fala tudo com muito amor no coração. Acabou virando parceira do projeto também.

    Muitos rios, muito verde, muita mata atlântica.

    Foto: Camila Becker

    Foto: Alexandre Vidal

    Foto: Isabelle

    Foto: Isabelle

    Pelo caminho também avistamos uma cobra, a qual não identificamos a espécie. Que alegria ver a vida pulsando por ali!

    Foto: Alexandre Vidal

    Conforme cada passo fomos nos distanciando do peito do Pombo. Foto: Alexandre Vidal.

    Foto: Alexandre Vidal

    Neste dia encerramos a caminhada por volta de 17h e nos abrigamos num sítio desativado que nos foi disponibilizado pelo Anderson, um dos voluntários e parceiro do Projeto. Montamos nosso acampamento e fizemos um jantar para todos voluntários. A noite estava bem fria porque estávamos a cerca de 1.150m de altitude, segundo informação do Anderson.

    Trecho 3 Tirol - subida até a Pedra redonda 6,5 km;

    No dia seguinte acordamos com esse visual lindo!

    Foto: Camila Becker

    Foto: Camila Becker

    Parte do grupo no último dia da travessia, nem todos puderam fazê-la toda.

    Neste último dia fomos em direção a Pedra Redonda que fica na região do Tirol. Antes da subida paramos na casa de rurais que também nos receberam muito bem, nos deram bolo e café.

    Eu gosto muito de ter contato com essas pessoas, geralmente eles estão sempre de braços abertos para nos receber e com muita história boa pra contar.

    Acho muito significativo esse tipo de contato, porque nos faz refletir sobre os contrastes da vida e o que de fato é essencial.

    Por isso devemos respeitar sempre a comunidade local.

    Inicio da Trilha para Pedra redonda.

    Pedra redonda à esquerda ao fundo.

    A trilha pareceu ser pouco frequentada, pois grande parte do caminho tinha muita vegetação. Tivemos que usar o facão na maioria do tempo, então durante essa parte não deu para registrar...

    Já praticamente no topo com a devida sinalização.

    Um dos visuais do Topo da Pedra redonda. Ao fundo à esquerda, o Pico do Frade de Macaé, só que bem mais longe... A primeira vez que o vi foi lá no topo da serra queimada. ( foto no início do relato)

    Descida da Pedra Redonda.

    Logo após a descida andamos por mais 2,5 km até a van que já nos aguardava para o resgate.

    Sei que o relato está bem atrasado rsrs mas a experiência de fazer parte desse voluntariado me aproximou muito do Projeto por acreditar no potencial que possui. Estar mais conectada com a conservação e preservação da mata atlântica é algo que me encanta e me fez querer fazer parte dele.

    Atuar como voluntária gera um sentimento de pertencimento mais forte com os locais, porque você aprende fazendo, compartilha suas experiências, ganha mais conhecimento e ainda ajuda a preservar a mata atlântica. Sou turismóloga, então dentro desta pespectiva vejo que esse projeto também tem muito para agregar para a comunidade local de forma positiva, ou seja, tenho um carinho muito grande pelo caminho da mata atlântica e convido essa comunidade a conhecer mais de perto!

    Como estamos num contexto de pandemia, os mutirões tem ocorrido com um número reduzido e mais direcionado para as pessoas da própria região. Mas após todos devidamentes vacinados voltaremos a atuar mais efetivamente.

    De toda forma, espero que gostem do relato e aproveitem para conhecer essa região caso ainda não conheçam.

    Bons ventos!

    6 Comments
    Bruno Negreiros 01/31/2021 22:43

    Nossa, essa tá na minha lista das que ainda tenho que fazer...

    1
    Isabelle Esnarriaga 01/31/2021 22:51

    Legal Bruno! Faça sim! É bem linda ! Esse fim de semana teve mais uma investida dos voluntários locais na sinalização. Eu quero voltar também!

    1
    Fabio Fliess 02/01/2021 08:24

    Excelente relato Belle. E que trabalho bacana!! Essa região é riquíssima em todo tipo de beleza natural. Obrigado por compartilhar.

    Isabelle Esnarriaga 02/01/2021 09:55

    Valeu Fabio! Essa região é linda demais! Fiquei encantada, pois nunca tinha ido para esses lados! Que bom que gostou do relato! Vou ver se agora consigo ser mais atuante por aqui rsrsr E quem sabe em breve marcamos algo por aí!

    Liliam Pereira 03/11/2021 16:40

    😍😍😍🔝

    Marcelo Lemos 04/10/2023 20:26

    Parabéns, Belle, pelo relato detalhado. Pode escrever mais... Mesmo que seja atrasado. É uma forma de manter as cenas da aventura vivas na memória. Abraço.

    Isabelle Esnarriaga

    Isabelle Esnarriaga

    Rio de Janeiro

    Rox
    60

    Apaixonada pela Natureza, Guia de Turismo, Turismóloga, mestranda em Conservação /Ecoturismo e Voluntária do Caminho da Mata Atlântica.



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