AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Bruno Negreiros 11/07/2021 10:59 com 3 participantes
    Paraty em Caiaque Oceânico | Outward Leaders - 2

    Paraty em Caiaque Oceânico | Outward Leaders - 2

    Relato sobre ao fim da expedição realizada em Paraty/RJ - Segunda parte do Curso Outward Leaders 2020 da Outward Bound Brasil - OBB.

    Canoagem Navegação Acampamento

    Esse relato transmite o meu olhar sobre a segunda parte da experiência vivida no Curso Outward Leaders 2020, da Outward Bound brasil – OBB, realizada em dezembro do mesmo ano. Na primeira parte publicada aqui no AventureBox, contei um pouco de como foi o início da aventura em caiaque oceânico para chegar no Farol da Juatinga. Aqui, conto um pouco sobre como foi a segunda parte da expedição, bem como compartilho pensamentos e experiências muito legais que tive no programa. A primeira parte pode ser lida em: https://aventurebox.com/bruno-negreiros/farol-da-juatinga-em-caiaque-oceanico-outward-leaders-1/report

    Já depois de alguns meses, sempre é legal escrever e relembrar todas essas grandes emoções. Escrever no AventureBox me promove isso. Quando leio ou escrevo sobre algum desses grandes momentos da minha vida, me teletransporto de volta para lá.

    Dia 5 – 04/12/2020

    QUE DIA... Como bem descrito em sua apresentação oficial, o cursoOutward Leaders busca desenvolver habilidades e capacidades de liderança usando como pano de fundo situações reais e concretas durante uma expedição em caiaques oceânicos. Nesta edição, fomos separados em três grupos para nos organizarmos em termos de gestão de equipamentos e cozinha. Mas não era só isso, como proposto pelos instrutores, os grupos se revezariam na liderança dos dias de expedição. Eles organizariam o roteiro, a logística e a estratégia de remada a ser seguida. Era o quinto dia e eu, Laura e Samir fomos designados como líderes. Grande desafio? Sim, mas uma grande oportunidade de aprendizado.

    Ainda no dia 4, depois de retornar da grande conquista do Farol da Juatinga, ponto mais longe que atingimos durante todo o curso, comemoramos, cozinhamos e já começamos a conversar sobre o dia seguinte, já que ele estaria sobre nossa responsabilidade. Desenvolvemos algumas ideias e estratégias para serem apresentadas na reunião final do dia. E assim foi. Juntamos todos debaixo da Tarp, abrimos o nosso fiel mapa de toda a região e começamos a apontar tudo aquilo que tínhamos decidido. Claro, sempre aberto a ideias e ponderações dos demais. Nosso objetivo era assumir o papel de liderança, mas não de forma impositiva. No fim, queríamos construir parte do plano coletivamente. Deu super certo.

    Como havia a expectativa da chegada de uma frente com ventos fortes, nossa ideia era iniciar um gradual retorno à Paraty-Mirim, tentando ao máximo explorar novos caminhos nessa remada. Nossa proposta então foi de atingir um bom ponto localizado dentro do Saco da Velha, ao norte do nosso destino final. Optamos também por organizar os líderes de forma que eles fossem responsáveis por manter 3 pelotões remando de forma eficiente. Samir na frente, Laura no meio e eu cuidando da parte de trás. Assim tentaríamos respeitar os ritmos diferentes dentro do grupo, mas ao mesmo tempo não os deixar abrir grandes espaços na formação. Ótimo papo, boas ideias recebidas, conversa sobre o dia e fomos dormir cheios de expectativas. O curso não era sobre liderança? Era hora então de colocar as coisas na prática.

    Acordamos cedo, tomamos café da manhã e, conforme combinado, estávamos todos às 8:15 na água prontos para a remada. E assim fomos progredindo muito bem. O dia não estava ensolarado, as nuvens cobriam um pouco o céu, mas as águas estavam calmas e boas para remar. A formação funcionava muito bem. Samir ia remando com o grupo da frente, Laura no meio e eu mais calmamente atrás. Sempre bem à vista um do outro e mantendo boas comunicações. Horas a formação tentava abrir, mas com eficiência conseguíamos retomar o que havia sido proposto. Estava indo tudo muito bem, a confiança foi parar lá em cima.

    Fomos progredindo, passamos pela proximidade da praia na qual tínhamos feito uma parada no dia 3 e seguimos adiante na direção noroeste. CHEGAMOS NO PONTO ONDE EU TINHA VIRADO. A ansiedade era grande da minha parte, mas agora com águas mais calmas, uma melhor prática de remada, estratégia de trajeto e cuidado, passamos sem problemas contornando e fazendo uma curva mais aberta. A todo o momento desse primeiro trajeto, contamos com o apoio e os ensinamentos dos instrutores. Fábio sempre calmo e inspirador, Fuchs com suas estratégias de comunicação e Álvaro como um ponto de segurança mais próximo às rochas. A mensagem que ficou foi o CLEP = comunicação, linha de visão, evitar riscos e posição. O dia começou muito bem.

    Estávamos navegando no sucesso de águas calmas indo quase que para oeste... Era ou não era um roteiro perfeito para uma virada repentina onde as coisas começavam a dar errado? E foi exatamente isso que aconteceu. Imundados pelo sentimento de que “hoje vai dar tudo certo”, ignoramos o combinado de fazer pausas estratégicas para reagrupar o grupo e pensar os próximos passos. Chegamos próximos da boca do Saco do Mamanguá, não agrupamos e ... O TEMPO VIROU, O VENTO VEIO DE FRENTE E AS ONDAS QUE VINHAM DO SACO COMEÇARAM A NOS ACERTAR.

    Foi desespero total. Vimos o grupo da frente ir embora rumo à entrada do saco e todos os seguiram. Já não havia mais formação ou estratégia. Era cada um remando por si e contra o concreto em que as águas haviam se transformado. Eu, como último da formação só olhava para aquilo e pensava “já era, é hora de improvisar”. Começamos a gritar um pro outro “entra”, “vai, vai”. Não dava pra escutar nada, somente avistar o que devia ser feito... Precisávamos entrar de fato no Saco e aportar em alguma praia calma para repensar o dia. E assim fomos remando contra a raiva de Poseidon e avançando lentamente. O processo era extenuante... 1 segundo sem remar parecia que você tinha sido jogado 5 metros para trás da posição atual. Eu só pensava; “rema, não pensa, rema e vaaaai”. O grupo da frente não sabia bem o que fazer, mas acho que fazia o mesmo. E assim fomos até que, felizmente depois de uma grande batalha, chegamos na praia do Engenho (com quase 30 minutos de diferença do primeiro grupo), aportamos todos com caras de incrédulos, felizes por estarmos bem, mas também meio raivosos pela desorganização geral. Era hora de conversar.

    Rindo de nervoso.

    Respiramos por alguns minutos para recuperar as energias. Eu confesso que estava calmo. Algo dentro de mim já dizia que estava tudo fácil demais no começo do dia. Uma liderança sem emoção não combinava muito comigo... hahahahahaha. Sentamos eu, Laura e Samir para realinhar as coisas. Fomos totalmente verdadeiros, reconhecemos nossas falhas, entendemos os pontos falhos e chamamos todos. Abrimos a roda e fomos totalmente verdadeiros. Falhamos em não esperar o ocorrido. Afinal, sabíamos que a frente chegaria e traria ventos fortes a qualquer momento vindos da direção sul-sudoeste. Pedimos desculpas, falamos muito sobre a atitude individual frente à algum momento difícil e escutamos as ponderações dos instrutores. Realinhamos e jogamos o espírito do grupo novamente lá pra cima com um bom banho de mar e de cachoeira. Ficamos lá por quase duas horas observando o vento e o mar. Foi quando, já próximo das 14 horas, vimos uma certa melhoria e resolvemos voltar a remar, mas agora o destino seria outro. Afetados pelo que tinha acontecido e com muito mais prudência em nosso processo decisório, optamos por entrar mais no Saco do Mamanguá e acampar novamente no camping do Seu Orlando. No dia seguinte, tentaríamos novamente a travessia caso o tempo ajudasse.

    Remamos o tempo inteiro próximo a costa, fizemos algumas divertidas passagens por entre rochas e por debaixo de alguns piers e, depois de cerca de 30 minutos, chegamos novamente no camping. Guardamos os barcos, comemos um PF bolado todos juntos, comemoramos um pouco sim o dia inteiro de expedição e descansamos. E não é que o grupo parecia mais unido? Parece que a dificuldade promoveu um pouco disso. No papo final, refletimos mais um pouco sobre tudo que tinha acontecido, atualizamos o que já tinha sido conversado na Praia do Engenho. Fomos totalmente verdadeiros novamente e fechamos o dia... Grandes emoções foram vividas. QUE DIA DE LIDERANÇA. QUE DIA PARA REFLETIR SOBRE COMO REAGIMOS INDIVIDUALMENTE FRENTE À UMA SITUAÇÃO DE DIFICULDADE.

    Essa foi a minha segunda grande queda de toda a expedição. Não tinha sido uma queda literal, mas sim uma filosófica. Uma grande falha de comunicação provocou tudo o que tinha acontecido... uma lição que vou carregar para sempre comigo. Além disso, foi ótimo poder observar o comportamento individual frente a alguma adversidade... Ver cada um remando para um lado é uma imagem que, com certeza, sempre aparecerá em momentos tensos no futuro.

    Bivaque pronto no Seu Orlando.

    Dia 6 – 05/12/2020

    Depois de toda a emoção, vieram dias mais tranquilos. Acordamos bem cedo, tomamos café e arrumamos as coisas. Esse dia estava sobre a liderança do Matheus, Diogo e Tânia. 7:30 já estávamos prontos na água. O mar e o vento estavam mais calmos e nós tentaríamos atravessar novamente para o Saco da Velha.

    Saímos remando já em direção ao outro lado do Saco. Miramos uma reta de casas posicionadas na margem oposta e fomos. As águas ajudarem e a formação em losango proposta pelos líderes se encaixou bem. Atravessamos e fomos remando paralelo à costa até a boca de saída do Saco. Reagrupamos, todos estavam bem e voltamos a remar. Agora o destino seria atravessar para a boca de entrada do Saco da velha. Apesar do mar estar um pouco mais mexido e as núvens escuras que se posicionavam sobre nossas cabeças, conseguimos atravessar sem muitas dificuldades. Lá reagrupamos.

    Reagrupamos.

    Do outro lado, um bom banho de mar nas águas transparentes e a retomada da remada. Sucesso absoluto, antes das 10:00 já estávamos aportando em uma das belas praias do local. Saímos, pedimos permissão para o morador local (amigo do Fuchs) para ali passar a noite. Com o retorno positivo, puxamos os barcos e começamos a debater o que faríamos no período da tarde. Um grande debate facilitado pelos instrutores. Decidimos por duas opções... Permanecer na praia para mais um workshop sobre técnicas de remo com o Fábio Raimo ou explorar o fundo de Paraty-Mirim... optei pela primeira. Nesse momento, aprender e relaxar eram minhas prioridades.

    Guardamos os equipamentos protegidos da chuva, a fome bateu e resolvemos cozinhar... mandei aquela calabresa acebolada feita quase que na chuva pra animar. Depois de algumas horas de muito bom bate-papo (a galera estava bem unida e feliz de estar junta). Lá para as 13:00 voltamos ao remo.

    Aquela calabresa bolada.

    De tarde, fui com parte do grupo mais para o norte do saco da Velha. Lá, tivemos mais algumas ótimas aulas de remada. Aprendemos sobre como fazer uma aproximação, curvas mais bem feitas, remada lateral e etc... grande aula. E não é que tentando fazer algumas coisas novas, EU VIREI DE NOVO... Mano, ninguém virou o curso inteiro, só eu... kkkkkk

    Sobre esse caso específico, lembro muito bem do Raimo me falando sobre o quão bom era isso acontecer em um ambiente controlado para que eu “conhecesse os meus limites”. Eu me sentia leve e preparado para arriscar, mas ao mesmo tempo, estava tento uma grande aula outdoor do equilíbrio entre prudência e ousadia. Lições que ficarão para sempre junto com muitas outras. No retorno, lembro bem de ficar quase 30 minutos conversando com o professor Raimo próximo da praia... falamos sobre a vida, o mundo e sobre o futuro... um bate-papo muito sincero e cheio de boas energias... daqueles que se aprende muito. Se me perguntarem, no futuro, quais foram os momentos de maior aprendizado que eu tive na vida, esse com certeza estará como um deles.

    Aportamos, encontramos com o pessoal que voltava cheio de energia de Paraty-Mirim, arrumamos nosso acampamento com redes em baixo do restaurante local e nos arrumamos para mais um bate-papo. Tinha sido um dia tranquilo e sem muitas oscilações. Todos já estavam cansados e queriam navegar um pouco na tranquilidade daquela noite. Não rolou nenhum tipo de papo tenso ou algo do tipo. Só aproveitamos o PF que compramos e fomos dormir.

    Eu montei minha rede, deitei e comecei a ouvir o vento fraco que sussurrava ao meu ouvido. Só lembro de pensar o quanto eu estava feliz. Eu poderia ficar ali com sol e água salgada por muiiiiito tempo. Também feliz com tudo que estava aprendendo e com a certeza de que o futuro traria grandes emoções.

    Dia 7 – 06/12/2020

    Era o último dia de expedição e a galera já começava a sentir saudade. Levantei, desmontei a rede e comecei a pensar como sentiria falta daquilo tudo em meio a minha rotina de vida intensa.

    Sentamos todos em roda e tivemos uma grande conversa sobre tudo que tinha rolado até aqui. Como poderíamos ter liderado melhor e qual foi a nossa contribuição para o sucesso do grupo. Um grande resumão de todas as lições que levaríamos dali. Foi quando os instrutores proporam que usássemos uma pequena ferramenta educacional para que refletíssemos sobre estilos de liderança. Cada um se posicionou de acordo com o nível de paixão (êxtase) que carregava dentro de si e sobre a forma como as comunicamos dentro de um eixo cartesiano. Depois, pedimos feedbacks aos demais sobre o local onde paramos: “é mesmo aqui que devo ficar?”. Já reposicionados de acordo com a dinâmica, recebemos um resultado simbólico que indicava o nosso estilo de liderança. Eu fui classificado como um motivador, com ênfase no estilo emocional... não posso dizer que não concordo com isso!!!

    Mais algumas conversas, arrumamos tudo e preparamos os barcos. O tempo estava bem fechado e chuvoso, mas a aventura seria curta. Nossa única tarefa do dia era remar de volta ao ponto onde tudo começou, em Paraty-Mirim. Já com tudo pronto, saímos e fomos remando sem muito controle ou processo a ser seguido. Eu fui aproveitando cada remada daquela travessia... Eu não tinha ideia de quando remaria novamente e queria aproveitar cada segundo final daquilo tudo. No meio do cruzamento, olhei ao redor e agradeci a natureza por tudo. Uma experiência irada!!

    A última travessia.

    Já próximo da praia, Fuchs indicou para que entrássemos pela boca de um pequeno rio que desaguava na praia... por ali fomos no chamado “portal do Fuchs”. Remamos bem devagar por meio do manguezal de árvores com raízes expostas e retorcidas. Eu me sentia um daqueles exploradores de terras remotas, remando ao desconhecido em algum programa de TV fechada...

    Explorador de TV fechada.

    Chegamos ao fim e paramos os barcos já bem próximos ao Camping do Jesus. Aos poucos, fomos saindo, alinhando os equipamentos e nos revezando em carrega-los até o camping... Lá, ficamos quase 3 horas fazendo lavando os barcos, arrumando os equipamentos e preparando tudo para irmos embora.

    Arrumando tudo...

    Por fim, rolou uma última roda de conversa bem emocionante e com a entrega dos certificados. Foram 7 dias incríveis, foram 7 dias imersos totalmente fora da minha zona de conforto.

    Conclusões

    Levo comigo três grandes lembranças desses dias vividos. A primeira foi a queda que tive durante o terceiro dia de remada, relatada no primeiro relato sobre esta aventura. Com ela, entendi na prática o quanto a ansiedade pode nos prejudicar. Por vezes, consideramos já saber tudo e estarmos prontos para qualquer desafio. Pois é... é exatamente nesse momento que o mar vira e te joga para as pedras. Nisso, levo a importância de respeitar e valorizar o processo de aprendizagem. Ninguém sabe ou saberá tudo na vida, o processo de evolução é, e sempre será, a única coisa importante.

    A segunda lembrança veio das falhas no dia em que fui líder, quando constatei a importância da comunicação. Tudo poderia ter sido muito mais tranquilo se uma boa comunicação tivesse sido estabelecida durante o percurso. Também a humildade... Não adianta “navegar no sucesso”, a qualquer momento a frente entra e te coloca pra remar no concreto.

    Entendi bem o equilíbrio entre ousadia e prudência ao buscar a expansão de minha zona de conforto... Virar as vezes pode te mostrar onde estão os seus limites, mas também o quanto prudente você não foi. Crescer, evoluir, aprender... Um grande processo de vida e extremamente marcado por esses sete dias em Paraty.

    Por fim, deixo meu sincero agradecimento a todos os participantes por tudo que aprendi. Levo comigo um pouco de cada um. Em especial, ao professor Raimo, que muito me ensinou sobre a vida.

    Bruno Negreiros
    Bruno Negreiros

    Publicado em 11/07/2021 10:59

    Realizada de 04/12/2020 até 06/12/2020

    3 Participantes

    Álvaro Aurélio da Matta Monnik Outward Bound Brasil

    Visualizações

    1340

    6 Comentários
    Amanda Barboza 05/08/2021 16:43

    Oi Bruno tudo bem? Uma experiência incrível, parabéns 👏🏽👏🏽👏🏽 fez me lembrar do livro “ Cem dias entre céu e mar”, caso curta ler, eu recomendo…

    Bruno Negreiros 05/08/2021 16:53

    Olá Amanda, grande livro!!! Me lembra também o Partiu do próprio Amyr Klink 🤘🤘🤘

    Amanda Barboza 06/08/2021 15:38

    Puxa não conheço esse, chama Partiu ou Paratii?

    Bruno Negreiros 06/08/2021 15:39

    Hahahahaha agora que eu vi que o corretor me corrigiu... Perdão, é Paratii mesmo!

    Amanda Barboza 06/08/2021 19:13

    Rsrs esse eu ainda não li, mas já está na minha lista… obrigada pela dica 🤘🏽

    Bruno Negreiros 03/10/2021 04:40

    Boaaaaa Amandaaaa

    Bruno Negreiros

    Bruno Negreiros

    Rio de Janeiro

    Rox
    3751

    Engenheiro ambiental e montanhista com o sonho de contribuir para a disseminação dos esportes ao ar livre e de aumentar a conscientização ambiental e social no mundo outdoor.

    Mapa de Aventuras
    www.instagram.com/brunobnegreiros?r=nametag


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Fabio Fliess, Dri @Drilify e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.