O CEM muito bem representado na ATM. Da esquerda para a direita: Aline, Gisa, Débora, André, Fábio e Raphael.

Em março de 1986, membros do corpo de guias do Centro Excursionista Guanabara realizavam uma escalada no morro da Babilônia. Finalizada a atividade, ficaram observando da praça General Tibúrcio, próximo à Praia Vermelha, as várias cordadas que ainda estavam avançando em direção ao final das vias, realizadas por colegas de outros clubes do RJ.

Naquela manhã de março, com o Sol e a temperatura mais amena proporcionando condições ideais para a prática do esporte, a impressão era que todos por lá estavam retornando para as montanhas após os últimos meses mais quentes e chuvosos. Ficou claro para todos, que estavam diante de uma verdadeira festa na montanha e logo surgiu a ideia de criar um evento anual em que todos os clubes do RJ pudessem estar representados na Praia Vermelha, em um encontro de amigos.

Assim, em 23 de março de 1987 o Centro Excursionista Guanabara promoveu a 1ª Abertura Oficial de Temporada de Escaladas, no morro da Babilônia, o que viria a ser o embrião da ATM – RJ. Hoje, com o nome oficial de Rio nas Montanhas, o evento alcança sua 34a edição.

Desde 2006, o CEM participa desta festa, sempre muito bem acolhido nas tendas dos clubes do RJ e sempre levando a tradicional cachaça e o cobiçado queijo de Minas!

Depois de uma interrupção de dois anos por causa da pandemia, a volta do evento em 2022 entusiasmou os sócios do CEM, e logo foi criada uma prancheta oficial, com um grande número de inscritos. Mas, como sempre tem acontecido, a desistência nas semanas que antecedem o evento foi grande e a delegação do CEM ficou reduzida a oito pessoas, que mal conseguiram ocupar os dois apartamentos locados no Leme. Mas nada que pudesse abalar a motivação dos que foram.

Os primeiros a chegar, cedinho na manhã de sábado, puderam ver o sol raiar na Praia Vermelha, em uma manhã de frio atípico, ocasionado pela entrada de uma massa de ar polar. Com boa parte da trupe reunida, fomos tomar café da manhã no Árabe da Urca, próximo à praça General Tibúrcio, onde ocorre o evento.

A CBME tinha prometido uma tenda para clubes convidados, o que não se concretizou, mas logo fomos efusivamente acolhidos pelos colegas do Centro Excursionista Guanabara, em especial pelo presidente, o Leleco. E nem foi preciso apelar para a cachaça e o queijo, que, como de costume, fizeram um grande sucesso nos dois dias de evento.

O sábado foi dia de reencontrar amigos e fazer novos. O Fábio e a Débora participaram de algumas palestras e eventos. No meio da tarde subimos o Morro da Urca a partir da trilha que tem início na Praia Vermelha (Pista Claudio Coutinho), trecho final da Transcarioca, de onde pudemos apreciar uma bela vista da cidade em um dia ensolarado e de céu azul. Neste meio tempo, Tinoco e Doida estavam escalando o Escalavrado, junto com outros sócios do CEM, alguns deles dissidentes (ou desistentes) de última hora da ATM. À noite, com o local tomado por uma grande quantidade de pessoas, nos reunimos no gramado em frente à tenda do CEG para conversar e beber mais algumas cachaças “envenenadas”, trazidas pelo Tinoco.

Por volta das 9 horas chegamos aos apartamentos locados no Airbnb, onde finalmente pudemos tomar um banho e relaxar, depois de uma cansativa viagem de ônibus na noite anterior e um dia bastante agitado. Rapha, Tinoco, Fábio e Aline ainda tiveram disposição para uma esticada no Belmonte do Leme, enquanto os demais foram dormir, para acordar cedo no dia seguinte. Na programação do dia seguinte, uma escalada no Babilônia com a Mafê, às 7:30 da manhã!

É claro que o Rapha perdeu a hora e chegou atrasado. Ainda teve a cara de pau de vestir uma camiseta com os dizeres “Hoje não vai dar, amanhã tem trilha”!

Enquanto Aline, Gisa, Débora e Fábio escalavam com a Mafê, o Tinoco participava de um mutirão de plantio de mudas no Morro da Urca, com direito a passeio de Bondinho. Já eu (André), aproveitei para tomar café da manhã com minha filha Luísa, que mora no Rio, seguido de uma agradável caminhada no Aterro do Flamengo. Por volta das 10 horas, nos reencontramos na praça do evento, onde tive o prazer de conversar sobre clubes de montanhismo com os colegas Fábio Flies e Letícia, do Centro Excursionista Petropolitano, e com o André Ilha e o Tchaça (Julian Kronemberger), sobre a luta pela preservação de áreas naturais e montanhas. Sem dúvida, ambas as conversas muito enriquecedoras!

Por volta das 13 horas, eu e Giselle fomos até o apartamento para pegar as mochilas e seguimos até a rodoviária Novo Rio, pois tínhamos passagens compradas para às 14:30. Foi uma pena deixar o evento no auge, mas não tínhamos alternativa, devido aos compromissos profissionais na segunda. Raphael pegou um voo logo em seguida e os demais também de ônibus, no final do dia. Só a Aline ficou até a segunda para encontrar com algumas colegas. Que inveja!

Por estar mais familiarizado com o montanhismo organizado, posso dizer que essa foi a melhor ATM – RJ que participei até agora. É sempre uma motivação sentir a força dos clubes do RJ e poder sonhar, quem sabe um dia, em alcançar algo semelhante em MG, num futuro não muito distante, quem sabe.

Início da ATM – RJ no sábado de manhã, com as tendas ainda em organização pelos clubes.

Praia Vermelha vista a partir da Pista Claudio Coutinho.

Turma do CEM animada na ATM!

Final de tarde no sábado, contemplando a Baia da Guanabara do alto do Morro da Urca.

E não há como evitar o jargão: é lindo!

Com os novos amigos no Morro da Urca.

Vista da Praia Vermelha e da Praça General Tibúrcio, onde foi realizado o evento.

Encontro com o Tinoco e a Doida no início da noite.

Social do CEM ao final do primeiro dia da ATM - RJ.

Escalada no morro da Babilônia, organizada pela Mafê.

O CEM marcando presença no domingo. O patrocínio da Decathlon foi uma ideia herdada da ATM – MG, realizada em Belo Horizonte em 2019!

Dia de falar sobre conservação em áreas naturais e montanhas com os colegas Tchaça e André Ilha do CEP.

Por volta do meio-dia, em um canto sombreado, antes do início da debandada.