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Embora não muito atuante por aqui, resolvi escrever esse relato com a finalidade de divulgar o Projeto Caminho da Mata Atlântica. Além de mostrar alguns registros dessa bela travessia que ocorreu em Julho de 2019.
Fui convidada pelo Chico Schonnor para participar na sinalização desse trecho. O Caminho da Mata Atlântica é um projeto que busca engajar a sociedade na conservação e recuperação da mata atlântica por meio de atividades ao ar livre. Uma trilha com mais de 4000 km que percorre toda a Serra do Mar e um trecho da Serra Geral, entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul que conta com apoio de voluntários e parceiros para fazê-lo acontecer.
Para saber mais: http://caminhodamataatlantica.org.br/
Foi a minha primeira vez no caminho e de fato foi uma experiência que agregou em todos aspectos. Observar um Projeto que faz valer suas palavras na prática fez toda diferença.
“Diga-me, e eu esquecerei. Mostre-me e me lembrarei. Envolva-me, e eu compreenderei”. Kolb
No dia 12 /07 foi feita uma apresentação sobre o Projeto do Caminho da Mata Atlântica para os voluntários. Logo em seguida ocorreu uma oficina de trajeto e sinalização ministrada por Chico Schnoor e Ernesto V. Castro na sede APA Macaé de Cima.
No dia 13/07 inciamos a caminhada com um grupo de 21 voluntários.
Percorremos um total aproximado de 51 km no período de 13/07 a 15/07, passando pela região de Lumiar , Sana, Tirol ( municípios de Nova Friburgo, Macaé e Trajano de Moraes)
Trecho 1 – Travessia Lumiar - Sana - 24 km ;
Neste primeiro trecho saímos da base da Apa Macaé de Cima por volta de 8:30 e iniciamos a sinalização por Santa Margarida (Corrégo das Margaridas) e seguimos até a primeira parada, que foi no topo da Serra Queimada. Chegando lá nos deparamos com um visual incrível, abarcando a divisa de Macaé / Friburgo.
Deste lado a região de Macaé - Serra Queimada - Foto: Verônica Reis
Do outro lado do topo o visual para Nova Friburgo. Ao fundo, o Parque Estadual dos três Picos. Foto: Ernesto V. Castro
Entre tantas coisas legais desse projeto, uma delas é envolver a comunidade local de forma participativa no planejamento dessas ações. Ter a informação de maneira precisa sobre os picos e os locais faz a gente perceber que eles possuem uma relação de pertencimento muito grande com a localidade. Dessa forma é impossível você não se contagiar e se relacionar mais intimamente com o espaço.
Eu não conhecia nada dessa região!
Serra Queimada- Ao fundo à esquerda o Pico do Frade de Macaé. Foto: Ernesto V. Castro
Sinalização no topo da Serra queimada.
Logo após todas as contemplações, seguimos rumo ao Sana.
Foto: Isabelle
A caminhada foi longa ! Embora tenha muitos trechos sofrendo desmatamento para pastos, a região é linda!
Fotos: Isabelle
Chegamos no Sana por volta das 19h, a caminhada fica um pouco mais lenta devido as paradas para sinalização e por se tratar de um grupo grande. Para este pernoite acampamos no Camping Jatobá - D. Leninha, que virou parceira do Projeto. O camping tem ótima infraestrutura, chuveiro quente, cozinha equipada e cafezinho à vontade. Após essa longa caminhada foi um presente todo esse acolhimento.
Fomos muito bem recebidos por ela.
Trecho 2 - Sana – Tirol 18,5 km;
Acordamos tomamos um café da manhã compartilhando nossa comida, como se nos conhecessemos há tempos, como uma comunidade rs. Às vezes um grupo muito grande fica difícil todos se integrarem , mas esse estava especial.
Parte do Grupo - Camping Jatobá
Fizemos um Briefing para começar o dia e lá fomos nós, rumo ao Tirol. Inciamos a sinalização no caminho para quem vai para as cachoeiras e peito do Pombo.
Trecho do Rio Peito do Pombo, Sana. Foto: Ernesto V. Castro
Fizemos a sinalização próxima a entrada da subida do Peito do Pombo. Neste trecho deve ter atenção, porque logo após a nossa sinalização tiveram algumas pessoas que queriam subir o Peito do Pombo e começaram a nos seguir. Tivemos que alertá-los que nossa direção era outra.
Hoje já possui uma sinalização para o peito do pombo ( bate - volta) mais a outra que é para a Trilha Sangrilá, que foi o que fizemos nessa primeira empreitada, agora já temos placas com as direções.
No meio do caminho fizemos uma pausa na RPPN Sangrilá, que pertence a D. Lucia Jatobá. A trilha passa por dentro da RPPN, D. Lucia, muito simpática e acolhedora.
Em sua RPPN é possível se hospedar, certamente vale uma pausa , seja para um café e prosa ou para uns dias de imersão por lá.
Dona Lucia, tem muita história para contar sobre a RPPN e sua luta pela preservação ao meio ambiente. Ela fala tudo com muito amor no coração. Acabou virando parceira do projeto também.
Muitos rios, muito verde, muita mata atlântica.
Foto: Camila Becker
Foto: Alexandre Vidal
Foto: Isabelle
Foto: Isabelle
Pelo caminho também avistamos uma cobra, a qual não identificamos a espécie. Que alegria ver a vida pulsando por ali!
Foto: Alexandre Vidal
Conforme cada passo fomos nos distanciando do peito do Pombo. Foto: Alexandre Vidal.
Foto: Alexandre Vidal
Neste dia encerramos a caminhada por volta de 17h e nos abrigamos num sítio desativado que nos foi disponibilizado pelo Anderson, um dos voluntários e parceiro do Projeto. Montamos nosso acampamento e fizemos um jantar para todos voluntários. A noite estava bem fria porque estávamos a cerca de 1.150m de altitude, segundo informação do Anderson.
Trecho 3 Tirol - subida até a Pedra redonda 6,5 km;
No dia seguinte acordamos com esse visual lindo!
Foto: Camila Becker
Foto: Camila Becker
Parte do grupo no último dia da travessia, nem todos puderam fazê-la toda.
Neste último dia fomos em direção a Pedra Redonda que fica na região do Tirol. Antes da subida paramos na casa de rurais que também nos receberam muito bem, nos deram bolo e café.
Eu gosto muito de ter contato com essas pessoas, geralmente eles estão sempre de braços abertos para nos receber e com muita história boa pra contar.
Acho muito significativo esse tipo de contato, porque nos faz refletir sobre os contrastes da vida e o que de fato é essencial.
Por isso devemos respeitar sempre a comunidade local.
Inicio da Trilha para Pedra redonda.
Pedra redonda à esquerda ao fundo.
A trilha pareceu ser pouco frequentada, pois grande parte do caminho tinha muita vegetação. Tivemos que usar o facão na maioria do tempo, então durante essa parte não deu para registrar...
Já praticamente no topo com a devida sinalização.
Um dos visuais do Topo da Pedra redonda. Ao fundo à esquerda, o Pico do Frade de Macaé, só que bem mais longe... A primeira vez que o vi foi lá no topo da serra queimada. ( foto no início do relato)
Descida da Pedra Redonda.
Logo após a descida andamos por mais 2,5 km até a van que já nos aguardava para o resgate.
Sei que o relato está bem atrasado rsrs mas a experiência de fazer parte desse voluntariado me aproximou muito do Projeto por acreditar no potencial que possui. Estar mais conectada com a conservação e preservação da mata atlântica é algo que me encanta e me fez querer fazer parte dele.
Atuar como voluntária gera um sentimento de pertencimento mais forte com os locais, porque você aprende fazendo, compartilha suas experiências, ganha mais conhecimento e ainda ajuda a preservar a mata atlântica. Sou turismóloga, então dentro desta pespectiva vejo que esse projeto também tem muito para agregar para a comunidade local de forma positiva, ou seja, tenho um carinho muito grande pelo caminho da mata atlântica e convido essa comunidade a conhecer mais de perto!
Como estamos num contexto de pandemia, os mutirões tem ocorrido com um número reduzido e mais direcionado para as pessoas da própria região. Mas após todos devidamentes vacinados voltaremos a atuar mais efetivamente.
De toda forma, espero que gostem do relato e aproveitem para conhecer essa região caso ainda não conheçam.
Bons ventos!
Nossa, essa tá na minha lista das que ainda tenho que fazer...
Legal Bruno! Faça sim! É bem linda ! Esse fim de semana teve mais uma investida dos voluntários locais na sinalização. Eu quero voltar também!
Excelente relato Belle. E que trabalho bacana!! Essa região é riquíssima em todo tipo de beleza natural. Obrigado por compartilhar.
Valeu Fabio! Essa região é linda demais! Fiquei encantada, pois nunca tinha ido para esses lados! Que bom que gostou do relato! Vou ver se agora consigo ser mais atuante por aqui rsrsr E quem sabe em breve marcamos algo por aí!
😍😍😍🔝
Parabéns, Belle, pelo relato detalhado. Pode escrever mais... Mesmo que seja atrasado. É uma forma de manter as cenas da aventura vivas na memória. Abraço.