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Numa quinta-feira ensolarada, às 14h, estava eu pelo bairro Maria Ortiz à procura da Rua Professora Ocarlina Drumond de Carvalho, ponto de encontro e de embarque para o passeio. Depois de algumas voltas, acabei encontrando finalmente a rua que terminava em uma rampa, onde Lauro, o guia, já estava à espera com dois caiaques e coletes salva-vidas. Então nos cumprimentamos, colocamos os coletes e entramos no mangue com os caiaques. Por ser meio de semana, estávamos sem mais companhias, com o mangue só para nós. Começamos a remar e assim Lauro passou a explicar cada detalhe da paisagem.

À medida em que adentrávamos no mangue, lembranças vinham a sua mente e com muito orgulho eram compartilhadas comigo. Lauro é nativo do bairro e participa ativamente na constante restauração e limpeza do manguezal através de uma ONG e com ajuda de voluntários.

Mangue branco, preto e vermelho. Todos me foram apontados no passeio por ele e cada um com suas características, seja como forma de alimento para as espécies oriundas da região, ou para a confecção das famosas panelas de barro, símbolo da cultura capixaba, mas é indiscutível como salta aos olhos o mangue preto. Suas raizes emergem das águas como canudos auxiliando na respiração. É impressionante!

No meio do passeio, Lauro me convida para entrar por um caminho estreito, e então pude contemplar toda grandiosidade do ecossistema, dentro dele, cercado por verdadeiras paredes de vegetação que se cruzavam no topo, formando um cenário inesquecível com os raios de sol entrando pelas frestas dos troncos.

O esplendoroso Monte Mestre Álvaro ao fundo, orientando a navegação pelo curso do rio Santa Maria.

Já na volta para contemplar o pôr do sol, avistamos um grupo de aves por entre os galhos das árvores do manguezal.

Diria que este é um passeio obrigatório para quem é amante da ilha.São momentos que certamente ficarão guardados para sempre.

Contemplar é agradecer!