Pedra Preta | Parque Nacional do Itatiaia com Refúgio da Matilha

23/07/2022

Aventura: (Trilha) hiking de 1 dia.

Início e fim: Próximo à Pousada Pico da Serra Negra
https://goo.gl/maps/UF8HwgypkJTGGnWw5

Tracklog gravado:
https://www.wikiloc.com/hiking-trails/pedra-preta-com-refugio-da-matilha-parque-nacional-do-itatiaia-108628677

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

• O acesso ao início da trilha tem uma estrada complicada, tenha um veículo apropriado.
• Existe água no inicio da trilha, mas não mais no fim… esteja carregando cerca de 1,5l depois deste ponto.
• Bem perto fica a Pousada Pico da Serra Negra, utilizada para pernoite na Travessia da Serra Negra.
• O ataque ao Pico da Pedra Preta pose ser realizado no meio da Travessia da Serra Negra, deixando as mochilas na bifurcação e atacando leve… a bifurcação está marcada no tracklog.
• Subimos o Pico da Pedra Preta com o Luís Gadetto, da empresa Vara Mato e Refúgio da Matilha. Sua guia auxiliar era a Carol (ruiva).
• Saiba mais sobre o Refúgio no site da Vara Mato: https://varamato.com.br/o-refugio-da-matilha/
• Aprecie a bela vista 360º do entorno.

Eu e Dani saímos do Rio de Janeiro ainda no dia 22/07 para passar o fim de semana junto ao Gadetto e o Silas no Refúgio da Matilha, comemorando seu aniversário que estava próximo, no dia 26/7. Pegamos a Dutra e seguimos para Itatiaia, com paradas rápidas, já que estávamos bem atrasados por conta do intenso trânsito que pegamos na saída da cidade... Passamos rápido pela Garganta do Registro e logo pegamos à direita, na estrada que dá acesso à Portaria do Parque Nacional do Itatiaia. Cerca de 8,5km em estrada de terra, ruim, mas não os piores trechos, viramos à esquerda nas placas de diversas pousadas que têm na região, nosso destino era o bairro de Serra Negra.

Com descidas, horas boas, horas cuidadosas e subidas que exigem uma boa primeira marcha do carro, fomos progredindo até chegar na bifurcação final para acessar o ponto de encontro. Ali, após um erro rápido, pegamos à direita e subimos o rampão de terra e pedra, largando o aço no motor pro carro não perder embalo. Depois de uma descida por um vale fundo, uma última subida em que o carro derrapou, mas não foi embora, até que finalmente chegamos na casa do Gadetto... Estacionamos o carro, nos cumprimentamos muito e logo subimos para o QG2 no carro dele... Onde fomos recebidos por um incrível Strogonoff de frango com batata palha... Seria uma desfeita negar comer dois pratos. Após uma noite de Bate-papo, fomos dormir depois da meia-noite, já ansiosos do que teríamos pela frente.

Acordamos cedo, lançamos aquele café da manhã bolado do mestre Silas e partimos de carro em estrada de terra bem prejudicada (bom estar em um 4x4) com o Gadetto, até próximo da pousada da Dona Sônia, ponto de apoio da Travessia da Serra Negra. Lá perto, estacionamos o carro, batemos a poeira da cara, colocamos as mochilas nas costas e começamos a subir por uma trilha bem marcada, mas de começo meio escondido. Começamos aos 1.785m de altitude por volta das 9:30, subindo por entre as árvores de porte médio, solo bem desagregado, ar seco, galhos que se quebravam e boas conversas... Gadetto ia puxando um ótimo ritmo, exigindo empenho de todos, mas sem sacrificar ninguém. Carol (La Ruiva) vinha atrás fechando o grupo... Ambos mantinham comunicação constante entre si e a base, usando potentes rádios Baofeng que garantiam 100% a segurança da operação.

A bela vista do entorno.

Fomos andando na direção sudeste, cortando o morro em certos pontos, zig zagueando em outros... Andávamos sob uma vegetação de transição para a floresta alto Montana das partes altas do Parque e as partes mais baixas da Serra Negra, historicamente usada para outros fins. Logo no próximo altiplano, em cerca de 1.890 de altitude, encontramos com a bifurcação que segue para o fim da Travessia da Serra Negra, devidamente mapeada para futuras Travessias que incluirão o Pico da Pedras Preta.

Encontramos um fundo de vale, onde passamos por um ponto com água, voltamos a subir no mesmo padrão de cortes e zig zags... Em certo ponto encontramos um afloramento rochoso, carinhosamente batizado de "Cama do Gadetto".... Logo à frente, uma quebra brusca de direção para o sul e, com 2.125m de altitude, um espaço amplo em baixo da mata mais alta, onde pode ser um bom ponto de descanso, mas exige cuidado para que não se pegue a direção errada... Miramos para leste e pegamos um subidão escorregadio (serrapilheira marcante) até o subcume da Pedras Preta... De lá, aquela parada para contemplar o visual do entorno e a certeza de que muito ainda teríamos por observar.

O cume da Pedra Preta.

Gadetto perguntou: "por onde é o caminho". Ninguém acertou, pois descemos a mata à frente até o colo entre os cumes, varamos para cima até encontrar os lajeados, por ali, fomos subindo meio por pedra, meio por mato, catando sempre as passagens que favoreciam a ascensão... "Vei, é por ali" dizia o Gadetto entre seus contos e prozas sobre a vida na Serra Negra... Até corredor de montanha ele já seguiu por aquelas cristas... O homi é brabo!

E assim, ganhando laje por laje, mirando o totem do cume, chegamos lá em cima e nos deparamos com uma incrível vista 360° do que tem de mais bonito na região... De um lado, toda a parte alta do Parque Nacional do Itatiaia, do outro, a Serra Fina e, mais para lá, a Serra do Papagaio... INCRÍVEL com seus 2.590m de altitude!!! Relembrei na hora da emoção que senti ao subir o Seio da Mulher de Pedra, também com vista de diversas montanhas no entorno. Ali por cima, Gadetto puxou um café de almoço daqueles... comemos torradinhas... Demos parabéns para a LINDONA Dani Hepner e observamos tudo com muita felicidade... Falamos até sobre a lenda de uma garrafa perdida, que deixa rico quem a achar. Para isso, é necessário um verdadeiro equipamento tecnológico com mapas de piratas das montanhas... Grande dia, grande subida.

Todos lá em cima.

Teve voo de drone, golpes de Dragon Ball, fotos nas pedras, observação de caminhadas anteriores, conversas sobre combates a incêndios, a gestão das terras ali de baixo, histórias do Refúgio da Matilha e, muito uai, vei, sô, trem... Tudo que a Vara Mato tem de melhor.

Depois disso tudo, descemos aproximadamente 13:00, perdendo altitude gradualmente e escutando as histórias dos 20 minutos do Gadetto. Afinal, daqui até ali são só 20 minutos ou muitos 2km... Chegamos lá em baixo ainda antes das 15:00 e partimos para o QG2, com ascanção ao Refúgio da Matilha ainda por vir.

Conclusões

Muito bom poder curtir esse dia de trilha incrível com a Dani, superando todas as nossas expectativas e muito próximo de seu aniversário, data tão importante para ela... Vamos comemoraaaaaar. Bão demais também poder estar na companhia do Gadetto e da Vara Mato, pessoa na qual tenho muita admiração há muito tempo, sendo uma de minhas verdadeiras referências no montanhismo nacional... Cara daqueles de muito sucesso, mas Zé simples demais...

O melhor de tudo é subir uma montanha e ver tudo que tem em volta, feliz por aquele processo e já pensando em mil outras aventuras que podem ser realizadas... Ah, quanta coisa eu já subi, mas ainda vou também por ali... Montanhas assim me emocionam. Essa, com certeza, entrou para a minha lista das preferidas.. Salve Pedra Preta, salve Parque Nacional do Itatiaia, salve o Refúgio da Matilha... Obrigado!