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Claudio Luiz Dias 12/07/2015 17:05
    Trilha na Floresta Nacional do Tapajos - FLONA

    Trilha na Floresta Nacional do Tapajos - FLONA

    Trilha em meio à floresta amazônica primária e passeio de canoa em igarapé

    A trilha pela floresta amazônica inicia-se na comunidade tradicional ribeirinha de Jamaraqua, as margens do rio Tapajos, no município de Belterra.

    Para chegar à comunidade é possível ir de barco (1h30) a partir de Alter-do-chão, um distrito de Santarem (PA) ou de ônibus rural desde Santarém (cerca de 3h00 em estrada de terra).

    Há taxas ambientais para visitar a Floresta e é preciso guia.

    Estavamos hospedados em Alter do Chão, e contratamos a agência local Mãe Natureza Ecoturismo (http://www.maenaturezaecoturismo.com.br/alter.htm), que providenciou barco, guia, almoço e taxas.

    O preço varia conforme o número de pessoas. Assim, é comum esperar por outros turistas para fechar o pacote. Os guias locais só falam português, mesmo com o crescente contingente de estrangeiros em Alter. Foi uma oportunidade de treinar inglês servindo de tradutor para um casal alemão que estava junto.

    A viagem de barco já é uma aventura. O rio Tapajos que neste trecho tem mais de 15 km de largura e as ondas são grandes como no Canal de São Sebatião (litoral norte de São Paulo) em dia de mar agitado.

    Ao longo da margem avistam-se praias fantáticas de areia branca, servidas por bares e quiosques.

    É preciso parar em uma enseada para reabastecer (o combustível extra vai em galões). Essa é uma boa oportunidade para desfrutar da praia com água doce e quente.

    Já na comunidade de Jamaraqua nos abastecemos de água e Jambo Rosa. De lá o guia, um senhor local, nos levou a visitar por trilha uma floresta primária.

    O início da trilha, com muitas seringueiras exibindo as marcas da sangria do tempo do ciclo da borracha, é subida até chegar em um mirante.

    galho de pequizeiro caído

    figueira

    Passamos por árvores gigantes, cujos galhos caídos eram maiores do que grandes árvores na Mata Atlântica e formigueiros incríveis. Há formigas que quando esfregadas na pele soltam um aroma cítrico repelente para insetos, mas há outras como a tucandeira cuja dor da ferroada demora 48 horas. É essa formiga utilizada em rituais de passagem indíginas onde meninos enfretam a dor e se tornam homens.

    A volta em descida é feita por outra trilha. Ao contrário do que esperava, não haviam muitos insetos. Nem precisamos de repelente e nem protetor solar, já que a maior parte da trilha é à sombra de grandes árvores.

    De volta à comunidade, pausa para um almoço típico com arroz, pirarucu ensopado, e salada, servido em uma mesa ao ar livre à sombra com vista para a praia.

    Vista da praia do rio Tapajós durante o almoço em Jamaraqua

    Depois de reabastecidos, hora de navegar em canoa pelos igarapés com o mesmo guia. Em setembro as águas estão baixando, expondo árvores, construções e até uma trave do gol de um campo de futebol que ficam debaixo d'água todo ano na épocas das chuvas (inverno).

    Canoa típicca

    Nos troncos e galhos que ficaram submersos, forma-se uma esponja chamada Cauixi que é utilizada pelos ceramistas desde os tempos pré colombianos mas dar plasticidade à argila. O problema que esta esponja irrita a pele e dá uma coceira que dura dias.

    As águas são escuras (devido a decomposição de matéria orgânica) e bem quentes na superfície e corrente fria no fundo.

    Depois do nadar no igarapé alguém teve a infeliz ideia de perguntar se tinha jacaré. E o guia com muita calma disse que tinha muitos e sucuri também. Mas nunca tinha tido um acidente com pessoas. Que bom que mantivemos a escrita!

    Na comunidade há uma pequena loja de artesanato, bijuteria nativa e peças indígenas. Há também A Pousada do Pedro, com cama e rede, e paredes de palha de palmeira. É bem elevada do chão para evitar visitas indesejadas. Em uma próxima oportunidade ficaremos lá para vivenciar a vida na comunidade.

    Moradores mantém pequenos fragmentos de cerâmica indígena encontrados em antigos assentamentos (os índios que habitavam a área eram nomades e quando abandonvam um lugar, deixavam para trás coisas pesadas como potes de cerâmica. Todos os objetos eram quebrados, amontoados e enterrados.

    Cerâmica arqueológica

    No fim do dia, mais 2h00 de barco de volta a Alter do Chão, com muito vento e ondas grandes. Uma noite incrível no mar de água doce com lua cheia.

    2 Comentários
    Renan Cavichi 13/07/2015 08:51

    Já está mapeando todo norte do Brasil em Claudio rsrs! Muito legal!

    Claudio Luiz Dias 14/07/2015 18:01

    A ideia é essa Renan. Tem muita coisa legal no Para e Amazonas para ver. Abraço

    Claudio Luiz Dias

    Claudio Luiz Dias

    Caraguatatuba

    Rox
    345

    Agrônomo pela ESALQ USP.Trabalha na CETESB (Agência Ambiental do Estado de São Paulo) desde 1990. Interesse por meio ambiente, historia e cultura (foco em cerâmica indígena)

    Mapa de Aventuras


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Peter Tofte, Fabio Fliess e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.